Missão A Dois escrita por Sarah Colins


Capítulo 47
Capítulo 46 - Duelo


Notas iniciais do capítulo

Olá amigos, tudo bem? ^^
Capítulo novo pra vcs! Com muita ação e emoção :)
Aproveito para deixar um FELIZ ANO NOVO a todos!! Espero que passem uma ótima virada, em um lugar incrível, rodeado de pessoas especiais, e com muita festa! E pra quem for beber, só peço que o façam com responsabilidade ;)
Até 2014 amores *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/329694/chapter/47

Ponto de vista de Annabeth

Durante o todo o tempo em que estive presa eu fiquei me perguntando: Como eu pude ser tão idiota? Como pude me deixar levar pela conversa de Dean? E o pior, como pude me deixar ser capturada por ele? Argh, eu realmente merecia estar confinada naquela cela, com as mãos amarradas as costas e com aquela mordaça em minha boca. Era um preço justo a pagar pela minha estupidez! Mas na verdade o que mais me preocupava não era exatamente a condição em que eu estava. Estava preocupada com Percy e como ele ficaria ao perceber que eu havia sumido. Me lembro exatamente como foi quando ele desapareceu e eu fiquei sem saber nada dele por meses. Foi horrível, a pior época da minha vida, com certeza! Não desejava isso para ninguém, muito menos para ele. Queria de alguma forma mandar um sinal a ele. Queria que soubesse que estava bem, que estava viva. Mas minha cabeça estava conturbada demais para conseguir bolar algum plano.

Não havia visto Caroline em momento algum desde que alguém me colocou naquela cela. Mas eu sabia que ela estava envolvida de alguma forma naquela história. Eu devia ter chegado lá ainda desacordada, nem mesmo o trajeto até ali eu pude ver. O cômodo era tão escuro que eu nem podia tentar identificar onde estava. Ouvia apenas alguns barulhos de pessoas conversando no cômodo vizinho. Cerca de duas horas depois que eu recobrei a consciência, uma pessoa entrou através de uma porta à minha direita. Não consegui reconhecer quem era, a luz que entrou pela porta era muito escassa. Perguntei quem estava ali e o que iriam fazer comigo, mas foi inútil. A pessoa não disse uma só palavra. Apenas deixou um saco de papel dentro da cela e tirou uma foto minha com uma máquina digital. O flash me ardeu os olhos e deixou ainda mais difícil de se enxergar. Assim a pessoa misteriosa foi embora me deixando novamente sozinha na minha prisão.

Hesitei em pegar o saco de papel, mas comecei a sentir um cheiro tentador de comida vindo dele. Meu estômago me traiu e começou a roncar. Deixei então a fome falar mais alto e peguei o sanduiche que havia lá e o comi. Se fosse para me matarem envenenada acho que já teriam feito isso, ou então fariam de uma forma mais gloriosa. Será que aquilo seria pretensão demais da minha parte? Não acreditar que eu poderia ser morta de uma forma simples. Bom, uma das coisas que tinha ao meu favor era minha capacidade de raciocínio lógico e rápido. Mas nem precisava de tudo isso para entender que se Dean havia me raptado e me prendido, ele tinha planos mais sórdidos para mim. Talvez até pretendesse me matar no final, mas não faria isso sem mais nem menos. Meu instinto me dizia que um verdadeiro espetáculo estava por vir. E que eu seria uma das atrações principais...

***

Acordei sobressaltada depois de um sonho que só havia conseguido me deixar mais perturbada. Me xinguei mentalmente por me deixar adormecer naquela cela terrível, ficando tão vulnerável. Em seguida procurei alguma coisa para fazer com as mãos, algo para me manter acordada. Enquanto eu rasgava e dobrava o saco de papel que envolvera meu lanche, comecei a me lembrar de detalhes do sonho que acabara de ter. Eu vira Percy em nosso apartamento em Nova York. Ele estava com Clarisse e Chris. Eles conversavam mas eu não conseguia ouvir o que diziam. Aquilo era muito frustrante. Eles pareciam preocupados. Pareciam bolar algum plano ou coisa do tipo. Vi Percy fazer uma mala com ambrósia, néctar e alguns outros suprimentos. Ele estaria saindo em uma missão? O vi checar contracorrente no bolso e em seguida ele saiu. Os dois semideuses apenas disseram “boa sorte” pelo que consegui ler em seus lábios. Percy havia saído sozinho, mas pra onde fora?

