Com a Bola Toda escrita por Machene


Capítulo 18
Bola na Rede é Gol




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Cap. 17

Bola na Rede é Gol

{Gabriele Pov’s}

– Que tortura Max! Por que diabos nós precisamos ficar correndo assim?

Max – Não reclame Gabriele! E o senhor Ariga já concordou em mantê-la em forma com meu cronograma! Se o técnico Kira aceitar, Kojiro receberá o mesmo treinamento!

Kira – Claro que sim! Será interessante ver os dois em pé-de-guerra.

Gabriele – Você é cruel treinador. Posso te arranjar um apelido cruel também.

Kira – Eu já sou o velho gorila vermelho. Que apelido você daria pra ele?

Gabriele – Vou começar a chama-lo de gazela da campina!

Max – Só por isso, pode pagar vinte flexões! Aqui na areia mesmo!

De quem foi mesmo a brilhante ideia de fazer essa reunião de técnicos e treinadores bem aqui na praia? Ah é, da minha mãe. Isso parece mais um ritual maléfico de despedida, onde na roda eu e o Kojiro somos os perus. Agora imagino como Rivaul se sentia naquela fantasia de Carnaval. Talita e tio Mark não se soltam, mas é compreensível. Ela ficou tão feliz por saber que seria mãe. Mamãe e o Roberto puxaram a orelha dele por ter se adiantado com a lua-de-mel, mas o titio não se importou.

Oliver agora está exercitando os braços com dois pesos, na sala de musculação. Já tá quase na hora do almoço e eu não sinto a menor fome depois de ter corrido tanto, imagine ele malhando! Dói do meu dedão do pé até os fios de cabelo! E graças ao novo plano de treinamento elaborado por todo o grupo de treinadores, já vejo que vou sofrer assim diariamente. Ninguém tem pena de mim não? Sou a grande estrela do Carnaval! Meu rostinho é cartão de visita no mundo do futebol feminino!

Kojiro – Não reclame Gabriele. – ele me alcança depois de uma longa corrida pela praia – Isso vai nos fazer ficar mais fortes e vamos nos enfrentar de igual para igual na Copa.

Gabriele – Não me importo em correr, eu gosto, mas usar pesos?!

Ariga – Tudo isso é para estabelecer o seu equilíbrio muscular.

Gabriele – Ok. Contudo, agora eu quero voltar pra casa. – deito largada na areia e Kojiro me acompanha – Preciso tomar um banho e tentar comer alguma coisa.

– Ei pessoal, alguém aceita um pouco d’água? Eu trouxe algumas garrafas!

Gabriele – Sanae, minha salvadora! – ergo a mão em meu desespero e ela ri, fechando a porta espelhada e descendo a escada lateral da casa carregando uma mochila.

Sanae – Os técnicos judiaram muito de vocês? – pego uma garrafa da sua mão. Emília – Gabriele já é preguiçosa por natureza, Sanae!

Gabriele – Ei! – sento e viro para a escada, onde ela, Roberto e meus tios estão sentados – Sou a Gabi, não Tatá preguiça pura! Se a mandassem correr com esses pesos, desmaiaria na hora!

Roberto – Certo... – ele segura um riso e se levanta – Já que hoje é o nosso último dia antes da viajem, vamos voltar para casa e assistir o resultado do desfile de Carnaval. – Oliver enfim aparece.

Oliver – Ótima ideia! Eu estou louco pra saber quem venceu!

Mendes – Oliver está parecendo mais brasileiro do que muitos cariocas. – nós rimos.

Antes de sair, vamos para os fundos da casa, onde tem uma área coberta de madeira com uma mesa e um banco comprido em volta e mais alguns ao redor. Parece campo de piquenique. O senhor Mendes tira algumas medidas da gente e o irmão faz os registros no seu computador portátil. Após a minha análise, dou uma escapada pra longe dos outros e me aproximo do treinador Max.

Gabriele – Sabe, o senhor é um homem muito rabugento, senhor Masanttini. - ele ri e suspira, imitando a minha posição com os braços cruzados - É difícil conversar com você, aceitar seus carões, mas... – descruzo os braços e amplio um sorriso sincero – Quero que saiba do meu grande respeito pelo senhor. Uma pena não termos passado muito tempo treinando juntos, mas eu fico contente por começarmos e espero algum dia poder mostrar a minha verdadeira força para você. Embora as suas palavras tenham sido duras quando avaliou o meu rendimento físico, eu fico feliz que tenha tentado me ajudar. E por ter dado algumas dicas de treino ao treinador Ariga, para trabalhar comigo. – ele também dá um sorriso sincero e passa a mão na minha cabeça, fazendo uma massagem.

Max – Também tive orgulho de ser seu treinador Gabriele, mesmo que por pouco tempo. E eu estarei esperando com grande expectativa que o mundo inteiro grite o seu nome na Copa Mundial, como fez da última vez. – dou de ombros.

