Missão A Dois escrita por Sarah Colins


Capítulo 6
Capítulo 5 – Visita


Notas iniciais do capítulo

Oi amigos! Tudo bem? ^^
Postando um pouco mais tarde do que de costume porque hoje passei o dia na casa da minha vó *-* Bom demais! rs
Espero que gostem do capítulo, boa leitura ;)



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– Annabeth – disse o deus dos mares assim que me viu entrar. Ele sorria amigavelmente apesar da minha evidente cara de espanto por encontrá-lo ali – Que prazer revê-la!

Poseidon estendeu a mão para me cumprimentar. Demorei mais do que normal para conseguir retribuir. Meu cérebro ainda processava a informação de que o pai de Percy estava em nosso apartamento. Não tinha ideia do que ele estava fazendo ali. Mas tinha certeza que só podia significar uma coisa: encrenca! Se Percy havia tentado devolver Bessie ao olimpo, como ele havia dito, com certeza as coisas não deram muito certo. Afinal só algo muito ruim poderia fazer com que o Rei dos oceanos largasse seu posto para vir até aqui. Tentei forçar um sorriso enquanto apertava a mão dele. Provavelmente os deuses deviam ser muito bons em disfarçar o seu real estado de espírito. Pela expressão de Poseidon ele parecia estar ali apenas para nos fazer uma visita e tomar um chá com biscoitos. Obviamente eu não teria essa sorte. Já me preparava psicologicamente para a bomba que estava por vir.

– Ei amor – disse Percy enquanto vinha em minha direção. Ele me deu um beijo casto nos lábios e segurou minha mão, me fazendo acompanha-lo até o sofá. Aparentemente eu ficara estagnada na porta desde que vira nosso ilustre convidado – Como foi o trabalho?

– Bem? – respondi com uma interrogação no final. Não entendia porque ele estava me perguntando sobre meu dia. Eu imaginava que havia coisas muito mais importantes a serem discutidas no momento. Como o porquê de seu pai estar na nossa sala de estar!

Percy continuou me guiando e até teve que me dar um “empurrãozinho” para que eu me sentasse no sofá. Poseidon que havia se levantado para me cumprimentar voltou a se sentar no sofá ao meu lado. Como não sobrou mais nenhum lugar disponível, Percy teve que se sentar na pequena mesinha de centro. Por alguns longos e constrangedores segundos ficamos os três em silêncio. Eu não sabia o que dizer. Queria perguntar o que estava havendo logo de uma vez, mas como faria isso de uma forma não tão apavorada? E os dois pareciam não saber como retomar o assunto que eu provavelmente havia interrompido. Dois pares de olhos verdes idênticos me fitavam apreensivos. Talvez se eu os deixasse a sós novamente seria melhor. Depois eu só teria que fazer com que Percy me contasse tudo. É, essa era realmente uma boa opção. Então sem mais delongas eu me levantei.

– Se me dão licença – já fui me encaminhando em direção ao quarto – Tive um cansativo dia no trabalho e preciso de um banho. Mas podem continuar a conversa sem mim, eu volto logo.

Sem dar tempo para que nenhum deles tentasse me impedir, eu entrei no quarto e tranquei a porta atrás de mim. Ufa! Ao menos por hora eu estava livre. Apesar de morrer de curiosidade para saber o que estava havendo, eu preferia deixar Percy se resolver com seu pai sozinho. E de qualquer forma, cedo ou tarde eu teria que voltar para lá, nem que fosse só para me despedir. Será que Poseidon iria jantar aqui conosco? Oh meus deuses, o que é que um deus come? Já começava a ficar nervosa de novo, então resolvi ir em direção ao banheiro e entrar de uma vez em baixo da ducha quente.

Cerca de vinte minutos depois eu estava pronta. De banho tomado, com roupa limpa e me sentindo bem mais confiante para encarar meu sogro. Normalmente eu já colocava um pijama, com o qual jantava e ficava vendo tevê com Percy até a hora de dormir. Mas é claro que dessa vez eu coloquei uma das melhores roupas que eu tinha. Calcei uma sandália baixa e sai do quarto. Os dois continuavam lá na sala e dessa vez estavam tão absortos na conversa que não notaram a minha presença e continuaram falando. Apenas quando eu passei ao lado deles, indo rumo a cozinha, é que me viram.

– Vou preparar o jantar, o que vão querer? – perguntei bem diretamente, para já arrumar uma desculpa para sair dali. Vi um sorriso aparecer no rosto dos dois. Não entendi onde estava a graça.

