Card Master Sakura escrita por ghost of Sparta


Capítulo 6
Capítulo 4 - Sakura, Shaoran... e Shaoran?


Notas iniciais do capítulo

O retorno de Shaoran e Meiling!



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[Imagem Ilustrativa do Capitulo]

O centro comercial da cidade e Tomoeda estava agitado. Muitas pessoas estavam fazendo compras. Algumas crianças das escolas da região estavam na loja Twin Bells para comprar um novo jogo de cartas que havia acabado de ser lançado. Maki Matsumoto, a dona da loja, estava se desdobrando para tentar atender a todos satisfatoriamente.

Maki: Calma, crianças. Tenho certeza que temos estoque para todos...

Maki se assusta ao ouvir um grito. Ela vai verificar e nota que alguém derrubara uma estante de bichos de pelúcia sobre uma menina de 7 anos.

Maki: Ah, meu deus!

Maki e três meninos levantam a estante e resgatam a menina, que parecia ter fraturado a perna direita.

Maki: Alguém viu quem fez isso?

Todas as crianças murmuram, mas ninguém parece saber de nada. Maki nota alguém abrir violentamente a porta e deixar a loja correndo. Maki consegue apenas um vislumbre do rosto da pessoa.

Maki: Estranho... aquele menino parecia ser... não, não pode ser.

Maki pega a menina no colo para levá-la ao médico.

A quadra esportiva da escola elementar de Tomoeda estava tendo um treinamento especial hoje. As meninas da equipe de torcida estavam treinando com seus pompons coloridos. Rika Sasaki, Tomoyo Daidouji e Sakura Kinomoto estavam entre as meninas. Elas faziam coreografias e lançavam os pompons no ar algumas vezes.

Rika: Nossa coreografia está melhorando...
Sakura: Sim. Mas temos que melhorar ainda mais. Temos um evento muito importante pela frente.
Tomoyo (sorrindo): É importante principalmente para você, não é Sakura? Afinal nossa equipe vai torcer pelo time de futebol do Yukito, não é?

As meninas jogam os pompons para o ar.

Sakura: Ai, ai, ai. Eu vou torcer muito pelo Yukito. Tomara que o time dele ganhe.
Rika: Pelo visto você gosta mesmo do Yukito.
Sakura (corando): Eu... sim... mas não desse jeito que você tá pensando...
Rika: Então eu prometo me esforçar ainda mais para te ajudar, Sakura.
Tomoyo: Eu só estou triste por que não vou conseguir filmar sua atuação como cheerleader...

Tomoyo simboliza uma câmera com suas mãos e fica apontando para Sakura.

Tomoyo: Tenho certeza que você estará MA – RA – VI – LHO – SA. Vou precisar que alguém filme tudo para mim. Não posso perder esse momento mágico...
Sakura: Ai, Tomoyo. Assim você me deixa sem graça.
Rika: E você vai se candidatar para líder de nossa equipe de torcida, Sakura?
Sakura: Eu?
Rika: Sim. Você é muito carismática e todas gostamos de você. Tenho certeza que você ganharia.
Sakura: Eu não sei se tenho jeito para liderança, sabe?
Yuriko: E não tem mesmo!

Sakura se assusta e joga os pompons para o ar. Eles caem na cabeça de Yuriko Yanagisawa, que olha para as três meninas de cara amarrada.

Yuriko: E pelo visto não tem jeito para ser cheerleader também.

Sakura recolhe seus pompons.

Sakura: Desculpa, Yuriko. Não foi por querer...
Yuriko: Não importa. Só quero que fique bem claro que eu serei a líder da equipe de torcida.
Mika (acariciando o cabelo de Yuriko): Nossa líder é destemida, bela e inteligente.
Kaya (beijando a mão de Yuriko): Ela é perfeita para o cargo.

Yuriko ergue seus braços fazendo pose.

Yuriko: Eu levarei nossa equipe ao sucesso mundial!

Yuriko e suas seguidoras se afastam enquanto gargalham animadamente. Sakura, Rika e Tomoyo observam as outras meninas se afastarem com uma cara de que não entenderam nada.

Sakura: Elas são muito estranhas...
Rika: Um dia talvez a gente entenda elas...

As meninas seguem ensaiando, animadas. Tomoyo se aproxima de Sakura para sussurrar nos ouvidos dela.

Tomoyo: Que bom que você e Yukito já superaram seu desentendimento.
Sakura: Eu nunca tive nenhum problema com o Yukito. Ele sempre foi um amor comigo. Meu problema era com Yue.
Tomoyo: Ele é meio seco às vezes...
Sakura: Sim... mas nós conversamos e acho que está tud...

