Dramione - Como Eu Odeio Ser Um Malfoy escrita por Mahizidio


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Gente, muito obrigada pelos comentários e por estarem lendo! Enfim mais um capítulo, espero que gostem! ^-^



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Draco e Hermione não viam a hora de voltarem para Hogwarts. Queriam ter se encontrado durante o feriado, mas a grifinória preferiu não se arriscar e deixar os amigos ainda mais desconfiados.

No retorno às aulas, combinaram de se encontrar no salão dos monitores pela madrugada. Poderiam simplesmente ter combinado de um ir ao quarto do outro, mas, com toda cautela que possuí, Hermione preferiu o salão.

Draco não estava se importando com os choques que levava, ele queria apenas ficar perto de Hermione, mas sabia que ela não deixaria que ele passasse por isso. Mesmo se entregando em alguns momentos, faria o possível para que ele não sentisse mais aquilo.

Naquela noite, conversaram sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo. Sentiam-se bem apenas com a presença um do outro, com os olhares que trocavam, com o leve roçar que suas peles tinham por alguns segundos. Não queriam que aquele momento simples, mas único, acabasse nunca. Porém, teriam aula no dia seguinte, não poderiam ficar ali para sempre.

O sonserino acompanhou Hermione até a porta do quarto, que ficava um pouco antes do dele, do outro lado do corredor. Os dois queria colar os lábios e não desgrudar nunca mais.

Hermione sabia que se o loiro a beijasse ela não poderia resistir, mesmo sabendo o que ele passaria se o fizesse. Ela ansiava por aquele contato e não sabia quando iria conseguir.

Já Draco, imaginava que a morena resistiria caso ele tentasse beijá-la, pois ela sempre se preocupava com os choques que ele levaria. Não importava choque algum. Queria beijá-la. E o faria.

Os dois fitaram-se por alguns segundos antes de Draco aproximar-se um passo. Hermione não conseguia se mover. Não esperava que o sonserino fosse beijá-la. Queria aquilo mais do que tudo.

Quando ficou a pouquíssimos centímetros da grifinória o cheiro inebriante que ela emanava o deixou tonto e ainda mais determinado. Hermione já conseguira voltar a si. A respiração e a presença cada vez mais próxima do loiro estava a deixando louca. Ela queria acabar logo com aquela distância mínima que havia entre os monitores. Não pensou. Apenas agiu.

Draco não esperava por aquela atitude. Levou alguns segundos até reagir ao toque dos lábios macios da morena nos seus. O primeiro choque que percorreu o corpo dele foi intenso, o mais forte até aquele momento. O coração, já descompassado do sonserino, quase saiu pela boca.

Apesar de não ter tido a iniciativa, foi Draco quem pediu passagem com a língua. Ao senti-la em seus lábios, Hermione não hesitou em permitir a passagem. Era um beijo doce, calmo, apaixonado. Seus lábios movimentavam-se delicados e com precisão. As línguas buscando cada centímetro um do outro.

Todas as células do corpo de Hermione reagiam àquele beijo. Ambos sentiam os corações descompassados contra o peito. Os pulmões ardiam por ar, mas não queriam quebrar o contato.

Draco, mais uma vez, não percebeu, mas a intensidade de seus choques diminuíam a cada segundo.

Por fim, longos minutos depois, se desvencilharam. Draco, que havia colocado as mãos na cintura da grifinória, não as tirou de lá. Mais uma vez, puxou-a para sim, afundando o rosto na curva do pescoço de Hermione. Sentindo aquele cheiro que tanto amava. Ela, que tinha as mãos em volta da nuca do sonserino, começou a fazer carícias nos fios loiros.

O sonserino não queria sair dali. Sentia-se mais amado e querido como nunca antes havia se sentido nos braços de ninguém. Até mesmo seguro, ele ousaria dizer. Queria poder falar o quanto a amava. Desejava com todas as suas forças que toda aquela tortura acabasse. Que ele pudesse ficar nos braços de Hermione sem sentir nada além de amor, carinho, compreensão...

Hermione não conseguiu se conter. Deixou uma lágrima rolar pela face. Nunca imaginou que poderia sentir-se tão amada por Draco Malfoy e que esse sentimento pudesse ser reciproco. Em menos de dois meses, pôde conhecer o melhor lado do sonserino. E a perspectiva de continuar ao lado dele era a única coisa que ela queria.

