As Long As You Love Me escrita por Natyh Chase Jackson


Capítulo 17
Décimo Sexto - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeeee, pessoal!!!!!!!!
Primeiramente, eu gostaria de pedir milhões de desculpas pela imensa demora - demora de 3 meses para ser mais exata. Mas eu acredito que vocês devem a minha explicação antes de tudo e aqui está ela:

— Quando eu parei de escrever, foi para me dedicar inteiramente as provas, já que eu ia entrar nesse período tão temeroso e queria fazer um bom primeiro trimestre, para não ter que correr atrás do prejuízo depois. Sabe, coisa de aluno.

— Depois de duas semanas de provas e mais uma para estudar para um tipo de provão da minha escola, meu pai entrou de férias, e bom, eu raramente vejo meu pai de semana, já que nossos horários não coincidem, porque eu estudo de manhã e ele saia onze da manhã para trabalhar, chegando somente à meia noite, quando eu já estou dormindo. Então, no mês de férias dele, preferi ficar com ele e isso não me deu tempo para escrever.

— Depois, quando eu achei que voltaria a escrever como eu fazia antes, ou seja, quase todos os dias, vieram os trabalhos cabulosos e minha vó veio de Pernambuco passar um mês aqui, e como eu era a única a ficar em casa de tarde, tinha que fazer companhia a ela. Já pensou, minha avó vem de tão longe me visitar e todo tempo livre que eu tenho, fico enfurnada no computador, isso, definitivamente, não seria muito legal.

— Ai, quando minha avó foi embora, minha mãe ficou doente, parece que um engasgo que ela teve no inicio do ano, acarretou algumas dores de cabeças, no sentido figurado, é claro, para ela, pois o problema mesmo foi no pulmão, aonde um nervo de carne entrou. SIM, ELA FICOU QUASE SEIS MESES COM UM NERVO DE CARNE NO PULMÃO. As tosses dela começaram a preocupar e então ela foi ao médico, os médicos começaram a suspeitar de pneumonia e então a internaram.

— GRAÇAS AOS DEUSES, tiraram o que a incomodava e não foi nada grave como suspeitavam.
Ai, você pensa, o problema foi com a sua mãe e não como você, poderia ter escrito alguma coisa.
É eu até podia, mas como eu sou a mais velha me senti responsável pela casa e pela minha irmã mais nova, sendo assim não tive tempo, e ainda tinha a escola (trabalhos, provas e o curso).


Bom, aqui estão ALGUNS do motivos que me impediram de escrever, eu sinceramente espero que vocês os entendam. Peço milhões de desculpas mais uma vez, e agradeço a todos os leitores que se preocuparam comigo e mandaram MP's e reviews perguntando se estava tudo bem. Sério, vocês são os melhores leitores do mundo.

Também gostaria de agradecer aos leitores que mandaram recomendações, esse capítulo é dedicado a vocês:

— Vic Cullen

— MrSWade

— Annabeth Potter

Eu amei cada recomendação, e acreditem, elas foram o que meu deu inspiração para fazer um capítulo de quase NOVE MIL PALAVRAS, o que eu achei de mais, então o dividi em duas partes, só para aumentar o suspense.

Espero que gostem e boa leitura.





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Para descobrir que meu par era um tremendo idiota, nem precisou que eu o conhecesse pessoalmente, pois assim que Thalia ligou em meu celular avisando que seu querido primo não poderia me buscar por algum motivo besta, eu soube, no exato momento, que a minha noite seria uma tremenda perca de tempo. E já que o tal Tritão não me buscaria, eu teria de ir de táxi, ou com os meus pais, o que era ainda pior.

Guardei a foto de Percy entre as páginas do livro, com um suspiro me levantei e sequei a única lágrima que se atrevera a descer pelo meu rosto perfeitamente maquiado, hábito que eu adquirira com Silena.

