Viciante Morte - THALICO escrita por Caroline Tarquinio


Capítulo 2
Deathly Jealous


Notas iniciais do capítulo

Zoey Purply é criação minha o restante dos personagens pertence à Rick Riordan ou como nós o conhecemos, Tio Rick.



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Então estávamos sentados Quíron, Nico e eu para resolver os detalhes da missão, o que era complicado por que não tínhamos nenhuma informação sobre nada, a não ser que havia uma enorme probabilidade de dar errado e talvez iniciar uma guerra entre Hades e Zeus.

-- Então, - disse Quíron – o ideal seria vocês partirem imediatamente.

-- Sim seria, mas Quíron, pra onde? – disse Nico, e ele parecia um pouco irritado.

-- Eu já sei! – disse eu fingindo menos entusiasmo do que eu realmente tinha – Nico, alguns anos atrás, quando fomos naquela missão, sua madrasta nos deu algo para nos guiar em nossa busca...

-- ... a flor de Perséfone! – disse Nico mais animado – ela pode nos guiar.

-- Mas a flor morreu quando pegamos Iápeto e Ethan na caverna de Melinoe. – eu disse desanimada. E vi Nico compartilhar de minha expressão derrotada.

-- Podemos usar o mesmo tipo de magia em outro artefato – disse Quíron – Só precisaremos de alguém do chalé de Hécate e de algo que possa ser usado como guia.

-- Isso aqui pode servir – disse Nico erguendo uma corrente de prata com um pingente de caveira combinando com seu anel. Nunca havia notado que ele o tinha porque sempre o usava embaixo da camisa e do casaco – talvez ele possa ser o artefato.

-- Otimo – disse Quíron – Mandarei chamar Zoey Purply, filha de Hécate para lançar a mágica.

Não demorou muito e Zoey chegou. Ela vestia um vestido longo e lilás seus cabelos castanho-claro formavam um coque no topo de sua cabeça. Seus olhos eram também castanhos e ela emanava uma aura mágica e hipnotizante. Olhei para Nico e ele olhava para ela com interesse e meu ódio cresceu então falei com fúria:

-- Você poderia terminar logo com isso?

Todos os olhares se voltaram pra mim de forma acusadora, inclusive o de Nico e senti meu ódio aumentar. Zoey continuou a murmurar coisas em grego antigo, as quais eu entendia mas não prestava atenção. Uma névoa roxa a envolvia fazendo-a parecer mais mágica e a mim mais irritada. Quando ela terminou, entregou a Nico o colar e o olhou sugestivamente, quase flertando.

-- Então tchau – disse eu me metendo entre ela e Nico e cruzando meus braços  – obrigada – disse a palavra com o maior desprezo que consegui. Apertei sua mão e ela soltou um gritinho:

-- Ai, você me deu um choque! – Nico tentou se aproximar mas eu o vetei.

-- Desculpe – disse eu deixando claro que eu não realmente sentia muito – foi sem querer, eu não queria machucá-la. Eis uma das desvantagens de ser filha de ZEUS – e enfatizei o nome de meu pai para que ela soubesse que eu poderia torrá-la em apenas alguns segundos.

Zoey empalideceu à menção do nome de meu pai, se virou e saiu correndo.

-- Nossa, isso foi... intimidador – disse Nico e eu corei, não queria que ele me visse como uma valentona.

-- Desculpe – murmurei envergonhada.

-- Tudo bem – ele respondeu – só não entendi o porque desse ódio irracional pela garota – ele disse com um sorrisinho sarcástico que me dizia que ele sabia exatamente o motivo do meu ódio.

-- NÃO É IRRACIONAL – eu disse mais alto do que pretendia – ELA ESTAVA OBVIAMENTE DANDO EM CIM... Dando na cara que só queria atenção e não suporto pessoas assim. – disse eu tentando disfarçar.

-- Sei – ele disse ainda com aquele sorrisinho cretino no rosto e percebi o quanto ele havia mudado e se tornado confiante, não que isso fizesse minha estranha obsessão por ele diminuir em nada.