Sakura repentinamente larga seus pompons. Ela começa a olhar para os lados.

Tomoyo: Está tudo bem, Sakura?
Sakura: Eu senti uma presença...
Tomoyo: Uma presença? É uma carta Clow?
Sakura: Essa presença é de...

Sakura sai correndo, atravessa a quadra e vai parar no portão da escola. Havia um grupo de alunos animados ali. Estavam cercando uma menina de cabelos negros e grandes olhos castanhos que contava várias histórias divertidas. Era sua grande amiga Meiling Li.

Sakura: Meiling!
Meiling: Sakura! Há quanto tempo!

Sakura corre e abraça a amiga com força.

Sakura: Eu não sabia que você estava por aqui. Quando chegou?
Meiling: Ontem à noite.
Sakura: Você podia ter me avisado. Eu iria te buscar no aeroporto com muito prazer.
Meiling: Nós queríamos fazer uma surpresa.
Sakura: Nós?

E então Sakura nota que havia outra pessoa sendo bajulada pelos alunos. Era um menino chinês com cabelos castanhos e olhos âmbar. Quando seu olhar se encontra com o de Sakura, ele sorri.

Sakura: Shaoran?



Sakura fica olhando atônita para Shaoran Li. Seu coração estava batendo acelerado e parecia que ia sair de seu peito.

Shaoran (sorrindo afetuosamente): Olá, Sakura.

Os olhos de Sakura brilham de alegria e ela se joga nos braços do garoto chinês num abraço emocionado.

Sakura: Que bom que você está aqui!
Chiharu: Nossa. A Sakura estava mesmo com saudade do Li.

Sakura e Shaoran ficam corados e se afastam, desfazendo o abraço.

Sakura (de maneira mais formal): Que bom que você voltou.
Yamazaki: Estão de férias da escola de vocês em Hong Kong?
Meiling: Não. Nós estamos de mudança.
Naoko: De mudança?
Meiling: Sim. Nós decidimos terminar nossos estudos aqui no Japão. Viemos para ficar!
Sakura (olhando esperançosa): É sério?
Shaoran (acenando com a cabeça): Sim. Eu terminei meus assuntos em Hong Kong e obtive permissão para voltar.
Yamazaki: Estão vocês gostaram mesmo de viver aqui.
Chiharu: É verdade. Deviam estar com saudades, não é?
Meiling (piscando para o primo): Claro que sim. Principalmente o Shaoran.
Shaoran: Meiling...
Tomoyo: Que momento mágico!

Sakura e Shaoran olham para trás e se assustam ao ver que Tomoyo estava de câmera nas mãos filmando os dois.

Shaoran: Daidouji? Há quanto tempo está ai?
Tomoyo: Tempo o bastante para registrar este reencontro tão emocionante. Uma cena digna de cinema.
Sakura (corando levemente): Ai, Tomoyo, você está me deixando sem graça de novo...

Meiling levanta uma cesta de piquenique diante de Sakura.

Meiling: O intervalo de vocês vai começar agora, não é?
Sakura: Sim.
Meiling: Que tal nós quatro lancharmos juntos como nos velhos tempos?
Sakura (sorrindo): Claro. Eu adoraria.
Meiling: Que bom! Shaoran, você leva a cesta.

Meiling joga a cesta nos braços do primo. Os quatro amigos começam a caminhar pelo pátio, procurando um lugar para lanchar. Meiling e Tomoyo vão na frente, deixando Sakura e Shaoran alguns passos atrás. Os dois ficam com um pouco de vergonha de trocar olhares.

Sakura: Sabe, Shaoran... eu já estava ficando preocupada. Você não estava dando noticias... achei que pudesse ter esquecido de mim...
Shaoran: Eu estava me preparando para me mudar... A Meiling sugeriu que eu fizesse uma surpresa, que isso a deixaria muito feliz, e por isso não te contei nada.
Meiling (gritando): Você não sabe o quão dificil foi impedir que ele entrasse em contato com você e estragasse a surpresa. Ele só falava de você o dia todo.

Meiling começa a imitar o jeito de andar do primo, com os braços atrás da cabeça.

Meiling (imitando a voz do primo): “Será que a Sakura está bem?”, “Será que a Sakura continua treinando magia?”, “Será que os guardiões estão cuidando bem da Sakura?”.
Shaoran (com o rosto super vermelho): Meiling!

Tomoyo ria muito, se divertindo com a imitação.

Meiling: “A Sakura iria adorar esse ursinho, não é?”, “A Sakura ficava muito bem com os vestidos que a Daidouji fazia.”, “Será que a Sakura continua bonita como sempre?”, “Será que a Sakura viria me visitar um dia?”. Parecia um disco arranhado.
Shaoran (com o rosto quase explodindo de tanto corar): MEILING!

