A Filha Dos Mundos escrita por Devill666
Era um fim de tarde lindo. Os campos verdes brilhavam com a luz vermelha do pôr do sol e corria um ventozinho suave.
Sesshoumaru e Rin estavam sentados no banco de baloiço branco, à espera da sua pequena princesa. Olhavam para a imensidão daquele verde campo, ainda mal tocado pelo Homem. Era sem dúvida um lugar agradável, principalmente para Sesshoumaru. Até havia um bosque ali perto onde ele podia caminhar sentindo o cheiro e o encanto das árvores, como os Youkais e os Elfos gostavam de fazer.
Rin olhou-o. Não mudara nem um pouco desde o dia em que se tinham casado. Continuava com os mesmo cabelos brancos cortados curtos, lisos e brilhantes, os mesmos olhos vivos, o mesmo porte sereno e sublime, as mesma orelhas pontiagudas de youkai a espreitarem por entre o cabelo. Não envelhecera nem um dia, nem um minuto. Rin tinha já uma pequena ruga no meio das sobrancelhas, mas Sesshoumaru não. Estava igual ao que sempre fora e continuaria assim até morrer.
E então, pela a primeira vez, uma preocupação percorreu todo o seu ser. O que aconteceria quando tivesse setenta anos? Estaria velha, os cabelos cobertos por fios brancos, a face moldada por uma incontável série de rugas, os olhos lentamente a ficarem baços. Mas ele permaneceria igual, como se tivesse ainda trinta anos. Não seria normal ou natural! Todos se perguntariam como era possível. Até aos quarenta anos limitar-se-iam a dizer que ele estava « bem conservado». Mas depois começariam a achar estranho e as perguntas incómodas e desagradáveis chegariam.
Os seus pensamentos foram interrompidos por passos que chegavam do interior da casa. Era certamente a filha que encontrara a boneca e vinha ter com eles para irem passear pelo campo. Felizmente as Fadas não tinham orelhas pontiagudas e as asas só se revelavam quando elas realmente precisavam delas, o que afortunadamente nunca acontecera.
Mas não era a filha. Era um elfo, alto e esbelto como todos os elfos, com uma longa cabeleira ruiva. A sua espressão era triste e preocupada.
Sesshoumaru levantou-se imediatamente, admirado por vê-lo ali. Afinal ainda na semana anterior estivera em Omnirion. Mas se ele estava ali... Então algo muito grave se estava a passar.
- O que se passa, Irldar? - apressou-se a perguntar
- Lamento muito vir estragar este dia - e virando-se para Rin - Desculpai, eu sei que é o dia de anos da nossa pequena princesa. Mas... - inspirou como se estivesse a ganhar coragem para dizer o que tinha de dizer - Naraku regressou e ajudado por Suresim, essa vil serpente, entrou em Caladmirion e dirige-se para Omnirion.
Sesshoumaru deu um beijo apressado a Rin e sem mais uma palavra entrou precipitadamente em casa com Irldar. Rin ficou sozinha, sentada no banco de baloiço branco, os olhos fixos no infinito, com a terrível certeza de que não voltaria a ver Sesshoumaru.
Sesshoumaru e Irldar subiram rapidamente a escadaria de madeira escura, percorreram o corredor e entraram no quarto de Rin e dele. Encostado a uma parede, perto do armário, encontrava-se o espelho pelo qual tantas vezes Rin passara para o Mundo de Sesshoumaru.
Os dois enconstaram-se ao espelho e murmuraram as palavras adequadas. Imediatamente sentiram-se escorregar para dentro do espelho. Passado algum tempo estavam no quarto de Elianor.
A fada esperava-os e sem uma única palavra conduziu-os até ao exterior da casa. Lá fora estavam dois magníficos cavalos. O youkai e o elfo montaram e puxaram as rédeas.
- Sesshoumaru - chamou Elianor e ele virou-se - Aconteça o que acontecer, eu olharei sempre pela a tua filha.
A expressão dele suavizou-se um pouco e esboçou um sorriso. Depois, com uma palavra meiga e melodiosa, os cavalos partiram rápidos e velozes para Omnirion, deixando para trás a casa de Elianor, onde a fada ficou com a certeza de que ali começava o fim.
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