Dei uma última olhada em meu quarto, e no espelho, certificando-me de que estava tudo em seu devido lugar, e quando a certeza de que tudo estava em seu devido lugar me atingiu, respirei fundo saindo do meu pequeno refúgio, preparando meu psicológico para o encontro com os meus pais, e posteriormente com o tal Tritão, meu acompanhante da noite, este que já me dava a impressão de ser um perfeito idiota.

Desci as escadas com toda a pompa e circunstância que me fora ensinada ao decorrer dos meus vinte e dois anos de idade, e ao chegar ao andar de baixo, me deparei com Atena e Frederick a procura das chaves do carro.

Sem dignar-me a olhá-los, peguei as chaves de casa e um sobretudo preto que estava pendurado perto da porta de entrada, achei que fosse passar despercebida, até Atena falar:

– Está bonita, Annabeth. – bufei e sai de casa.

– Annabeth, volte aqui agora! – Frederick repreendeu minha ação, mas não olhei para trás. – Não vai encontrar um táxi a essa hora. – ele gritou da porta de casa, fazendo com que eu estagnasse em meu lugar, perguntando-me o que faria. – Estamos indo para o mesmo lugar, deixe de ser orgulhosa, e venha conosco. – meu pai, se é que eu ainda posso chamá-lo dessa forma, sugeriu e eu apenas continuei parada, esperando que eles saíssem logo.

– Frederick querido, achei as chaves. Já podemos ir. – Atena disse colocando seu sobretudo branco por cima de seu belo vestido de gala azul marinho. Frederick vestia um de seus milhares de ternos de corte italiano, e eu trajava um vestido bege, quase branco, longo, com pedras que se assemelhavam a cristais bordando de uma ponta a outra, ou seja, por todo o vestido era possível ver pontos brilhantes, fazendo-me parecer um céu estrelado.

O Chase tirou o carro da garagem, e enquanto Atena e eu esperávamos ele terminar, ela tentou puxar conversa:

– Fiquei sabendo que estará acompanhada do filho mais velho de Poseidon. – ela esperou que eu assentisse de alguma forma, mas apenas me limitei a olhar para o outro lado da rua, fazendo com que ela continuasse o seu monólogo - Eu se fosse você tirava proveito, já que ele poderá herdar o título de Duque que o pai tem. Já pensou você? Uma duquesa? - questionou com animação.

Preciso dizer que meu estômago embrulhou, ao ouvi-la? Acredito que não seja necessário, mas só para frisar... Meu estômago embrulhou de tal maneira, que me imaginei vomitando ali, no meio da calçada. Respirei fundo e me mantive calada, entrando no carro assim que Frederick estacionou na nossa frente.

Logo pesquei meu celular na bolsa de mão que levava, e o coloquei na altura dos meus olhos, para se caso meu pai tentasse iniciar uma conversa, se tocasse que eu não estava nem um pouco a fim de encenar que éramos uma linda, comum e perfeita família. Algo que nunca fomos, nem nunca seremos.

Minha tática parece ter funcionado, já que em nenhum momento um dos dois tentara falar comigo, mas isso não os impedira de manter um diálogo entre si, fazendo com que eu participasse, mesmo que como uma mera ouvinte.

De repente, eles começaram a falar do Tritão, filho de Poseidon, e meu par naquela noite:

– Parece que ele é muito bem sucedido lá na Califórnia. – Atena começou, e meu pai pareceu saber de cara sobre quem ela falava.

– Fiquei sabendo também. Poseidon deve ter muito orgulho dele. – Frederick disse, fazendo-me revirar os olhos e tentar tirar a minha atenção daquela conversa, caso contrário, vomitaria dentro daquele carro.

A bajulação em cima de Tritão pareceu ter durado uma eternidade. Atena e Frederick enumerava milhares de qualidades que o tal sujeito, supostamente, tinha. E aquilo era uma forma indireta de me induzir a investir no rapaz, o que estava me irritando e muito, por isso agradeci a todos os deuses e entidades santas, existentes ou inexistentes, quando vi os portões que escondiam a enorme casa dos Murray.