Meiling e Tomoyo não conseguiram conter as risadas.

Sakura (olhando para Shaoran): Você disse tudo isso?
Meiling: Sim, ele disse. Mas nem tudo foi exatamente desse jeito.
Sakura: É?
Meiling (fazendo cara de quem está pensando muito): Se eu não me engano, a palavra que ele usou para se referir a você não foi bonita... foi linda.
Sakura (sorrindo de felicidade): Você me acha linda, Shaoran?
Shaoran (sem saber para que lado olhar para disfarçar a vermelhidão em seu rosto): Eu... hã... bem... SIM!
Sakura: Que bom!

Sakura dá um pulo de alegria e depois dá um beijo no avermelhado rosto do garoto chinês.

Sakura: Obrigada pelo elogio e por se preocupar comigo.
Shaoran (tentando fingir indiferença): Não foi nada.
Tomoyo: Estamos felizes que vocês voltaram, Li.
Shaoran (olhando para Sakura): Eu voltei o mais rápido que pude. Tinha uma promessa a cumprir...

FLASHBACK

Sakura: Lá vou eu!

Shaoran gesticula, preocupado com o que Sakura iria fazer.

Shaoran: Não! Espera um pouco... sua magia já vai voltar!
Sakura: Eu não quero esperar...

Sorrindo de felicidade, Sakura salta sem se preocupar com o risco de cair daquela altura. Shaoran abre seus braços para recebê-la.

Sakura: EU TE AMO!

Shaoran segura Sakura e se esforça para não cair. Os corações batiam acelerados, as respirações estavam pesadas e os rostos muito próximos. Sakura tentava conter as lágrimas.

Sakura: Eu sinto muito. Eu devia ter te contado sobre meus sentimentos antes, mas eu estava sem coragem. Eu venho tentando te contar por todos esses dias. Quase enlouqueci quando soube que poderia perder esse sentimento e...

Shaoran coloca gentilmente seu dedo sobre a boca de Sakura, fazendo ela se calar.

Shaoran: Só que me importa é que estamos juntos agora.

Os dois sentem a aproximação de alguém enquanto notam a torre do parque voltar ao estado normal. Yue e Kerberos se aproximam voando.

Kero: Sakura, você e o moleque estão bem?
Sakura (dando pulos de alegria): Eu consegui, Kero. Eu lacrei a última carta de Clow!
Kero: Muito bem, Sakura. E você perdeu seu sentimento mais importante?

Sakura olha para Shaoran e sente seu rosto corar.

Sakura: Eu acho que consegui contornar isso...
Kero: Que bom. Então agora tudo ficará em paz.
Yue: O descendente de Clow está ferido.
Shaoran: Estou bem. Foram só alguns arranhões.
Sakura: Shaoran...
Shaoran: Estou bem. Não se preocupe. É melhor voltarmos para junto do outros para não deixá-los preocupados.
Sakura: Certo.

Os guardiões levantam vôo e vão embora. Sakura e Shaoran descem as escadas e encontram Tomoyo e Meiling na entrada do parque. Tomoyo corre para abraçar Sakura enquanto Meiling corre para abraçar Shaoran.

Tomoyo: Vocês estão bem?
Sakura: Estamos ótimos. Nós vencemos. Salvamos o dia.

Meiling nota que Sakura estava segurando uma carta e a pega para ver.

Meiling: Esperança? Então essa é a 53º carta?
Sakura: Na verdade não. A 53º carta é a carta Vácuo. Ela se fundiu com a carta que eu criei meses atrás.
Shaoran: Você criou uma carta com sua magia?
Sakura (corando um pouco): Sim... quando eu soube que você iria embora... Ela representa meu amor por você.

Shaoran fica sem graça com a descoberta.

Tomoyo (sorrindo): Que bonito! Vocês têm uma carta que representa o amor de vocês!
Meiling (devolvendo a carta): Vocês formam uma grande dupla. Salvaram todos nós.

Sakura e Shaoran sorriem um para o outro. Tomoyo e Meiling se entreolham ao perceber o gesto.

Meiling (lançando um olhar inquisidor): Vocês parecem felizes demais... aconteceu alguma outra coisa lá em cima?

Meiling olha de Sakura para Shaoran.

Shaoran: É... bem...
Sakura: É... que... sabe...
Meiling: Finalmente ela se declarou!

Meiling puxa Sakura e Shaoran pelos braços e começa a dançar com eles. Tomoyo rapidamente puxa sua câmera para filmar.