-- Grrrrrrrrrr – rosnei – vamos logo terminar com esse plano porque preciso ir arrumar a mochila.

Ele então continuou a olhar pra mim por mais alguns segundos, sorriu e voltou a olhar para Quíron, que observava tudo no canto da sala.

Decidimos que iríamos começar a busca no Canadá, não sei porque, mas seria o melhor lugar para buscar o que procurávamos, seja lá o que fosse.

Fui para a minha cabine e comecei a colocar as coisas em minha mochila o mais rápido que pude. Camisas, casacos, alguns dólares canadenses e dracmas de ouro, coloquei no pulso meu bracelete/escudo Aegis e me deitei na cama. Podia escutar os gritinhos enojados das outras caçadoras na porta de meu chalé ao saber que eu iria viajar sozinha com um menino, mas eu mal podia esperar para sair da companhia daquelas meninas. Por fim me deixaram sozinha e eu pude finalmente relaxar e até deixar cair algumas lágrimas que logo se tornaram mananciais. Essa viagem com Nico seria mais difícil do que eu esperava.

De repente ouvi sons de passos e levantei a cabeça. Era Nico. Minha frequência cardíaca acelerou e desacelerou ao mesmo tempo e eu percebi que ainda estava chorando. Afastei as lágrimas do rosto com as mãos e lembrei que estava com minha habitual maquiagem preta então meu rosto provavelmente estaria todo manchado mas não me importava.

-- Tudo bem? – ele disse hesitante.

-- Ah, claro. Eu já estou pronta. Podemos ir.

-- Você tá chorando. – não foi uma pergunta.

-- Eu estou – eu afirmei.

-- Quer falar sobre isso? – ele perguntou

-- Eu não falo sobre “isso” – disse eu fazendo sinais de aspas com os dedos - Eu mantenho esses sentimentos dentro de mim até minha alma ser consumida... Ou até eu acidentalmente fulminar alguém.

Ele sorriu.

-- Ok, então podemos ir, mas antes... – ele levantou a corrente de prata – acho que seria mais seguro se ficasse com você, eu não saberia nos guiar sobre a terra, sou acostumado com viagem nas sombras.

Eu tentei segurar o colar mas ele moveu o dedo indicador em círculos fazendo menção para que eu me virasse, e eu obedeci como se estivesse hipnotizada. Puxei os meus cabelos para frente e ele colocou os braços ao redor do meu pescoço para colocar a corrente mas antes ele aproximou os lábios da minha nuca e expirou e a parte morta que havia dentro de mim se remexeu, como uma múmia perturbada em seu sarcófago. Tentei parecer o menos tensa possível. Ele colocou a corrente em mim, senti seus dedos frios tocarem a minha pele e minhas pernas fraquejaram, depois segurou meus ombros e me virou. Ficamos nos encarando por alguns segundos e eu me senti atordoada. Ficar ali tão perto me deixava nervosa, eu queria me aproximar e tocá-lo de novo mas não poderia correr o risco. Era estranho que as nossas idades disfuncionais não influenciavam em nada nessa nova necessidade que eu tinha de estar perto de Nico.

Finalmente depois de algum tempo de puro sonho e pesadelo ali perto dele, ouvi um pigarro à porta. Nos separamos quase imediatamente apesar de não estarmos nos tocando. Era Percy e Annabeth prontos para a despedida. Andamos até o topo da montanha onde ficava o pinheiro que protegia o acampamento utilizando como força a magia do velocino de ouro mas que um dia usara a minha força vital, ou mortal, como forma de reforçar as barreiras de proteção do acampamento. Peleu, o dragão que guardava o acampamento tirava uma soneca embaixo do pinheiro e Argos esperava por nós atento com seus incontáveis olhos dentro da van do acampamento.

Nico e eu nos despedimos de nossos amigos e de Quíron, nos olhamos e entramos no carro, rumo a uma busca ao desconhecido que poderia levar à destruição de toda a América.


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