Gabriele – Ah, eles só gritaram porque o nosso time feminino tinha acabado de se demitir do nome Fever e não podiam louvar a vitória do Fuji se eu quem tinha marcado o gol decisivo naquela partida. Mesmo assim, obrigada. - nós rimos.

Entrando em casa, Kojiro e eu somos atacados por Camila e Shingo, que nos contam entre os pulos de alegria da vitória da Virgem de Ipanema. Não ganhamos o primeiro lugar, mas ficamos no time das seis melhores escolas de samba, em quarto lugar mais precisamente! Ultrapassamos nossa Escola Madrinha, a Mangueira! Isso dá à Virgem de Ipanema um lugar entre o time da LIESA.

Yoshiko – Foi o primeiro Carnaval do qual eu participei, mas já gostei muito!

Yayoi – Os desfiles dos outros anos foram tão bonitos quanto o deste? – os brasileiros pensam.

Selena – Com certeza, o desfile que eu mais amei foi aquele com os carros alegóricos de tigres do Império da Casa Verde, no Carnaval de 2007.

Leo – Mas isso não devia ser novidade. Os símbolos deles são os tigres.

Selena – É, mas naquele ano tudo tava fantástico, desde as alegorias até a Rainha da Bateria!

Pepe – Eu prefiro o desfile do ano passado, porque os tigres eram brancos. Alguém viu na TV?

Gisela – Foi, fizeram um pequeno documentário de comparação no jornal. Estava lindo!

Gabriele – Vocês podem parar de falar em tigres? Não aguento mais!

Jamile – Por quê? Estava tão bonitinha naquela fantasia de tigresa. – ela ri, pondo na grande mesa de jantar uma vasilha de vidro com nosso almoço; é alguma comida brasileira, eu acho.

Karl – Que prato é esse? – ele começa a se debruçar pra enxergar melhor e Rivaul o entrega a espátula do outro lado da mesa para passar ao Carlos, que tira um pedaço da comida.

Carlos – É uma lasanha. Selena preparou. – Karl é o primeiro a experimentar e quase suspira.

Hannele – Gostou da comidinha da Lena, não é Karl?! – compartilhamos um sorriso sádico.

Karl – Ela cozinha muito bem. Carlos está com o futuro garantido! – eles coram e nós rimos.

Flora – Engraçado. Você me disse a mesma coisa quando preparei aquela torta com ela.

Benji – Uh, alguém ficou encrencado! – Karl olha torto pra ele.

Pierre – E quem está sendo criança agora? – é a vez de Benji se aborrecer e a gente volta a rir.

Rivaul – Espera aí Flora. O Karl te disse que você cozinha bem ou que Carlos tem seu futuro garantido contigo? – suprimo um riso e Selena dá um sorrisinho maligno.

Jun – Quando o Rivaul quer, consegue ser bem maligno.

Misaki – Melhor parar essa discursão aqui, antes que alguém se machuque.

Anastásia – Então como foi o treino? Oliver e Sanae tiveram que se refugiar dos outros?

Elaine – Oh Aninha, você não tá colaborando pros dois ficarem sozinhos, está?

Pierre – Não seria nenhum crime. – nesse ritmo, vai sobrar pra mim e o tigre rabugento.

Gabriele – O Masanttini nos fez correr pela praia com pesos do lado esquerdo do corpo.

Kojiro – Bom, o Oliver pôde escolher como ele queria se exercitar porque tem equilíbrio.

Gino – Então vocês passaram o dia inteiro correndo sozinhos? – queria fazer ele se engasgar com esse garfo, mas a Natália me atiraria uma faca logo depois.

Juan – Se divertiram muito? Ou ficaram tentando derrubar um ao outro na corrida?

Oliver – Foi justamente isso que aconteceu. – dedo-duro!

Gino – Bem, vocês vão ter a chance de ficarem sozinhos hoje então.

– O que? Por quê? – Kojiro e eu questionamos ao mesmo tempo.

Pierre – Nós vamos assistir a um espetáculo de dança no Teatro Municipal, na Cinelândia.

Anastásia – Infelizmente só conseguimos ingressos para dezoito pessoas.

Talita – O que inclui Mark, Emília, Roberto e eu. – ela parece estar se divertindo.

Gabriele – E acha isso pouco? É muita gente. Mas e os outros então?

Natália – Gino, Camila, Shingo e eu vamos jantar fora num restaurante italiano.

Shingo – Eu tô louco pra experimentar a comida italiana!

Camila – E eu pra tirar fotos do Gino e da Natália aos amassos! – ela sorri diabolicamente e a Tatá joga uma bolinha de papel nela, tentando esconder o rubor do rosto.

Deise – Ken conseguiu encontrar uma loja de esportes num shopping perto daqui.