– Ahhh, nós já jantamos, querida – novamente eu ficava impressionada com a calma e tranquilidade contidas nas palavras do deus grego – Percy me levou a um restaurante muito bom aqui em Manhattan. Nada de frutos do mar é claro – certo agora eu sabia de onde Percy herdara o seu sendo de humor! - Mas obrigado.

– Tudo bem – respondi me sentindo imensamente aliviada. Não seria hoje que eu teria o privilégio de cozinhar para um deus – Se precisarem de algo estarei na cozinha.

– Annie espere – me chamou Percy antes que eu me virasse – Meu pai já está de saída, mas antes precisamos te contar o que houve – Droga! Achei que ele iria esperar estarmos a sós para me contar. Mas seja lá o que fosse, ele parecia precisar da presença do pai para me dizer.

– Ok, sou toda ouvidos – disse cautelosa enquanto me aproximava dos dois e voltava a me sentar no sofá.

– Como você já deve estar imaginando, eu tentei devolver Bessie ao Olimpo e não tive muito sucesso – ele deu uma olhada insegura para Poseidon que com um aceno de cabeça o incentivou a continuar – Parece que eles estavam bem felizes em ter se livrado do “fardo” que era abrigar o Ofiotauro. Logo, é obvio que não a quiseram de volta. Mesmo com meu pai tentando ajudar, não conseguimos convencer a maioria a aceitar. Isso quer dizer que tenho um novo problema. Já que sou o responsável, devo arranjar um novo lugar seguro para a criatura. Poseidon acha que ela estaria bem no Aquário, até me ofereceu alguns membros de sua guarda para ajudar na segurança. Mas acho que é muito arriscado. Seria colocar mais seres em risco... Bom, basicamente é isso. Não sei o que fazer.

– Então o que você precisa é de um novo lar para Bessie? – perguntei ainda na dúvida – É só isso?

– É... Você acha pouco? – ele coçava a cabeça, pensativo – Ou vai me dizer que em apenas alguns segundos conseguiu achar uma solução para o problema que estamos a horas tentando resolver?

– Bom, eu não colocaria dessa forma, mas... – tentei não dar muita ênfase àquilo, afinal eu ainda nem sabia se eles achariam minha ideia boa – Sim, eu sei de um lugar onde Bessie poderia ficar.

– Onde? – perguntaram Percy e Poseidon ao mesmo tempo.

– No acampamento meio-sangue – os dois me olharam confusos por um instante. Depois eles pareciam que tinham se dado conta de que aquela era a solução perfeita. Era tão óbvio que provavelmente nenhum deles tinha pensado na hipótese ainda – É um lugar completamente seguro e onde eu tenho certeza que Bessie será muito bem recebida.

– É perfeito! – exclamou Percy sorridente. Ele então veio até mim e me abraçou calorosamente o que me fez ficar morta de vergonha. Afinal o pai dele estava ali nos assistindo – Você é um gênio, Annie! Mas como iremos levá-la do Aquário até o acampamento?

– Eu sei lá – respondi depois de conseguir me livrar dos braços dele – Acho que você terá que dar um jeito. Eu já dei a ideia do lugar onde levá-la – ergui as mãos na altura da cabeça tentando me safar da situação, mas era quase impossível resistir a cara de pidão que Percy estava fazendo naquele momento – Bem, você pode tirar ela do Aquário do mesmo jeito que a levou até lá. Aliás, eu esqueci de te perguntar ontem, como fez isso?

– Bom eu tive uma ajudinha – então ele olhou para pai com um sorriso forçado de “será que pode nos dar uma mãozinha de novo?”.

– Não Percy, dessa vez não posso te ajudar! – falou logo o deus dos mares, antes mesmo que o filho tivesse pedido qualquer coisa – Quando quis trazer ela para cá, achei que seria uma boa ideia, e tive o consentimento do olimpo para isso. Mas agora você é quem tem que limpar a própria bagunça. Concordo que o acampamento meio-sangue é um bom lugar para leva-la, mas terá que fazer isso sozinho.

– Mas não temos nem tempo para pensar numa coisa dessas agora – intervi na conversa para tentar defender o nosso lado. Afinal, tínhamos nossa vida para cuidar agora – Quero dizer, tem a faculdade e nossos empregos. Não podemos deixar tudo de lado para ir até o acampamento. Isso vai levar tempo e precisamos de no mínimo um bom planejamento. Não é todo dia que se tem que transportar um Ofiotauro para tão longe...