Não tardou muito para que nós os atravessássemos e estivéssemos em frente a uma larga e enorme escadaria de mármore branco coberta de uma ponta a outra por um tapete vermelho, este que no final era rodeado por uma dúzia de fotógrafos que estavam em uma espécie de varanda ornamentada por milhares de luzes que piscavam em concordância. Pelo visto, Poseidon não mentira quando disse que Réia pretendia fazer daquela, a melhor festa de Natal do Ano.

Um manobrista abriu a minha porta e outro estendeu a mão para que eu pudesse ter apoio na hora de sair. Rapidamente, arrumei meu sobretudo e me garanti de que meus cabelos ainda estavam apresentáveis. Não esperei pelos meus pais e logo subi as escadas, deixando-os para trás. No topo posei para os fotógrafos sabendo que uma daquelas fotos, logo pela manhã, estaria em uma revista de fofocas na coluna social, com uma legenda que diria se eu tinha ou não, acertado na escolha da noite.

Quando dei por mim percebi, tarde demais, que meus pais já estavam no topo da escada, logo tive que tirar uma foto com os dois. Garanto-lhes que meu sorriso naquela foto não era verdadeiro. Sai rapidamente do aperto de Frederick, querendo me distanciar ao máximo dos dois, pelo menos por algumas horas.

Entrei pelas enormes portas da casa dos Murray e dei de cara com a festa acontecendo. Os enormes lustres de cristais que eram dispostos em harmonia por todo o “salão”, que comumente era a sala de visitas, pareciam brilhar de tão iluminados, os degraus da escada de mármore que se situava no centro da sala, se abriam em outras duas escadas uma para a direita e a outra para esquerda, onde tinham inúmeros quartos, banheiros e outra escada, essa que nos levaria para o terceiro andar e foi lá que eu encontrei Thalia. Ela estava descendo com um lindo vestido roxo.

Quando a morena terminou de descer a escada lateral da direita, deu uma analisada na festa com seus olhos azuis elétricos, e quando me viu, deu um sorriso discreto e acenou com a cabeça, como se me pedisse para esperá-la. O que eu obviamente fiz, esperando pacientemente que ela viesse ao meu encontro.

– Céus, isto daqui parece mais tedioso do que a festa do ano passado. – Thalia chegou em mim reclamando, o que me fez rir e assentir levemente com a cabeça, tomando cuidado com minhas ações, já que qualquer gafe poderia me fazer motivo de conversa por horas e horas.

– Oi, para você também, Thals do meu coração. – murmurei irônica e a morena revirou os olhos me puxando para um abraço.

– Um dia sem mim, e já fica assim... Toda carente. – a Murray murmurou antes de me largar, fazendo-me rir e negar com a cabeça. – Me ame menos, Annabeth.

– Modéstia mandou lembrança.

– Diga a ela que mandei um beijo. – Thalia jogou sua piadinha sem graça, e logo me puxou pelo braço.

– Vamos aonde? – perguntei sendo arrastada pela festa.

– Procurar os meus primos. – Thalia resmungou, enquanto passávamos pela enorme árvore de Natal que aos pés tinha milhares de embrulhos.

– Quantos desses são verdadeiros? – questionei abismada com o número de presentes que tinha ali.

– Todos. – a morena respondeu dando de ombros, como se aquilo fosse normal. – Família grande, sabe como é.

Só assim me lembrei que naquela casa morava mais de dez pessoas que costumavam trocar presentes entre si.

– E tem alguns presentes que são para os convidados. – Thalia acrescentou e eu assenti, deixando que ela me levasse para onde quisesse.

– Tem algum para mim? – perguntei e a morena parou, fingiu pensar, para só então, responder.

– Annabeth querida, não confunda convivência obrigada com amizade. Eu sou obrigada a conviver com você, mas não tenho a obrigação de te dar presentes. Entendeu? - Thalia respondeu com ar intelectual, fazendo-me rir alto.

