Sorriu quando foi abraçada pelas costas e recebeu um beijo na altura do ombro esquerdo, nu por estar sem o colete. Estava suja de sangue e tentava se limpar da melhor maneira possível com lenços molhados.

- Somos mestiços amaldiçoados. – Falou irônico e o tom de voz grave acariciou a pele pálida da irmã.

- Sim, mestiços e amaldiçoados... – Maria repetiu com a voz triste, porém sorriu novamente ao sentir a pele se arrepiando com os lábios do irmão roçando entre seu ombro e pescoço. Suspirou e permitiu-se ao carinho, pois por mais que tentasse e achasse aquilo imoral, nunca conseguia resistir a ele.

- Provavelmente queimaremos nas chamas do inferno... – João sussurrou bem próximo ao ouvido dela.

Virou-se para ele e mordeu-lhe o queixo.

- Contanto que você vá comigo. – Sua cintura foi apertada com a força das mãos fortes do irmão. – Queimarei em qualquer lugar...

Os dois pares de olhos azuis se encontraram. – E eu sempre estarei com você... – Os lábios roçaram-se devagar, Maria teve o queixo mordiscado de maneira erótica antes de ser tomada por um beijo sedento.

Suas unhas cravaram nos ombros masculinos e seus seios semi cobertos roçaram-se nele. As línguas lutavam incessantemente, buscando espaços entre as bocas quentes e envenenadas pela relação proibida.

- Bruxa... – João gemeu entre o beijo e apertou a coxa dela, tocando-a com sua ereção.

- Cuidado com o que fala... – gemeu em resposta e riu. – Posso muito bem lhe jogar uma bruxaria, seu puto. - Riram. 

O beijo prosseguiu ainda mais sedento e sem rumo do que antes, onde algumas peças de roupas já eram abertas em uma tentativa falha de serem retiradas. A noite corria quente e silenciosa naquela cabana no meio da floresta e o perigo deixava tudo ainda mais excitante.

Maria levou suas mãos abertas até o peito dele e o afastou. – Chega João, Edward e Ben estão voltando da vigília noturna e não podem, de maneira alguma, nos encontrarem assim... – Ela sorriu maldosa e mordeu o ombro dele com força. Ele gemeu de dor e tesão, sorriu e deixou que ela se afasta-se enquanto se vestia.

- Você e essas malditas mordidas. – Disse enquanto esfregava as mãos sobre o local. Ele nunca discutia diante de tal situação, ou pelo menos compreendia todas as vezes que tinham que ser interrompidos.

- Edward... – A morena lançou um olhar contente pra o Troll. – Ben. - Ambos entraram pela porta da cabana de madeira.

- Oi Maria... – Bem sorriu daquele sei jeito imbecil.

O Troll apenas rosnou.

Os irmãos se entreolharam disfarçando. Sabiam que qualquer deslize seria fatal. Afinal, tudo era contra as leis naturais: Bruxa e humano, dois mestiços órfãos, caçadores de bruxas e o mais importante e perigoso... eram irmãos, de sangue e sofrimento, e isso jamais iria mudar.

- Então como tudo está calmo lá fora, iremos descansar um pouco. – Maria passou ao lado do irmão, tão próxima que ele pode sentir seu perfume. Olhou-o por cima do ombro e nem precisou dizer algo para que ele entendesse.

- Isso mesmo, boa noite. – Seguiu a morena até o quarto dos dois

- Boa noite! – Ben respondeu, ficando um pouco incomodado por ter que ficar junto com o Troll.

Atravessaram a porta do quarto, que foi trancada. Maria aprendeu o feitiço do silêncio e com isso nenhum som sairia daquele quarto. O caçador foi jogado contra a mesma porta, assustou-se, pois estava escuro e viu apenas os olhos azuis pousados sobre os seus.

- Você não sabe disfarçar muito bem João... – sussurrou sensual, tirando as peças superiores da roupa dele e tomando cada canto do corpo atlético com as unhas.

- Muito menos você, bruxa maldita... – O corpo foi mais uma vez  foi agredido e então gemeu.

- Mestiço imundo...

Os lábios se cruzaram, amedrontados e incapazes de parar, mãos e toques cada vez indo mais além. Mas precisavam daquilo. 

E de todos os riscos que corriam, esse era o único pelo qual realmente sentiam medo.