Tomoyo: Que momento feliz! A primeira cena de Sakura e Shaoran como casal.

Meiling coloca seu primo e Sakura bem juntinhos e começa a pular de alegria ao redor deles. Shaoran fica vermelho de vergonha. Sakura fica tentando esconder o rosto.

Sakura: Ai, ai, que vergonha. Pára com isso, por favor.

Tomoyo fica com seu olhar sonhador.

Tomoyo: Agora eu já posso começar a preparar um vestido especial de casamento.
Sakura: Queeeee?
Tomoyo: Tem que ser algo especial e inesquecivel...
Sakura (coçando a cabeça, sem graça): Você não acha que está indo rápido demais?
Meiling (ficando triste de repente): Só é uma pena que tenhamos que ir embora amanhã...

Sakura olha chocada para Shaoran.

Sakura: Você não vai ficar?
Shaoran: Essa era para ser uma viagem de poucos dias. Prometi a minha mãe que eu voltaria...
Touya: SAKURA!

Os quatro notam que Touya e Yukito se aproximavam correndo. Touya imediatamente se coloca entre Sakura e Shaoran.

Touya: Você está bem? Está ferida?
Sakura (gesticulando para o irmão relaxar): Está tudo bem. Não se preocupe, Onii-chan.
Touya: Claro que tenho que me preocupar. O que você está fazendo perto desse moleque?

Shaoran e Touya trocam seu já famoso olhar de hostilidade. Tomoyo resolve intervir.

Tomoyo: Quando as pessoas começaram a sumir dentro daquelas esferas estranhas, nós corremos para nos esconder juntos. Só isso.
Touya: Sei...
Yukito: Não seja bobo, Touya. O importante é que tudo está bem.
Touya: Certo. Vamos para casa, Sakura. Nosso pai está esperando.

Sakura começa a andar com o irmão e Yukito quando Shaoran a segura pela mão.

Shaoran: Espera... eu queria te pedir uma coisa...
Sakura: O que?
Shaoran: Meu vôo vai partir amanhã de manhã, por volta das 10 horas. Será que podíamos nos encontrar no parque do pinguim para conversarmos e nos despedirmos com calma?
Sakura (sorrindo afetuosamente): Claro. Até amanhã então.

Sakura então parte, deixando Tomoyo, Shaoran e Meiling para trás. Ela não fala nada no caminho. Sua mente estava distante, perdida em muitos pensamentos. Ela tinha aquela sensação familiar. Um angústia inquietante. Um sentimento alarmante de perda. A mesma sensação que tivera quando se separou de Shaoran pela primeira vez. Sakura pensa na carta em seu bolso. Fora criada com sua magia e era, em parte, baseada no seu amor por Shaoran. A carta se chamava Esperança. Talvez fosse hora dela ter esperança que o destino algum dia uniria seu caminho com o de Shaoran de uma vez por todas.

Kero: SAKURA!

Sakura leva um susto e cai da cama.

Sakura: Hoe?

Sakura se levanta e nota que havia três despertadores soando na mesa de seu quarto. Kero voava de um lado para o outro com cara de poucos amigos.

Kero: Sakura! Você é uma menina muito má! Eu estava dormindo tão bem! Por que colocou os despertadores para tocarem tão cedo? Você nem tem aula hoje...
Sakura (coçando a cabeça): Eu coloquei os despertadores para tocar?

Sakura se levanta e se senta em sua cama. O sol estava brilhando lá fora e anunciava um novo dia. Sakura olha para a cabeceira e vê um urso de pelúcia marrom posicionado perto dos despertadores.

Sakura: Shaoran!

Shaoran Li estava sentado num banco no parque do pinguim. Olhava do pequeno lago que havia ali para um luxuoso carro negro. Não podia esperar muito mais. Ela provavelmente não queria se despedir dele uma segunda vez. Ele não poderia culpá-la. Shaoran se levanta para ir para o carro quando vê uma garota de cabelos castanhos e olhos verdes surgir correndo.

Sakura: SHAORAN!

Sakura pára diante de Shaoran e tenta recuperar o fôlego.

Sakura: Me desculpa, Shaoran. Eu perdi a hora...
Shaoran (sorrindo): Eu já estou acostumado. Você vive se atrasando para a escola.
Sakura (sorrindo sem graça): É verdade...

Sakura fica olhando para o chão sem saber o que dizer a seguir.

Shaoran: Eu sinto muito por ter que fazer você passar por isso de novo...
Sakura: Eu queria que você pudesse ficar. Eu vou sentir muito sua falta. Não sei se irei suportar.

Shaoran pega as mãos de Sakura.

