Dramione - Como Eu Odeio Ser Um Malfoy escrita por Mahizidio


Capítulo 1
Capítulo 1




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Hermione desfrutava do aconchego e conforto do seu quarto de monitora-chefe. Ultimamente andava muito cansada e os dias, na maioria deles, eram bem estressantes – principalmente para ela que era monitora -, pois, apesar da guerra ter-se findado, constantemente podia-se encontrar alunos que ainda se assustavam do nada e começavam a gritar, ou que se lembravam de entes queridos ou amigos que haviam perdido e começavam copiosas crises de choro e ainda, tantos outros que andavam se esquivando de tudo que viam, com medo de serem atacados.

A monitora-chefe trajava apenas roupas íntimas, já preparada para o banho, ia em direção ao banheiro de sua suíte, lembrando-se do sorriso desconsertante de um certo loiro, que recebera mais cedo.

*FLASHBACK*

Hermione tentava se soltar dos braços fortes que a prendiam. Estava em apuros. Goyle a havia desarmado e a prendido contra a parede, segurando com força os punhos da garota, que se debatia inutilmente.

Ela não sabia o que ele queria com aquilo, mas coisa boa não podeira ser. "Eu estou perdida... sem minha varinha, num corredor deserto e com um brutamontes desse me segurando. Só um milagre pra eu sair inteira daqui.", pensou, enquanto lágrimas brotavam em seus olhos, "Passei por tudo pra acabar assim, na mão..."

Mas antes que pudesse completar o pensamento, uma voz bem familiar à ambos, fez seu carrasco vacilar.

– O que raios você pensa que está fazendo com ela, Goyle? - a voz, superior e arrastada, indagou, empunhando a varinha na direção do "amigo".

– Ah, cala a boca, Draco! Estou me vingando, não é óbvio? Foi por causa dela e dos amiguinhos que o Crabbe morreu! - disse o que deveria ser, na visão dele, o óbvio para qualquer um.

– Você é demente, ou o quê? - Draco se aproximou ainda mais, pegando a varinha de Hermione que estava no chão e fazendo um gesto para que o companheiro de casa soltasse a garota – Pelo que eu me lembre, foi aquele retardado que colocou fogo na Sala Precisa e se não fosse por ela – disse apontando para a grifinória, que agora massageava os pulsos – e os "amiguinhos" nós estaríamos tão mortos quanto seu queridinho Crabbe!

– Qual é, cara, vai defender a sangue-ruim, agora? - disse incrédulo, com nojo na voz – Era só o que faltava. E você não me diz o que eu devo ou não fazer!

– Digo sim. E você acabou de levar uma detenção! Até o fim do ano. - foi taxativo – Me entendeu? Agora some daqui, depois a gente vê como você vai cumprir isso.

Muito a contra gosto, ele saiu, bufando e falando coisas nada amigáveis.

– Abrigada! - Hermione se pronunciou, pegando a varinha da mão estendida de Draco – Mas eu não precisava da sua ajuda!

– Faz me rir, Granger. Eu vi muito bem como você não precisava na minha ajuda. - disse sínico.

– Já fez a caridade do dia, agora pode ir! Tchau, não preciso mais de você.

– Tudo bem, eu vou, mas você ainda vai ter que me aguentar muito durante o resto do ano, Granger. Não perde por esperar. - terminou com um sorriso, um tanto quanto intrigante e rumou para longe dela.

*FIM DO FLASHBACK*

– O que será que ele quis dizer com aquilo? - perguntou para si mesma enquanto abria o armário em baixo da pia do banheiro - E aquele sorriso, como eu nunca reparei que é tão...

A morena parou bruscamente com a cena que viu: seus pais mortos. Isso era o que mais a afligia nos últimos meses. Já que, desde o fim da guerra aurores estavam atrás deles na Austrália e não encontravam nenhum sinal do casal. Soltou um grito de horror e começou a chorar no mesmo instante, saindo do banheiro e fechando a porta atrás de si.

xx

Draco estava cansado, não via a hora de chegar no seu quarto. Seus pensamentos estavam no que ocorrera aquela tarde, não sabia quem era mais idiota, seu "amigo", ou Granger, que não deixa o orgulho de lado nem em uma hora de apuros. Ouviu um grito que o tirou de seus pensamentos. Cobriu rapidamente os metros que o distanciavam do quarto de onde havia saído o som. Sem nem mesmo se preocupar em bater na porta, abriu-a com estrépito, ao mesmo tempo em que pensava: "Vou ter que salvar essa garota outra vez? Que ironia, heim?"

Não esperava pela cena que viu: Hermione estava sentada no chão, encostada na estante de frente para o banheiro, com os braços em volta dos joelhos e chorando, chorando muito e soluçando alto, vestindo – ou não vestindo – apenas as roupas de baixo. Pareceu nem perceber que ele estava lá. Aproximou-se, ajoelhando-se ao lado da morena, que ainda ignorava sua presença.