No final do sonho, ao que parecia, o áudio havia sido ligado novamente. Acho que Morfeu estava tendo problemas no trabalho, não era possível. O sistema de som dos sonhos devia estar com defeito. Só o que consegui escutar foi Clarisse dizendo: “Ele é completamente maluco, está indo de encontro a própria morte!”, e então Chris rebateu: “Eu já te disse para não subestimar Percy, Clar. Ele sabe o que está fazendo”. Clarisse entortou o nariz e respondeu: “Espero que saiba mesmo!”. Chris: “Além do mais, nós não iremos exatamente deixa-lo desamparado”. Clarisse: “Não?”. A semideusa parecia empolgada com a afirmação do namorado. Pena que eu não consegui saber o que eles fariam a seguir. O sonho terminou bem nessa parte. Pelo menos dava para entender que meus amigos não pretendiam deixar Percy ir “de encontro a própria morte” sozinho. E eu sabia que tudo aquilo tinha a ver com Dean. Ele já devia ter contatado Percy e lhe feito alguma proposta me usando como chantagem. Não precisava ser nenhum gênio para descobrir isso.

Meus olhos já haviam se acostumado com a escuridão depois de tanto tempo naquela penumbra constante. Comecei a reparar em detalhes no quarto onde eu estava. Havia uma penteadeira com um espelho enorme. Em volta dele haviam várias lâmpadas. Era como aqueles que vemos na tevê nos camarins de shows ou coisa do tipo. Eu tinha visto muitos daqueles na agência de modelos. Será que eu estava na agência? Não, não podia ser. Dean não conhecia aquele lugar. Ele nem sabia que eu havia trabalhado de modelo algum dia. Mas eu devia estar em algum lugar que precisasse de um camarim. Algum estúdio de tevê? Ou então alguma arena de shows ou de esportes? Bom, de qualquer forma aquilo não me ajudava muito. Havia pelo menos uma centena de lugares desse tipo em Manhattan. Se é que eu ainda estava em Nova York, aliás. Nem mesmo sabia quanto tempo eu ficara apagada.

Depois do que pareceu uma eternidade, alguém novamente adentrou o cômodo. Dessa vez uma luz mais forte entrou junto com a pessoa. Mas ela usava uma máscara que cobria praticamente 100% de seu rosto, então não consegui identificar quem era. Ela começou a abrir a grade de minha cela. Em seguida duas outras pessoas, também mascaradas entraram e ficaram ao lado da porta esperando. Minhas pernas começaram a tremer, eles certamente iriam me levar para algum lugar. Eu não fazia ideia de onde nem para que, mas não estava nenhum pouco curiosa pra descobrir. Me debati quando a pessoa que abriu a cela me puxou para que eu saísse. Ela me segurou pelos braços e depois teve que envolver minha cintura para que eu não escapasse. Um dos outros mascarados se aproximou de mim e colocou um pano sobre minha boca e nariz. Droga, eles estavam me sedando de novo. Não, eu não queria apagar novamente. Comecei a gritar e a espernear até que perdi os sentidos.

***

Voltei a despertar na arquibancada de uma imensa arena esportiva. Minhas mãos estavam amarradas, dessa vez na frente do corpo, e eu estava sentada em uma das cadeiras cativas do local. Ao meu lado direito um monstro de forma humanoide estava parado, como se montasse guarda. À minha esquerda, quase engasguei com a própria saliva quando o vi, estava Matthew Donavan. Ele mesmo, o mortal super dotado que sequestrara Dean anos atrás para poder testar seu experimento com criaturas mitológicas. Eu queria acreditar que estava vendo coisas, mas era ele mesmo. Então Matt estava ajudando Dean em seu plano maluco. Mas por que? Achei que depois de tudo que o mortal havia passado conosco, e principalmente depois do tempo que o deixamos confinado no acampamento, tivessem acabado com aquela obsessão doentia dele pelo universo dos deuses e semideuses.

– Boa tarde, Annabeth - falou Matt assim que percebeu que eu havia despertado e o olhava embasbacada - Vejo que não esperava me ver por aqui. Bom, não a culpo. Nem eu mesmo podia imaginar que Dean e eu voltaríamos a trabalhar juntos...

