Nossa Eterna Usurpadora escrita por moonteirs


Capítulo 61
Querido Diario


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores,
Desculpem pela demora, tive um bloqueio criativo terrivel que só foi se resolver depois que a Daiandra ( escritora saliente ) e a Dayane se uniram pra me chantagear, vê se pode. Mas enfim, aqui esta o capitulo, boa leitura.



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Mais um dia transcorrido, mais um anoitecer e mais uma vez o ritual se repetia. Sentada na cadeira com estofado de veludo, a bela mulher de olhos verdes pega a chave contida em sua bolsa, e com movimentos delicados e elegantes ela abre a gaveta da escrivaninha. Lá estava ele, um pequeno caderno que continha mais do que folhas e palavras, ele possuia os segredos e mais terriveis pensamentos daquela mente maquiavelica.

“Sempre soube que meus planos dariam certo. Não sou o tipo de pessoa que aceita a derrota ou muda seus planos perante o impossível, não desisto até conseguir o que desejo, mesmo que para isso eu tenha que pisar sobre a cabeça de quem atrapalha. Durante toda a minha vida, minha inteligencia foi questionada, quem convivia comigo pensava que minha mente se dedicava apenas ao superficial da vida. Coitados. Os inúneis não percebiam que eu os manipulava o tempo todo, sempre conseguia que eles mudassem seus caminhos ou pensamentos para que eu fosse favorecida. E quando eles não serviam mais para mim, eu como um papel velho e amassado os jogava no lixo. Meus pais adotivos sempre me deram tudo o que eu queria, meus desejos eram de modo algum negados e a minha cede por luxo era a cada dia mais estimulada. Eles foram os unicos que eu não manipulei tanto, não havia necessidade, eles sempre estiveram na palma da minha mão. Porém, depois de suas mortes eu não tive escolha, tive que buscar alguém que mantivesse meu nivel sofisticação e riqueza. Foi nesse momento que eu percebi que uma pessoa era muito pouco, porque eu iria me contentar com apenas um amante quando eu poderia ter vários. Cada um se deixava ser manipulado em troca do prazer, e eu amava isso. Vê-los ludibriados pelo desejo e atendendo as minhas ordens me dava mais poder do que eu esperava. As vezes me culpo por ter permitido que o controle escorresse de minhas mãos no momento que conheci Carlos Daniel, aquele idiota fez com que eu me apaixonasse e abrisse mão de tudo aquilo para me doar a um matrimonio. Pior decisão da minha vida. Confesso que naquele instante a ideia de me casar com ele não me pareceu tão ruim quanto agora, ele era lindo, rico, me tratava como uma rainha, e porque não dizer, ele me deixava realizada na cama. Carlos Daniel era a combinação perfeita de homem para mim. O único problema foi a bagagem que ele trouxe consigo. Ter que aguentar essa familia insuportavel foi demais para mim, comecei a questionar se ele valia tudo isso. Mas já era um erro que eu não podia remediar, eu já estava casada com ele e teria que engolir e fingir gostar dessas pessoas detestaveis. Não por muito tempo, graças a minha brilhante inteligencia eu dei logo um jeito de resolver essa situação, o único problema era que as minhas viagens pela saúde não poderiam ser constantes, eu tinha que arranjar algum modo de me livrar por um bom tempo da familia Bracho. Foi ai que eu cometi o meu segundo erro, acreditar que a Paulina era mosca morta o suficiente para ocupar o meu lugar por 1 ano sem me causar nenhum problema foi estupidez. Aquela idiota se apaixonou pelo meu marido, e isso era algo que eu não poderia permitir. Minhas irmãzinhas sempre com essa mania de tentar se apossar de algo que não é delas, da Noelia eu consegui me livrar mas com a Paulina foi diferente. A mosca morta conquistou verdadeiramente o Carlos Daniel e fez com que ele me odiasse. Maldita. Bem que mereceu o que eu fiz com ela. Nunca vou me esquecer da cara de desespero da queridinha quando percebeu o meu plano, definitivamente usurpar o lugar dela foi a melhor coisa que eu já fiz, afinal de contas, o Carlos Daniel foi meu primeiro.”

O barulho de toques freneticos na superficie de madeira tiraram Paola de seu momento confissão. Seu diario era o único meio que ela encontrava de respirar, de sair daquela atmosfera maternal e caseira que ela deveria mascarar. Guardando rapidamente o pequeno caderno na gaveta, ela tentou incorporar o personagem e com a voz mais doce possivel permitiu a entrada daquele que batia a porta.

“Bom dia mãe”

“Ai Isabela é você!”