– Granger? - chamou-lhe a atenção.

– Mortos... eu, eu.. não pode ser! Eles... meus pais! - dizia palavras desconexas.

Sem perceber o que fazia, abraçou o sonserino, buscando algum conforto nos fortes braços do loiro, que não soube o que fazer a principio, mas logo a abraçou de volta, passando as mãos pelo cabelo da morena, tentando acalmá-la, sem ao menos saber do que.

Ficaram assim por alguns minutos até que ela pudesse falar algo coerente. Soltou-se dos braços do sonserino e o fitou, dizendo:

– Bicho-papão...acho que tem um lá dentro. - disse apontando para o banheiro - Eu não vou conseguir..

– Tudo bem, - Draco falou, olhando a também – eu cuido disso.

Draco parecia preocupado com o estado da garota, Hermione pôde notar. Ele se levantou e foi em direção à porta, suspirando antes de abri-lá. A grifinória se acomodou, de modo que pudesse ver o que Draco mais temia, assustando-se com o que viu quando a porta foi aberta. Apareceu um Lúcio Malfoy, um tanto quanto mais novo, com o ar bem menos abatido do que das últimas vezes havia tido a infelicidade de encontrá-lo e com uma espécie de chicote em uma das mãos, batendo-o ameaçadoramente na outra. Draco fez o que havia aprendido com Lupin anos antes e em poucos segundos, já não existia mais bicho-papão.

O sonserino virou-se em direção à grifinória. Queria saber como ela estava e o que, de fato, tinha visto ali. Não conseguiu dizer nada ao se deparar com ela, que ainda não havia percebido que usava apenas roupas íntimas. O Garoto corou imediatamente, percorrendo o corpo da morena com os olhos, que segui seu olhar, constatando que estava semi-nua. Extremamente encabulados, os dois se fitavam, tentando encontrar um jeito de sair daquela situação. Hermione estava sem sua varinha, não podia sequer conjurar uma toalha ou qualquer coisa com que pudesse se cobrir. Correu o olhar pelo quarto, sobre a cama, viu sua toalha jogada. Draco viu a toalha também e prontamente a pegou e jogou para Hermione.

Já devidamente coberta, levantou-se e agradeceu ao sonserino, que respondeu:

– Não foi nada. - falou simples e com um olhar inquisitivo, perguntou – Mais que diabos você viu? Você falou sobre pais, morte... Oh... eles, eu... sinto muito, não sabia. Eles...?

– Não! - falou rápido demais, querendo que suas palavras fossem verdade – Na verdade eu não sei. Eles estão desaparecidos, na Austrália. Eu os mandei pra lá, antes da guerra, alterei a memória deles... mas os aurores não os encontram.

Mais lágrimas surgiram nos olhos da morena e foi a vez de Draco a abraçar sem nem pensar no que fazia, querendo apenas confortá-la, o mínimo que fosse.

– Vai ficar tudo bem, fica tranquila! Já já eles estão aqui de volta. - disse afagando-lhe os cabelos.

Hermione não conteve um sorriso. Por pior e mais estranha que fosse a situação, ela se sentiu confortavelmente segura ali, nos braços de Draco Malfoy. Afastou-se do abraço, olhando-o nos olhos e agradeceu mais vez:

– Obrigada, Malfoy! - disse sem-graça – Se você não tivesse aparecido eu não conseguiria fazer isso... e... obrigada por hoje mais cedo, com aquele idiota do seu amigo, não sei o que poderia ter acontecido se você não tivesse aparecido.

– É... de nada. E eu não se preocupa, aquele imbecil é um covarde, não faria nada com você. - virou-se para a porta – Acho que é melhor eu ir pro meu quarto. Er... boa noite.

– Boa noite, Draco! - disse sorrindo.

Já na porta, segurando a maçaneta, Draco teve certeza. Não podia mais ignorar o que sentia e ela precisava saber. Ela não brigaria mais com ele e confiara nele também – assim esperava. Tinha que falar, não seria um covarde, não dessa vez. Virou-se abruptamente, o coração martelava como nunca antes havia acontecido. Hermione se assustou com o movimento, esperando uma explicação. Ele falou:

– Hermione! Eu preciso falar com você! - estava atônito, mas não desistiria, falaria até o final. Viu que ela ainda chorava, chegou mais perto e enxugou uma lágrima. - Aí! O que você fez? - gritou

– Nada! O que aconteceu? - perguntou confusa

– Não sei, eu levei... um choque?

– Ah... isso normal! Acontece as vezes, descarga elétrica, sabe? - ele fez que não com a cabeça – Tudo bem, mas o que você ia me falar?

– Ah, é! - ele quase se esquecera de porque estava ali – Eu quero falar que eu, eu... eu estou... estou... - deu um pulo, outro choque – MAS QUE PORRA É ESSA QUE ESTÁ ACONTECENDO?