– Trabalhar juntos? Você o sequestrou. Queria usá-lo como cobaia em seu experimento e nós o salvamos - falei indignada - E agora ele se juntou a você para fazer não sei que diabos comigo. Vocês dois tem algum problema muito sério, deviam procurar tratamento!

– Não devo compactuar com as vítimas do plano maligno.

– O que?

– Nada não - ele soltou uma risada que parecia estar segurando a um tempo - É que eu ouvi isso num filme e sempre quis repetir.

Eu revirei os olhos e depois voltei a me sentar de frente para a quadra esportiva. Estava inconformada que Matt pudesse ficar fazendo piada daquele assunto. Ok, talvez Percy também estivesse fazendo piada da situação nesse exato momento, mas era diferente! Percy usava o bom humor como uma maneira de tentar ver o lado positivo em situações extremas. Agora Matt estava sendo sarcástico e perverso. Não tinha nada a ver com Percy. Ai, só de pensar nele me dava uma saudade tremenda. Eu queria que ele viesse me resgatar, claro que que queria. Mas ao mesmo tempo queria que ele ficasse o mais longe possível dali. Não queria que Dean e sua trupe do mal fizessem mal a ele. Infelizmente meu sonho havia me revelado que Percy estava mesmo indo “de encontro a própria morte”. Senti um calafrio na espinha e comecei a rezar para todos os deuses possíveis e imagináveis.

Minhas preces foram interrompidas quando Dean apareceu no centro da grande arena. Ele não disse nada, eu tampouco queria dirigir a palavra a ele. Apenas trocamos um olhar sério o profundo, cheio de várias promessas mortais. Em seguida o semideus começou a coordenar diversos dos monstros mutantes de Matt em algumas tarefas braçais. Eles traziam e levavam equipamentos e estruturas gigantes. Onde é que ele havia arrumado dinheiro para tudo aquilo? Não queria nem pensar. Aos poucos fui percebendo o que estava acontecendo. A arena de jogos estava se transformando em uma arena de combate com diversos obstáculos e armadilhas. Pra qualquer semideus era fácil saber que ali iria acontecer uma luta. E para mim era mais fácil ainda deduzir quem seriam os competidores. Por um breve momento me senti aliviada, Percy era mil vezes melhor que Dean quando se tratava de combate homem-a-homem. Minha alegria acabou quando percebi que toda aquela estrutura só serviria para deixar Percy em desvantagem e obviamente, favorecer Dean.

Depois que tudo estava montado, Dean começou a andar de um lado para o outro parecendo apreensivo. Algo não estava saindo como ele previra. Ouvi Matt perguntando a ele: “Ele está atrasado?”. Dean não respondeu, apenas lançou um olhar repreensivo para o humano e foi falar com um dos monstros humanoides, igual ao que montava guarda ao meu lado. Esses pareciam ser como soldados que serviam aos comandantes Matt e Dean. Não pareciam muito fortes nem muito espertos. Eu poderia dar cabo dele facilmente. O que talvez me possibilitasse uma fuga. No entanto eu ainda me sentia debilitada pelo sedativo que haviam me dado. Não estava me sentindo forte nem disposta para uma façanha daquela. Mas havia alguma coisa que eu poderia usar. Algo que sempre funcionava em momentos de desvantagem como aquele. Iria usar minha habilidade com as palavras para tentar mexer com a cabeça de Dean, e ao menos fazê-lo perder um pouco do foco.

– Eu aposto que ele não vem - falei em voz alta chamando a atenção de Dean imediatamente. Até Matt que estava ao meu lado se sobressaltou ao me ouvir.

– É mesmo? - respondeu o semideus que estava há vários metros de distância de mim - Se eu fosse você não teria tanta certeza disso.

– Ahhh mas você não o conhece tão bem quanto eu - continuei o meu discurso que estava começando um pouco sem sentido - Pode esperar sentado, pois Percy não virá!

– Fique tranquila, Annbeth - Dean não parecia tão seguro, mas tentou empregar convicção em sua voz - Percy virá. Ele sabe que esse é o único jeito de te manter viva - engoli em seco ao ouvir aquilo - Você tinha que ver a cara dele quando eu ameacei fazer algo com você. Parecia um garotinho amedrontado - debochou ele antes de dar uma gargalhada bem alta e exagerada - Chegava a ser patético! Mas como eu imaginava, você é o ponto fraco de Percy. Enquanto eu a tiver como minha prisioneira, não há nada que ele possa fazer senão obedecer a todas as minhas ordens. Por isso eu digo, fique tranquila, doce Annabeth, Percy não irá lhe deixar desamparada. Acredito até que ele morreria por você. Na verdade, estou contanto com isso...