– Me ame menos, Thalia. - disse quando a morena abriu um sorriso e assentiu com a cabeça, deixando com que eu tivesse a certeza de que algo me esperava, eu só não sabia o que era.

– É claro, que eu comprei algo para você, sua Sabichona. O problema é que meu presente é bom demais para ter que ficar rolando no chão. E eu te garanto que você irá amá-lo. - a morena de olhos azuis disse inflando o peito ao falar do que me daria, o que me deixou mais curiosa.

– Humildade não é o seu forte, não é mesmo? - questionei com um sorriso amigável nos lábios.

– Você sabe que não. Agora vamos, porque eu tenho quase certeza de que aqueles bastardos estão acabando com o estoque alcoólico dessa festa. E isso é algo que eu não posso permitir. - a Grace bateu o pé, e logo estava me puxando por todo o perímetro da festa, não deixando com que eu admirasse o belo trabalho que a avó da morena fizera com a casa.

Felizmente, não demoramos muito para chegar ao bar que Réia tinha instalado no canto esquerdo da sua enorme sala, e lá encontramos os primos de Thalia, estes que não pareciam estar acabando com o estoque alcoólico da festa.

– Por que não estão bebendo? – a morena de olhos azuis, questionou assim que se escorou em Nico, este que estava belíssimo em um terno negro como seus olhos.

– Dona Réia nos proibiu de pegar qualquer coisa que tenha álcool na composição. – Tyson, filho mais novo de Poseidon, resmungou enquanto tinha a namorada, Ella, nos braços.

– E vocês vão obedecer? – Thalia questionou abismada, e eu cumprimentei a todos com um aceno de cabeça. Nico passou seu braço livre, o outro estava ocupado com Thalia, em torno do meu pescoço, e eu sorri brincando com seus dedos.

– Mesmo que a gente quisesse beber Thalia, não tem nada mais forte do que champagne. –Bianca resmungou levando a boca um copo com água, pelo menos era o que parecia ser.

– Como assim? Sem absinto? Gim? Rum? Uísque? Vodca? Cerveja? Tequila? – a cada nova bebida todos negavam com a expressão triste, o que acabou por me divertir bastante. E para vocês terem uma noção a morena chegou a apelar - Nem mesmo cachaça?

– Uau! Se você soubesse o nome dos países como sabe o de bebidas, nunca teria ficado de recuperação em geografia. – Nico debochou, fazendo-nos rir, e Thalia fechar a cara e dar-lhe um soco na barriga.

– Tem pelo menos vinho? – a morena voltou a insistir, depois de ver Nico se contorcer de dor, fazendo com que todos a sua volta gargalhassem.

– Você sabia que o champagne é um vinho, não é mesmo? – perguntei e Thalia me mandou um olhar mortal.

– Cala a boca e não dá uma de nerd agora. – a morena só faltava espumar pela boca. – Como assim não tem bebida nessa droga? – Thalia perguntou um tanto quanto alto, o que acabou chamando a atenção de algumas pessoas que estavam a nossa volta.

– Sem escândalos, Thalia. – Bianca a repreendeu, fazendo com que a Grace lhe mandasse um olhar mortal.

– Hey, você! Venha cá. – a Murray de olhos azuis apontou para um barman que enchia algumas taças de cristal com um líquido transparente com algumas bolinhas.

– Pois não, Srtª? – o rapaz era jovem e totalmente educado, afinal a cordialidade e a boa educação deviam contar, e muito, na hora de receber seu salário.

– Que história é essa de não ter bebidas? – minha melhor amiga só faltava pular no pescoço do rapaz, este que se encolheu um pouco diante do olhar da morena.

– São ordens da anfitriã. – o loiro de olhos caramelos disse como se pedisse desculpa por algo. Algo, que certamente, não era a sua culpa.

