Ilhas Ocultas escrita por Eduarda Bertoldo


Capítulo 5
Chegada triunfal.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo passado: Kate e Josh enfrentam um monstro que acaba tirando a vida de Lucy, Kate se machuca muito e é cuidada por Josh, Josh e Kate se beijam e ela resolve ir para a Terra das Sete Ilhas.



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 Respiro profundamente e olho para trás. Ao olhar não vejo ninguém. Só vejo a chave, flutuando perto do guarda roupa.

  - Vamos lá Kate! – Fala alguém que não consigo enxergar – Você é bem melhor que isso!

  Fico assustada por alguns segundos e resolvo analisar a voz.

  - Quem está ai? – Falo eu fingindo medo.

  - Você quer ou não esta chave? – Fico irritada ao descobrir de quem é a voz.

  - Josh! Me entregue logo a porcaria da chave! – Grito eu, e ele vai aparecendo aos poucos. Pulo em cima dele, mas não é um pulo muito preciso. Olho para trás e ele já está do outro lado da cama.

  - Como você… Ah! Não importa me entrega agora essa chave!

  - E se eu não entregar? O que vai acontecer?

  Fico altamente irritada. Mas faço uma voz serena:

  - Tudo bem Josh! Você venceu.

  - Ual! Em menos de dois dias ganhei dois bate bocas!

  - Pois é… E seu prêmio pode ser…

  - Pode ser o que? – Pergunta ele com os olhos brilhando.

  - Deixe de ser mané Josh! – E pulo em cima dele e consigo pegar a chave – Eu NUNCA iria deixar você ganhar de mim duas vezes seguidas! – Ele está derrubado no chão. Corro, pego a chave e a caixa, abro-a e Josh grita:

  - Não Kate!

  - Não o que Josh?

  - Eu não vou deixar você fazer isso!

  - Vai achando que você manda em mim! – Por trás de mim o portal para Sete Ilhas vai se abrindo. – Vamos fazer um trato!

  - Qual? – Pergunta ele desconfiado.

  - Se você conseguir pegar a chave, eu não vou.

  - Combinado! – Ele se joga em cima de mim, me fazendo cair no grande portal.

  - Josh! Cara, como você consegue ser tão sem noção! – Grito eu enquanto caio para o meio do nada.

  - Kate! – Escuto ele gritando.

  - Venha logo seu retardado! – Alguns segundos depois vejo Josh caindo e gritando do meu lado.

  - Josh, já pode parar de gritar! Tá parecendo uma garotinha! Imagine se toda a população das Sete Ilhas ouvissem seu grande rei gritando como uma garotinha – Falo provocando-o.

  - Kate…? – Fala ele com a voz suave.

  - Sim Josh?

  - Me deixa! – Grita ele.

  E finalmente caímos em terra firme.

  - Aaaai! – Gritamos eu e Josh ao mesmo tempo. Percebo que caímos na areia. Abro os olhos e vejo que estamos em uma praia, uma linda praia.

  - Nossa Josh! – Falo me levantando e tirando a areia de mim – Pelo menos você fez alguma coisa que preste em sua vida… – Sempre que provoco alguém gosto de sair da conversa, mas percebi que não conseguia andar – Josh? Retiro o que disse.

  - Sou o rei daqui, posso fazer qualquer coisa! – Falou ele sarcasticamente.

  - Areia movediça! – Gritei, enquanto descia areia abaixo – Mas… Que falta de criatividade Josh! Por favor, você é bem melhor que isso.

  - “Você é bem melhor que isso” digo eu Kate! Você que é a sabe-tudo, não tá conseguindo sair dessa areia – Fala ele rindo da minha cara.

  - Josh! Me tira daqui AGORA!

  - Deixa eu te ver mais tempo por baixo!

  - O poder está lhe subindo a cabeça. Mas tão cedo…!? Quer ver mesmo sua amiga morrer Josh? Desse jeito?

  Ele percebeu a burrada que estava fazendo, e desistiu da ideia de me enterrar viva. Ele fez um aceno com a mão, e a areia em vez de descer, começou a subir.

  - Desculpas Kate.

  - A gente vai ficar por um tempo por aqui Josh, então… É melhor você aprender a controlar seus poderes.

  - Tudo bem.

  - E então, vamos para onde Vossa Majestade?

  - Vire-se.

  Me virei e vi um pequeno povoado por trás de mim, a pelo menos uns 800 metros dali. Como era possível? Há alguns minutos atrás, não existia povoado nenhum.

  - Se não me falha a memória, essa Ilha, é a Ilha da Produção de Armas para o Reino. – Fala Josh olhando para frente.