Jun – Vamos aproveitar pra ir com eles e comprar algumas coisas.

Gabriele – Ainda não entendi por que não podemos ir com vocês.

Leo – Acabaram os ingressos, então se forem para o teatro com a gente vão ficar em pé.

Gino – E do jeito que vocês estão chamando atenção, se forem ao restaurante os paparazzi vão cair em cima. Ninguém vai conseguir comer em paz!

Deise – O mesmo no shopping. Embora nosso grupo ainda sege grande, com oito pessoas.

Kojiro – Oito? Mas, pelas contas... – ele passa um tempo contando – Ainda faltam mais oito.

Gabriele – Pior! Misaki, Jamile, Hikaru, Yoshiko, Jun, Yayoi, Oliver e Sanae, qual a desculpa?

Yayoi – Bem... – ela parece uma ursinha medrosa – Íamos visitar alguns pontos turísticos.

Gabriele – À noite? – a pobrezinha se encolhe com minha careta – Então vamos com vocês.

Jamile – Não vai dar. Vamos pegar carona num ônibus turístico e já compramos ingressos.

Misaki – Além disso, você vai ter muito tempo de ver a cidade Gabi.

Kojiro – E por que eu não posso ir com vocês? – boa devolução!

Hikaru – Teria coragem de deixar a Gabriele sozinha capitão?

Kojiro – Você já tinha essa resposta pronta, não é?! – Hikaru reprime um sorriso.

Yoshiko – Poxa gente, os dois podem se divertir aqui! Tem muitos jogos de tabuleiro.

Gabriele – Não tem graça jogar só com duas pessoas.

Benji – Então por que não vão assistir a um filme? Não são obrigados a ficar em casa.

Kojiro – Pode ser só impressão minha, mas estão tentando nos deixar sozinhos?

Hannele – Claro que não, afinal de contas você está com a Natasha. – ela torce o nariz.

Leo – É. Apenas aconteceu de fazermos planos pro nosso último dia no Brasil sem vocês.

Camila – E apesar de parecer muito conveniente, é uma atitude coletiva totalmente inocente!

Shingo – Mesmo sendo estranho, nós achamos bom que vocês voltaram a serem amigos.

– Quem disse isso? – Kojiro e eu voltamos a falar ao mesmo tempo.

Pierre – Ken andou nos contando algumas coisas interessantes. – nós dois o fuzilamos com o olhar e ele se encolhe na cadeira – Erramos alguma coisa?

Anastásia – Impossível. Minhas teorias nunca falham! – ah cretina!

Gabriele – Então a ideia desse circo foi sua? Ana, sua traidora!

Molly – Mas qual é o problema? Estão com medo de ficarem sozinhos?

Pepe – Ou é porque vão sentir saudade da gente. – todos riem menos o tigre e eu.

Roberto – Tudo bem pessoal, já chega! Se Kojiro e Gabriele quiserem, podem vir conosco.

Gabriele – Oh não, eu posso ficar em casa. – empino o nariz – Não quero atrapalhar o passeio!

Rivaul – E você Kojiro? Vai ficar em casa ou vai sair? – bando de conspiradores!

Kojiro – Bom... Eu disse aos outros que ia ficar com vocês hoje, então eu fico.

Hannele – Não entendi. Você fica? Não quer sair com nenhum dos grupos?

Kojiro – Vou fazer companhia a Gabi. – AI MEU DEUS!

Selena – Gabi? – ela se remexe na cadeira, mostrando um sorriso enorme – Voltou a chama-la pelo diminutivo? Antes era só “Gabriele”. – precisava cutucar a ferida?

Kojiro – Quando ela faz besteira, a gente precisa falar de outro jeito pra que entenda o erro.

Gabriele – Erro? Eu? – agora ele vai ver – Quanta cara de pau. Você quem foi embora sem ao menos explicar direito o motivo e depois anunciou do nada que ia assumir o Filiam!

Kojiro – É, mas você também aceitou ser a líder do Vita.

Gabriele – Não é a mesma coisa. Elas estão na Série C e aqueles trogloditas são titulares!

Inara – Sim, eu fiquei bem surpresa quando soube. – mal prestamos atenção ao comentário.

Kojiro – Independente da escala dos times, você também quis treinar entre os melhores.

Gabriele – Mas se fosse com suas mesmas intenções, teria procurado outra universidade.

Kojiro – Se eu sou tão terrível assim, por que continua perto de mim?

Gabriele – Porque é a única cadeira disponível, a menos que a Flora queira trocar comigo!

Flora – Estou bem no meu canto, obrigada. – ela ri de lado e continua comendo.

Kojiro – Posso sair sozinho esta noite então? Você não liga?

Gabriele – Fico muito bem sozinha! Por que não chama a Natasha?

Alan – O caldo tá engrossando. Devíamos parar eles? – ouço os comentários, mas nem ligo.