– Eu entendo, Annabeth – respondeu Poseidon, me olhando com afeto. Ele parecia estar começando a entender porque queríamos tanto tentar construir nossa vida juntos como pessoas comuns – Bom, o máximo que posso fazer por vocês garotos, é deixar dois de meus soldados ajudando a tomar conta de Bessie até o fim de semana. Vocês terão até sábado para arrumar um jeito de transportá-la. Sei que irão conseguir. Já cumpriram missões muito mais difíceis do que essa.

– Certo – concordou Percy, antes que Poseidon tivesse chance de querer mudar de ideia – Acho que podemos nos virar com isso – Ele não parecia assim tão seguro. Estava pensativo. Provavelmente calculando os riscos daquela missão.

– Vocês vão se sair bem – afirmou o deus com convicção – Só lhes aconselho a mandar uma mensagem a Quíron antes de aparecer por lá com esse presentinho – ele ria da própria piadinha que havia acabado de fazer. Deuses, não havia como duvidar que era pai de Percy – Bom garotos, agora o dever me chama. Foi bom poder revê-los. Espero que esteja dando tudo certo pra vocês por aqui. Apesar de eu não ter apoiado a princípio, só o que quero é vê-los felizes!

E o deus dos mares desapareceu diante de nossos olhos sem que pudéssemos nos despedir. Não sabia se ficava aliviada por ele ter ido embora e eu não ter mais que “fazer sala” para nenhuma visita, ou se ficava preocupada com o fato de termos que arrumar um jeito de transportar um Ofiotauro em poucos dias. Talvez a solução que eu sugerira não fosse assim tão boa afinal. Percy, assim como eu, estava pensativo. Ele ainda olhava para o lugar onde alguns segundos atrás seu pai estivera. Eu nem precisava perguntar para saber o que estava havendo com ele. Apesar de Poseidon ter sido compreensivo e amigável quanto à história de Bessie, eu tinha certeza que Percy estava sentindo que o decepcionara. Eu não podia dizer ao certo se ele tinha razão nisso, mas imagino que ele deva conhecer o pai um pouco melhor do que eu. Então sem dizer nada eu me aproximei dele e o abracei pelas costas.

– Vai ficar tudo bem, você vai ver – tentei animá-lo – Nós vamos arrumar um jeito de resolver isso. Não se preocupe.

– Sim eu sei – respondeu ele passando as mãos pelos meus braços – E mais uma vez tenho que te agradecer. Eu ainda estaria pensando onde levar Bessie, se não fosse por você.

– É, talvez... Mas a minha ideia não foi assim tão boa. Ainda temos muito o que pensar para que esse plano dê certo e estejamos enfim livres do problema.

– Problema que não existiria se eu fosse um pouquinho mais inteligente. Se eu não tivesse inventado de trazer Bessie para cá, não estaríamos tendo que nos preocupar com isso agora. Muito bem Percy, como sempre arranjando confusão. Como se já não tivéssemos muito com o que nos preocupar – ele batia palmas para si mesmo. Mas não estava rindo, eu muito menos.

– Ok, já chega! – segurei as mãos dele para que parasse com aquilo e então o fiz virar de frente para mim – Achei que já tínhamos superado essa coisa de “auto depreciação”. Será que eu terei fazer todo aquele discurso de novo para você entender o quanto vale?

– Não. Eu sei o que vai dizer. E eu entendo. Entendo que pra você é fácil ver as minhas qualidades antes dos meus defeitos, porque você me ama – ele me encarava com um olhar sério – Você sempre vai tentar amenizar meus erros e encontrar um jeito de me por pra cima. E não estou dizendo que não deva fazer isso, de certa forma faz com que eu me sinta bem. Mas não muda o fato de que eu meti os pés pelas mãos e que ainda envolvi você na bagunça toda. Eu não estou me auto depreciando como você diz, estou apenas vendo os fatos. Agradeço a sua ajuda por tentar me fazer ver o melhor em mim sempre. Mas acho que agora eu preciso é ver a parte ruim e tentar melhorá-la. Tenho que resolver isso, e vou fazê-lo.

– Está bem. Você tem razão. E sabe do que mais? Acho que já está melhorando – eu sorri de forma singela enquanto passava as mãos pelas suas costas – Mas não ouse recusar minha ajuda, ou vou te colocar para dormir no sofá! Vou com você até o acampamento meio-sangue levar Bessie e ponto final.

– Sim senhora – respondeu ele sem conseguir segurar o riso. Logo senti suas mãos descerem da minha cintura até meu quadril. Ele então me puxou para junto de seu corpo e começou a me beijar fervorosamente. Quase me deixei levar e esqueci o que eu estava indo fazer na cozinha minutos atrás.