  - Ótimo Josh! Paramos bem na Ilha onde se produzem armas! Ótimo, muito bom! Nossa porcentagem de sorte está em… Zero por cento!

  - Kate – Ele olhou para mim e sorriu despreocupado – Eu que comando tudo aqui.

  - Espero que comande mesmo.

  Andamos, andamos… Andamos mais um pouco e finalmente chegamos ao povoado. Todos estavam em grande movimento por lá, andando de um lado para o outro um pouco apressados, sempre com ferramentas de trabalho na mão, até crianças. Esbarro em um homem com o dobro do meu tamanho, ele olha para meu rosto e depois para minhas roupas, acho que ele achou um pouco moderno meu estilo.

  - Invasores! – Grita o homem para todos do povoado. Um pouco assustadas a maioria das crianças saíram correndo, provavelmente para suas pequenas casas, mas o adultos e adolescentes ficaram para enfrentar os tais “invasores”. Continuei andando, quando ando mais ou menos 1 metro olho para o meu lado e não vejo Josh.

  - Josh, você não vem?

  - Não dê mais nenhum passo – Fala o homem gigante olhando para mim.

  - Quem? Eu?

  - Não dê mais nenhum piu – Fala ele com muita raiva.

  - OK, mas eu – Fui interrompida.

  - Eu disse “mais NENHUM piu”!

  - Olha aqui seu ogro, você não pode – Parei de falar no momento em que vi o homem pegando uma arma e apontando-a para mim. Olho para Josh desesperada. Fico quieta, no meu canto, como mandado, mas sussurro bem baixinho para Josh “Socorro”. Josh vai em direção ao homem, e o homem também grita com ele.

  - Fique quieto! Ai no seu canto! – Agora apontava a arma para Josh.

  - Ele… Ele é o rei das Sete Ilhas! – Grito eu desesperada. Iniciam-se sussurros por toda a multidão que está em volta de nós.

  - Mas… Isso é impossível garota! Como pode falar uma coisa dessas!

  - Falando com a boca ué! Ele é o rei Memphis gente.

  - Vamos mata-la! Ela está mentindo! Mentira não são aceitáveis nas Sete Ilhas! – Ele aponta sua arma para mim, não só ele como todo o resto da multidão presente.

  - Espere! Eu… Eu tenho como provar que ele é o rei! Josh, cadê aquele seu bastão lá?

  - Eu não sei Kate! Ele só vem em casos de emergência!

  - Josh, se você não percebeu isto É um caso de emergência! Então agora faça esse bastão idiota aparecer!

  - Mas eu não consigo!

  - Claro que consegue Josh! Pede ai a Poseidon, ou seja lá quem for o Deus dos Mares aqui para te ajudar. Quer que eu faça uma macumba aqui? Posso fazer dança da chuva, entre outras coisas… Mas eu não quero morrer agora, sou muito nova e minha beleza é cativante.

  Josh fecha os olhos, se concentra, alguns segundos depois o bastão aparece em sua mão, toda a multidão se espanta, e mais sussurros começam novamente.

  - Ma… Mas, como isso é possível? – Pergunta o grandalhão paralisado.

  - Está vendo? Não sou uma mentirosa!

  Todos se ajoelham diante de Josh.

  -  Tá bom parou a palhaçada! Josh a gente tem que ir! – Josh nem reparou no que eu falei, estava preocupado demais olhando sua população ajoelhada diante de si.

  - Querida população das Sete Ilhas – Ele já ia começar um grande discurso, mas o interrompi.

  - Josh, acorda! Hello! A gente tem uma missão! Ok?

  Ele sai da sua hipnose e olha para mim

  - Ah! Kate! Você está ai! Vamos?

  Estranho… Do nada ele… Ah! Esquece.

  - É, estou aqui, vamos, vamos logo! Mas para onde?

  - Siga-me.

  Ótimo, agora deu! Josh pensou que eu fosse um usuário do Twitter para segui-lo, mas fazer o quê não é? Se eu ficasse ali parada, seria pior. Segui ele até a casa que parecia ser a mais rica de todo o povoado. Logo quando Josh chegou na frente da casa as portas se abriram e ele entrou como se nada tivesse acontecido. Entramos na casa, e nos deparamos com uma sala de estar, com um homem sentado no sofá.

  - Senhor Kills. Como vai o senhor?

  O homem velho, que segurava uma taça de vinho na mão olhou para nós. Analisou o rosto de Josh e seu rosto ficou iluminado.

  - Memphis? Quer dizer, rei Memphis?

  - O próprio. – Os dois se abraçaram, e eu fiquei lá no vácuo esperando o momento “Best Friends Forever” passar. – Eles se sentaram e ficaram falando e falando durante uns cinco minutos, o Senhor Kills olhou para mim e com um sorriso no rosto perguntou:

  - Então, essa é sua nova rainha?