– Ah, mas a Dona Réia vai se ver comigo. – Thalia disse se voltando para a festa, e a varrendo com os olhos. – Como eu vou passar todo esse tempo tedioso, sem uma gota de álcool na boca? – a morena pareceu questionar-se, mas como eu sou uma pessoa que adora se intrometer, intervi:

– Thalia, pelo amor de Deus, você vai querer arranjar confusão com a sua avó por causa de bebida? – a morena me olhou e logo deu de ombros. – Nós também teremos de aguentar a festa sem álcool. Então, sossegue essa sua enorme bunda no banco e converse como uma pessoa civilizada.

A morena me olhou com ódio, depois ponderou a ideia, e logo se sentou em um dos bancos de madeira que tinha ao redor da bancada do bar.

– E você traga-me duas garrafas de champagne. Talvez ele sirva para algo. – a morena resmungou apontando para o barman, este que rapidamente se retirou, acho eu que com medo da Grace.

– Você é muito exagerada, Thalia. – Bianca resmungou, enquanto analisava a festa.

Thalia deu de ombros como se não se importasse, o que de fato ela fazia, e com um sorriso maroto a morena retrucou:

– Sei que me amam, por isso ficam tanto no meu pé.

– Iludida. - Nico resmungou ao meu lado, fazendo-me rir e logo em seguida abafar o riso com uma tosse já que o olhar de Thalia sobre mim, não fora nada amigável. Parecia mais como um aviso de: Você terá uma morte lenta e dolorosa se continuar a rir.

– É bom saber que preza pela sua vida, Chase. - a morena de olhos azuis disse, e todos riram da sua falha tentativa de imitar um mafioso italiano.

– Como vai pessoal? - uma voz grave e animada disse atrás de mim e eu logo me virei para dar de cara com um Poseidon, extremamente charmoso com um terno negro igual aos seus cabelos e o seu tão costumeiro sorriso de lado.

– Hey, tio, como vai? Faz tanto tempo que não te vejo, acho que uns vinte minutos para ser mais exato. – Nico debochou ao revirar os olhos, e Poseidon deu-lhe um tapa na nuca, deixando com que o moreno praguejasse xingamentos à ele.

– Estou falando com as minhas noras, e não com você, seu energúmeno. – Poseidon disse, e Thalia ergueu as mãos para o alto.

– Obrigada, Senhor. Até que enfim, alguém que concorde comigo. – nada exagerada a minha melhor amiga. – E que papo é esse de noras, pelo que eu sabia aqui só tem uma. – a morena de olhos azuis apontou para Ella, que conversava baixinho com Tyson. Eu os acho tão fofos juntos.

Poseidon olhou-me de esguelha, e eu logo me toquei que ele se referia a minha pessoa como sua segunda nora.

– Pode para por ai, Sr. Murray. – manifestei-me desencostando-me de Nico, que ainda praguejava calúnias ao tio. – Eu combinei de ser o par do seu filho, este que eu ainda não vi a cara, e não que me casaria com ele, muito menos cogitei a ideia de beijá-lo. Não sou sua nora. – afirmei convicta, e ele apenas deu de ombros, murmurando algo que aos meus ouvidos se assemelhou muito à: “Isso é o que nós veremos”

Não me atentei ao que ele disse, até porque, eu não cairia nos encantos de Tritão e muito menos o namoraria, ainda mais depois dele me deixar sozinha, quando havia sido combinado de que ele seria o meu par da noite.

– A Annie vai ser par do Tritão? Mas o Tri... – Tyson perguntou confuso, e Thalia logo deu-lhe uma cotovela nada discreta, fazendo-o se calar.

– Sim, ela será acompanhante do meu filho. – Poseidon disse e fuzilou o mais novo com os olhos, e bom, depois dessa demonstração de afeto, Tyson pareceu se lembrar de algo, pois abriu a boca e assentiu com a cabeça.

– Ah. É mesmo. – o garoto de olhos verdes bateu na própria testa e complementou – Ele estava ansioso para te ver, Annie.

– Tão ansioso, que nem para me cumprimentar apareceu. – resmunguei descontente, e todos deram de ombros. Ali tinha coisa, e eu ia descobrir.