Shaoran: Você é a pessoa mais forte que eu conheço, Sakura.
Sakura: Mas não sou forte o bastante para isso...

Sakura começa a chorar.

Shaoran: Sakura...

Sakura abre sua bolsa e estende uma caixa verde para Shaoran.

Shaoran: P-para mim?

Sakura acena que sim com a cabeça.

Shaoran: Mas isso é... Eu não posso ficar com isso...
Sakura: Eu quero que você fique com isso para que sempre se lembre de mim, não importa o quão longe esteja.

As lágrimas escorrem pelo rosto triste de Sakura. Shaoran coloca a caixa no bolso. Então ele estende a mão para Sakura, deixando o dedo mindinho esticado.

Shaoran: Eu prometo que voltarei para você de maneira definitiva. Te telefonarei e te escreverei sempre que puder até esse dia chegar. Você pode me esperar?
Sakura: Vou esperar o quanto for preciso. Eu prometo.

Sakura enxuga suas lágrimas e também estende seu dedo mindinho.

Sakura: Essa promessa é do dedo mindinho, aquele que mentir...
Shaoran: ...que caiam 1000 agulhas...
Sakura: ... e cortem o dedinho. Promessa feita!

Sakura sela a promessa com Shaoran.

Sakura: Te desejo uma boa viagem.

Sakura abraça Shaoran. O menino chinês sussurra no ouvido da menina.

Shaoran: O que eu falei na torre do parque era sério. Eu sempre vou te seguir, não importa para onde, não importa o que aconteça. Isso também é uma promessa.

Shaoran sorri para Sakura e então corre até o carro. Sakura fica ali parada vendo o carro se distanciar e rumar para o aeroporto.


FIM DO FLASHBACK

Sakura, Tomoyo, Shaoran e Meiling estavam sentados embaixo de uma cerejeira comendo o lanche que Meiling havia preparado. Sakura de vez em quando olhava de esgueira para Shaoran, querendo admirá-lo. Ele parecia mais bonito do que da última vez que haviam se visto. E sua aura mágica parecia mais poderosa também.

Sakura: Nossa, Meiling, isso está muito gostoso. Você aprendeu a cozinhar muito bem.
Meiling: Sim. Eu me esforcei muito. Quero ser uma excelente cozinheira.
Tomoyo: Ah é?
Meiling: Sim. Eu percebi que só ser linda não é o bastante já que a Sakura é bem mais feia que eu e mesmo assim conseguiu conquistar o Shaoran.
Sakura (confusa): Hã?
Meiling: Eu vou adquirir várias habilidades para conseguir conquistar a minha pessoa especial.
Sakura: E eu vou estar torcendo por você.

Meiling sorri enquanto devora um bolinho.

Tomoyo: Vocês vão voltar a morar no antigo apartamento, Li?
Shaoran: Não. Minha mãe fez questão de me dar uma casa de presente aqui na cidade. O Wei está coordenando a mudança agora.
Meiling: Assim que tudo estiver arrumado levamos vocês lá.
Sakura: Certo. Nós adoraríamos.
Tomoyo: O que acham de irmos ao shopping amanhã? Eu preciso comprar algumas coisas e gostaria da companhia de vocês.
Meiling: Que tipo de coisas você vai comprar?
Tomoyo: Preciso de novos tecidos para fazer novas roupas para a Sakura...
Meiling: Bem que eu imaginei...
Tomoyo: ... e, agora que o Li voltou, preciso fazer algumas roupas para ele também.
Shaoran (quase se engasgando): Pra mim?
Tomoyo: Claro. O namorado da minha melhor amiga tem que andar bem vestido também.
Shaoran (corando): N-namorado?
Sakura (corando): N-namorado?

Meiling balança negativamente a cabeça.

Meiling: Já vi que vocês ainda não conversaram sobre isso. Vocês dois são muito lentos, hein?

Os quatro continuam a comer e conversar animados até que o sinal da escola soa. Era hora de Tomoyo e Sakura voltarem às aulas.

Tomoyo: Acho que nosso tempo acabou.
Meiling: Amanhã nos veremos de novo no shopping. E em breve estaremos juntos com vocês nas aulas.
Sakura: Eu ainda não matei a saudade por completo. Por que vocês não jantam lá em casa esta noite?
Shaoran: Nós não queremos incomodar, Sakura...
Sakura: Não, não. Vocês não me incomodam. Faço questão. Apareçam lá em casa a noite. Você também, Tomoyo.
Tomoyo (com um olhar sonhador): Não perderia isso por nada...


Então os quatro amigos se despedem. Sakura e Tomoyo entram na escola para assistirem sua próxima aula.