E com uma risada maléfica ele me deu as costas e saiu da arena. O tiro havia saído pela culatra. Tentei jogar com o psicológico dele usando as palavras, mas era eu quem havia ficado abalada. Dean e sua total falta de compaixão não deixaram espaço para meus argumentos. Pelo contrário, mexeram com meus sentimento e minhas emoções, me deixando ainda mais atormentada. Percy estava sim a caminho. Dean sabia disso, eu sabia disso. E não havia nada que eu pudesse fazer para impedi-lo de prosseguir. Deixei meus ombros caírem em total sinal de derrota. Me sentia impotente por não conseguir me libertar sozinha. Com o passar do tempo eu esperava sentir os sedativos deixando de fazer efeito, mas parecia que eles ficavam mais fortes a cada minuto. Foi quando percebi uma pequena mangueira presa ao meu braço direito. Então era isso, eles ainda estavam me dopando, aos poucos para que eu não percebesse, mas o suficiente para me deixar impossibilitada de fugir.

Enquanto pensava num jeito de me livrar daquela estúpida mangueira, as luzes da arena se apagaram. A arquibancada toda ficou num breu total. Apenas a quadra com as estruturas montadas por Dean seguia iluminada por um facho de luz que se projetada sobre uma porta em um dos cantos do imenso retângulo. E então, o que eu mais temia aconteceu. A porta se abriu e Percy adentrou o ressinto. Ele olhou em volta mas parecia não enxergar nada. Claro, porque a única fonte de luz no momento estava apontada bem em sua direção. Antes que eu pensasse em gritar algo para ele, Matt colocou uma fita adesiva sobre minha boca. O que só meu deixou mais irritada e nervosa. Percy deu alguns passos incertos pra frente. Colocando a mão sobre os olhos para tampar a intensa luz que o iluminava. Em seguida a iluminação na quadra se tornou mais uniforme quando Dean surgiu por um outra porta, oposta à que Percy havia acabado de entrar.

Os dois semideuses pararam de andar e se encararam por alguns segundos. Percy estava longe, mas consegui sentir o ódio em seus olhos e toda a tensão que emanava dele. Sabia que ele queria atacar Dean naquele momento e acabar com a raça do garoto. Acredite, eu não acharia uma má ideia. Mas assim como Percy eu sentia que tinha que ser cautelosa. Tínhamos que ser cautelosos em relação a Dean. Ele com certeza já não era o semideus novato, frágil e inexperiente que resgatáramos anos atrás. Dean voltou a andar em direção a Percy que colocou a mão no bolso para sacar contracorrente assim que fosse preciso. Dean reparou nesse pequeno gesto e sorriu voltando a encarar Percy. Ele só parou de prosseguir quando chegou ao meio da quadra. Fez um sinal para alguém que devia estar oculto na parte não iluminada da arena. Eu sabia que o combate iria começar a qualquer momento.

– Seja muito bem vindo, Percy - falou o filho de Deméter pausadamente - Serei breve nas explicações do que ocorrerá aqui essa noite. Não quero deixar o meu público esperando - ele fez um gesto em minha direção e no mesmo instante o local onde eu estava foi iluminado. Percy me olhou e eu só consegui me sentir ainda pior. Ver a dor dele me doía muito mais - Sendo assim, estamos aqui para um duelo - continuou Dean - Nós dois devemos lutar um contra o outro até a morte. O vencedor poderá ficar com Annabeth. Simples não é?

– Estive no tártaro e não me lembro de ter visto coisas tão repugnantes como você - falou Percy sem emoção na voz. Ele desprezava Dean tanto quanto eu. Não havia nada que justificasse aquela atitude insana do semideus - Mas se é assim que quer. Está bem, vamos lutar. Mas lembre-se de que foi você quem disse que iremos lutar até alguém morrer.

– Exatamente. E esse alguém será você, Jackson.

– Isso é o que vamos ver...

