In Loving Memory escrita por Stardust


Capítulo 9
Night


Notas iniciais do capítulo

Mais um o/ boa leitura



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Steve's POV

Já era noite. Estava sentado em uma árvore perto do cemitério. Lexie havia voltado para a casa, mas eu resolvi ficar e pensar sobre tudo aquilo que estava acontecendo. Estava sendo difícil para ela, mas também estava sendo difícil para mim. 

Seus olhos negros e seus cabelos castanhos estavam me deixando louco. E aquilo poderia estragar tudo. Eu não podia me apaixonar, até porque não sei por quanto tempo ficaria na terra novamente. 

Estive prestes a beijá-la e confesso que o faria se seu amigo não estivesse chegado. Eu tinha visto como ele a olhou. Ele gostava dela e pude sentir que ela gostava dele também, não sei em que sentido. 

*

Estava parado na frente da casa de Lexie. Sabia que podia entrar sem que alguém me visse, mas não sei se era o certo. A neve caía em meu sobretudo preto e tudo o que iluminava era o luar. Fiquei parado ali, olhando para a janela, até que a luz ligou e alguém a abriu. Era Lexie, que estava linda. 

Desviei esse pensamento, mas não pude deixar de observá-la. 

Como mágica, logo estava dentro do quarto dela, olhando-a de costas. Seus cabelos lisos e castanhos estavam soltos e se mexiam quando ela mexia com a cabeça. 

Começou a se virar, eu deveria sair de lá, mas permaneci imóvel olhando-a. 

- Você me assustou. - disse colocando a mão na cabeça. 

- Não era a intensão, só queria saber como você está. 

- Estou tentando ficar bem, - disse dando um sorriso. - e você? 

- Estou bem melhor. 

Ficamos em silêncio. 

- O que faz durante a noite? 

- Durmo? - disse rindo. 

- Dorme? - ela riu. 

- Sim, sou praticamente um humano. 

- Sem contar a parte que você está morto e desaparece e aparece do nada... 

Ficamos rindo. Ela era mais linda ainda quando ria e eu gostava do som da sua risada. 

Sentamos em sua cama.

- Sabe, eu li as cartas que seu pai mandava para sua mãe e que ela mandava pra ele... 

Sorri. Eu gostava daquelas cartas.

- Eu costumava lê-las quando era pequeno. 

- Gostaria de ter convivido com meus pais. - ela suspirou. 

- Eu sei. 

- Ah, é? Você sabe? - ela riu. - Acho que você sabe demais sobre mim. 

- Talvez. 

- Então qual é meu livro preferido? - seu olhar era divertido.

- Diário de uma Paixão. Alguns dias atrás você foi na biblioteca e começou a chorar ao reler um trecho dele. 

- Então é isso? 

- Isso o que? - eu estava confuso.

- Você ficava me observando, me seguindo? - ela parecia séria. 

- Eu... 

Fui interrompido por um travesseiro que veio em minha direção, seguido por uma risada reconfortante. 

- Estou brincando. - ela disse me olhando. - Você precisava ver sua cara. 

Começamos a rir. Vi os movimentos de Lexie até se deitar na cama. 

- Tudo isso está sendo estranho. Primeiro sonhos, depois a foto, depois você aparece, aí fico sabendo que sou amaldiçoada e meu tio morre. - suspirou. Ela olhava pro teto e seus cabelos estavam bagunçados por ter deitado na cama. 

Me deitei ao seu lado. 

- Eu sei que é difícil, mas estou aqui pra te proteger. Sou o seu protetor. - dei ênfase na última frase. 

Lexie virou a cabeça e ficou me fitando. 

- Por que você? - ela parecia curiosa. 

- Eu não sei. - respondi com sinceridade. 

- Obrigada. - ela tinha um sorriso no rosto. - E me desculpa por ser brava com você as vezes. 

- Acho que posso sobreviver. - disse rindo. 

- Espero. 

Ficamos em silêncio. 

- Aquele rapaz loiro de olhos azuis é Rafael, certo? - disse quebrando-o. 

Lexie me olhou surpresa. Acho que ela não esperava que eu tocasse no assunto. 

- Sim, por que a pergunta? - ela me olhava. 

- Nada. - respondi. 

Ficamos em silêncio por algum tempo. Eu gostava de Lexie e por algum motivo eu não queria ir embora dali, queria ser um ser humano normal. Havia algo nela que me deixava completamente maravilhado e eu parecia um artista contemplando uma pintura. 

- Quer ouvir algo? - Lexie disse. 

- Claro. 

Observei Lexie levantar-se e ir até o som. Pegou um CD e colocou dentro. Logo estava cantando Let Me Be Myself. Eu a conhecia bem e sabia até o nome das músicas que ela ouvia. Lembro-me de observá-la cantar e dançar sozinha, cada movimento me deixava com vontade de dançar também, mas eu tinha que me concentrar. Estava ali para protegê-la. Apenas. 

Continuamos deitados até Lexie pegar no sono. 

Eu a observava dormir e me sentia completamente vivo. 

- Eu vou te proteger, nem que seja a última coisa que eu faça. - sussurrei passando a mão em seus cabelos.  


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Notas finais do capítulo

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