– Ei, precisa falar desse jeito? Olha o respeito! - repreendeu-lhe – E por que não fala logo o que você quer?

– Eu não consigo, não sei o que é! Simplesmente não sai. - estava visivelmente perturbado – Parece que minha língua trava! Me dá um pergaminho e uma pena, vou escrever.

Segundos depois Hermione havia lhe entregado pergaminho, pena e tinteiro. Draco começou a escrever: "Hermione, eu estou...". Mas antes que pudesse começar a próxima palavra algo que eles nunca viram aconteceu. Outra onda de choque invadiu o corpo do loiro, fazendo-o soltar a pena, que pegou fogo na ponta, deixando o pergaminho em frangalhos.

Dessa vez foi Hermione quem se alterou:

– Que merda é essa, Malfoy?

– Não sei, definitivamente não sei. Mas eu não vou desistir. Vou arrumar um jeito de te falar. Boa noite. - saiu batendo a porta, deixando Hermione sem entender nada do que havia acontecido.

xx

Draco já estava em seu quarto, jogou-se na esplendorosa cama de dossel, pensado o quanto sua vida havia mudado em menos de um ano. Lembrava-se o quanto queria que todo aquele tormento de obedecer ao Lord das Trevas e ao pai acabasse. Não aguentava mais aquela vida, só obedecia à ordens, não tinha opinião própria, não tinha nada. Só o fazia com medo do que poderia acontecer à sua mãe se ele resolvesse fugir. Não queria a vida que o pai tinha. Não queria ser capacho de um bruxo que se achava superior ao mundo. Mas tinha medo, era um covarde e, se tudo já não tivesse acabado, ainda estaria seguindo o caminho do pai, ou mesmo o da mãe. Sempre servindo. Talvez ele não fosse o único covarde, o pai só fazia tudo aquilo por medo de morrer, por medo de ser descartado por Voldemort. A mãe também, outra covarde, com medo de perder o filho, sedia aos caprichos do marido e da irmã... Coragem, definitivamente isso não corria no sangue de um sonserino, principalmente se este fosse um Malfoy.

Depois da guerra, seu pai, obviamente, fora preso. Prisão perpétua em Azkaban, não ganharia o beijo de algum dementador, pois estes não guardavam mais a prisão. Ele e a mãe foram poupados disso. Narcisa e Draco receberam penas alternativas, deveriam prestar ajuda à sociedade bruxa pelo resto de suas vidas. Se mostraram realmente arrependidos dos seus atos, sendo a Sra. Malfoy, considerada aliada na derrota de Voldemort ao dizer que Harry estava morto. Com o auxilio de um bom advogado, as penas foram bem leves: Narcisa teria que ajudar, financeira e presencialmente, um orfanato bruxo; e Draco deveria se tornar auror, tendo como obrigação durante aquele ano, tirar excelentes notas que o habilitassem ao cargo.

E agora, ele estava ali, naquela cama de monitor-chefe – cargo que McGonagall lhe confiara, devido ao seu real arrependimento e ao fato do garoto ter sido um dos poucos sonserinos do seu ano que voltou para o castelo – pensando em sua vida "... desde quando isso hein? Desde quando eu estou... eu estou... PUTA QUE PARIU! O QUE ESTÁ ACONTECENDO? Tá, eu sei o que eu sinto, já faz um tempo até. Eu nunca tinha tentando colocar em palavras esses sentimentos, mas agora que estou querendo, eu não consigo. Isso é absurdo. Impossível eu não conseguir nem pensar as palavras... pensar que estou... Ahhhhhhh! É ilógico! Eu tenho total controle sobre a minha mente, não posso ser impedido por, por... por alguma coisa que eu nem sei o que, de pensar alguma coisa! E aquele velho que se achava o mais sábio de todos nem vivo está pra me falar o que eu tenho... e o idiota do Snape também! Coragem. Morreram sendo corajosos. E eu não consigo nem falar que estou... CACETE! Pelo menos eu não levo choque quando penso, ou tento pensar, isso. Era só o que me faltava..."

Draco estava muito cansado para tentar entender o porquê dele não conseguir falar, escrever ou até mesmo pensar o que já estava óbvio para ele. Dormiu em meio a pensamentos, sem nem se dar ao trabalho de trocar de roupa.

xx

Hermione, logo depois da saída repentina de Draco, rumava, novamente, para o banheiro. Ligou o chuveiro e já podia sentir a deliciosa água quente da ducha caindo sobre os ombros quando voltou a pensar sobre o seu dia. Não podia acreditar que Draco a "salvara" por duas vezes e que a havia visto vestindo apenas lingerie. Ele a defendera do amigo, "Grande merda esse amigo, também... hunf"pensou. Havia se livrado do bicho-papão, "que estranho ele ter tanto medo assim do pai."e ainda a havia consolado em relação aos próprios pais, até agora desaparecidos. Fora o estranhíssimo comportamento antes dele ter saído. "Hoje, realmente, foi um dia agitado. Tomara que amanha seja bem calmo." Pensou, lembrando-se que o dia seguinte era sábado e que podeira descansar e relaxar um pouco na companhia dos amigos.

xx

No dia seguinte Draco acordou um pouco antes de almoço, com uma coruja bicando seu pé. Ele estava realmente cansado, ser monitor-chefe e ainda ter que tirar notas excelentes estava acabando com o loiro, que não se importava mais em perder parte dos seus sábados dormindo.