Na saída da escola, Sakura vai caminhando alegremente pelo seu caminho tradicional para casa. Ela iria fazer algumas compras para o jantar à noite. No meio do percurso, Sakura passa em frente a loja Twin Bells. Maki Matsumoto estava varrendo a frente da loja com um olhar preocupado.

Sakura: Está tudo bem, senhorita Matsumoto?
Maki: Hã? Sakura? Perdão. Estava distraída.
Sakura: Algum problema?
Maki: Eu tive um problema com uma mãe hoje... uma criança se machucou dentro de minha loja e a mãe dela me responsabilizou.
Sakura: Nossa. Mas como isso aconteceu?
Maki: Uma criança entrou na loja e empurrou uma estante.
Sakura: Mas então isso foi uma injustiça! Você viu quem foi?

Maki hesita por um momento.

Maki: Eu acho que foi alguém da sua escola...
Sakura: Hã? Da minha escola?
Maki: Mas isso não importa. Não tenho como provar. O tempo vai resolver tudo.
Sakura: Certo. Desejo tudo de bom para a senhorita.
Maki: Igualmente, Sakura.

Sakura faz uma reverência e segue seu caminho. Duas quadras depois, ela encontra uma feira e se dirige a uma banca de verduras. Havia um senhor baixinho com raros cabelos brancos sobre a cabeça e com uma verruga no queixo arrumando algumas caixas e juntando algumas verduras espalhadas pelo chão.

Sakura: Senhor Yamaguchi... o que houve aqui?
Yamaguchi: Jovem Sakura! Estou tão chateado. Um encrenqueiro passou por minha banca e jogou minhas verduras no chão.
Sakura: Um encrenqueiro?
Yamaguchi: Sim... um garoto com mais ou menos sua idade...
Sakura (mostrando-se indignada): Que maldade! O senhor não merecia isso...

Sakura se abaixa para recolher uma das caixas. Ao tocar em uma delas, ela têm uma sensação estranha. Acabara de sentir o resquício de uma aura mágica. Yamaguchi imediatamente tira a caixa das mãos de Sakura.

Yamaguchi: Não, não, jovem Sakura. Isso é trabalho para mim.
Sakura: Eu faço questão, senhor. Vou ajudá-lo e depois preciso que separe essas verduras para mim. Tenho um jantar muito importante lá em casa hoje.

Sakura entrega uma lista a Yamaguchi. Ele olha para a jovem menina a sua frente e sorri.

Yamaguchi: Bom seria se todas as crianças fossem tão simpáticas e prestativas quanto você, jovem Sakura.
Sakura: Meu pai me ensinou a sempre ajudar o próximo.
Yamaguchi: Seu pai é um homem muito sábio, minha jovem.

Sakura sorri e começa a recolher as verduras. Ela ainda olha de relance para a caixa, preocupada com a aura mágica que sentira.

As coisas estavam tranquilas numa certa casa amarela na cidade de Tomoeda. Touya Kinomoto estava começando a cozinhar o jantar da noite. Seu pai, Fujitaka Kinomoto, estava preparando alguns doces. Eles ouvem a porta se escancarar e uma garota de cabelos castanhos entra correndo na cozinha.

Sakura: Cheguei!
Touya: Deu para notar. Na verdade acho que o Japão inteiro ouviu você chegando, monstrenga.

Sakura ignora o irmão e vai até o pai, abraçando-o.

Sakura: Papai... posso te pedir uma coisa?
Fujitaka: Claro, minha filha. O que é?
Sakura: Eu convidei alguns amigos para jantar aqui em casa hoje. Tem algum problema? Eu sei que devia ter avisado com antecedência, mas é que alguns amigos meus voltaram para a cidade e eu queria matar a saudade deles...
Touya: Amigos que voltaram, é? E quem vêm?
Sakura: A Tomoyo, a Meiling e... o Shaoran.
Touya: O que? Aquele moleque está de volta?
Sakura (procurando não corar): Ele não é moleque! Ele é meu... amigo.
Touya (tirando o avental): Eu não vou cozinhar para ele! Você que se vire!
Fujitaka: Não seja rude com sua irmã, Touya.

Touya sai da cozinha e sobe para seu quarto. Fujitaka se ajoelha diante da filha.

Fujitaka: Não se preocupe, minha filha. Seus amigos são muito bem-vindos. Eu farei um jantar delicioso para eles.
Sakura (abraçando novamente o pai): Ah, papai. Muito obrigada. Eu trouxe algumas coisas para ajudar no jantar.

Sakura põe algumas sacolas na mesa.