Eu quis gritar para que parassem. Quis tentar algum último apelo para impedir aquela luta. Não queria ver Percy tentando matar ninguém, e muito menos alguém tentando mata-lo. E definitivamente não queria ver ninguém morto. Nem mesmo Dean. Por mais que ele merecesse isso. Mas a fita em minha boca me impediu de ao menos tentar interferir. Resmunguei e tentei lançar um olhar suplicante a Matt. Ele nem sequer se moveu. Me olhou de esguelha e depois voltou a prestar atenção aos dois semideuses a nossa frente. Dean então deu um sinal e toda a estrutura que havia montada na quadra começou a se mexer. Os dois semideuses logo tiveram que tomar posições para que elas não os atingissem. Dean prontamente subiu em uma plataforma onde ficou fora do alcance das lanças e arpões que se moviam. Claro, ele devia saber exatamente o que fazer afinal ele montara toda aquela parafernália. Percy por outro lado estava tendo dificuldades para não ser perfurado ou esmagado pelas placas de metal que se moviam freneticamente ao seu redor.

No fim das contas, ambos eram semideuses, então ambos tinham reflexos privilegiados para aquele tipo de situação. Dean continuou levando vantagem durante a luta, obviamente, mas Percy começou a se dar um pouco melhor com os obstáculos. Em determinado ponto os dois entraram em um cilindro que rodava sem parar a uma velocidade alta. Não sei como eles conseguiram se manter em pé lá dentro e ainda atacar um ao outro com suas respectivas espadas. Foi nessa hora que Dean conseguiu ferir Percy pela primeira vez. Mas isso só ocorreu porque o cilindro deu uma parada brusca que Dean parecia já estar esperando. Então quando Percy caiu, ficou fácil para ele avançar e golpeá-lo. Felizmente meu namorado era um guerreiro excepcional e aproveitou a proximidade do adversário para também atacá-lo, dando-lhe uma rasteira. Os dois ficaram caídos um bom tempo sem conseguir levantar, até que Matt teve que dar algum sinal para que alguém parasse o tal cilindro. Aqueles monstros mutantes não eram assim tão inteligentes afinal.

Percy conseguiu diminuir cada vez mais a distância entre ele e o seu oponente. O que tirava bastante a vantagem que Dean tinha sobre o campo de batalha. Eu sabia o que ele pretendia. Queria enfrentar Dean em uma superfície estável, numa luta homem-a-homem. Ai sim, Percy conseguiria dar conta dele facilmente. O filho de Poseidon então encurralou o outro semideus que não teve outra escolha se não subir até um nível mais alto e atravessar uma espécie de ponte de madeira. Percy correu para alcançá-lo e logo eles estavam lutando sobre a estreita passarela que ligava dois pontos distantes da quadra. As espadas retiniam alto ao se encontrarem. Dean estava visivelmente menos confiante agora, ele olhava constantemente em volta, como se pedisse ajuda, alguma interferência que os seus “soldados” pudessem fazer de fora. No entanto parecia que aquele ponte não oferecia nenhum trunfo que pudesse colocar Dean novamente em vantagem. Naquele momento eram só os dois. Só o que poderia salvar Dean eram suas habilidades com a espada, que não eram lá essas coisas.

Uma coisa me deixou profundamente aliviada. Percy não tinha a intenção de matar Dean. Ou já o teria feito, pois tivera várias oportunidades para isso. Percy apenas estava tentando desarmá-lo e rendê-lo, o que dava um pouco mais de trabalho. Dean, mesmo que quisesse, não estava tendo grandes chances de matar, ou sequer ferir Percy. Pelo menos não teríamos um funeral ao final daquele combate. Pude respirar mais tranquilamente. Com Percy fora de perigo, temi que os monstros interferissem diretamente, caso percebessem que Dean estava perdendo. Por isso coloquei meu cérebro para funcionar para tentar escapar antes que a luta acabasse. Já havia conseguido soltar a mangueira dos sedativos do meu braço e com isso me sentia mais forte e com maior capacidade de concentração. Me empenhei em tentar afrouxar as cordas que amarravam minhas mãos.

Enquanto isso Percy conseguiu enfim desarmar Dean e colocar a espada rente a garganta do garoto. Como eu imaginava, os monstros “guardas” não ficaram parados vendo o seu “general” em apuros. Matt também percebeu que era hora de mudar para o plano B. Ele segurou meu braço com a intenção de me tirar dali, escapar ou algo do tipo. Mas ele não contava que eu já havia liberado minhas mãos. Com apenas uma cotovelada consegui apagar o mortal. O monstro que montava guarda ao meu lado tentou me deter, mas eu fugi correndo pela arquibancada. Percy ainda segurava a espada contra a garganta de Dean, mas percebeu que algo estava errado. O garoto sorria apesar de estar encurralado. Isso só poderia significar que os reforços estavam mesmo vindo. Não pensei em mais nada, apenas gritei:

– Percy, temos que dar o fora daqui agora!