  - Eu? Rainha? O senhor tá pirando? – Falei eu.

  - Para a rainha do meu grande rei pode me chamar de Nicolas.

  - Nicolas, ela só é minha amiga, longa história… Depois coloco tudo em dia com você, mas então Nicolas… O que está acontecendo aqui?

  - Sua filha Sara, foi sequestrada por Julios. Ele está querendo negociar alguma coisa com você. Só não sabemos até hoje o que é.

  - Faz quanto tempo que ela foi sequestrada – Pergunta Josh preocupado.

  - Dois meses, Julios nos concedeu três meses para ir busca-la… Tentamos nos comunicar com vocês várias vezes mas só conseguimos há alguns dias atrás.

  - Só temos um mês. – Falou Josh olhando para mim.

  - Eu sei Josh! Ainda presto atenção na aula de matemática.

  - Tudo bem Nicolas… Mas o que devemos fazer primeiramente?

  - Viajar até seu Reino, convocar uma grande reunião de todos os representantes das Sete Ilhas, e pedi ajuda. Pedi para todos ajuda.

  - Ótima ideia Nicolas. Vamos Kate?

  - É né… – Falei enquanto saiamos da sala.

  - Foi um prazer conhece-la Majestade.

  - Já eu, não digo o mesmo Sr. Kills. – Virei-me e continuei caminhando.

  - A gente vai a pé é Josh?

  - Provavelmente.

  - Cara, você é o todo poderoso daqui, podia fazer um barquinho de papel virar o Titanic e a gente vai a pé? A pé?

  - Sim Kate, a pé.

  - Cara! Eu nunca vou te entender.

  - Vamos a lojinha aqui perto, comprar um mapa das Sete Ilhas, preciso lembrar exatamente como funcionam as Sete Ilhas.

  - Que seja.

  Caminhamos mais alguns metros, chegamos a lojinha, compramos o mapa. O mapa era uma coisa totalmente incrível. As Sete Ilhas eram uma incrível estrutura, parecia ser planejada. Mas ou menos que um circulo gigantesco rodeado de água. O circulo era dividido em nove partes, as Sete Ilhas, o Reino e as Sombras. Estávamos na Ilha quatro, tínhamos que voltar pelas Ilhas três, dois e um até chegar ao Reino, já que Josh falou que só podíamos andar em sentido anti-horário. Cada coisa que inventam…

  Saímos do pequeno povoado, recheados de abraços, saudações e muitos encorajamentos do tipo “vai dá tudo certo” ou “Boa sorte”. Sai feliz de lá, confiante. Andamos a manhã e a tarde inteira seguindo os instintos majestosos de Josh. Finalmente chegamos a Ilha três. Já estava escurecendo. Resolvemos acampar ali na praia, já que o povoado da Ilha três ficava bem mais longe do quê o da Ilha quatro. Não tínhamos nenhum suprimento ou objeto já que Josh poderia fazer surgir qualquer coisa.

  - Cara, tô com fome. Faz um banquete da Casa Branca pra mim aê.

  - Você tá merecendo mesmo – Ele acena e uma grande mesa aparece na nossa frente, o banquete da Casa Branca parecia mais ração de pássaro para aquilo que surgiu. Como muito, até ter vontade de vomitar.

  - Josh, acho melhor nós descansarmos um pouco. Andamos o dia inteiro nossa energia tá pequena demais.

  - Pode dormir, eu fico de guarda.

  - Tudo bem, quando for no meio da noite você me acorda para eu ficar de guarda, tudo bem para você?

  - Mas Kate… – O interrompi.

  - Sem o “mas Kate”, vai me acordar e ponto!

  - Tudo bem. Boa noite Rainha Kate.

  - Ei! Sai dessa Sr. Kills! Não sou rainha de nada!

  Ele dá uma risadinha. Dá seu super aceno e uma grande cabana aparece ali a uns 10 metros de onde estávamos, no meio do nada.

  - Me sinto bem mais segura. – Vou andando para entrar na cabana e percebo que Josh fica sentado olhando o mar.

  - Você não vem? – Pergunto

  - Daqui a pouco.

  - Tudo bem. – Me viro e sigo adiante. Estou quase chegando perto da cabana quando escuto algo se mexendo entre os grandes coqueiros. Paro por um minuto e observo atentamente. O barulho para, volto a andar. Dou mais alguns passos o barulho volta. Olho para a areia que está sendo iluminada pela Lua Cheia e vejo uma grande sombra por trás de mim. Me viro devagar.

  - Josh! – Grito eu.


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