Era a coruja da sua mãe. Nesses últimos meses os dois estavam mais unidos do que nunca. Trocavam cartas semanalmente, principalmente porque Narcisa tinha medo que algum aluno quisesse fazer alguma coisa contra seu único filho, já que ele não tinha uma boa reputação, querendo sempre saber como seu "bebê" estava.

Ele tirou a carta da patinha estendida da coruja que saiu em seguida do quarto e a colocou em cima da escrivaninha. Foi direto para o banheiro, tomar o banho que devia ter tomado no noite anterior. Já com a água caindo sobre corpo, recomeçou a divagar sobre o que havia acontecido no dia anterior.

"É, eu sou tão f*dido que nem um amigo tenho pra conversar sobre isso, pedir ajuda, ou qualquer coisa. Não gosto da McGonagall, odeio o Slughorn e, mesmo já não implicando tanto comigo, os amigos da Granger nunca deixariam ela me ajudar. Mas que bosta! Tem que existir alguém nesse lugar que possa me dizer que merda é essa... há, mas é claro. Minha mãe... afinal, eu sou o filho dela, ela tem que saber o que é isso. É isso, ela tem que saber."

Se enrolou na toalha, saiu apressado do banheiro, pegou pena, pergaminho e tinteiro para escrever à mãe, nem se preocupando em ler a carta que recebera há pouco. Era sempre a mesma coisa, ela contava como havia sido a semana, perguntava como ele estava e pedia para que se cuidasse.

Mãe, está tudo bem sim. E pode ficar tranquila, estou me cuidando. Cuidando não só de mim, inclusive. "Salvei" a Granger, sabe, a sangue-ruim, duas vezes ontem.
Mas enfim, eu quero te perguntar uma coisa. E você é minha mãe, ninguém melhor que você pra saber o está acontecendo, espero.
Ontem, eu encostei em uma pessoa e aconteceu uma coisa muito estranha: eu levei um choque. Ela, a pessoa, disse que isso era normal "descarga elétrica", acontece às vezes. Mas ai, um tempo depois eu ia contar uma coisa, bem importante por sinal, pra alguém e levei outro choque, além de minha língua ter, sei lá, travado. Eu simplesmente não consegui falar. Resolvi escrever, já que realmente precisava contar. Também não consegui, outro choque. E a ponta da pena ainda pegou fogo, destruindo a pergaminho. Desisti de falar e fui dormir, fiquei pensando no que tinha acontecido e quando eu fui pensar, com todas as letras, palavras, tudo direitinho, o que eu ia falar, também não consegui. Pelo menos não levei choque.
Eu sei mãe, parece loucura. Mas realmente aconteceu. E, até onde eu saiba, tenho completo controle sobre a minha mente, então, não tenho nenhuma justificativa plausível pra isso. Espero que você possa me ajudar. E rápido, de preferência, não quero continuar levando choques.

Se cuida também!
Draco.

xx

Era um sábado lindo, Hermione acordou cedo para aproveitar o máximo possível o dia de descanso. Ela e os amigos estavam nos jardins do castelo, aproveitando o sol. Harry e Gina namoravam firme. Ela e Rony até tentaram, antes de voltar para a escola, mas acabaram vendo que era melhor continuarem apenas amigos.

Ela estava contando o que havia ocorrido na noite passada. Dos quatro, ela e Gina acreditavam que Draco pudesse realmente ter se arrependido, já Harry e Rony, continuavam achando que ele era o mesmo de antes, mas, para não arrumar mais confusão, fingiam – muito mal – que acreditavam na melhora do garoto.

– AQUELA FUINHA OXIGENADA TE VIU SÓ DE... DE... AH, VOCÊ SABE! ONDE VOCÊ ESTAVA COM A CABEÇA? - Rony esbravejou.

– Ah, eu esqueci pra quem eu estava contando, não é Ronald? Eu estava desesperada por ter acabado de ver meus pais mortos. E era ai que minha cabeça estava. - ela quase gritava – E já chega dessas criancices e desse ciúme idiota, você não é nada além de meu amigo, esqueceu? E se não fosse pela "fuinha oxigenada" eu não teria conseguido acabar com aquela coisa.

Rony, mais uma vez, falou sem pensar. Harry e Gina não fizeram nada, ficaram apenas olhando a tentativa do amigo, mais vermelho que os cabelos, em se desculpar.

