Ilhas Ocultas escrita por Eduarda Bertoldo


Capítulo 2
Minha avó está completamente maluca!


Notas iniciais do capítulo

Capítulo passado: Kate encontra a caixa e se depara com um poder estranho.



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Assustada eu começo a balançar minhas mãos feito um louca. Resolvo me acalmar. Fechei a mão e quando a abri novamente, o tal poder tinha ido embora. A caixa também tinha parado de se mexer ou tentar se abrir. Percebo que a forma da chave que abre o cadeado é do formato de uma bola, estranho porque eu nunca tinha visto aquele tipo de chave. Desço as escadas e vou até a cozinha pegar um copo de água. Quando estou prestes a abrir a geladeira, algo quente anda atrás de mim, como se tivesse a presença de uma pessoa bem ali, no exato instante olho para trás, mas não vejo nada ou ao menos alguém. Abro a geladeira pego a água, mas quando eu vou pegar o copo no armário, todos os outros caem, só sobrando um copo, que no caso era o que eu iria pegar. Assusto-me porque como seria possível eu derrubar tantos copos de uma vez, sem fazer esforço algum? Sinto novamente aquele ar quente. Uma forte ventania fria abre as janelas da cozinha e me fazem cair por cima de todo aquele vidro. A ventania para e escuto alguns passos vindos da escada.

– Filha! – Era minha mãe – O que aconteceu querida? Levante-se dai, vamos vamos! Antes que você se machuque mais!

– Eu não sei o que aconteceu mamãe! Eu só vim a cozinha pegar um copo de água e do nada os copos caem, e depois… – Minha mãe interrompe.

– Esqueça disso meu bem, vamos até o banheiro fazer alguns curativos para suas mãos e braços.

Nós subimos e vamos ao banheiro onde tem a caixa de primeiros socorros. Percebei que só tive arranhões feios nas mãos, porque foi onde coloquei todo o meu peso.

– Querida, está tudo bem?

– Está mãe. Está tudo perfeitamente em seu lugar.

– Tem certeza?

– Absoluta.

– Volte para sua cama, amanhã você tem colégio logo cedo.

– Tá bom mãe, boa noite.

– Boa noite querida.

Fui para meu quarto e a caixa já não estava mais lá. Agradeci muito por ela não está mais ali, porque isso só me trouxe problemas. Grandes problemas. Durmo tranquila, sabendo que minha mãe não conseguiria dormir mais e que havia pelo menos uma pessoa dentro de casa acordada pronta para me socorrer de qualquer coisa.

Acordo pela manhã, e faço o mesmo de sempre. Encontro Josh na esquina.

– Bom dia Ka – Ele interrompe a fala logo quando ver minhas mãos enfaixadas – Kate, o que aconteceu? Porque você não me ligou?

– Esperava que eu te ligasse as quatro da manhã para dizer que uma estranha ventania me derrubou sobre um monte de copos quebrados?

Ele fica em silêncio.

– Você ainda não me respondeu a primeira pergunta.

– Longa história, no caminho do colégio te conto.

– Então vamos andando.

Conto tudo o que aconteceu, ele achou tudo estranho tão quanto eu. Fim de aula, e voltamos para nossas casas, uma simples rotina, uma rotina qualquer.

– Até mais Josh.

– Até mais Kate. Vê se não faz nenhuma burrada.

– Mas a culpa não foi minha!

– Eu sei, só… Toma cuidado.

Ele sai andando, e eu entro dentro de casa. Hoje Ana foi para casa de sua amiga e Denise tem treino. Eu almoço sozinha. Subo ao meu quarto e logo quando abro a porta encontro a caixa azul.

– Mas que droga! Como você veio parar aqui de novo? Argh!

Resolvo a jogar pela janela, mas quando abro meu guarda roupa para trocar de roupas, ela está lá.

– AAAH! – Grito eu horrorizada - O que porcaria você tem? Você é mágica? Não acredito nessas coisas de mágica. Esse tipo de acontecimento só acontece em desenhos animados e filmes para crianças da idade da minha irmã Ana. Já sei.

Pego a caixa e corro para a sala. Pego algumas madeiras na garagem e levo para lareira.

– Vou te queimar!

Jogo a caixa no fogo e espero vendo ela queimar totalmente. Volto ao meu quarto e lá está ela de novo, intacta.