Lui – Deixa assim! Ao invés disso, não preferem apostar em quem ganha essa briga?

Juan – Só posso pagar com uma camiseta da loja de esportes. – agora acho que eu ligo.

Elaine – Vocês dois, calem a boca! – eles se encolhem na cadeira por um momento, e então ela sorri – Aposto na Gabriele. Quem me paga chuteiras novas?

Gino – Tá cobrando muito caro. Abaixa esse preço um pouquinho.

Carlos – Tá legal, já chega! A comida vai esfriar! Vai mesmo tomar conta da Gabi, Kojiro?

Kojiro – Vou. – pelo visto ganhei uma nova babá esta noite.

Carlos – Então assunto encerrado! – todos se calam e os técnicos sorriem de canto – Ei Lena, pode passar a lasanha? Eu quero repetir. – eles sorriem como se nada tivesse acontecido.

Horas mais tarde todo mundo sai, quase ao mesmo tempo. Estou trancada no meu quarto por enquanto, então tudo bem, mas o Kojiro tá muito quieto lá embaixo. O que aconteceu? Será algo de grave? Ele desmaiou? A casa tá sendo roubada e eu não ouço nada? Ou ele realmente saiu? Ah, se o Kojiro me deixou aqui sozinha vou estrangula-lo quando aparecer de novo! Mas e se não é isso?

Gabriele – Ele pode estar dormindo... – murmuro sem pensar e viro na cama com os pés para cima e a barriga abaixada – Eu devia ir verificar. As luzes nem estão acesas.

Por fim, resolvo abrir a porta e atravessar o corredor até descer os degraus e chegar à sala. As luzes do abajur e da televisão são as únicas que iluminam, e o som do aparelho tá baixo. Escanteio o ambiente, mas nem sinal do tigre rabugento. Ele foi ao banheiro? AI MEU DEUS! Que som é esse? Ah, o Kojiro tá deitado no sofá! Oh susto! Ponho a mão no coração por um momento e suspiro com calma, tentando recuperar o fôlego. Depois caminho devagar até o corpo jogado perto de mim.

Gabriele – Kojiro? – sem resposta – Ei, Ko-ji-ro? – ele continua sem responder, então resolvo me abaixar e percebo que o capitão tem grossas sobrancelhas, mãos largas e um peito forte – Talvez os treinamentos estejam surtindo efeito. – comento sem pensar e acabo rindo.

A camisa dele é fina e, de novo, está com as mangas arregaçadas. Sua mão esquerda tá sobre a cabeça, escorada no sofá, e a direita em cima da barriga. Ele dorme de boca aberta sem se incomodar, como se não tivesse nenhum problema. Acho que Kojiro pode dormir relaxado. Tem uma família e o melhor grupo de amigos do mundo! Eles se importam uns com os outros e se apoiam. Um dia eu já tive tudo isso também... Pena ter perdido... Mas estou ganhando uma de novo. Eu acho...

Kojiro – Gabriele? – ich, ele acordou – O que tá fazendo? – levanto de uma vez.

Gabriele – Nada! Só tava rindo da sua cara. Sabia que fica engraçado dormindo? – me poupe; que justificativa mais tosca foi essa?

Kojiro – Estava me vendo dormir de novo? – ele senta no sofá.

Gabriele – Não! – quase grito – Vim ver por que estava tão quieto.

Kojiro – Mas ficou aqui me olhando. – ai, eu sinto vontade de me chutar agora!

Gabriele – Por que acha isso? E como eu estaria te olhando “de novo”?

Kojiro – Porque você já fez isso uma vez. Não se lembra?

Gabriele – Não. – cruzo os braços – Quando aconteceu? Tá alucinado?

Kojiro – Não. Isso já aconteceu sim, quando você disse que gostava de mim pensando que eu estava dormindo. – ai merda, eu fiz isso mesmo!

Gabriele – Eu disse? – ele consegue ver meu rubor com a luz fraca?

Kojiro – Disse sim. – suspiro revoltada por ser pega no flagra e sento ao lado dele – Desiste?

Gabriele – De brigar com você? Sim! Tô cansada demais pra isso. – ele ri e se recosta com sua cabeça para trás enquanto dobro meus joelhos e abraço as pernas – Posso te fazer uma pergunta?

Kojiro – Claro. – se eu quero contar, melhor ser logo agora, sem olhar na cara dele.

Gabriele – Por que estava sorrindo naquele dia, no aeroporto?

Kojiro – O que? – ele parece se lembrar do momento e então desvia o olhar – Ah, bem... Eu ri porque achei divertido. Não esperava te ver lá, atrás de mim. Nós tínhamos brigado, então imaginei que não queria me ver. Foi engraçado. Você tava suando e corria como uma louca! – acabo rindo.