– Desculpa, Mione... eu sei, falei sem pensar mais uma vez. Mas é que... ah, que saco. Ele é home Malfoy. Me desculpa vai? Eu sei que faço isso desde que a gente se conheceu, mas eu vou pensar da próxima vez. Desculpa...

– Eu vou fingir que você não disse uma única palavra, e continuar. Por que eu ainda não acabei. - ele abaixou a cabeça em concordância – Ainda tem a melhor parte: ele queria me falar alguma coisa, parecia importante, mas ele não consegui falar, disse que a língua parecia que travava e levou um choque. Ai ele me pediu pergaminho, pra escrever, já que não tava conseguindo falar. Mas também não deu, ele levou outro choque e a pena pegou fogo.

– Isso é loucura. Não pode ser. - Gina falou.

– Se é loucura ou não, eu não sei. Mas depois de tudo que eu vivi nesse mundo, sou capaz de acreditar em qualquer coisa. E eu vou descobrir o que ele queria me contar.

Os quatro não falaram mais sobre aquilo, apenas curtiram o dia, sem se preocuparem com nada.

xx

Para qualquer um, aquela teria sido uma semana normal, mas para um sonserino que esperava ansiosamente a resposta da carta que mandara à mãe, aquela foi uma das semanas mais longas de sua vida.

Sábado pela manhã, como de costume, a linda Coruja da Igreja da mãe do loiro, o acordou com bicadas no pé. Enfim teria uma resposta. Retirou o pergaminho da pata do bicho e nem esperou que ela saísse para começar a ler:

Draco, meu filho, você sabe que não precisa se preocupar comigo. Sou bem grandinha e sei me cuidar muito bem. Não vejo a hora de você vir pra casa nas férias, quero que conheça o orfanato, estou cada dia mais feliz por trabalhar lá. Tenho certeza que você vai gostar de conhecer o lugar também... Se bem que você nunca teve muito contato com crianças, mas nunca é tarde para começar.

Mas que merda é essa? Eu lá quero saber de orfanato por acaso? - estava impaciente com a enrolação da mãe – Mães...

Ah, fiquei muito feliz em saber que andou ajudando a Granger. Mas por favor, meu querido, não a chame de sangue-ruim. Você sabe muito bem o quanto isso não tem a menor importância, principalmente agora, nas atuais circunstâncias.

– Atuais circunstâncias? Não é porque ela me salvou e estou, bem, eu não consigo falar mesmo – riu-se – que vou deixar de chamá-la assim. E além do mais, você não sabe da última parte... então só acha que "devo" minha vida a ela.

Filho, eu queria que nunca precisasse falar sobre isso com você. Jamais desejaria que a pessoa mais importante na minha vida, precisasse passar por essa situação. Mas, como não podemos escolher esse tipo de coisa, acho que está na hora de você saber um pouco mais sobre a sua família.

– Quanta enrolação... não dava pra ser mais direta não, mãe?

Você, mais do que ninguém, sabe o quanto o sangue era importante para os Malfoy – era, porque eu espero que com você, tudo isso possa acabar. É difícil dizer isso do próprio filho, mas você é uma prova viva do quanto é possível humilhar uma pessoa por causa disso.
Há muitos anos, antes mesmo de seus bisavós nascerem, foi lançado um feitiço, pelo próprio patriarca, sobre a família Malfoy. Ao ver que seu filho estava apaixonado por uma menina nascida trouxa, indo contra os séculos de tradição da família, ele criou um feitiço que evitaria uma possível ruína dos Malfoy. Então, a partir dessa época, se algum Malfoy se apaixonasse por um trouxa, nascido como tal ou mestiço ele simplesmente não conseguiria falar, pensar, ou demonstrar isso. Impossibilitando qualquer um de saber a verdade.
Nunca ouvi falar que houvesse um contra-feitiço, ou qualquer jeito que fosse para anulá-lo. Nunca soube de nenhum caso, já que era essa a finalidade do feitiço. Também não faço ideia – ou não fazia ideia - do que pode acontecer a quem se apaixona por um "sangue-ruim".
Meu filho, essa não é uma tarefa fácil. Depois de tudo o que passamos por carregar o peso do nosso nome, não me decepcione. Eu sei que você vai encontrar uma solução para esse "problema", mas que essa solução não seja tentar esquecer a Granger. Sim, eu sei que é ela. Sei também que mesmo que você quisesse, não poderia me contar, não é?
Espero que você faça a coisa certa. Pra tudo se tem uma solução. E pode contar comigo para o que precisar.

Com amor, Cissy!

P.S.: Sobre seus choques, acho que posso dizer que essa é a verdadeira dor do amor.

Draco fez questão de ler tudo mais uma vez, só para ter certeza de que tinha lido certo e de que não tinha ficado louco de vez. Tinha lido certo, era aquilo mesmo. Estava preso a um feitiço de família e sua mãe sabia que ele havia se apaixonado por Hermione. Ele queria uma explicação, mas não achou que se exporia tanto para obter uma.

