Go ahead. escrita por Victória L


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Meu primeiro capítulo, espero que gostem.



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Ela se escondia atrás de uma jaqueta preta, cabelos longos, loiros e cacheados tampando  o rosto, lindos olhos azuis que eram como caixas de segredos obscuros e opressões, uma calça jeans azul, e all star, sentada encolhida, lendo um livro de romance onde ela sonhava que um dia tudo aquilo aconteceria com ela. Vivia em um mundo fechado, ignorando a todos que passavam com medo de julga lá pelo mesmo motivo. Pais separados que ainda se encontravam só para causar mais intrigas e desespero para ela, apenas um mundo ela queria pertencer e era a de seu melhor amigo, infelizmente nunca se viram, uma grande amizade virtual, um grande sentimento verdadeiro, só duas pessoas, esperando que o grande momento de se encontrarem chegasse.

Um dia normal em sua escola, antes das aulas começarem, estava quieta como sempre, lendo seu livro enquanto seus longos cabelos loiros caiam sobre a frente de seu rosto, sem ligar para o que está acontecendo, tentando esquecer o que houve em todo dia em sua vida, esperando por alguém que a faria esquecer-se de tudo o que sentira.

O sinal bateu, estava na hora de começar a estudar para seu futuro, uma completa nerd como muitos diriam, mas não era porque gostava ou queria, era por que precisava. Do outro lado da sala, os populares, todos aglomerados, barulhentos, o que atrapalhava ela nos estudos. Mas havia uma pessoa que ela não podia deixar de prestar atenção. James, mas ela sabia que não era o certo afinal, ele quem diria era o mais popular da escola.

Ele era o cara que todas as meninas desejavam, tinha uma vida completamente perfeita, pais ricos e bem sucedidos, conhecidos em toda a cidade, vários pontos comerciais e uma mansão enorme, era estiloso com seus alargadores de 14 mm nas orelhas, seus piercings na língua, nariz e sobrancelha, blusas largadas sempre com um casaco xadrez por cima e calça jeans preta colada no corpo com um clássico vans, um cabelo meio moicano jogado pra frente  e olhos verdes claros que faziam as garotas delirarem.  Se era pegador? Obviamente, mas não sentia um pingo de amor ou atração por nenhuma garota que pegava, estava concentrada em outra, e já havia dois anos, a mais quietinha da sala, e tinha tomado uma decisão, ele tinha que fazer alguma coisa em relação a esse sentimento, e tinha que fazer agora.

Finalmente, chegou a hora de ir embora daquela sala, havia prova daqui a uma semana, e o futuro para Ayra era muito importante para acabar assim. Entrou em casa, e logo foi procurando seu quarto, quando sem querer pisa em um caco de vidro, deixou sua mochila no canto da sala e foi até a cozinha, sua mãe estava varrendo o resto.

- Mãe, o que aconteceu?

Ela para de varrer o chão e com os olhos inchados, e borrados de maquiagem olha para a filha.

- O que está fazendo aqui?

Sem entender a pergunta, responde.

- Eu moro aqui. – Logo vê duas garrafas de vinho vazias. Sabe que não pode beber, o Dr. Walter...

Logo foi interrompida com a sua mãe com um caco de vidro em sua mão apontando para sua pró-pia filha.

- Dane-se o que o Dr. Walter diz, a vida é minha, faço dela o que eu quiser, agora suma daqui, não quero ver você, você me da vergonha, uma virgem de 18 anos, sem amigos que só sabe falar da minha vida e não cuida da pró-pia, uma puxa-saco retardada. Você foi um erro na minha vida, se não tivesse sido você, eu ainda estaria casada, você é uma desgraça!

Ayra já chorando, sem se controlar, sai correndo para o quarto, tranca a porta e cai na cama, se derramando em lágrimas. Por que a vida dela tinha que ser daquele jeito? Perguntava-se milhões de vezes em sua cabeça, sem pensar duas vezes, pegou o conjunto de lençóis que faziam uma ‘’corda’’ e jogou pela janela, escorregou, puxou os lençóis e os esconderam. Poderia muito bem sair pela porta da frente, mas o rosto de sua mãe era o último que queria ver naquele dia, ainda com lágrimas escorrendo por seu rosto, Ayra corre para o Hard Rock Bar.

Perto do Hard Rock Bar, estava James com seus amigos, em uma lanchonete, todos riam exceto James que estava com a mente em um mundo completamente diferente do que vivia, olhando pela janela no fundo da lanchonete logo vê Ayra correndo, se pergunta se está com pressa e porque está de cabeça abaixa, e a vê entrando no Hard Rock Bar, confuso, logo diz:

- Eu já volto.