Gabriele – Então foi por isso... – murmuro relaxada e caio pra trás também – Pensei que tava tirando sarro de mim, por eu estar lá, preocupada com a sua mudança.

Kojiro – Preocupada? A última coisa que eu lembro é do Pepe me mandando correr, porque a poderosa rainha do futebol tava furiosa comigo! – nós rimos alto.

Gabriele – Eu fiquei mesmo brava, mas também queria explicações.

Kojiro – É... Não devia ter deixado que aquela briga separasse a nossa amizade. Eu devia ter explicado. – o sinto me olhando diretamente; é tenso – É minha vez de perguntar... Por que deu um pontapé no Willem, mesmo depois de eu ter ido embora? – é; realmente tá tenso!

Gabriele – Ah... Foi justamente por você ter ido! Rejeitei o Willem por ele ter votado a favor de afastá-lo do time Fuji com a intenção de se promover para a P.M.E., porque contigo por perto os dois iriam sempre acabar brigando e seria difícil manter uma boa imagem e conseguir seu título de técnico. E, no fim, eu descobri por que vocês brigavam tanto. – ele enrijece e eu seguro um riso – É a Natasha a culpada, certo?! Por que o Will a tomou de você quando se mudou para Jyrdan.

Kojiro – Quem te contou? – encolho os ombros, indecisa em contar – Foi o Ken?

Gabriele – Não. Sanae. Oliver disse a ela. – Kojiro volta a olhar pra TV – Vai brigar com ele?

Kojiro – Não. Isso não era exatamente um segredo.

Gabriele – Mas te incomoda eu saber? – ele dá de ombros.

Kojiro – Tudo bem. Só... – pausa – Você... Ficou brava? – Kojiro parece nervoso.

Gabriele – Brava? Por que eu ficaria? Não, eu só... – é difícil desmentir que estou com ciúme.

Kojiro – Mesmo sendo seu parceiro, tinha certas coisas que eu não conseguia te contar.

Gabriele – Ora, na sua vida particular não tenho direito de me meter.

Kojiro – Mesmo assim, eu quero te dizer que essa briga com o Willem... Quer dizer, começou sim pela Natasha, mas depois se transformou numa rixa de rivais mesmo.

Gabriele – É, bem, os dois são cabeças-quente! – nós rimos – Eu invejo a Natasha. – ele me vê com surpresa – Ela tem uma mãe bobinha e um pai ambicioso, e pode ser chata, mas é decidida. Seu talento é notável, tanto no futebol quanto na torcida ou nas passarelas, e os homens caem de joelhos aos seus pés. – suspiro e o encaro com um sorriso – Na reunião das debutantes, ela me disse que em muitas situações as pessoas criam uma personalidade nova só para construírem sua reputação, mas no seu caso não dava pra manter uma pose de santa o tempo todo. Por isso eu a admiro. Nós somos parecidas, de certa forma. Então, no seu caso com o Willem, eu acho besteira fingir que se dão bem, ou brigarem o tempo todo, tudo pelo futebol. Não vale a pena fingir ser uma pessoa que não é!

Kojiro – Sim, mas é difícil conviver com o Willem! Ele é insuportável!

Gabriele – Porque você tá vendo de um jeito pessimista. Ele te provoca porque você deixa! Se o ignorasse, mesmo no campo, os dois poderiam se comportar como homens numa briga verdadeira, e uma competição saudável e decente. Parecem crianças! – Kojiro ri e eu o acompanho pouco depois.

Kojiro – É... Talvez eu tenha bancado uma criança mesmo. – passamos um tempo em silêncio, assistindo ao filme meio meloso, até que o braço musculoso dele toca no meu – Gabriele... Você pode me dizer qual o motivo de não ter contado pra ninguém antes sobre o seu passado?

E agora? O que eu digo? Ah, quer saber, não suporto mais ficar escondendo essa história!

Gabriele – Mesmo Sanae desconfiando quando eu disse que ia naquele programa de televisão por causa do presidente Carlo, porque ele ia me revelar de qualquer maneira e preferia contar todos os fatos pondo minha conta em risco, permaneci quieta. Depois ela ligou pra Camila e ela te avisou.

Kojiro – Conversei com as duas e elas levantaram algumas suspeitas. Quero saber a verdade.