"'...não conseguiria falar, pensar, ou demonstrar isso.' Eu tentei contar pra ela e não consegui; tentei pensar e as palavras simplesmente não se formavam; tentei escrever, o pergaminho pegou fogo; encostei nela depois que já tinha certeza do que sentia, levei choque. Se esse velho babaca já não estivesse morto, juro que eu mesmo fazia esse favor à humanidade. Quem ele pensa que é pra fazer uma coisa dessas, desgraçado. Agora, além de ter me... BOSTA, além disso, tenho que descobrir como fazer pra essa merda de feitiço ser anulada. Era só o que me faltava.. Eu sou realmente f*dido, nem me apaixonar por 'qualquer uma' eu posso."

– Já sei! - de frente para o espelho, "conversando" com ele mesmo, esboçou o primeiro sorriso do dia - É só eu mostrar a carta pra ela, simples. Eu não posso contar, mas ela pode ler o que minha mãe escreveu.

xx

Draco queria mostrar a carta para Hermione o mais rápido possível, mas também não queria assustá-la. Ficar sabendo que alguém que te odiou desde a primeira vez que se encontraram está apaixonada por você já não deve ser uma coisa muito fácil de absorver e se, além disso, a pessoa estiver presa a um feitiço, deve ser mais difícil ainda. Resolveu que antes de contar, se aproximaria dela, como se quisesse apenas amizade, já que ela acreditava que ele tinha realmente mudado, talvez isso não fosse uma tarefa tão difícil.

Mas Draco estava enganado, todas as tentativas de aproximação foram frustradas. Ele sempre era interrompido por Harry, Rony ou os dois querendo saber o que ele estava fazendo com a amiga deles, não tinham tempo nem de começar um diálogo.

O sonserino não sabia, mas Hermione também estava começando a se irritar com as interrupções dos amigos, afinal, ela queria saber o que o loiro tinha para lhe contar e, agora, o porquê dele sempre aparecer para tentar conversar com ela. E ela começou a pensar que ele talvez só quisesse se aproximar, ter amigos, alguém com quem conversar, pois sempre o via sozinho, sem nenhum dos velhos companheiros. Pensou até que ele pudesse ser mais que um sonserino arrogante que só se importa com ele mesmo.

xx

Já havia se passado quase uma semana e Draco não conseguira nenhum avanço. Era sexta-feira e, como sempre, estava exausto, não via a hora de chegar no seu quarto e dormir. Estava andando pelos corredores sem prestar muita atenção no que tinha pelo caminho, absorto em pensamentos, tentando se lembrar de como e quando havia se apaixonado pela "Sabe-Tudo". Não chegou a nenhum conclusão, só se lembrava de que começou a prestar mais atenção nela depois da guerra e percebeu o quanto ela era bonita e que não deveria ser tão chata quando parecia, coisas que o ódio que sentia por ela não o deixavam ver.

Seus pensamentos foram interrompidos por alguém que entrou correndo no corredor e se espatifou no chão, derrubando os vários livros que carregava.

"Eu não acredito nisso.Os astros devem estar à meu favor hoje.", pensou.

– Que isso, Granger, não olha por onde anda não? - alfinetou.

– Não enche Malfoy. - "Quem disse mesmo que ele poderia ser legal?", já estava pegando os livros quando continuou – Agora, se me dá licença, estou atrasada.

– Atrasada pra onde, numa sexta-feira, depois de todas as aulas, presa dentro de um castelo? - debochou.

– Eu não te devo satisfações, mas já que você quer tanto saber, eu tenho que levar esse monte de livros pra biblioteca antes que ela feche, então, vê se faz alguma coisa de útil pelo menos uma vez na vida, e me ajuda. Vai, pega isso ai e vem comigo. - ordenou.

– Tudo bem senhorita mandona. Mas só porque eu estou de muito bom-humor. Não vá se acostumando. - "E bota bom-humor nisso, além de esbarrar com ela no corredor, ela ainda me obriga a ir com ela até a biblioteca. E ainda vamos ter que voltar juntos, já que nossos quartos ficam no mesmo corredor. Realmente, hoje é meu dia de sorte."

– Que seja. Vem logo! - disse antes de começar a correr outra vez.

– Que merda! - saiu correndo atrás.

Os dois não conversaram durante o percurso até a biblioteca, afinal, estavam correndo. Logo que saíram Draco "cutucou":

– Então, quer dizer que a sabe-tudo-certinha, também se atrasa?

– Cala a boca, Malfoy. E já pode ir embora.

– Ora, ora, pensei que você fosse mais educada também, Granger. - ironia impregnada em sua voz – E eu não posso ir embora, nossos quartos ficam no mesmo corredor, vamos juntos. - constatou.