O loiro inspirou mais uma vez o perfume de Hermione. E, depositando beijos – que eram seguidos de leves choques – em toda extensão do pescoço e rosto da garota nos braços dele, voltou a colar seus lábios. Um beijo que traduziu tudo o que ele queira falar, mas não era capaz.

– Eu te amo, Draco. - Hermione sussurrou, ainda com os olhos fechados, após se separarem.

Draco passou os dedos pelo rosto dela. Respondeu a única coisa que podia, mas não o que queria:

– Eu também, Mione.

Ela não conteve o largo sorriso que surgiu nos lábios. Abriu os olhos e segurou a mão do loiro que ainda passeava pelo rosto dela.

– Desculpa por te fazer sofrer.

– Você nunca vai me fazer sofrer. Você só me faz bem. Eu te... - ai falar, esquecendo-se de que não conseguia – Bem, você sabe. Só me promete uma coisa: não sai de perto de mim nunca.

– Nem que eu quisesse conseguiria me afastar de você agora.

Draco conseguiu apenas sorrir. Hermione deu um beijo na mão que ainda segurava dele.

– É melhor irmos dormir. Já deve estar quase amanhecendo. - brincou.

– Então, boa noite. - deu um beijo na testa da grifinória, e antes de seguir para o próprio quarto, falou com o típico sorriso sedutor nos lábios – Sonhe comigo.

Antes de dormir, o sonserino ficou pensando em tudo o que havia acontecido nas últimas semanas. Pensando, que mesmo sob um maldito feitiço, estava na melhor e mais feliz época de sua vida, com as pessoas mais improváveis de lhe proporcionarem isso. E pensando em tudo isso, foi que ele percebeu: não estava mais sendo tão afetado pelos choques.

Como havia percebido isso antes? Será que aquele merda não foi "esperto" o suficiente e o feitiço está perdendo poder? Mas isso é incrível! Sorte que não tem nenhum quadro daquele imbecil em casa, porque se tivesse, depois de xingar muito aquele filho da puta, ia fazer questão de falar o quanto ele foi burro e que aquela bosta que ele inventou não vai me impedir de nada. Além, é claro, de jogá-lo em alguma lareira depois. Desgraçado... É, Hermione, você não vai sair de perto de mim tão cedo.

Com todos esses pensamentos e turbilhões de sentimentos, pegou no sono quando já estava quase amanhecendo.

xx

Hermione desistira de dormir. Ficou todo o resto da noite pensando no quanto estava feliz perto de Malfoy, uma coisa que nunca na vida dela imaginou ser possível.

Queria ir para o café-da-manhã logo. Tinha que contar para Gina o que havia acontecido durante a madrugada.

Entrou no Salão Principal e procurou pelo sonserino, que agora sentava-se sempre sozinho na mesa da Sonserina sob olhares nada amistosos de Goyle – ou, raras vezes, sentava-se com os grifinórios, que estavam se acostumando com a presença dele –, mas não o encontrou.

Antes que os amigos chegassem, começou a vomitar informações para a ruiva, que absorveu tudo o que ouviu, organizou, e ficou muito feliz pela amiga.

xx

Draco perdeu a hora. Acordou com uma coruja bicando a sua janela. O sonserino viu que não era a ave de sua mãe, mas logo a reconheceu. Era a coruja de Blaise Zabini, o único que ainda continuava amigo do loiro, mas não estava em Hogwarts pois seus pais não achavam seguro para um sonserino voltar à escola. Mesmo continuando amigos, fazia muito tempo que não se encontravam nem se correspondiam. Ele colocou a carta na mochila e foi tomar banho. Queria saber o motivo da carta, mas não queria se atrasar mais do que já estava para a primeira aula de segunda-feira: poções. Sim, agora ele gostava dessa aula, como de todas as outras que passava ao lado de Hermione.

xx

Hermione já estava ficando aflita. Não vira Draco durante o café-da-manhã, a aula já havia começado há quase dez minutos e nada dele aparecer.

Alguém bateu na porta, e Hermione sorriu aliviada quando viu um loiro esbaforido perguntando se podia entrar.