Ele então recolheu a espada e empurrou Dean que caiu da ponte de madeira, ficando pendurado por apenas uma mão. Aquilo seria uma boa distração para os monstros que estavam vindo nos matar. Percy saiu correndo e encontrou uma passagem da quadra para a arquibancada. Não hesitei em ir correndo em sua direção e pular nos braços dele quando nos encontramos. Ah como eu havia sentido sua falta. Quase esqueci que estava no meio de uma fuga e fiquei lá abraçada com ele por vários minutos. O beijei rapidamente, só para matar a saudade. E depois saímos correndo procurando uma saída desesperadamente. Encontramos uma passagem que levava aos vestiários. Continuamos correndo por um longo corredor até perceber que estávamos indo para o lado errado. Um grupo de uns dez monstros soldados começou a vir daquela direção. Demos meia volta e fugimos. Mas outro grupo de monstros vinha da outra direção. Estávamos encurralados.

Saímos então pela única porta que havia no corredor. Por sorte ela dava para uma área externa da arena. Só ai eu pude perceber onde estávamos. Era o Madson Square Garden. Meus deuses, como Dean havia conseguido “invadir” o local daquela maneira? Havia uma grade baixa há alguns metros à frente, mas não tivemos tempo de ir até ela e pular. Os monstros nos alcançaram e tivemos que lutar contra eles. Eram muitos e logo estávamos cercados. Não eram as criaturas mais fortes nem mais habilidosas que já enfrentamos, mas estavam em boa vantagem numérica, o que me fazia temer que eles conseguissem nos vencer. Por sorte o sonho que eu tivera mais cedo era verdade. Nossos amigos não pensavam deixar Percy ir de encontro a morte sozinho. Eles estavam ali fora, prontos para entrar em ação quando precisássemos. E naquele momento estávamos mesmo precisando muito. Clarisse e Chris pegaram vários monstros desprevenidos atacando por trás.

Depois dessa interferência, foi fácil acabar com todos eles. Demos a volta pela grande construção, para ver se não havia mais monstros de guarda nas saídas. Depois chegamos à conclusão de que tínhamos que ir atrás de Dean e Matt. Os dois não podiam simplesmente escapar dessa assim sem mais nem menos. Eles tinham que pagar pelo que fizeram. Tinham que arcar com seus atos malucos de uma vez por todas. Os surpreendemos tentando fugir pelos fundos do local. Realmente não devia ter sobrado nenhum monstro para lhes servir de guarda, pois eles se entregaram sem nenhuma resistência. Os prendemos em uma sala para decidir o que faríamos com eles. Havia a opção de leva-los de volta ao acampamento e deixar Quíron cuidar deles. Mas isso não dera certo da última vez, nem para Matt nem para Dean. Foi Clarisse que sugeriu uma opção que a princípio pareceu errada e cruel, mas depois todos concordamos que era o melhor a fazer. Só assim os dois aprenderiam alguma coisa.

Arrumamos um taxi e levamos os dois garotos para a delegacia de polícia mais próxima. Tivemos que pedir ajuda a nossa amiga filha de Afrodite, Drew, para conseguir convencer os policiais de que aqueles dois meliantes haviam cometido crimes horrendos, o que não deixava de ser verdade, só não especificamos do que se tratava. Assim garantimos que eles fossem presos e que ficassem um bom tempo na cadeia. Voltamos para casa junto com os outros semideuses e lhes oferecemos um café. Mas eles foram embora rápido. Eu agradeci por isso. Precisava me recompor depois de dois dias vivendo em uma cela, sem poder nem ao menos tomar banho, trocar de roupa ou dormir direito. Depois que estava com um aspecto melhor, pronta para ir dormir, me dei conta de algo. Algo que havia passado completamente despercebido. Onde estaria Caroline?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

COMENTEM!! o/
.
Curtam minha página no Facebook para acompanhar os capítulos novos:
http://www.facebook.com/pages/Sarah-Colins-fanfics/540662009297377
Mande-me uma pergunta: http://ask.fm/SarahColins
.
beijos ;*
@SarahColins_



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Missão A Dois" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.