Sakura: Vou só tomar um banho e já desço para te ajudar.
Fujitaka (sorrindo): Tudo bem, minha filha.

Sakura sobe as escadas saltitando de alegria e cantarolando.

Sakura: A Tomoyo e a Meiling vêm jantar aqui em casa... A Tomoyo e a Meiling vêm jantar aqui em casa...

Sakura passa na frente da porta do quarto do irmão.

Sakura: E o Shaoran também!
Touya: Cala a boca, monstrenga!

As horas se passam e o véu da noite cai sobre a cidade de Tomoeda. Shaoran, Meiling e Tomoyo viram a esquina de uma rua. Estavam indo jantar na casa de sua amiga. Tomoyo vinha a frente, empunhando sua câmera e gravando cada passo.

Meiling (com uma cara controversa): Achei que você só filmasse a Sakura...
Tomoyo: Eu filmo principalmente a Sakura, mas também filmo outras coisas que acho interessante. E meus dois amigos chineses são muito interessantes.
Meiling (fazendo pose): Principalmente eu, não é?
Tomoyo (sorrindo): Claro. E também... tenho a impressão que essa noite ainda pode reservar algumas surpresas.

Tomoyo aponta a câmera para Shaoran, que carregava uma sacola azul. Os três chegam a uma casa amarela e apertam a campainha. Sakura abre a porta para os amigos.

Tomoyo (já apontando a câmera): Sakura! Você está maravilhosa!

Sakura estava usando um vestido tomara-que-caia roxo com bordados brancos nas extremidades, uma meia-calça preta e uma faixa de cabelo branca com, detalhes floridos em rosa.

Meiling: Eu acho que alguém caprichou na produção... não é, Shaoran?

Shaoran olhava boquiaberto para Sakura, que começava a corar.

Meiling (fechando a boca do primo): Pára de babar, Shaoran.
Shaoran (corando): É... bem... você... você está muito bonita, Sakura.
Sakura (encabulada): Obrigada. Vamos. Entrem.

Sakura conduz os amigos até a sala, onde Fujitaka e Touya esperavam sentados no sofá.

Shaoran (fazendo uma reverência): Konbanwa!
Tomoyo: Konbanwa!
Meiling: Konbanwa!
Touya (de mau-humor): Konbanwa...
Fujitaka (sorriso): Konbanwa! Sejam bem-vindos! Se acomodem!

Todos se acomodam no sofá enquanto Sakura e Touya começam a servir os pratos. Sakura se senta ao lado de Shaoran. Todos agradecem a comida e atacam o delicioso jantar que Fujitaka havia preparado.

Fujitaka: Seu nome é Shaoran, não é?
Shaoran: Sim, senhor.
Fujitaka: Eu lembro de você. Você era o aluno que se interessou por arqueologia quando fiz aquela palestra na escola de Sakura.
Shaoran: Sim. Sou eu mesmo.
Fujitaka: Engraçado... acho que o nome do ursinho de pelúcia da Sakura também é Shaoran...

Sakura e Shaoran se entreolham e coram na hora.

Shaoran: Acho... acho que deve apenas ser uma coincidência, senhor.
Fujitaka: Não existem coincidências, apenas o inevitável.

Shaoran olha confuso para Fujitaka, que continua ostentando seu sempre amável sorriso.

Fujitaka: E você continua interessado em arqueologia, Shaoran?
Shaoran: Sim. De vez em quando me pego lendo revistas e livros sobre o assunto. Acho muito interessante as histórias das civilizações antigas.
Fujitaka: Sim. Estou completamente de acordo. Você me lembra muito a mim mesmo quando descobri meu interesse em arqueologia.
Shaoran: Talvez um dia eu me torne um arqueólogo como o senhor...
Fujitaka: Eu ficaria muito feliz em ajudar.

Sakura fica admirando Shaoran e seu pai conversarem. Ela nunca imaginara que os dois poderiam ter tanto em comum. Touya continuava a lançar olhares hostis para Shaoran.

Fujitaka (se virando para Meiling): E você é prima dele, correto?
Meiling: Sim. Eu já estive aqui também uma vez.
Fujitaka: Sim. Eu me lembro. Vocês tiveram muita dificuldade em se adaptar a nossa cultura?
Meiling: Não. Eu aprendo tudo muito rápido...

O jantar prossegue com conversas amigáveis, menos por parte de Touya, que num determinado momento se levanta do sofá.

Touya: Bem... eu tenho que ir. Marquei uma coisa com o Yukito. Divirtam-se.

Touya pega um casaco e vai embora.