Gabriele – Quer? – olho diretamente nos seus olhos e ele se vira para mim – Então eu conto... Fiquei calada todo esse tempo por causa do Carlo mesmo. – puxo o ar – Quando fui deixada no meu primeiro orfanato, o primeiro casal que me adotou era de malandros que cantavam em bares pobres da cidade. Eles queriam me ensinar a roubar, então eu fugi. Procurei outro orfanato mais longe e mais tarde um senhor bem sucedido como médico gostou de mim. Infelizmente, ele tinha o costume de usar seu trabalho pra conquistar várias mulheres ao mesmo tempo e pouco ligava pros pacientes. Um dia eu o denunciei pra uma das amantes e ele me largou em outro orfanato. Assim eu passei de mão em mão. Tinha uma bola de futebol que meus pais me deram antes de morrer. Era um amuleto de boa sorte a meu ver, porque às vezes fazia algumas acrobacias com ela pra ganhar dinheiro nuns dias em que tive fome e vagava pelas ruas. Enfim, antes da técnica me conhecer, meus tios foram se envolvendo num processo: os meus vizinhos não acreditaram na história do veneno de rato e deram uma denúncia de maus tratos. Com medo de ir pra cadeia, meu tio mais velho pediu ajuda ao Carlo para me achar. Meus pais o conheciam, já que eram de uma empresa famosa, e ele se aproveitou das relações financeiras pra pedir que me encontrasse. O presidente concordou a mau gosto, mas no dia em que ele me encontrou eu tava justamente fazendo embaixadinhas num parque e o canalha quis a minha guarda para usar meu talento. Meu tio concordou com o acordo e fez tudo secretamente. Só consegui escapar porque a mamãe me adotou antes e, tecnicamente, como estava morta socialmente, se eles me ressuscitassem para ficarem comigo acabariam encrencados. – pauso para respirar.

Kojiro – Meu Deus! – Kojiro passa a mão na testa – Mas afinal, por que ficou quieta?

Gabriele – Em parte porque tive medo de reviver essa história e minha tia ser envolvida, além de abrirem um processo onde Emília precisaria lutar pela minha guarda. Segundo... Se Carlo quis o meu talento antes, poderia usar a sua influência pra fugir das suspeitas e brigar pela minha posse.

Kojiro – Não me admira ele estar te perseguindo, mesmo sabendo do seu talento!

Gabriele – Carlo Monetti me quer! Eu briguei quando você aceitou ir para Braja porque senti os olhos dele te cercando! Não queria que acabasse preso por um contrato de onde nunca escaparia.

Kojiro – Mas ele sabe que vou voltar pro Fuji, pra Silja, depois da Copa!

Gabriele – Mesmo assim tome cuidado! O safado é esperto... Lembra-se do medo dele?

Kojiro – Ah é, você disse que ele tem medo de sangue. Como sabe?

Gabriele – Um dia eu estava sentada num banco perto do carrinho de cachorro-quente de um senhor, que vivia perto do último orfanato onde estive. Ele era bacana comigo e naquela tarde deu o maior cachorro-quente que eu já provei pra mim. Acabei espirrando ketchup sem querer nos pulsos, e o presidente tava passando por ali com os seguranças num carro chique, só pra me visitar. – só de antecipação, nós começamos a rir – Precisava ver como o velho ficou nervoso!

Kojiro – Ainda não sei como posso usar isso ao meu favor, mas é uma boa ideia.

Gabriele – Pode ser. – rimos mais um pouco e então suspiramos – A presidenta Kaori deu sua palavra de que ia me ajudar. Ela pode fazer alguma coisa?

Kojiro – Não sei, mas toda ajuda é bem-vinda agora. – concordo com a cabeça.

Nós entramos em um novo clima. Bem agora começou o meu filme favorito: “Ela é O Cara”, com a Amanda Bynes. Nós assistimos com atenção, muitas vezes rindo, outras zoando da reação de alguns personagens, até o fim, quando a protagonista tem o seu momento romântico com o jogador bonitão, que é o Channing Tatum. Antes de perceber, tô praticamente jogada em cima do Kojiro. A minha cabeça tá apoiada no braço dele e meu cotovelo direito parado na sua coxa esquerda.

A emoção do beijo romântico me denuncia e ele ri, olhando pra mim perto do final do filme.

Kojiro – Por que esse suspiro? Você disse que já viu esse filme mil vezes!

Gabriele – Porque eu adoro a história, a Amanda Bynes e o gato do Channing Tatum!

Kojiro – “Gato”? – eu aticei o ciúme dele, mas só pra ter certeza...

Gabriele – É. Sabia que ele recebeu uma bolsa de futebol para uma faculdade, mas recusou? E também foi estripe, trabalhou como modelo e foi eleito como o homem mais sexy do mundo em 2012. Pena ser casado, e a esposa dele já tá grávida. Pensando bem, Channing não é gato, é um tigre!

A cara do Kojiro se contorceu agora. É muito ruim eu estar adorando ver isso? Natasha disse que ia brigar pelo amor dele no mesmo nível, sem trapaça, mas ainda estou em desvantagem se eles continuam namorando. O Kojiro gosta de quem afinal? Por que, ultimamente, nós dois... Talvez os sinais tenham sido equivocados. Posso ter entendido errado, contudo, ele parece gostar de mim.

Kojiro – Você plagiou a atriz no campeonato? – desperto de repente e olho o fim do filme.