Poseidon nos deixou sozinhos dez minutos depois, e a festa seguiu assim, nós conversávamos e tirávamos sarro de alguns convidados que não possuíam senso do ridículo. Como, por exemplo, uma mulher de meia idade que se esfregava em todos os homens, acompanhados ou não, com certeza ela já estava encalhada a séculos.

– Céus, olhem o que ela está fazendo! - Thalia cobriu a boca com a palma da mão, tentando abafar a risada que sairia de forma estrondosa.

A mulher tentava dar em cima de Cronos, sim o marido da anfitriã, esta que estava ao lado do marido, com uma cara nada boa.

– Sua avó vai matá-la antes mesmo da coitada imaginar de onde saiu a bala. - Ella comentou divertida e todos assentiram segurando as risadas.

De repente, meus pais chegaram até onde meus amigos e eu nos encontrávamos, e mais do que rapidamente, o ar se tornou rarefeito, ou até mesmo propicio a uma bela explosão, esta que poderia ser ocasionada com a mais simples faísca que uma troca de olhares poderia ocasionar.

– Queridos, como estão? – minha mãe logo tratou de cumprimentar a todos com beijos e apertos de mãos, estes que foram muito bem retribuídos, afinal nenhum deles tinham problemas com os Chase, era apenas eu não quem suportava dividir o mesmo metro quadrado com um deles.

– Annabeth, minha filha, cadê o seu acompanhante? Achávamos que o conheceríamos agora. – meu pai disse quando percebeu que já conhecia todos daquela roda.

Preciso confessar: meu pai era um ótimo ator, pois haviam alguns momentos que eu, sinceramente, achava que ele estava disposto a me pedir desculpas por tudo que já tinha me feito, mas no segundo seguinte, ele voltava a agir como o empresário capitalista e sem escrúpulos que sempre fora. O que acabava por me confundir, fazendo com que eu quisesse saber qual era a real faceta dele, entretanto desisti dessa busca quando percebi que nem mesmo ele sabia quem era de fato. Um pai arrependido, ou um empresário bem sucedido.

– O precioso Tritão ainda não deu o ar de sua graça. – respondi irônica, e Atena me chamou a atenção, já que estávamos na presença da família do neto mais velho dos Murray, era de se esperar que eu, ao menos, tivesse um pouco de educação. Mas se querem saber, eu estava pouco me lixando para o que os meus amigos fossem achar do que eu falava, eles sabiam muito bem que o assunto “pais” comigo era tratado da pior maneira possível.

– Estranho ele ainda não ter aparecido. – minha mãe observou, fazendo-me revirar os olhos. Eu, sinceramente, não merecia aquilo.

Olhei para Thalia e fiz uma careta, e felizmente, ela não foi a única a ver, já que todos a minha volta riram, exceto os meus pais, é óbvio, que não perceberam nada, já que varriam o extensão salão atrás da galinha de ovos de ouro, ou melhor, galo, este que era mais conhecido com filho de Poseidon, ou para simplificar, Tritão.

– Paciência. – Nico sussurrou no meu ouvido, quando percebeu que eu estava a ponto de explodir com a presença dos meus pais ali.

– É melhor que Deus me dê paciência, pois se ele me der força, eu vou fazer um verdadeiro estrago. Começando com o seu priminho querido. – resmunguei para que somente ele ouvisse, o moreno de olhos negros riu na minha nuca, fazendo com que eu me arrepiasse e o acompanhasse discretamente.

– Você vai ver. Não vai querer matar o seu acompanhante da noite. – agora era definitivo, todos estavam escondendo algo de mim, e por incrível que pareça tinha a ver com Tritão.

– Nico, o que você sabe que eu não estou sabendo? – questionei-o e o olhei nos olhos. O Di Ângelo não tinha muita habilidade com a mentira.

– Surpresa. Agora se aquiete, e espere.

