PONTO DE VISTA AKIHIKO SASATO

Por um segundo sua visão ficou embaçada, havia lágrimas deslizando sobre suas bochechas e mais lágrimas ainda se derramavam de seus olhos. Porém, logo ele enxergou quem estava ali.

— Por que me seguiu? — Perguntou ele. Notava-se que seus olhos obtinham um leve tom de vermelho.

— Você ainda não se livrou disso que está dentro de você, não é mesmo?

Akihiko engoliu em seco.

—Sim... Já que sabe disso... Nem deveria ter vindo aqui, Jellal. — Ele se levanta e começa a andar passos para longe do mago de mechas azuis.

O garoto sentia uma leve dor de cabeça, a zonzeira continuava e ele ainda cambaleava.

— Eu conheço o seu tipo de Magia! Eu quero te ajudar! — Exclamou o Fernandez para o menino que caminhava.

Ele parou por um instante e virou-se.

— Se ao menos pudesse... — Ele sacou uma faca de seu bolso e começou á levantá-la com a parte metálica apontada para Jellal.

O vermelho escurecia. Jellal endureceu seu corpo “Então ele vai me atacar?”, pensou. Jellal abriu sua mão discretamente, aprontando-se para atacar quando o Sasato se aproximasse.

— Talvez eu possa. — Disse Jellal.

— Queria eu poder crer nisso... — Respondeu.

Akihiko começou a se movimentar, Jellal sem hesitar rapidamente ergueu seu braço em direção ao seu devido oponente, porém é surpreendido.

— O-o quê...? — Balbuciou Jellal olhando pasmo para o Sasato.

O peito do garoto estava ensanguentado, sua camisa branca totalmente avermelhada. Ele havia virado a faca para si mesmo e enfiado-a em seu peito como se fosse uma adaga. O tom de vermelho havia suavizado numa pequena parcela.

Akihiko geme de dor, caindo de joelhos no chão repleto de neve branca que à medida que seu sangue caía sobre ela mais avermelhada se tornava.

— N-no que você está pensando?! — Indagou Jellal indo ao socorro do garoto.

— S-saia daqui e... — Ele ainda segurava a faca enquanto conversava com o mago. As palavras saíam com dificuldade de sua boca. — Volte para a guilda!

— Não! Eu posso te ajudar! — Retrucou o Fernandez retirando a faca do peito do colega.

— Saia... — Ele ofegou com o olhar baixo e a mão por cima do corte no seu peito. O Sasato olhou nos olhos de Jellal. O vermelho invadia e desinvadia as pupilas do garoto. — Ao menos que queira morrer.

Em alguma Rua de Magnólia...

Natsu caiu no chão, totalmente machucado.

— Até que esse cara deu certo trabalho... — Disse um dos Dark Slayers na qual obtinha escamas de cor vermelha.

— Sim, ele realmente pensou que poderia matar todos nós sozinho... — Disse Tenebris revirando os olhos e proferindo um “humph”. Metade dele era negra, porém algumas listras azul-claro contrastavam com aquele preto azulado muito escuro de suas escamas.

— Ele já está morto? —Perguntou Katsuo, o mago estranho psicótico, andando em direção ao Dragon Slayer desmaiado. Suas escamas também negras expostas em cerca de 70% de seu corpo mostravam que ele havia usado de seu poder, a diferença entre o negro de sua parte escamosa era o leve tom de roxo quase imperceptível. Ele ainda andava com seus braços bambos doentemente.

— Não, ainda não... — Respondeu outro.

— Posso matá-lo agora? — Indagou Katsuo.

— Não. Precisamos do poder dele. — Respondeu um homem de escamas acinzentadas num tom que lembrava o dragão Metallicana. — Apesar de termos conseguido derrubá-lo, não foi fácil e creio que ele não deu seu máximo... Katsuo e Tenebris levem-no para a masmorra da nossa guilda. Emi cuidará dele.

— Depois disso posso matá-lo? — Indagou Katsuo novamente, pelo jeito ele havia desenvolvido certo ódio do Dragon Slayer.

— Ok... Se Emi não o fizer antes disso.

Katsuo sorriu e saiu dali junto com Tenebris, que levava Natsu desmaiado em seus ombros.

Alguns minutos depois...

PONTO DE VISTA NATSU DRAGNEEL

Ele abriu os olhos e tudo que enxergou foi um quarto escuro.

— Hã? — Disse acordando. — Onde estou?

Deitado no chão frio de barriga para baixo, o mago olhou para os lados e nada reconheceu.

— Que lugar estranho...

Ele sentou-se no chão e coçou o olho esquerdo.

— Não me lembro de ter vindo até aqui... — Natsu fez uma cara pensativa com a mão sob o queixo. — Bom, eu lembro que eu estava brigando com o Gray na guilda e então eu saí pra procurar a Lucy, encontrei o Happy e a Charles no caminho e... — Ele se deu conta de algo. — É mesmo! A Lucy!

Ele se levantou e tentou ir até a porta daquela sala, porém foi impedido no terceiro passo, sendo jogado ao chão por algo. O Dragneel observou a si mesmo, principalmente seus braços.

— Correntes...? — Disse balançando os braços entrelaçados com aquele monte de ferro, metal ou sabe-se lá qual material aquilo era feito.

Natsu movimentou seus braços com certa violência para soltar-se das correntes, entretanto não obteve sucesso.

— Certo... Se isso não funciona, então talvez... Karyuu no... Tekken! —Disse ele atingindo o ar, porém queimando as correntes e se soltando delas.

Natsu bufou e de repente alguém abriu a porta do quarto escuro rindo ironicamente com uma voz feminina.

— Bom... — Disse a mulher de cabelos tão longos, negros e ondulados que chegavam a atingir a metade de suas coxas. Seus olhos marcantes e amarelos fitavam Natsu determinados. — Não esperava menos de você, Dragneel. Isso era composto de Grafeno. O material mais resistente do mundo até agora... — Ela riu.

Natsu soltou um curto riso abafado, não se via expressão facial alguma.

— Interessante esse fato de você saber o meu nome. Por acaso você é uma Dark Slayer?

— Sou. E sabe, sem querer estragar tudo... Eu vim aqui só para acabar com o seu poder e obtê-lo para mim mesma...

— Ótimo. — Ele encheu seus pulsos de fogo, caminhou em direção á morena e começou á direcionar socos e mais socos sem esboçar emoção alguma, a garota apenas desviava pulando.

O Dragon Slayer tornou-se impaciente e furioso de um momento para o outro. Ele grita sem parar de direcionar os golpes.

— Por que quer atacar os meus amigos?! O que acha que te permite fazer isso?! POR QUÊ VOCÊ QUER FERIR A FAIRY TAIL?! — Disse pulando com um último soco repleto de raiva.

A mulher desvia por pouco.

— Ora, o nosso mestre...—

— Não minta! Vejo a mentira nos seus olhos!

Ela solta mais outro riso.

— Ok, eu vou te contar... — Ela sorri.