Gabriele – Por que ela se vestiu de homem? Ora, no final eu fiz foi perder um namorado!

Kojiro – Justin mereceu ser chutado publicamente, não acha?!

Gabriele – No começo pode ser. Depois fiquei com pena. Ele me avisou o que Will fez contigo.

Kojiro – Você... Pensou em voltar pra ele? – isso é difícil de responder.

Gabriele – As meninas me ajudaram a analisar minhas chances com ele. Ainda é mistério.

Kojiro – Sei... – lá para o final dos créditos, ele se mexe um pouco e chama a minha atenção – Gabi... – ai, meu corpo arrepiado – Você gosta de mim?

Gabriele – Como é? – que coragem de perguntar isso do nada!

Kojiro – É uma pergunta simples. Você gosta de mim? – abro a boca tentando responder sem sucesso, então ele ri – Minha mãe está certa de que sim.

Gabriele – Sua mãe disse isso? – a voz tá falhando – E o que você acha?

Kojiro – Se realmente está apaixonada por mim... – tomamos fôlego juntos – Eu largo tudo e fico contigo. Termino com a Natasha amanhã mesmo. – mentira!

Gabriele – Ah... – meu coração vai sair pela boca, então é impossível falar algo decente sem ao menos gaguejar – É injusto com ela. Foi o que vocês sempre quiseram: ficarem juntos.

Kojiro – Eu achei isso, até te ver. – pausa – Quando nos conhecemos, eu nunca vi antes uma garota tão malcriada e elétrica como você! Fiquei louco, ansioso pra te conhecer mais. Senti um pouco de esperança na volta da Natasha, porque brigava com ela como se realmente tivesse ciúme e me provocava o tempo todo. – era quase inconsciente – Daí eu quis te provocar também e ver qual a sua reação. Meus irmãos sempre gostaram da sua companhia e ficava feliz em ver vocês brincando.

Gabriele – Então por que brigou comigo naquele dia em que te contei do acidente de avião?

Kojiro – Justin e Natasha tavam namorando! Eu tinha acabado de descobrir, fiquei nervoso!

Gabriele – Descontou na pessoa errada. – sento direito e cruzo os braços.

Kojiro – Sei disso. Desculpe. De qualquer forma, mesmo gostando da Natasha, não é igual na hora em que fico contigo. – ai Deus, ele tá se aproximando – Tava linda no desfile, naquela fantasia.

Gabriele – Espera! Para por aí! – toco seu peito com a intenção de afasta-lo, mas acabo dando o braço a torcer quando sinto seus músculos – Não pode invadir o espaço de uma garota assim! Vai atravessar a zona de risco! – ele ri – Se fizer isso, vai precisar assumir a responsabilidade!

Kojiro – Pode ser, se você me quiser também. Aí eu termino com a Natasha.

Gabriele – E se eu recusar? Pretende fazer de mim uma amante? – acabamos rindo.

Kojiro – Diz Gabi. – oh Senhor, com essa voz meiga e esse sorriso de derreter picolé no sol!...

Gabriele – Você vai embora amanhã. – sussurro, espremendo as mãos na sua camisa – Como a gente vai dar conta? Relação à longa distância é uma tortura!

Kojiro – Ninguém sabe ainda do presidente Carlo. Posso pedir a senhora Matsumoto pra que segure o processo contra ele até o fim da Copa, então vou continuar fingindo te espionar e posso vir ao Rio de Janeiro quando quiser! – é uma ideia meio louca, mas pode funcionar.

Gabriele – E o Carlo concordaria? E se ele suspeitar de algo?

Kojiro – Natasha me ajuda. Ela vai ficar chateada sobre nós, mas não recusaria meu pedido.

Gabriele – Estaria a usando. A Tasha precisaria de uma justificativa maior.

Kojiro – Só o fato de o Carlo ter tentando envolver o pai dela já basta! Quando você saísse do time Vita, ele aproveitaria o antecedente dele por suspeita de rapto pra culpa-lo de chantagem!

Gabriele – É. Isso deve bastar. – rimos – Bem... Natasha me desculpe, mas... Quero você para mim. Sem restrições, sem desconfiança, nem nada. – ele sorri e, afinal, nós nos beijamos.

...

Inara – Então você e o Kojiro... – confirmo com a cabeça e as meninas vibram.

Selena – Ah, eu sabia que isso ia acontecer! Viram? É a magia brasileira!

Hannele – Se controla mulher! Vai pegar voo antes de o avião sair! – nós rimos.

Emília – Eu espero que você, como uma boa menina, se resguarde Gabriele.

Gabriele – Não se preocupe mãe. Em homenagem ao Roberto, vou comprar um lote grande de calcinhas com os dizeres "eu amo o papai", bem grande! Isso vai espantar qualquer homem.