– Idiota! Onde você se meteu? - advertiu, enquanto ele sentava-se ao lado dela, baixo para o professor não ouvir – Queria me matar de preocupação?

– Sabe, alguém me fez ter uma noite maravilhosa. - já acomodado na carteira, olhou para Hermione e com o melhor sorriso de canto, continuou – Ai eu não consegui dormir, lembrando e relembrando tudo o que tinha acontecido. E quando eu consegui dormir, não consegui acordar.

Como o sonserino previa, as bochechas de Hermione coraram instantaneamente e ela desviou o olhar, dando uma atenção desnecessária para as mãos e murmurou:

– Eu só fiquei preocupada.

– Ei, sua boba. - disse a ela, colocando uma mecha dos cabelos dela para atrás da orelha – Eu estava brincando. - ela sorriu, ainda meio tímida. Draco lembrou-se da carta que havia recebido – Recebi uma carta hoje,... do Blás.

Draco havia falado umas duas vezes sobre o amigo para a grifinória, mas nada de tão interessante que a fizesse gostar dele. Sim, era um preconceito idiota estabelecido há muito tempo entre sonserinos e grifinórios, e ela, mais do que ninguém devia saber que essa atitude não levaria à nada. E que sonserinos podiam sim ser pessoas boas e com coração. Ela fez uma careta para o comentário do loiro. Enquanto tirava o pergaminho da mochila, ele falou:

– Ah, Mione. Ainda com isso? Você sabe que ele não é pior que eu.

Ela rolou os olhou e achou desnecessário responder a isso. Quantas vezes ela precisaria falar que ele não era nada ruim e que foram as circunstâncias que o levaram a ficar meio...

– Srta. Granger? - Slughorn a tirou de seus pensamentos, provavelmente esperando uma resposta para uma pergunta – Você sabe a resposta?

– Desculpa professor, pode repetir a pergunta, por favor? - "Por Deus, sobre o que ele estava falando? Não prestei atenção em nada da aula." Draco soltou uma risada abafada, Hermione nunca ficava perdida nas aulas.

O professor repetiu a pergunta e prontamente a monitora-chefe respondeu. Draco não estava nem um pouco a fim de prestar atenção na aula, começou a ler a carta de Blaise.

Draquito!

E ai cara, como você está? Esqueceu que tem amigo, é?

Você devia ter me avisado que veio para o Natal, por pouco não nos encontramos, fui na sua casa ontem. Na verdade minha mãe me obrigou a ir. Ela e a sua ficaram conversando sobre o orfanato. E eu fiquei lá, ouvindo as duas falarem daquelas crianças como se fossem filhos. Hunf! Depois de dezoito anos começar a dividir minha mãe é foda, né cara? Ainda bem que estávamos viajando quando teve aquele almoço. Como você aguentou aquele monte de criança ranhenta? Tenho fobia delas.

Mas enfim, não é pra falar das crianças que estou escrevendo. Nossas mães não falaram só do orfanato, você também foi um dos assuntos. O mais interessante, diga-se de passagem.

Quem diria, Draco Malfoy, "a princesinha" da Sonserina, a pessoa mais preconceituosa e convicta – pelo menos aparentemente – dos seus ideais...

"Onde esse filho da puta do Blaise quer chegar com isso?" pensou o sonserino, "Minha mãe não pode ter falado nada sobre a Hermione..."

… e mais muitas coisas que você sabe muito bem, está de rolo com Hermione Granger? Uma, como é mesmo?... Ah, "Sangue-Ruim". Eu sempre te falei que isso era uma idiotice e você sempre me xingando. Porra Draco, vá se foder, ok?! Você era MUITO idiota mesmo. Pelo menos agora parece que você acordou pra vida, hein?!

Mas e ai, quando você ia me contar?... ah, você não pode falar! kkkk Você é realmente fodido, Draco, impressionante.

Sua mãe disse que vocês iam tentar reverter o feitiço. Sério, tomara que você consiga, já que está disposto a ficar com ela.

Eu já admirava a Granger, por causa da inteligência dela – e também porque ela é bem gostosa, com o perdão da palavra –, mas agora ela merece meu respeito eterno. Ela conseguiu o que eu tentava há anos.