– Que merda! Essa coisa só pode ser das profundas. Vou sair dessa casa, ou eu vou ficar maluca com isso.

Resolvo que vou a casa da vovó Lucy. Chegando lá, a vejo na sua cadeira de balanço na varanda.

– Vovó Lucy! Ainda lembra de sua neta querida?

– Mas é claro meu bem! Como poderia esquecer você? Vamos entrar? Vou preparar alguns biscoitos para você enquanto você me explica o que aconteceu com sua mão.

Vovó percebia tudo o que acontecia comigo, era a pessoa que mais me conhecia e me entendia. Não escondi nada dela, desde o porão quando encontrei a tal caixa, até agora antes de vir para cá. Nessas horas da história, vovó já está sentada comigo comendo biscoitos. Seu rosto é preocupado.

– Algum problema vovó?

– Nada não querida, está tudo bem.

– A senhora sabe fingir tão bem quanto eu, mas para mim, essa não vale.

– Chegou sua vez querida.

– Minha vez de quê vovó?

– Querida, você pode me acompanhar?

– Claro vovó.

Vamos até a biblioteca. Lá ela vai até uma estante, onde puxa um livro e a estante se arrasta para cima, como as portas de garagem de nossas casas.

– O que… O que é isso vovó Lucy?

– Logo saberá Kate.

– Dá pra me explicar logo isso, porque só anda acontecendo coisas estranhas comigo, e isso tá mais estranho ainda porque eu cresci vendo isso em filmes, mas não era nada real…

– Tudo pode acontecer meu amor.

Nós entramos nessa sala que surgiu logo que a estante subiu. Lá era cheio de mapas, projetos, livros, armas que nunca vi na minha vida.

– Vovó, pode explicar agora?

– Meu bem, você encontrou a caixa que liga esse mundo com A Terra das Sete Ilhas.

– A Terra do quê?

– Das Sete Ilhas. Aquele sete que tem na caixa significa o nome “Sete Ilhas”

– Continue explicando.

– Nessa terra existem sete ilhas, rodeadas de um grande oceano denominado Penum. Todas as ilhas são governadas por um único rei, o rei Memphis.

– Isso é sério vovó?

– Muito sério. Todo aquele sonho que você teve significa que alguém nas Sete Ilhas corre grande perigo. A garota que você viu, provavelmente é a princesa Sara filha de Memphis. O trono… O trono significa que alguém pode estar querendo rouba-lo.

– E Josh? Porque meu amigo Josh está no meio disso tudo?

– Porque ele é o rei Memphis querida.

– Como assim? Meu melhor amigo é rei de um reino ou sei lá o que aquilo pode ser chamado, e que ele vai perder um trono que ele nunca teve? Porque, que eu saiba ele sempre viveu aqui, em terra firme, do meu lado, desde a…

– Desde a terceira série.

– Desde a terceira série… Mas como ele pode ter vindo parar aqui?

– A caixa que você encontrou é uma passagem daqui, para as Sete Ilhas. Ele pode muito bem ter passado por lá.

– Mas vovó, co-como você sabe de tudo isso?

– A cada 50 anos uma garota de 13 anos de nossa família é selecionada para visitar as Sete Ilhas, em alguma missão. Há 50 anos a escolhida fui eu. Tive que descobrir tudo sozinha, eu que fiz todos esses projetos, mapas e livros. Fiquei anos e anos aqui dentro desta pequena sala fazendo esses projetos.

– Entendo… Lembro-me que quando eu vinha dormir aqui a senhora me contava história sobre umas Ilhas…

– Era sim. Cada ilha tem suas histórias. E cada uma nos dá uma dica de como nossos problemas podem se resolver por lá.

– Mas voltando. No caso minha missão é…?

– Salvar a princesa Sara, de alguma coisa.

– Nossa vovó, ajudou bastante com esse “alguma coisa”

– Querida, essas coisas você terá que descobrir sozinha, você encontrou a caixa e não foi por acaso, já que só você pode vê-la.

– Ah, então é por isso…

– Que nem Ana nem Denise nem ninguém de sua casa pode ver a tal caixa.

– Mas… Como eu posso abrir essa caixa? Já tentei de tudo!

– Com a chave ué!

– Mas cadê essa tal chave?