Sem entender, seu amigo pergunta.

- Aonde vai James?

Sem prestar nenhuma atenção nas palavras ditas pelo seu amigo, concentrado em alguém que pra ele era mais especial, James sai da lanchonete e corre para onde Ayra foi, chegando lá logo pergunta para um homem másculo que bebia e jogava em uma mesa de truco.

- Ei.

O homem se vira, com uma expressão nada agradável.

- O que quer pirralho?

Sem nenhuma feição de medo, logo diz.

- Você viu uma menina loira, cabelo meio cacheado, calças jeans e...

O homem o interrompe.

- Ayra? Ayra subiu como sempre, vai encontrar ela na pequena biblioteca ali em cima. – E aponta para uma escada que levava a uma pequena sala com uma estante cheia de livros, onde Ayra estava encolhida e chorando, preocupado, logo foi falar com ela.

- Ayra? É você? Tá... Tá tudo bem? – Gagueja sem querer.

Ayra o olha cheia de dúvidas, porque ele está ali e porque está falando com ela, porém não responde nada.

James logo se senta ao lado de Ayra, tentando olhar naqueles olhos angelicais que ela possuía, os olhos que tanto o deixavam bem, sem pensar, James levou sua mão ao rosto de Ayra, para tirar o cabelo do rosto, porém a garota vira o rosto, e ele logo para, em um total silêncio, ela começa a falar.

- O que está fazendo aqui?

Encantado com sua voz doce, e chateado pelo tom de tristeza que havia em sua voz, responde.

- Eu te vi correndo para cá, não parecia um dia normal, eu acho, então eu vim ver o que aconteceu com você.

Sem acreditar em uma palavra do que disse, falou:

- Não se faça de inocente, tenho quase certeza que seus amigos tão lá embaixo esperando pra vir-me zoar.

- Mas, zoar pelo o que?

- Vocês nunca foram pra minha cara, é nerd frigida, virgem de merda, é tudo.

James abaixa a cabeça, em todo o tempo que passou esperando por esse momento tinha que começar desse jeito?

- Eu nunca quis te chamar de nada disso, pra mim você era uma pessoa normal, não tão normal, uma pessoa especial, que só de me olhar me fazia bem.

Paralisou. Como aquele garoto sabia que ela vivia olhando ele do outro lado da sala?

- Mas eu nunca olhei pra você.

James puxou um sorriso de lado, afinal sabia que Ayra estava mentindo àquela hora.

- Mas eu olhei pra você e vi que quando olhava você também prestava atenção em mim.

Rapidamente as bochechas de Ayra se coraram, mas ninguém podia ver, afinal seus lindos cabelos loiros cobriam todo o rosto, James se aproximou mais da garota, aproximando as mãos de seu rosto.

- Não me toque!

Sem entender, logo pergunta:

- Por quê?

- Você acha que sou, que nem as garotas que você pega? Tá enganado, eu sou muito diferente, e não vai ser por causa de palavras doces que vou me entregar.

Decepcionado, abaixa a mão, ainda olhando pra garota que nem trocava olhares com ele.

- Não quero que seja que nem as garotas com quem já fiquei quero que seja especial, e se quiser que no momento sejamos só amigos, então seremos só amigos.

- Disse isso pra quantas meninas?

- Com você? Uma.

Ayra não estava totalmente acreditada, mas não queria estragar este momento, ficaram em alguns minutos de silêncio até que ele diz:

- Então, me deixa tentar fazer algo por você?

Ela permanecia calada. James levou o silêncio como um sim e sentou direito enquanto trazia-a para perto de si, envolvendo-a em seus braços e a deitando em seu peito enquanto acariciava os cabelos angelicais que ela possuía, o silêncio permanecia, e isso o estava corroendo.

- Pode me contar o que houve para você estar chorando?

- Não. – Respondeu fria.

Calou-se, depois de alguns minutos, ela suspirou e começou a falar.