Cara, de verdade, boa sorte. Você vai realmente precisar.

E vê se não se esquece que tem um amigo. Me avisa quando for pra Hogsmead, vou tentar te encontrar lá. E leva a Granger, quero agradecer pessoalmente por ela ter mudado essa sua cabeça de vento.

Abraços,

Blás.

– Filho da puta, desgraçado! - murmurou Draco, assim que acabou de ler o pergaminho.

– Draco! - a morena reprendeu – Que foi?

– O idiota do Zabini! - rosnou.

– Zabini? Idiota? O que aconteceu com "Blás"? "Meu amigo"? Hein?! - perguntou divertida.

– Lê isso! - disse entregando o pergaminho à morena – Você provavelmente vai começar a adorá-lo. Hum!

Hermione pegou a carta e começou a ler. Sua feição ficou muito divertida em certo ponto, o que deixou o loiro ainda mais irritado.

– Não vejo motivo pra tanta irritação, Draco.

– Como não? Ele falou que você é gostosa! - sentenciou, alto demais, chamando a atenção de toda classe.

Hermione ficou da cor do cabelo de um ruivo sentado um pouco à frente, que agora tinha uma carranca muito feia.

– Algum problema, senhor Malfoy? - o professor perguntou sério, tentando esconder a vontade de rir do constrangimento da morena.

Draco manteve a pose arrogante diante da sala, que o encarava com desdém.

– Não, nenhum problema, professor.

– Bom, então vamos voltar à aula.

Os alunos, com exceção de Harry e Rony voltaram sua atenção à aula. Hermione meneou a cabeça, indicando que eles não precisavam se preocupar. Assim que os dois viraram, ela lançou um abaffiato para poder conversar sem outro incidente.

– Draco, precisava fazer isso?

– Claro! Além de ficar tirando uma com a minha cara ele ainda fala que você é gostosa. - Hermione corou novamente, desviando o olhar para a mesa.

– Eu não sabia que ele não tinha problemas com "sangue-ruins". - mudou o rumo da conversa.

– Não fala isso, sangue-ruim, não me lembra coisas boas. - falou meio distante, lembrando de como, realmente, era um idiota – E se dependesse de você, continuaria por muito tempo sem saber, porque sempre que eu começava a falar do Blás você mudava de assunto rapidinho. Pensa que eu nunca percebi, é? - perguntou divertido, cutucando a ponta do nariz dela.

– Er... desculpa? - estava sem graça – Acho que a preconceituosa da vez sou eu, né?!

– Ah Mione, para com isso. - disse entrelaçando as mãos dos dois, fingindo não sentir o choque que percorria seu corpo – Se alguém tem que pedir desculpa, esse alguém é o Blás. - resmungou.

– Draco Malfoy, para com isso você! - falou com falsa raiva – E eu posso saber por que você ficou com tão bravo com o que o Zabini falou? Você não concorda com ele? - tirando coragem sabe-se lá Deus de onde, perguntou erguendo uma sobrancelha e torcendo para não ficar vermelha.

Draco riu alto. Se não fosse pelo abaffiato com certeza teria atraído a atenção dos colegas de classe novamente. Aproximou-se do ouvido de Hermione e sussurrou o mais sedutoramente possível:

– Muito pelo contrário, minha Sabe-tudo. - deu uma mordida no lóbulo da orelha da morena, deixando-a toda arrepiada – Concordo plenamente com aquele idiota, mas só eu posso sair falando uma coisa dessas. Sabe, eu sou muito ciumento e possessivo...

Antes de Draco terminar de falar, Hermione o empurrou alguns centímetros. Havia fechado os olhos, e antes de abri-los, suplicou:

– Para com isso, Draco. A gente ainda está em aula e se você continuar tão perto eu não respondo por mim.

Essa palavras soaram como música para os ouvidos do sonserino, que abriu um largo sorriso.

Ele pretendia continuar provocando Hermione, mas foi – mais uma irritante vez – interrompido por Slughorn, que estava parado na frente dos dois.

– Senhor Malfoy, posso saber o que de tão interessante o senhor está falando, para a Srta. Granger não ter prestado atenção em nenhum minuto da minha adorável aula?

