Sentada no parapeito da janela, aqui eu estava. Queria me concentrar em qualquer coisa, nas estrelas que brilhavam no céu, na cantoria dos campistas ao redor da fogueira, na brisa leve e agradável que fazia, qualquer coisa menos nele. Mas o pior é que tudo me fazia lembrar. Tinha exatamente dois meses que ninguém tinha o visto. Dois meses sem alguma noticia. Dois meses de pura agonia e tristeza. Desde o dia que ele sumiu, meu mundo perdeu a graça, a cor, tudo... O sorriso dele era o motivo da minha felicidade. Aqueles olhos eram meu porto seguro, meu pedacinho do céu. E agora... Lágrimas molhavam meu rosto sem parar. As nossas lembranças invadiam a minha mente e tiravam meu sono. Que saudade de ouvir sua voz. Saudade de ouvir ele me chamar de sabidinha. Levantei e fui caminhar. Resolvi ir até a praia, o lugar favorito dele. A areia fofa e úmida envolviam meus pés. As ondas quebravam bem pertinho de mim e naquele momento me dei conta: não podia viver sem ele. Olhei para o céu estrelado e em seguida para o horizonte. E num promessa muda, que tinham como testemunhas o mar e as estrelas, sabia que faria qualquer coisa para achá-lo. Lutaria com unhas e dentes para encontrá-lo. Eu dou minha palavra Percy. Meu Percy.