- Meus pais, são separados faz cinco anos. – Ao falar isso, James começa a prestar atenção na garota, afinal, ela disse que não iria contar. E se separaram porque meu pai não confiava na minha mãe para cuidar de mim, pois ela era alcoólatra, então ele me ajudava nos deveres da escola, ele me apoiava e era meu melhor amigo. Minha mãe tinha muitos ciúmes na época, e dizia ela que era ciúmes do papai, não de mim... E um dia quando eu estava chegando em casa do cinema... – Ao chegar nessa parte já se dava pra ouvi-la soluçar tentando segurar o choro. Ela estava segurando uma faca, havia milhares de copos e garrafas quebradas pelo chão, e estava apontando pro meu pai, e quando ela me viu, começou a dizer que chegou a destruição do casamento, e começou a me xingar e veio pra cima de mim com a faca, e meu pai a segurou me mandando correr para o quarto, me tranquei lá, até que no dia seguinte meu pai se foi, ele não disse nada, eu acho que estava tentando me proteger, eu não sei...  Só sei que, eu desci e minha vizinha estava na sala, ela me disse que minha mãe iria passar alguns dias na reabilitação, e eu não podia pensar em mais nada a não ser no por que de meu pai ter me deixado. Meses depois, minha mãe chegou em casa, parecia triste, fui logo abraçá-la eu tinha pensado, ela estava bêbada, não tinha consciência do que falava, então ela não me retribuiu o abraço, só me perguntou o que estava fazendo ali, eu disse que morava ali, era óbvio, ela disse que não queria mais ver minha cara, que eu tinha causado aquilo tudo, e que não deveria mais me intrometer na vida de ninguém porque por onde passava, só deixava tristeza... Chorando muito, eu parei de me enturmar de conversar e tudo... E hoje, tinha 2 garrafas vazias de vinho e ela começou a jogar as verdades na minha cara, que eu era... – James enxugava as lágrimas de Ayra, que desciam continuamente.  Uma virgem de 18 anos, que tinha acabado com a vida dela, e que eu fui um erro.

Desacreditado nas palavras de Ayra, e sem ter o que dizer, o silêncio recomeçou...

- Bem, você não é isso, sabe quantas vezes eu já sorri só por lembrar de você? Inúmeras. E sua mãe ainda deve estar passando por uma fase difícil, porque foram casados e isso é difícil de esquecer, mas é ainda mais difícil se você ficar se lembrando disso. E o seu sorriso, deve ser 

lindo... – Levou as mãos ao rosto de Ayra e botou seu cabelo atrás da orelha, enquanto abria um sorriso enorme. Devia usar o cabelo assim, fica lindo.

E logo pode ver as suas bochechas corarem, aproximando o rosto de Ayra, ela o vira e abaixa.

- Desculpa, eu disse que não vai ser assim.

Decepcionado, ainda diz.

- Tudo bem... Vai ficar aqui, até anoitecer?

- Voltar pra casa é o que eu menos quero.

- Quer ir pra minha?

Ayra olha assustada.

- O que quer insinuar com isso?

- Nada, por favor, não pense que é besteira, só me preocupo com você.

- Tudo bem. – Forçou um sorriso de lado. Ai meu deus, Mark! – Logo se levantou e pegou o notebook, como poderia ter se esquecido de falar para seu melhor amigo?

- Quem?

Permaneceu calada, até entrar começar a conversar com ele.

- Me desculpe, é meu melhor amigo, eu tinha esquecido avisá-lo de hoje, ele tá bravo comigo, ficou preocupado, não sirvo pra fazer uma coisa direito.

Neste momento, sentiu uma pontada de ciúmes, afinal. Quem era esse tal Mark que a fazia ficar tão preocupada com o tempo e por falar com ele, permaneceu calado até que ouvira um suspiro, ela fechou o notebook, e logo se abraçou as pró-pias pernas e abaixou a cabeça.

- O que houve? – Pois a se intrometer, ainda sentindo aquela pontada que tanto incomodava seu coração, porém sem ligar, se levanta e logo chega perto da menina que tanto amara a abraçando e esquecendo-se de tudo, para ele nada mais era tão importante, de que estar com ela naquele exato momento.

- Nada não, depois isso se ajeita. – Preocupada com seu melhor amigo, por ter o deixado em um dia, ela nunca fizera isso, mas iria conversar com ele quando pudesse.

- Então tá bom... – Diz se dando de convencido. Escuta, você gostaria de ir ao cinema comigo?

Ela o olha com um olhar meio triste, mesmo assim puxando um falso sorriso que se estendia.

- Talvez outro dia.

- Tudo bem, então quer que te leve pra casa?

- Não obrigada, foi bom... Passar... – Constrangida por ter que falar, respira fundo e se levanta. À tarde com você, vou indo. – Antes que ele pudesse dizer alguma coisa, ela sai correndo descendo as escadas e em seguida para casa, o que havia acontecido ali?


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Notas finais do capítulo

Bom, foi o que eu consegui escrever pro primeiro capítulo, o que acharam? Reviews?