In Loving Memory escrita por Stardust
Notas iniciais do capítulo
Mais um o/ boa leitura
Steve's POV
Já era noite. Estava sentado em uma árvore perto do cemitério. Lexie havia voltado para a casa, mas eu resolvi ficar e pensar sobre tudo aquilo que estava acontecendo. Estava sendo difícil para ela, mas também estava sendo difícil para mim.
Seus olhos negros e seus cabelos castanhos estavam me deixando louco. E aquilo poderia estragar tudo. Eu não podia me apaixonar, até porque não sei por quanto tempo ficaria na terra novamente.
Estive prestes a beijá-la e confesso que o faria se seu amigo não estivesse chegado. Eu tinha visto como ele a olhou. Ele gostava dela e pude sentir que ela gostava dele também, não sei em que sentido.
*
Estava parado na frente da casa de Lexie. Sabia que podia entrar sem que alguém me visse, mas não sei se era o certo. A neve caía em meu sobretudo preto e tudo o que iluminava era o luar. Fiquei parado ali, olhando para a janela, até que a luz ligou e alguém a abriu. Era Lexie, que estava linda.
Desviei esse pensamento, mas não pude deixar de observá-la.
Como mágica, logo estava dentro do quarto dela, olhando-a de costas. Seus cabelos lisos e castanhos estavam soltos e se mexiam quando ela mexia com a cabeça.
Começou a se virar, eu deveria sair de lá, mas permaneci imóvel olhando-a.
- Você me assustou. - disse colocando a mão na cabeça.
- Não era a intensão, só queria saber como você está.
- Estou tentando ficar bem, - disse dando um sorriso. - e você?
- Estou bem melhor.
Ficamos em silêncio.
- O que faz durante a noite?
- Durmo? - disse rindo.
- Dorme? - ela riu.
- Sim, sou praticamente um humano.
- Sem contar a parte que você está morto e desaparece e aparece do nada...
Ficamos rindo. Ela era mais linda ainda quando ria e eu gostava do som da sua risada.
Sentamos em sua cama.
- Sabe, eu li as cartas que seu pai mandava para sua mãe e que ela mandava pra ele...
Sorri. Eu gostava daquelas cartas.
- Eu costumava lê-las quando era pequeno.
- Gostaria de ter convivido com meus pais. - ela suspirou.
- Eu sei.
- Ah, é? Você sabe? - ela riu. - Acho que você sabe demais sobre mim.
- Talvez.
- Então qual é meu livro preferido? - seu olhar era divertido.
- Diário de uma Paixão. Alguns dias atrás você foi na biblioteca e começou a chorar ao reler um trecho dele.
- Então é isso?
- Isso o que? - eu estava confuso.
- Você ficava me observando, me seguindo? - ela parecia séria.
- Eu...
Fui interrompido por um travesseiro que veio em minha direção, seguido por uma risada reconfortante.
- Estou brincando. - ela disse me olhando. - Você precisava ver sua cara.
Começamos a rir. Vi os movimentos de Lexie até se deitar na cama.
- Tudo isso está sendo estranho. Primeiro sonhos, depois a foto, depois você aparece, aí fico sabendo que sou amaldiçoada e meu tio morre. - suspirou. Ela olhava pro teto e seus cabelos estavam bagunçados por ter deitado na cama.
Me deitei ao seu lado.
- Eu sei que é difícil, mas estou aqui pra te proteger. Sou o seu protetor. - dei ênfase na última frase.
Lexie virou a cabeça e ficou me fitando.
- Por que você? - ela parecia curiosa.
- Eu não sei. - respondi com sinceridade.
- Obrigada. - ela tinha um sorriso no rosto. - E me desculpa por ser brava com você as vezes.
- Acho que posso sobreviver. - disse rindo.
- Espero.
Ficamos em silêncio.
- Aquele rapaz loiro de olhos azuis é Rafael, certo? - disse quebrando-o.
Lexie me olhou surpresa. Acho que ela não esperava que eu tocasse no assunto.
- Sim, por que a pergunta? - ela me olhava.
- Nada. - respondi.
Ficamos em silêncio por algum tempo. Eu gostava de Lexie e por algum motivo eu não queria ir embora dali, queria ser um ser humano normal. Havia algo nela que me deixava completamente maravilhado e eu parecia um artista contemplando uma pintura.
- Quer ouvir algo? - Lexie disse.
- Claro.
Observei Lexie levantar-se e ir até o som. Pegou um CD e colocou dentro. Logo estava cantando Let Me Be Myself. Eu a conhecia bem e sabia até o nome das músicas que ela ouvia. Lembro-me de observá-la cantar e dançar sozinha, cada movimento me deixava com vontade de dançar também, mas eu tinha que me concentrar. Estava ali para protegê-la. Apenas.
Continuamos deitados até Lexie pegar no sono.
Eu a observava dormir e me sentia completamente vivo.
- Eu vou te proteger, nem que seja a última coisa que eu faça. - sussurrei passando a mão em seus cabelos.
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