– Não, nós não vamos juntos pra lugar nenhum. Eu não vou pro meu quarto.

– E pra onde você vai essa hora da noite, Granger? - estava realmente curioso – Sabe que não pode ficar perambulando por ai...

– Pois eu não vou ficar "perambulando" por ai, Malfoy. Vou pra Grifinória, ver meus amigos. - disse simplesmente.

– Ah, seus amigos. - não deixou transparecer, mas sentiu uma pontada inveja, ela tinha amigos, ele não – Eles não gostam de mim. - afirmou.

– É, não mesmo. - se virou para o loiro, afim de ver qual seria a reação dele. Nenhuma. Malfoy tinha aprendido a não demonstrar o que sentia – E eles vão ficar muito bravos quando souberem que você está me...

– E você? - cortou-a – Não gosta de mim também?

– Eu... eu... - ela não esperava por essa pergunta, principalmente porque não sabia o que responder – E isso importa?

– Talvez. Vamos Granger, você sempre tem resposta pra tudo, não vai ter pra uma pergunta simples dessa?

– Não é tão simples assim. - parou de andar, se virou mais uma vez para o loiro e continuou – Você sabe muito bem de tudo que fez, não preciso ficar te lembrando, não é fácil passar uma borracha em tudo e fingir que você sempre foi assim. – apontou para ele – Eu não sei o que te levou a fazer tudo aquilo, mas se você estiver realmente a fim de mudar, o que eu acho que está, pode-se dizer que eu não "não gosto de você". - sorriu.

– Isso não quer dizer que você goste de mim, mas já é um bom começo. - retribuiu o sorriso, mas logo voltou a pose arrogante – Bom, Granger, você sabe, eu fiquei sem amigos depois de tudo. E as vezes faz falta ter alguém, pra conversar, sabe! Então, como você não me agradeceu ao favor que te fiz, em forma de agradecimento, você vai me fazer um favor.

– Vou é? E qual seria esse favor? - perguntou impaciente.

– Você não vai pro Salão da Grifinória, não agora pelo menos. - revirou os olhos. Hermione ergueu uma sobrancelha, em sinal para que ele continuasse – Vem comigo até o meu quarto... até a porta do meu quarto. Quero conversar com alguém, sabe, a solidão pode levar à loucura.

A grifinória não segurou o riso, deixando Malfoy bem irritado na sua frente.

– Desculpa, mas eu acho que você já ficou louco, desde de quando Draco Malfoy diz que quer conversar com uma "sangue-ruim"?

– Pensei que não gostasse desse nome. - debochou e ainda irritado começou a andar - Anda, para de rir da minha cara e vem logo, não tenho a noite toda.

– Eu não disse que ia. - retrucou, mas já estava ao lado do garoto.

– Granger, eu mudei, mas ainda sei muito bem lançar uma Império. Se você não for por bem, vai por mal.

– Idiota! - murmurou.

xx

Draco estava soltando fogos por dentro. Agora ele só precisava continuar com isso, não perder mais o contato. Ela parecia estar disposta a gostar dele, que faria de tudo para que isso acontecesse.

Hermione estava gostando daquilo. Não sabia que Draco podia ser... divertido? Sim, ele era divertido, lógico que nunca perdia a pose, mas ela gostava disso também. Era como se fosse a marca registrada dele. Foram conversando bobeiras, estavam quase no quarto do sonserino quando ela se lembrou de uma coisa:

– Malfoy, o que você ia me falar aquele dia, lá no meu quarto? - tentou esconder a curiosidade, mas não se saiu muito bem.

– Tá curiosa é, Granger? Eu não posso falar, não ainda. - viu que a garota ia perguntar alguma coisa e imaginando o que seria, respondeu – Eu ainda não consigo falar, o choque, língua travada, toda aquela esquisitice. Mas eu já sei o porquê. Então, controla sua curiosidade, na hora certa eu falo.

– E eu tenho outro escolha? - perguntou divertida, ele negou com a cabeça. Continuou – Bom, é aqui que eu te deixou. Já devem estar achando que eu não vou mais. Tchau.

Ela já ia se virando quando Draco controlou um impulso de puxá-la pelo braço, pois sabia que levaria um choque. Chamou:

– Granger?

– Oi? - perguntou confusa – Tenho mais alguma coisa pra fazer?

– Na verdade, sim, mas só se você quiser. - explicou-se – Eu não sou tão ruim assim. Acho que nunca fui, aquilo era só uma máscara. Então, você pode falar pro seus amiguinhos não implicarem tanto comigo?

– E por que eu faria isso? - estava ainda mais confusa.

– Porque, se eu, por acaso, algum outro dia, quiser conversar com você de novo, ou até mesmo ser seu amigo, acho que não vai dar pra ficar escondendo deles, não é? - ela meneou a cabeça, ele continuou – Mas claro que isso é só uma possibilidade.

– Ah, pra uma possibilidade. Vou pensar no seu caso, Draco.

