[EM HIATO] Soul Cry ( Fic Interativa ) escrita por Patrick Stark


Capítulo 4
Capítulo 2 - O começo.


Notas iniciais do capítulo

Está chatinho, mas espero que gostem



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Nunca fui de fazer muitos amigos, e não tratava muito bem aqueles que tentavam fazer amizade, mas algo nela era diferente, ela era minha melhor e única amiga. Fazíamos diversas coisas juntos, ela tinha o mesmo gosto musical que eu, gostava de jogar vídeo-game, mas o que gostávamos mesmo de fazer era ver animes e foi assim que eu descobri. Não me julgue, duvido que você nunca sofreu de um caso de temer uma “friend zone”, ela era linda, seus cabelos negros como a noite eram lisos e chegavam à altura de sua cintura, sua pele pálida não possuía nenhuma imperfeição, e seus olhos azul-marinho eram uma das coisas mais lindas que já havia visto, tinha cerca de 1,65 metros e batia em meu peito, ela não usava maquiagem e sempre me perguntava o motivo de tantos garotos darem em cima dela.

Certo dia estávamos discutindo algo, fazíamos isso com frequência e não me lembro bem o motivo, apenas lembro-me de um amigo dela dizer em tom zombeteiro “vocês parecem marido e mulher” isso, claro me fez corar e desviar os olhos e ela fez o mesmo, eu pensava nela como minha irmã mais nova, mas após esse dia pegava-me pensando nela de outra forma, olhava-a de outra forma ela percebia isso quando me via e sempre comentava enquanto sorria “ está fazendo cara de bobo novamente”, e de tanto ver animes, e ler livros onde o garoto se apaixona pela melhor amiga e os dois vivem “felizes” eu acabei decidindo que era hora de contar para ela o que eu sentia mesmo tendo quase certeza que meu amor por ela não era algo recíproco, tinha de arriscar, tínhamos apenas 15 anos e não me lembro de ela já ter tido um namorado e muitos quando nos viam me confundiam com o tal.

Tinha medo, ela era a única pessoa que mantinha uma relação comigo, minha mãe morreu quando tinha 10 anos em um assalto e desde então meu pai começou a beber e ficar distante, nunca faltou nada em casa, nada além de conversas entre pai e filho. Então no inicio do mês passado eu decidi que ia contar para ela, lembro-me que era sábado, a mãe de Cristina trabalhava de enfermeira no hospital da cidade e normalmente ela teria folga, mas naquele dia não, parece que nesse dia houve vários acidentes e eram muitos feridos para poucos médicos então ela teve de fazer hora extra. Não era a mãe de Cristina que me intimidava, na verdade ela gostava de mim, e sim seu pai, um homem enorme e musculoso, com os mesmos olhos azuis de sua filha, ele particularmente não gostava de mim, era extremamente protetor, e eu me perguntava se não seria este o motivo de ela nunca ter tido um namorado.

Quando a noite chegou trazendo consigo a escuridão juntamente com a lua e as estrelas que tinham seus brilhos ofuscados pelas luzes artificiais da cidade, eu peguei meu celular e liguei para ela, não era necessário colocar o seu numero na discagem rápida, já o havia decorado com o passar do tempo.

–Alô? - disse uma voz conhecida do outro lado da linha. -Quem fala?

–Vamos senhor Mauro, viu meu nome na discagem, onde está a Crist?

–Está bem pai, pode deixar, direi para ele que estou doente. - Pude ouvir o grito da Cristina enquanto pegava o telefone. -Não sei o motivo de ele não gostar de você.

–Não sei acho que deve ser o fato de eu não ser o único garoto que não fuma ou bebe nessas redondezas, então seu pai não pode me dar uma advertência por "perturbação da paz" quando vou à sua porta te chamar. - brinquei.

–Qual é, meu pai não é um policial ditador, ele só protege sua filhinha dos marginais dessa atualidade. - disse Crist fazendo a melhor imitação de seu pai e assim arrancando-me risos.

–Eu sei que não, enfim. Tenho... bem, tenho algo para te dizer, pode sair? - disse hesitante.

–Não posso. - respondeu ela calmamente. -Mas não quer dizer que eu não vá.

–Não quero encrencá-la com seu pai.

–E não vai, direi para ele que vou dormir, tranco a porta, desligo as luzes e saio pela janela, então onde nos encontramos? Na sua casa?

–Não, acho que devemos ir para a pracinha.

–A pracinha?! Mais já são 10 horas, a lanchonete da esquina já deve ter fechado então não deve ter ninguém lá.

–Então. - comecei a dizer envergonhado, quase desistindo da ideia e quando ia cancelar ela me interrompeu.

–Tudo bem, estarei lá em meia hora, tchau.

–Tchau. - disse antes da ligação ser finalizada.

Estava com um sorriso estúpido no rosto ia passar pela sala quando percebi que não havia tomado banho, sempre fui desligado ainda mais quando estava ansioso. Rapidamente tomei banho, vesti um casaco preto, uma blusa branca, calça jeans e um tênis preto. Fui até o banheiro, escovei meus dentes e molhei o rosto, meus olhos negros brilhavam com ansiedade e felicidade, baguncei meu cabelo preto que ele ficasse aceitável e desci correndo pelas escadas de madeira, deixando a porta bater trás de mim fui o mais rápido possível para a pracinha. Maravilha, estava cinco minutos atrasado para um encontro que eu mesmo havia marcado. Passando poucas ruas eu cheguei a pracinha da cidade, diferente das outras ela encontrava-se em um lugar distante do centro, escondida pelas árvores que erguiam-se ao seu redor.

Chegando lá, vi que Crist estava certa, estava vazia, completamente vazia, nem mesmo ela estava lá.

–Crist? - chamei um pouco baixo, mas como não obtive respostas chamei novamente porém mais alto.

Um gemido ali perto fizera meu corpo estremecer, corri para o lugar de onde o som vinha, não era dos mais corajosos mas, temia pela Crist. Chegando lá, deparei-me com uma visão que nunca esquecerei, o corpo dela estava caído no chão de costas e seu rosto que estava distorcido pelo medo me encarava. O sangue que escorria de sua boca se destacava contra o branco de sua pele, e seus olhos azuis estavam opacos e ela não se mexia, caminhei até ela, vi um enorme buraco em seu peito e onde deveria haver um coração, encontrava-se apenas um buraco negro do qual derramava sangue. Um movimento entre as árvores chamou minha atenção, olhei para trás e deparei-me com um formato animalesco escondido entre as árvores com seu par de olhos vermelhos que me encaravam com um misto de entretenimento e fome, não sabia o que era aquilo pois estava escuro demais e o medo mexia com meus sentidos. Eu lembro-me de ter ficado apavorado como nunca fiquei, lembro-me de ter corrido, e depois a única coisa que me lembro, foi de acordar em um hospital, com o pai da Crist me encarando com ódio nos olhos enquanto segurava a pistola prendida em seu cinto como se estivesse contemplando a ideia de sacá-la e me matar ali mesmo, mas por fim ele apenas disse com uma voz ferida e triste:

–O que que aconteceu a minha pequena Crist? Diga-me maldito.

–Eu... ele. - comecei a dizer, mas logo voltei a fechar a boca, como poderia explicar aquilo? Ele me consideraria um louco, nem eu mesmo acreditava no que tinha acontecido por fim apenas disse. -Foi minha culpa.


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Notas finais do capítulo

Digam, se ficou boa e se devo continuar, e digam também caso não ficar, obrigado por ler e até outra



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