Draco mantinha seu tão conhecido olhar frio; já Hermione estava mais uma vez roxa de vergonha. O que quase a fez lançar um feitiço de desilusão sobre si mesma para que parassem de olhar para ela como se estivesse com uma melancia no lugar da cabeça.

Depois de alguns segundos encarando o professor, Draco respondeu:

– Desculpa, mas é assunto particular. - já de saco cheio da cara de leão-marinho do professor, pegou a carta e a mochila, que estavam em cima da mesa, e levantou-se – E o senhor me dê licença, estou indo embora.

– Draco!

Hermione chamou inutilmente enquanto o sonserino caminhava até a porta, deixando um Horácio embasbacado para trás.

Antes que a sala ou o professor tivessem alguma reação, o sinal para o fim da aula tocou. Hermione juntou seu material – que praticamente não fora tocado – o mais rápido possível e saiu correndo atrás de Draco.

xx

Harry e Rony não comentaram nada sobre o comportamento estranho da amiga e de Malfoy. Mas que eles ficaram com uma pulga atrás da orelha, eles ficaram.

Para não perder o costume, Draco jantou com os grifinórios. Hermione, que costumava fazer suas lições no Salão Comunal de sua casa – depois de muita insistência de um certo loiro – resolveu que faria na sala dos monitores aquela noite.

Minutos depois do jantar, os dois entravam na sala dos monitores e iam cada para seu quarto pegar o material. Draco não pegou material nenhum, apenas encostou no batente da porta do quarto dele e ficou esperando Hermione sair do dela. Quando saiu, a morena estava indo direto para a sala. O sonserino deu um pigarro para se fazer presente. A grifinória olhou para trás e caminhou até ele.

– Está fazendo o que parado ai? - percebendo o sorriso de canto, perguntou – Aí, Draco, fala logo, o que você tá aprontando?

– Nossa, por que você acha que eu to aprontando alguma coisa? - fez-se de ofendido.

– Draco, eu posso não ser uma "expert em Draco Malfoy", mas sei muito bem que, quando você faz essa cara, vai pedir alguma coisa.

– Tá, tudo bem, você venceu. - levantou as mãos em sinal de rendição – Eu estava pensando, e a gente podia fazer o dever no meu quarto. Sabe, lá – apontou para a sala – qualquer monitor pode entrar e tal...

– Eu não vejo problema algum nisso, porque a gente só vai estudar, a não ser que... Oh... só se você estiver pensando em fazer outra coisa além de estudar. - fingiu surpresa – Sabe, isso é meio arriscado quando se trata de uma Grifinória-Certinha-Metida-a-Sabe-Tudo. Ela pode querer se vingar.

– Acho que estou preparado pra qualquer tipo de vingança. - disse com um sorriso malicioso, dando uma piscadela.

Sem esperar por uma resposta, puxou Hermione pelo braço – sentiu apenas um leve choque – e a levou para dentro do quarto, fechando a porta atrás de si.

Hermione foi até a mesa, que ficava na parede esquerda, e deixou suas coisas. A mesa, como a dela, era redonda, mas ao invés de cadeiras, tinha três grandes poltronas ao redor. Na parede oposta, ficava a cama – que tinha uma cortina verde-escura e uma colcha com um grande escudo da Sonserina – e o criado mudo, ambos da mesma madeira escura da mesa e do guarda-roupas. A grifinória ficou admirada com o tamanho da guarda-roupas, que devia ser o dobro do dela e ocupava a parede, de frente para a porta, inteira. Ele era dividido em três partes, a do meio era uma estante apinhada de livros; as outras duas, com duas portas de correr cada. Na parede direita, ao lado da cama, tinha a porta, que o morena deduziu, do banheiro.

Como no quarto dela, o cheiro de madeira misturada a perfume também era presente. Mas antes que pudesse inspirar ar suficiente a fim de sentir mais dentro de si aquele cheiro maravilhoso, foi surpreendida com mãos em sua cintura.

– Draco! Quer me matar do coração? - perguntou, colocando as mãos no peito devido ao susto.

– Granger, se eu, que levo choque cada vez que encosto em você, ainda não morri do coração, não vai ser um sustinho desses que vai te matar. - sussurrou no ouvido da morena, deixando-a com o coração ainda mais acelerado.

