Por uma razão estranha, eu me sentia leve. Muito leve. Respirei fundo e me aconcheguei um pouco mais por entre os edredons, o sofá parecia muito melhor agora, até mais cheiroso.

Mas espera, ele não deveria cheirar a perfume masculino... Foi então que abri os olhos e percebi minha verdadeira situação.

Matthew me carregava do sofá cuidadosamente para um lugar que eu imagino que fosse a cama. É claro que ele não ia desistir tão fácil assim, até parecia que eu não conhecia aquele Knowels. Deixei-o pensar que não havia acordado ainda, sendo levada até aquele paraíso de cama, mas é obvio que eu não o deixaria vencer tão fácil assim.

Logo que comecei a sentir que meu corpo entrava em contato com aquele maravilhoso colchão enlacei minhas pernas na cintura de Matthew e prendi mais minhas mãos ao redor de sua nuca.

– Você não vai dormir no sofá!

Minhas atitudes parecem tê-lo assustado, pois sem que eu mesma percebesse, ele se encontrava jogado em cima de mim, com o rosto enterrado no vão do meu pescoço. Assim que notei seu rosto se levantando retirei minhas mãos de sua nuca.

– Heather, sua maluca! Quer me matar com um infarto? – ele dizia alterado. Suas mãos estavam posicionadas de cada lado do meu corpo, a fim de evitar que seu peso me sobrecarregasse.

– Eu disse que você não iria dormir no sofá. – disse dando de ombros e ele revirou os olhos.

– Você é simplesmente impossível. – disse levando uma de suas mãos à cabeça, dando uma leve bagunçada em seus cabelos. Foi impossível não notar o quão bonito ele ficava daquele jeito. Sacudi a cabeça por esse pensamento estúpido.

– Pensei que já soubesse disso. – disse com um meio sorriso e ele bufou.

– Por que você não fica aqui e me deixa no sofá? – tentou mais uma vez. Sério que esse garoto não vai desistir nunca?

– Porque eu decidi que pelo menos uma coisa legal eu faria por você. Então cala a boca.

– Heather, deixa de ser teimosa. Me solta e deixe que eu durma no sofá sem ter que te amarrar aqui.

Foi então que eu percebi. Minhas pernas continuavam enlaçadas na cintura de Matthew. Arregalei os olhos e logo senti meu rosto esquentar. A risada do Knowels deu a entender que ele havia percebido, e eu me amaldiçoei por isso.

– Já disse que acho o máximo quando você fica vermelha? – ele disse rindo e eu fui obrigada a chutá-lo.

– Cala a boca Knowels. – disse emburrada e ele riu ainda mais

– Agora como vingança você vai me mandar para o sofá? – ele perguntou ainda esperançoso. Revirei os olhos. Eu não daria esse gostinho a ele.

– Não! Você fica aqui, eu volto para o meu sofá. – comecei a me levantar, tentada a me jogar novamente naquela cama maravilhosa e ter lindos sonhos. O estranho foi que tive a sensação de estar sendo, de fato, arremessada novamente. E realmente estava. – MATTHEW!

– Olha só, relaxa ai, esquentadinha. Vamos fazer o seguinte? Nem eu, nem você. – arqueei as sobrancelhas enquanto ouvia. – Nós dois dividimos a cama. Não somos tão gordos assim.

Olhei para Matthew, logo para aquela cama gigantesca e depois para aquele diminuto sofá. O que ele dizia fazia sentido. Caberiam uns quatro de nós naquela cama, não é como se precisássemos nos esbarrar, e com certeza aquela cama me proporcionaria uma noite de sono muito melhor do que aquele sofá cama fajuto.

Respirei fundo e olhei novamente para Matthew. Apenas uma noite não faria mal a ninguém.