– Se vocês estiverem tentando me empurrar para o primo de você, eu juro que os mato. Sem contar que estão fazendo tudo errado. – resmunguei cruzando os braços, e fazendo cara de emburrada. Bianca que estava apoiada no balcão e ao nosso lado apenas riu divertida, e deu uma piscadela, que não passou despercebida por mim, na direção do irmão.

De repente um tilintar suave foi ouvido e todos se voltaram para a enorme escadaria de mármore, onde Poseidon ostentava um sorriso orgulhoso e tinha em mãos uma taça de cristal. O Murray voltou a bater a aliança de ouro na taça e Thalia chamou a atenção dos primos que ainda conversavam:

– Prestem atenção! Isso vai ser demais. - a morena parecia querer ver o circo pegar fogo, e pelo visto isso aconteceria em breve. – E Feliz Natal, Annabeth!

Antes que eu pudesse assimilar as suas palavras, Poseidon iniciou seu discurso, fazendo-me perder a linha de raciocínio.

– Bom, faltam alguns minutos para a meia noite, em breve será Natal uma data que para muitos representa o nascimento, e até mesmo o renascimento. Confesso que para mim, o Natal sempre foi uma data para se passar em família, algo que sempre fiz. - ninguém parecia estar entendendo aonde Poseidon queria chegar com aquele discurso, a não ser Thalia, que parecia animada com algo. Animada até demais, só para deixar claro.

– O que ele está...? - antes que eu pudesse terminar, Thalia fez um pedido de silêncio com as mãos e virou meu pescoço em direção a escada, onde Poseidon continuava seu monólogo sobre a família. Olhei para meus pais que pareciam entretidos ao máximo na fala do Murray mais novo.

– Bom, alguns de vocês devem estar se perguntando aonde quero chegar com esse falatório, não é mesmo? - o homem de olhos verdes questionou com um sorriso maroto nos lábios, fazendo com que alguns convidados assentissem confusos. - Ótimo! Recentemente, descobri que algumas pessoas da minha própria família impediram há muitos anos a minha felicidade. Hoje eu não os culpo, mas também não tiro o peso na consciência que devem estar sentindo nesse exato momento. - com essas palavras meus olhos vagaram até alguns membros da família Murray a tempo de ver Zeus abaixar a cabeça e Cronos ser consolado pela esposa. O que será que tinha acontecido? - Há muito tempo eu fui privado de conhecer uma pessoa maravilhosa e agora que tive o prazer de conhecê-lo posso dizer que já me orgulho do homem que se tornou... - Céus, será que ele...? Não completei o pensamento abismada com a ideia. - Alguns de vocês já devem ter entendido o que estou querendo dizer, e para acabar logo com isso, peço que meu filho entre.

Quando eu vi um par de sapatos preto social descendo as escadas, perguntei aos primos Murray:

– Esse é o tão falado Tritão? – eu chutei, ainda incrédula com a ideia de que um Murray tinha um filho fora do casamento, ainda mais Poseidon um homem que, para mim, sempre pareceu ser o mais correto possível, até mesmo com suas brincadeiras. Sem contar que eu estava ficando irritada com o tal Tritão e não esperava a hora de vê-lo para falar-lhe pouca e boas.

Thalia não me respondeu, a morena apenas ostentava um sorriso enorme no rosto e os demais pareciam querer ver qual seria a minha reação.

– Se ele vier aqui e fingir que não me deixou plantada, irei matá-lo. Entenderam?

– Cala a boca e olha para frente. - dessa vez quem me repreendeu fora Nico, que me segurou pelos ombros girou o meu corpo, deixando-me de frente para a escada.

Quando meu olhar caiu sobre o homem, que agora estava ao lado de Poseidon, meus olhos lacrimejaram, meus membros congelaram e meu coração passou a bater de forma desesperada, como se a qualquer momento pudesse deixar o meu corpo.

A única certeza que eu tinha era a de que aquele homem, não era o tão falado Tritão.


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Notas finais do capítulo

Posto a segunda parte ainda hoje.
O que acharam da capa nova?