Draco estreitou ainda mais os braços em volta de Hermione e começou a beijar e mordiscar o pescoço dela.

– Draco... isso te machuca. Eu... para, por favor...

Hermione pediu sem nenhuma convicção do que falava. Foi completamente ignorada pelo loiro que a virou para si. Cinza e castanho encontraram-se por alguns segundos antes de Draco voltar o rosto à curva do pescoço de Hermione. Depositando beijos por toda a pele, chegou à boca, beijando-a calma e apaixonadamente.

Sem hesitar, ela correspondeu ao beijo. Draco levou umas das mãos que estava na cintura de Hermione para a nuca dela, aprofundando ainda mais o beijo. Como se ainda houvesse algum espaço entre os dois, ela puxou os fios loiros para mais perto de si. Quando o ar fez-se necessário, ele mordeu de leve o lábio inferior de Hermione, antes de mergulhar o rosto no mar ondulado dos cabelos dela, que lhe beijava o pescoço.

Draco voltou os lábios para os da morena com volúpia e desejo.

Em poucos segundos estavam caminhando a tropeços para a cama. "Apenas" aquele contato já não era suficiente para as mãos que percorriam os corpos.

A meio passo de se deitarem na enorme cama do sonserino, Hermione percebeu o que estava fazendo. Com dificuldade, e muita falta de vontade, afastou-se e murmurou:

– Não, Draco... A gente... é...

– Muito rápido? - perguntou sem esconder o desapontamento.

– Sim. - respondeu encarando os orbes cinzas, tentando acalmar a respiração ainda ofegante. - E além disso, eu já falei, não quero te machucar e a gente não sabe o que pode acontecer se você continuar levando esses choques.

Draco abriu um sorriso e a puxou pela mão, sentando-se na cama e indicando para que ela também se sentasse.

– Eu tenho uma coisa pra te contar. Acho que daqui a pouco você não vai poder usar essa desculpa mais.

– Como assim? Não é desculpa, eu só... espera aí! Você não sente mais? - perguntou com um sorriso tão largo quanto sua mandíbula permitiu.

– Infelizmente ainda sinto. - com a mesma velocidade na qual havia surgido, o sorriso se desfez do rosto de Hermione – Mas... não é mais tão forte. Antes, com qualquer toque parecia que todos os meus órgãos paravam por um segundo antes de começar o choque, como se eu tivesse colocado o dedo em uma tomada. Sim, eu sei o que é uma tomada, e já levei choque nela, mas isso eu conto depois. - a morena riu do modo irritado como ele falou a última frase – Não tem graça, eu era pequeno, e doeu. Mas enfim, agora, quando eu encosto em você, não parece mais que eu vou morrer, fica meio que formigando, eternamente. Contudo, já é alguma coisa. E quando você vem pra cima de mim, me agarrando, – zombou, arrancando da grifinória uma careta e uma estirada de língua – que nem hoje e ontem, ainda parece que eu vou morrer, mas ai vai passando e fica só o formigamento estranho.

Hermione ficou tão feliz com a notícia que pulou no colo do loiro para abraçá-lo. Se a cama não fosse de casal, os dois com certeza teriam caído.

– Eu não acredito. Isso é muito bom. Aquele velho idiota não vale de nada.

O sonserino não deixou passar o fato de ter Hermione jogada sobre ele. Em cima de uma cama. Logo inverteu as posições e começou... Não, tentou começar a beijar o pescoço da morena, que se desvencilhou com facilidade e rolou para fora da cama.

– Mione! - resmungou "beijando" o nada.

– Vai Draco, levanta daí. Nesse ritmo não vamos estudar nada. E você não pode tirar notas baixas, se esqueceu?

– E tem como eu me esquecer disso? Vamos logo, então. - respondeu irritado.


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Notas finais do capítulo

Finalmente esses dois conseguiram se beijar!! E, Deus, como o Draco é quente!! haha
(Eu disse no cap passado que ia revisar tudo e tals, mas não tive tempo, então desculpem qualquer erro pelo meio do caminho)
O que acharam? Comentários? E se vocês puderem recomendar, eu ficaria MUITO feliz!
Bjs! Mah. *-*