Uma semana se passou desde aquele dia, e tudo parecia estar bem, todos estavam felizes e com suas vidas tranquilas. Não havia problemas que não pudesse ser solucionado, muito menos se Paulina estivesse ali presente. Mesmo entrando naquela casa da forma como entrou, com toda a historia da usurpação. Ela não fazia nada que não fosse para o bem da família Bracho, sua chegada foi como o ponto final em uma historia de uma família que estava se degradando aos poucos. Todos a viam como um porto seguro, alguém que pudessem confiar e que sabiam que nunca os desapontaria.

Embora toda a felicidade daquela casa, nossa eterna usurpadora sentia dentro de si uma angustia. O pensamento de talvez ter outra irmã, e com isso, de não conhecer toda a sua historia a torturava. Parecia que sempre havia segredos a serem descobertos, e que nunca iria ter paz. Apesar de toda a confusão que estava sentindo, ela não deixava transparecer, não queria que seus temores atormentassem aquela família que já havia sofrido tanto.  O único que tinha conhecimento do que estava se passando era Carlos Daniel, apenas ele. E para Paulina, seu apoio já bastava, ela só conseguia tirar forças para superar tudo aquilo através do amor de seu marido.

CD: Bom dia minha vida – Disse olhando em seus olhos, ainda deitado na cama. Mesmo depois de uma década de casamento, eles ainda conservavam aquele amor tão puro e sincero.

Paulina: Bom dia meu amor – Disse antes de o beijar – Sabia que eu amo acordar em seus braços?

CD: Ah é? Pois minha vontade é de nunca mais sair daqui, ter sempre você em meus braços.

Paulina: Você sabia que eu te amo?

CD: E você sabia que é a mulher da minha vida?

Respostas não necessitavam serem ditas, apenas seus beijos traduziam todo aquele amor que sentiam. Depois de alguns minutos namorando na cama, Paulina tentava inutilmente levantar da mesma.

Paulina: Vamos meu amor, temos que descer e tomar café.

CD: Deixa isso pra lá meu amor, vem, fica mais um pouco aqui comigo.

Paulina: Nada disso Senhor Bracho, já namoramos demais. Já devem estar sentindo a nossa falta.

CD: Mas meu amor...

Paulina: Mas nada, vamos levantar.

CD: Ta bem, só mais um beijinho.

Paulina: Só mais um hein?!

CD: Combinado

Paulina chegou perto do marido, deu um selinho rápido e logo se levantou da cama.

CD: Ah, não valeu, você me enganou.

Paulina: Não, esse foi o combinado, um beijinho. E sabia que você fica lindo fazendo esse biquinho – Disse rindo um pouco.

CD: Ah você está rindo é? Não tem medo das consequências Senhora Bracho?

Paulina não conseguia parar de rir. Seu marido, as vezes parecia uma criança. Seu jeito de menino a fazia se apaixonar ainda mais por ele, era o lado divertido, brincalhão, totalmente diferente do Carlos Daniel Bracho executivo, serio. Percebendo que Paulina não parava de rir, Carlos Daniel segurou a esposa em seus braços e caminhou rumo ao banheiro.

Paulina: Ei, pra onde estamos indo?

CD: Vamos tomar banho juntos, ou você achou que ia se livrar de mim?! – Disse com um olhar de malicioso.

~Na sala de jantar ~

Lizete: BOM DIA FAMILIA LINDA

VP: Nossa, parece que alguém viu um passarinho verde hoje.

Carlinhos: Um passarinho verde chamado Miguel.

Lizete: Olha garoto, nem suas pertubações vão me fazer perder essa alegria que eu to hoje.

Paulinha: Porque você ta tão feliz maninha?

Lizete: É porque é hoje o dia que o papai vai conhecer o Miguel, e com isso, estaremos livres para namorar.

VP: Ah é verdade, é hoje que o famoso Miguel vem jantar aqui em casa.

Stephanie: E não se preocupe Lizete, o mais difícil que era o meu irmão aceitar a ideia do namoro já aconteceu. Então, vai dar tudo certo.

Lizete: Obrigada tia, mal posso esperar até de noite. Mas falando no papai, onde eles estão? Foram para a fábrica?

VP: Não filha, seus pais ainda nem desceram pra tomar café.

Lizete: Estranho, eles não costumam demorar.

CD: Quem não costuma demorar? – Disse o gostosão chegando de mãos dadas com Paulina.

VP: Vocês, estávamos estranhando os dois ainda não terem descido.

CD: É que perdemos a hora vovó – Falou sorrindo e olhando para a sua amada, que estava com o rosto vermelho de vergonha.

VP: Sei... como se eu não conhece vocês dois.

Paulina: Ai vovó piedade – Com o rosto ainda mais vermelho.

Stephanie vendo que Paulina estava ficando cada vez mais constrangida, tentou mudar de assunto para ajudar.

Stephanie: Então, é hoje que finalmente vamos conhecer o namorado da Lizete.

Paulina: É mesmo, ele vem jantar aqui. Já combinou com ele filha?

Lizete: Já mamãe, ele estará aqui às 19 horas em ponto.

CD: Acho bom ele não se atrasar, gosto de pontualidade.

Paulina: Carlos Daniel, você se lembra de que prometeu ser legal com o menino?

CD: Sim, eu me lembro. E prometo não mata-lo.

Paulina: CARLOS DANIEL!

CD: Eu só estava brincando meu amor.

Paulina: Assim espero.

Gustavo: Paizinho, mãezinha, vocês não vão trabalhar hoje?

Paulina: Ah verdade meu amor, vamos sim. Já estamos atrasados Carlos Daniel.

CD: Paulina, você tinha me prometido não ir mais a fábrica durante a gravidez.

Paulina: Não, eu prometi não ir tão frequentemente.

VP: É Carlos Daniel, acho que essa guerra você perdeu.

CD: Quando a Paulina coloca algo na cabeça, não tem quem a faça tirar.

Despediram-se da família e foram em direção a fabrica. Ao chegar lá, Carlos Daniel não deixou que a nossa eterna usurpadora fosse andar pela empresa, ela ficou revisando alguns documentos enquanto ele fora vistoriar a fábrica.

Nossa heroína estava olhando os documentos com tanta concentração que se assustou ao ouvir o telefone tocar.

Paulina: Alô?

Pessoa: Paulina Bracho?

Paulina: Sim, quem fala?

Pessoa: Oi Paulina, aqui quem fala é a Noelia.