– Também estava com saudades – disse ao me afastar dele e com isso interromper o beijo no meio – Mas agora eu preciso mesmo comer. Não sai para jantar fora com meu pai como você, lembra?

– Hmmm, ok – aceitou ele um pouco contrariado – Vou deixar você jantar em paz. Enquanto isso, vou tomar um banho.

Percy me deu mais um beijo longo antes de se afastar e me deixar seguir até a cozinha. Eu fui diretamente até a geladeira e peguei um dos pratos congelados que estavam no congelador. Eu não estava com paciência para preparar nada, então aquilo iria servir. Abri a embalagem e a coloquei no micro-ondas. Programei o tempo indicado e liguei o aparelho. Enquanto esperava ficar pronto percebi que Percy havia saído do quarto novamente e vinha em direção a cozinha. Ele parou a porta e ficou me observando um momento.

– Esqueceu alguma coisa? – perguntei arqueando as sobrancelhas.

– Não. Quer dizer, sim – ele estava um pouco confuso com as palavras. Devia estar nervoso, ou envergonhado - Esqueci de te perguntar uma coisa. O que é que vamos fazer na sexta a noite? Estou imaginando quem é que poderia ter feito um convite assim tão irrecusável para você... – era impressão minha ou havia um vestígio de ciúmes em sua voz?

– Ahhh, então você ouviu a mensagem que deixei no seu celular? – resolvi virar o jogo. Não que eu tivesse algum problema em contar para ele sobre meus novos amigos da faculdade. Mas era divertido tentar constrange-lo um pouco também.

– É... Sua mensagem? Sim, é... Claro, ouvi sim – ele gaguejou tanto que eu tive que fazer força para não rir – Não tive tempo de retornar suas ligações, amor, me desculpe. Você sabe com todo esse rolo da Bessie, eu fiquei ocupado o dia todo. Não deu tempo de parar nem para te ligar...

– Está bem – o interrompi antes que continuasse a se desculpar – Eu entendo, não tem problema. E quanto ao convite, foram uns amigos da faculdade que me chamaram. Eles irão tocar sexta em um barzinho e querem que eu vá vê-los.

– Amigos da faculdade é? – ponderou ele levando a mão ao queixo – Não sabia que já tinha feito amigos assim tão rápido. Será que não vai ter problema de você levar um desconhecido como eu?

– Pode parando, Percy! – o repreendi – Sam e Tasha são super legais, e eles já sabem que eu moro com você. Então é lógico que eles já imaginam que eu vou leva-lo comigo. Mas se você fizer questão eu posso perguntar para eles amanhã na aula.

– Não, tudo bem. Não precisa. Se você está dizendo que não vai ter problema, eu acredito – ele havia encostado na soleira da porta e me observou tirar o prato do micro-ondas quando o mesmo apitou – Mas me conta mais sobre esses seus novos amigos...

– Percy – eu o encarei franzindo a testa enquanto colocava meu prato sobre a bancada e pegava talheres na gaveta – Você não estava indo tomar banho ou algo assim?

– Ahhh sim, verdade – disse ele completamente constrangido. Sua tolha ainda estava pendurada em seu ombro e ele não teve outra alternativa se não sair e me deixar comer em paz – Logo eu volto para você continuar o que estava me contando.

– Eu não estava te contando nada... – falei, mas ele já estava indo em direção ao quarto. Pelo jeito eu não iria me livrar da sua insistente e irritante investigação sobre meus amigos.

Dei um suspiro alto e voltei a atenção para o meu prato, já não mais congelado, que estava com uma cara ótima. Comi tudo em apenas alguns minutos. Estava faminta. E acho que toda a apreensão por receber Poseidon na minha casa havia me deixado com mais fome ainda. Levei meu prato até a pia e lavei a louça que estava ali. Além do meu prato e dos talheres havia apenas mais alguns copos e canecas que havíamos usado no café da manhã. Era triste saber que usávamos aquela cozinha tão pouco. Por isso nos fins de semana eu procurava sempre tentar fazer um almoço mais elaborado para usar o fogão e todas as coisas que havíamos comprado para equipar a cozinha. Mas naquele fim de semana especificamente não teríamos tempo para isso. Tínhamos que levar Bessie em segurança para o acampamento. De certa forma isso seria bom, pois iriamos rever nossos amigos que ainda moravam lá. Mas até lá ainda havia metade de semana e muita coisa poderia acontecer. Eu só esperava que Percy parasse com aquela história de querer saber sobre minhas amizades da faculdade, e que nós chegássemos até sexta pelo menos, sem mais nenhum contratempo.


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Notas finais do capítulo

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beijos ;*
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