Ao dizer isso ela se aproximou. Já prevendo o que ia acontecer, Draco juntou todas as forças para não demonstrar nenhuma dor, ou qualquer outra coisa que sentisse. Hermione lhe deu um beijo na bochecha. Desejou-lhe boa noite e saiu sem perceber o que havia acontecido, deixando um loiro estático para trás.

Ele entrou no quarto, fechou a porta atrás de si e ficou parado apoiando-se nela. "É mãe. A dor do amor... mas será que tudo isso vale mesmo a pena?"

xx

Hermione seguiu para o salão comunal da Grifinória com um enorme sorriso no rosto. Um sorriso que ela não sabia o porquê de existir. Ficou pensando em como Draco havia agido, decidiu-se por "ajudar" o garoto. Se ele queria mudar e ser amigo dela, mesmo que não tivesse admitido, não seira ela quem o impediria. Já estava até pensando em um discurso que convencesse Harry e Rony de que o sonserino podia ser um... amigo.

Ela sabia que não seria nada fácil convencer os amigos da mudança do sonserino, mas, por algum motivo desconhecido por ela, iria tentar.

xx

Já era segunda-feira, primeira aula do dia: Poções. Draco estava especialmente irritado, porque, além de odiar o Slughorn, a maioria das aulas tinham que ser feitas em duplas e como os poucos sonserinos o achavam "traidor" e os outros ainda não confiavam nele, tinha que ficar sozinho.

Bufando, sentou-se em uma das últimas mesas da sala. Inconsciente abriu um sorriso quando uma certa morena entrou no local, aparentemente, procurando por alguém. Ele não se importou, desviou o olhar e começou a ler algum livro. Tentou, começar a ler algum livro. Não conseguia tirar sua atenção de Hermione, que logo estava na companhia de seus intragáveis amigos.

A grifinória já havia se decidido, não seira a implicância e super-proteção de Harry e Rony que a impediriam de fazer o que queria. Ignorou os protestos dos dois e caminhou firme, agora que já havia encontrado quem procurava.

Draco achou no mínimo engraçado ver Hermione ignorando completamente os amigos e, deixando-os com umas caras incrivelmente irritadas, seguir na direção...

– Granger? - perguntou estupefato.

– Malfoy! - estava achando muita graça da cara de espanto dele.

– O que você quer? Veio jogar na minha cara que eu não tenho ninguém pra fazer dupla comigo? - "Como eu sou idiota, pra que falar desse jeito com ela?", pensou.

– Parece que você se arrependeu de ter falado que, talvez, quisesse conversar comigo ou ser meu amigo. É melhor não ter ninguém do que ser visto com uma sangue-ruim, não é! - visivelmente irritada, já estava saindo de perto do sonserino.

– Espera! - ela virou-se, com uma sobrancelha arqueada, esperando por mais alguma coisa – Er... desculpa? - "Essa garota realmente mexeu comigo, nunca me desculpei por nada e agora falo isso pra Granger! Isso é loucura!", riu pelo nariz.

– Draco Malfoy me pedindo desculpas? É, meu caro, você está realmente desesperado por alguma companhia. - ironizou, sentando-se ao lado do loiro.

xx

As semanas seguintes correram como naquela segunda-feira. Draco e Hermione faziam dupla em quase todas as aulas e, por vezes, ela obrigava os três, Draco, Harry e Rony, a sentarem-se na mesma mesa. No começo não dava nada certo, era um alfinetando outro, mas agora, quase um mês depois, eles já se suportavam e podiam até ter alguns diálogos civilizados.

Como não havia mais guerra, nem nada para preocupar ou abalar a segurança de quem quer que fosse, os passeios à Hogsmead podiam ser semanais. E nessas três semanas, o quarteto grifinório foi acompanhado por Draco às visitas ao povoado. O sonserino estava fazendo um bom trabalho, lógico que não deixava sua incrível ironia e arrogância de lado, mas não havia brigado com nenhum deles em todo esse tempo e ficou surpreso ao perceber que poderia até mesmo se divertir com eles, sem precisar fingir nada, usar máscaras.

Draco evitava pensar que estava apaixonado, não queria se irritar por não conseguir pensar direito. Mas sabia que aquele sentimento só crescia dentro si. Os choques também eram evitados ao máximo, mas ele não podia impedir Hermione de encostar nele sem querer ou, algumas vezes, de propósito. Por mais que não fosse nada agradável ter de fingir que não sentia nada – as vezes, pego de surpresa, não conseguia, mas ninguém nunca questionou a "esquisitice" dele – já não o incomodava tanto aquela situação.

No final da semana já seria Natal e Draco achou que estava na hora de contar a verdade para sua "amiga". Antes deles partirem de férias, contaria tudo. Assim, ela teria algum tempo para pensar na situação.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?? Espero que tenham gostado! Comentários?
Bjs! *-*