Bela era a única que conhecia a verdadeira face da mãe, não que ela soubesse o segredo da usurpação reversa, mas sim que a doçura e bondade não eram caracteristicas pertinentes à aquela que lhe deu a vida. Como Paola, Isabela não era um doce de pessoa, mas sabia fingir quando lhe era necessário. Com olhos verdes, pele alva e arcada dentaria perfeita, ela visivelmente havia herdado em seu dna a beleza dos pais. Sempre com o cabelo castanho impecavelmente arrumado, usando roupas de alta costura e brincos de perolas, ela era o fiel exemplo de garota mimada e rica. Crescendo como a preferida do pai e tendo como mãe Paola Bracho, Isabela se tornou uma jovem metida, arrogante e que sabia manipular sua familia e seus amigos para ter o que desejava. Usando o sarcasmo em seus frases, levantando a sobrancelha direita e lançando um olhar ameaçador ela conseguia sua postura superior e soberba. A copia fiel da mãe.

“Poxa, bom dia pra você também”

“Bela querida, você sabe que ser sutil não faz parte do meu gênio, mas diga, o que quer?”

“Pedir que você me ajude a convencer a chata da Gabriela a desistir dessa estupida festa de aniversario dela, eu quero ir pra Paris nessas férias com as minhas amigas e se ela não desistir eu não vou poder ir”

“Já falou com o seu pai meu amor? Sabes que ele nunca te nega nada”

“Falei sim, o problema é que a fábrica parece ter dividas ou algo do tipo, então ele não vai poder fazer as duas coisas.”

“Deixe comigo meu amor, eu cuido de tudo. Você vai passar as férias na França ou não me chamo Paol... quer dizer, Paulina Bracho”

Isabela saiu do quarto da mãe saltitante, mais uma vez ela havia conseguido o que queria. A palavra Não para ela era apenas uma junção de três letras jogadas ao vento, nunca tiveram significado real, nada era negado para Isabela Bracho.

Percebendo que a filha já havia ido embora do quarto, Paola fez questão de se certificar de que a porta estaria fechada e trancada antes de voltar a sua rotina, aquele momento quase confissão era a unica forma dela de extravasar todo o seu veneno.

“Ocupar o lugar da Paulina foi no começo um divertimento. Só de lembrar de sua face totalmente assombrada pelo meu plano me trazia a mais pura das felicidades, a magia só acabava quando algum dos pirralhos filhos dela vinha até mim pedir carinho. Que tortura. Ter que fingir amor por aquelas crianças foi o mais ruim dos meus desafios. A doçura da minha irmãzinha sempre me irritou, e naquele momento eu teria que atuar como se aquela caracteristica chata fosse parte de mim. Quanto aos mais velhos o problema não foi tão grande, em poucos anos Carlinhos e Lizete sairam de casa e um peso saiu de cima de mim. Paula e Gustavo eu tive que aguentar mais um pouco, até é claro quando a querida mãezinha deles os convenceu que seria ótimo pro futuro deles se eles fossem estudar no exterior, como bons filhos eles acataram a minha sugestão. Fingir lágrimas na despedida quando todo o meu interior gargalhava foi dificil, mas consegui. A verdadeira pedra no meu sapato é a Gabriela, ai que menina insuportável. Diferente da outra meia duzia de filhos da Paulina, a mais nova não era nada parecida com a mãe. Em vez de herdar o carater ‘mosca morta’ da mãe, ela me aparece com uma personalidade forte e sem papas na lingua. Ela é a única pessoa que eu não consigo controlar, e eu odeio isso. Posso considerar a Gabriela a ovelha negra da famila, não tem um momento que ela não esteja arrumando briga aqui dentro de casa, seja com a minha querida filha Bela ou com o pai. Carlos Daniel nunca gostou da atitude rebelde dela, a maquiagem pesada preta e os piercings na orelha e no nariz o irritam profundamente. Quanto a isso eu não tenho do que reclamar, eu não preciso me esforçar pra fazer essa casa pegar fogo, Gaby já faz isso por mim. Apesar da atitude indosmeticavel dela, não posso negar que ela é bonita. Cabelo loiro longo e com a raiz escura, roupas de marcas pretas intercaladas por peças em dourado, e sempre de salto alto ela chama atenção de qualquer um. Poderia até gostar dela, consigo ver em suas atitudes muitas das minhas caracteristicas, ela tem aquele olhar superior e sorriso vitorioso em que eu me identifico. O único problema é que a Gabriela em vez de ficar ao meu lado, não, ela me enfrenta. Ela nunca esteve disposta a aceitar a minha palavra, sempre teve sua vontade própria, e isso me irrita. Sua personalidade é forte demais para ser persuadida, aquela garota não tem nada da mãe, a Paulina nunca seria forte, nunca seria arrogante, e definivamente, nunca agiria contra mim.”

Depois de escrever a última palavra em seu diario, Paola o fechou e o guardou com a chave em sua escrivaninha. Respirou fundo, concentrou-se e saiu do quarto pronta para enfrentar mais um dia com sua ‘amada’ familia. O que não passava pela cabeça dela era o que os seus ‘nuncas’ refente a Paulina estariam muito perto de cair por terra. Em poucos dias, a nova Paulina Martins iria mostrar sua força, seu poder e sua arrogancia, ela iria mostrar sua vingança.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
@deafmonteiro