– Da última vez que a vi, estava com seu amigo Josh.

– Com o Josh?

– É, só existe uma chave dessa em todo o nosso planeta. O último que entrou ou saiu de lá foi o Josh, então pode crer que está com ele.

– Hum… – Falei eu pensando nos absurdos que minha vó falou.

– Querida, você tem que encontrar logo esta chave. A princesa pode está correndo perigo. Tem muita coisa que você deveria saber sobre lá… Mas não há tempo, você vai ter que aprender sozinha como eu fiz.

– Mas vovó, eu não tenho nenhuma obrigação de salvar essa tal princesa! Se aquilo for mesmo uma visão, não quero enfrentar monstros nem nada, muitos menos ver o meu melhor amigo sendo morto! Isso já é o bastante para mim! Tchau. – Viro meu rosto e logo quando estou saindo da biblioteca minha vó fala.

– Se você quer continuar tendo sonhos estranhos, quer que continuem acontecendo coisas estranhas com você, se você realmente quer que a parte escura das Sete Ilhas invadam a terra, você pode continuar nesse caminho que você está.

Eu saio da biblioteca de vez, nem olhando para seu rosto. Vou direto para casa. Pelo caminho resolvo de última hora que vou até a casa do Josh.

– Josh! – Logo quando ele aparece na porta lhe dou um forte abraço.

– Está tudo bem Kate? – Pergunta ele.

– Não, não está. Posso falar com você?

– Claro, venha entre.

Explico-lhe tudo, exatamente como minha vó explicou. Ele fica perplexo.

– Por isso não me lembro de nada de antes da terceira série. Apagaram minha memória Kate! Apagaram!

– Eu sei Josh, mas não fica assim. Está sendo tão ruim para você quanto para mim, agora o jeito é a gente se ajudar. Estava pensando seriamente em…

– No quê Kate?

– Em ir até lá nessa tal Terra das Sete Ilhas.

– Você tá maluca? A gente não sabe de nada dessa tal Ilha, eu sou o rei de lá, e também posso está correndo perigo, já que em todos os mundos o grande poder é foco de perigo maior.

– Mas Josh… Apesar de eu não acreditar em nada que minha vó falou, mas e se por um acaso esse tal de poder das trevas ou sei lá o quê invadissem a Terra? Como é que fica?

– Nisso você tem razão… Mas eu não sei onde está essa chave! Ou eu sei…? – Fala ele pensando e olhando para os lados como se estivesse procurando algo. Ele fecha os olhos e dali a cinco segundos alguém bate na porta. Eu a abro porque Josh ainda está com o olho fechado, e quando abro me deparo com uma chave flutuando bem na minha frente. A pego pasma.

– Como você fez isso Josh?

– Eu… Eu não sei! Só sei que há uns dois anos atrás eu consegui fazer isso e me ajuda muito quando perco objetos.

– Ual! Você tem que me ensinar a fazer isso, porque a bagunça que meu quarto é, eu ia conseguir arruma-lo direitinho. – Josh começa a ri.

– Então? Vamos até a minha casa abri essa tal caixa? Quero ver se essa história totalmente absurda é verdade. Mas não faz sentido em ser verdade… Não existe nada disso!

– Não sei como te ajudar quanto a isso Kate, não posso fazer você acreditar ou desacreditar de algo tão absurdo, mas existem algumas partes da história de sua vó que fazem total sentido.

– Antes que eu fique maluca, vamos logo abrir essa bendita caixa.

Josh concorda e corremos até a minha casa que ficava no outro quarteirão. Chegamos no meu quarto e a caixa estava lá.

– Josh, só para confirmar… Você tá vendo a caixa?

– Claro que estou, como é que o dono da caixa e do mundo que tem dentro dela não poderia vê-la? – Começamos a ri.

– Pois bem, acho melhor você abri Vossa Majestade.

– Está bem.

Ele se senta na cama, coloca a chave no seu encaixe e a vira duas vezes. Ele tira o cadeado e a caixa se abre imediatamente sozinha iluminando todo o quarto com uma forte luz branca. Nos afastamos rapidamente e vamos para fora do meu quarto, ficamos espiando de fora do quarto e vemos que abre um portal dali da caixa, algo como outra dimensão dava pra se ver dali, e quando menos esperamos, sai uma coisa de dentro desse portal.


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