Rimos novamente. Estou quase à meia hora me despedindo das meninas e daqui a pouco será a vez dos rapazes. Kojiro e a sua “turma” vão sair num voo paralelo daqui a alguns minutos e ele e a Natasha tão conversando com os garotos já faz um tempo. Ela ficou surpresa quando anunciamos a nossa união, mas não bateu boca. Só sorriu, deu de ombros e disse “a Gabi é tão chata que eu não posso com ela”. Talvez tenha sido seu jeito doce de dizer “eu desisto de lutar com aquela vadia”.

De qualquer forma, mesmo com palavrões e escorraços, viramos meio amigas. Ou, como ela e o restante das garotas gostam de chamar, “animigas”. A senhora Kaori já foi embora com Justin e o Fórtica, aceitando dar um tempo no processo contra o presidente Carlo. Meu ex e o Willem ficaram aborrecidos quando souberam do meu namoro com o Kojiro, porém, prometeram não contar nada a ninguém. Poucas pessoas estão sabendo, o que não inclui os membros dos outros times.

Alan – Tente não chorar quando formos embora Gabi.

Gabriele – Farei um esforço sobre-humano! – embora sege brincadeira, a saudade será real.

Juan – Quando precisar, você sabe que pode ligar pra gente e mandamos alguém pra cá.

Gabriele – Idem. Sempre que puder vou mandar umas fotos aqui do Rio.

Flora – E não se esqueça de sorrir para a foto da prisão! – todos riem e eu reviro os olhos.

Elaine – Mande também umas lembrancinhas por correio que eu aceito.

Gabriele – Vocês são muito interesseiros! – dou um peteleco na testa dela.

Lui – O mais importante são as informações dos treinos. Não se esqueça de mandar!

Gabriele – Acha que eu seria capaz de trair meu time enviando relatórios dos treinamentos?

Lui – Eu tava falando do Pars. – reprimo um riso – O Iuliano é bom!

Karl – Sim. Kojiro teve uma pequena rixa com ele, não é?! – teve?

Kojiro – Casualmente. – ele desvia o olhar e analisa Natasha e os outros ao longe.

Lui – Agora que você vai ficar sozinha aqui, melhor tomar cuidado Gabriele.

Kojiro – Nisso eu concordo! – o doido se mete do nada – Ele não sabe sobre nós e pode tentar dar em cima de você só pra provocar! Fique longe!

Gabriele – Vai dar uma de namorado possessivo agora? – sussurro e ele cora.

Hikaru – Não pode culpar o homem por ficar nervoso com outro atleta rival em cima de você.

Yoshiko – E Iuliano é atraente. – Hikaru olha assustado pra ela – Mas ele é! – nós rimos.

Yayoi – Bem, Gabriele sabe se cuidar muito bem. – concordo com a cabeça.

Jun – De qualquer forma, o treinador Mendes já vai manter contato com o senhor Ariga para acompanhar seu treinamento. Vamos testar alguns treinos conjuntos e ver se dá certo.

Jamile – Com todo mundo praticando os mesmos exercícios, a Copa vai terminar em empate!

Misaki – Quem sabe. Por enquanto vamos nos esforçar.

Roberto – Pessoal, hora de embarcar! – ele grita e nós nos aproximamos do resto do grupo.

Mark – O avião de vocês atrasou Kojiro, então todos vão sair juntos. – Kojiro concorda.

Emília – Vai mesmo ficar bem Gabriele? – ela tá quase chorando.

Gabriele – Sim mãe. – sorrio e a abraço, puxando também a tia Talita – Cuide bem dela tio!

Mark – Pode deixar! Vou cuidar dos dois, e quando seu priminho nascer, a gente avisa.

Gabriele – Avisem até antes. Eu quero ver se consigo viajar pra acompanhar o parto.

Talita – Deixe comigo! Eu mando uma mensagem quando estiver prestes a explodir. – rimos baixinho – Infelizmente precisamos adiar o casamento, mas mês que vem nós voltamos.

Gabriele – Ok. – sorrio e então sussurro – Quem sabe logo não serei eu no seu lugar.

Talita – Você gostaria, não é?! – suspiro, empolgada, e ela ri – Assim será.

Roberto – Até breve Gabi. Cuide-se. – nós nos abraçamos e termino com Oliver e Sanae.

Quando ninguém está olhando, Kojiro me dá um beijo de despedida e enfim todos se vão. Em insistência, o senhor Ariga vai me acompanhar de volta para a universidade no seu carro. Antes de sair do aeroporto, percebo a tal Maki com sua equipe de beisebol também indo embora. Coincidência.

Fim


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Notas finais do capítulo

Ah gente, este foi o último capítulo. ^^ Que pena! Mas espero ver todos em breve, no próximo. Na fanfic que vem, Maki e mais alguns outros personagens vão dar uma dor de cabeçazinha na Gabi. Não deixem de conferir. Beijos



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