Minha Amiga Imaginária escrita por Clara Ferler


Capítulo 4
A Britânica e o Loiro Cozinheiro


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, mil desculpas pela demora, esse capítulo ficou meio pequeno, mas eu não tive muito tempo nesse dias. Prometo atualizar o mais rápido possível.
Mudei a capa de novo, eu sei. Não liguem, eu só achei que ia ficar melhor essa.
Bjs, bom capítulo!
P.S. Queria agradecer á Miaka Urameshi pela maravilhosa recomendação, obrigada linda!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/329826/chapter/4

-Eu já disse que não sei cozinhar. – Repeti olhando para o balcão da cozinha onde a ruiva estava sentada á minha frente.

-Não sei como você consegue viver desse jeito. Eu estou morrendo de fome – Choramingou.

-Você acabou de comer. – Acrescentei.

-Eu tomei o sorvete faz meia hora. – Berrou. Não sei bem se era ela berrando ou se era o estomago.

-Eu estou falando do espaguete que você comeu há cinco minutos. – Falei olhando para o relógio no meu pulso.

-Olha! Você sabe ver as horas. – Disse ironicamente. – Pelo menos isso. Nunca vi alguém não saber cozinhar. – Reclamou.

-Ah é? – Peguei dois ovos em cima da pia, a frigideira que estava no fogão, 500 gramas de farinha, o presunto e o queijo. Coloquei em cima do balcão, deixando-os entregue á ela. – Muito bem sabichona, então faz aí um croissant.

Ela me olhou com aquele olhar disfarçado, de uma pessoa que tinha absoluta certeza de que estava certa.

-Eu tenho 14 anos! – Justificou.

-E daí? – Indaguei.

-E daí que... Não sei fazer muitas coisas. Você tem 17, certo? – Afirmei com a cabeça – Então como não sabe cozinhar?

-Não tenho culpa se não sei fazer essa comida esquisita que você come.

-Croissant é super famoso.

-Quase não tem esse treco aqui. – Acrescentei. Desta vez eu estava com a total razão.

Ela pareceu pensar por um momento, não entendi ao certo o porquê. O que eu falei para ela ter que pensar tanto assim?

-Em que cidade eu estou mesmo? – Pegou a limonada em cima do balcão e começou a beber.

-Manhattan, ruiva. Estados Unidos. – Revirei os olhos um segundo antes dela cuspir toda a limonada para fora da boca, e eu, em um movimento rápido, me esquivando para o lado esquerdo. – Uou! Está maluca? – Gritei.

-Manhattan. Mas que droga! – Limpou com as costas da mão, o canto da boca cheio de baba e limonada cuspida.

-Do que você está falando? Você não esperava que estivesse na China, não é? – Franzi o cenho, minha expressão era de “Para de ser idiota, garota”, mas para ser sincero eu estava pensando: “Por que a surpresa?”.

-Não. Eu só esperava que ele me mandasse para um lugar mais descente.

-Ah tá. – Não entendi muito bem a sua explicação, mas deduzi de que Jason havia lhe dado a “maravilhosa notícia” de que teria que passar as férias comigo e ela, sendo chata e melequenta, não quis nem ouvir para que cidade ia.

Parei para pensar. Não que eu estivesse curioso para saber de onde ela vinha, mas... Que mal custava puxar papo? Talvez assim ela calasse a boca e esquecia de que estava com fome.

-Você não é britânica, é? – Perguntei nem se quer dando a mínima para a minha clara expressão de que eu odeio a Inglaterra.

-Não. Quer- Quer dizer...

-Então de onde você é? – Tentei ajuda-la a completar a frase.

-Eu sou Britânica mesmo.

-Ah. – Um gosto amargo dominou a minha boca. – De que lugar da Inglaterra você é?

-Hm...

-Ai não! Não me vá dizer que é de Londres.

-Eu sou de Londres – Abriu os braços em um gesto de “fazer o quê?!”.

-Aff, eu mereço. – Suspirei.

- O que você tem contra Londres?

-Além do clima lá ser péssimo, só chover, chover e chover... Só tem gente ridícula, se acham muito.

Observei sua expressão, me parecia de que ela só estava curiosa em saber o motivo, mas não pareceu nem um pouco ofendida com o meu comentário, talvez seja por que ela já tinha falado mal dos Estados Unidos.

-Você podia ter ficado com sua mãe lá. Ao invés de vir pra cá. – Falei. – Por que sua mãe não pôde ficar com você?

-Ela... Não mora em Londres.

-Mora a onde?

-Por aí... – Respondeu, com uma expressão que podia dizer-se que tentava mudar de assunto.

-Por aí? – Juntei as sobrancelhas.

-É. Por aí! – Concluiu. Soltei um risinho abafado e curto. – Mas e você? – Perguntou.

-O que tenho eu?

-Por que ao invés de ter que me aturar durante as férias, não está se divertindo? Ou melhor, por que não tem ninguém aqui nesta casa a não ser você?

-Meu pai está se divertindo por mim, e o tal de Jason está com ele em uma praia, por isso eu estou sozinho. E você viria aqui de qualquer jeito, mesmo se eu estivesse com o meu pai.

-Tá, que seja. Mas e a sua mãe? – Indagou. Desviei os olhos da minha limonada e me concentrei nela.

-Minha mãe?

-É. Sua mãe. – No momento em que percebeu que eu não respondia de propósito, ela tampou a boa com a mão. – Ai meu Deus! – O risinho no rosto dela ficava maior a cada instante. – Seu pai é gay? – A gargalhada ecoou pela cozinha.

Revirei os olhos e me virei, abrindo a porta da geladeira e guardando a jarra de limonada lá dentro.

-Ok, ok. Parei! – Rendeu-se.

Nesse momento, eu gostaria muito de dizer que ficamos em silêncio, mas quando se tratava da... Droga, esqueci o nome dela de novo. Em fim, quando se tratava da ruiva... Não existia silêncio!

Pena que toda aquela tagarelice dela, seria a coisa menos cansativa, irritante e torturante que eu passaria durante aquele dia. Eu nem fazia ideia do que ela estava tramando...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O capítulo anterior, conforme a história for passando, vocês vão entender que foi um capítulo muito importante para o andamento da fic. Bjs, até o próximo! :D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Minha Amiga Imaginária" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.