Fujitaka: Eu vou começar a lavar a louça.
Sakura: Eu te ajudo, papai.
Fujitaka: Não precisa, minha filha. Você tem que dar atenção aos seus convidados.
Sakura: Hmmm... tá bem. Vocês querem ver um filme no meu quarto?
Tomoyo: Claro.
Shaoran: Vão na frente. Vou ajudar seu pai a levar os pratos para a cozinha.

As meninas sobem as escadas enquanto Fujitaka e Shaoran levam os pratos para a cozinha.

Fujitaka: Muito obrigado, Shaoran. Você é um menino muito gentil e prestativo.
Shaoran: Não foi nada, senhor.

Fujitaka começa a colocar os pratos dentro da pia.

Fujitaka: Tenho certeza que esses são alguns dos motivos pelos quais a Sakura gosta tanto de você.
Shaoran (confuso com o comentário): C-como é?
Fujitaka: Não precisa ficar encabulado. Eu notei os olhares que você e a Sakura trocavam. O amor é uma coisa muito bonita. Não tem do que se envergonhar.

Shaoran fica vermelho e baixa a cabeça sem saber o que dizer. Fujitaka pega um retrato numa estante.

Fujitaka: Essa é a mãe de Sakura. O nome dela era Nadeshiko.
Shaoran: A Sakura nunca me falou muito dela.
Fujitaka: Ela infelizmente não tem muitas memórias da mãe. Era muito nova quando a perdeu. Mas tenho certeza que Nadeshiko iria gostar de conhecê-lo... gostar de saber que você está cuidando dela e a fazendo feliz.

Shaoran fica sem reação, apenas olhando para o retrato. Fujitaka se ajoelha diante dele e põe as mãos em seus ombros.

Fujitaka: Eu sei que você vai amá-la e respeitá-la como eu amei e respeitei a mãe dela. Faça cada dia, cada momento valer a pena. A vida é muito curta para ser desperdiçada.

Fujitaka abre a geladeira e pega uma torta.

Fujitaka (sorrindo): Agora que tal você subir e levar uma sobremesa para todos?
Shaoran (sorrindo de volta): Claro.

Shaoran pega uma bandeja com alguns pratos com pedaços de torta. Ele sobe as escadas até o quarto de Sakura. Quando ele abre a porta, vê o guardião Kero voando pelo quarto e fazendo poses para a câmera de Tomoyo. Sakura e Meiling estão sentadas na cama, conversando.

Meiling: ... e uma delas está para se casar daqui há algumas semanas.
Sakura: É mesmo? Que legal.
Meiling: Ela ainda não decidiu onde vai ser o casamento, mas tenho certeza que ela vai querer que o Shaoran seja padrinho. As irmãs gostam muito dele mesmo que ele goste de ficar ostentando aquele jeito durão dele.
Sakura: Shaoran!

Todos notam que Shaoran estava à porta segurando uma bandeja.

Shaoran: Seu pai pediu para trazer essa sobremesa.
Sakura: Deixa eu te ajudar...

Sakura se levanta para pegar a bandeja e sua mão se encontra com a do garoto chinês. Os dois ficam parados alguns segundos, trocando um profundo olhar.

Kero: Torta de morango!

Kero voa até a bandeja e rouba um pedaço de torta. Shaoran fuzila o guardião com um olhar enquanto Sakura recolhe a bandeja e serve Tomoyo e Meiling.

Shaoran: Um dia você ainda vai passar mal de tanto comer para deixar de ser tão guloso, Kerberos.
Kero: Não adianta chorar. Eu já peguei o pedaço maior e não vou trocar.
Sakura: Não seja guloso, Kero. Têm bastante para todo mundo.

Meiling pisca discretamente para Tomoyo.

Meiling: Sabe de uma coisa? Acho que um suco acompanharia bem a sobremesa.
Tomoyo: Eu concordo.
Sakura: Hã? Tá legal. Eu vou lá embaixo buscar.

Meiling segura Sakura e a coloca sentada na cama.

Meiling: Não, não. Eu, a Tomoyo e o Kero vamos lá buscar enquanto você procura a fita do filme que você falou.
Sakura: Mas meu pai não pode ver o Kero...
Tomoyo: Eu tomo conta dele.

Tomoyo e Meiling vão andando de costas até a porta.

Kero: Mas por que eu tenho que ir com vocês? Eu prefiro fic...
Meiling: Vêm logo.

Meiling pega Kero e o esconde dentro de sua bolsa. Tomoyo entrega uma sacola azul para Shaoran.

Tomoyo (sorrindo): Você vai precisar disso...

As meninas saem do quarto e fecham a porta. Sakura e Shaoran ficam ali parados, sem entender nada, até que notam que haviam ficado sozinhos.

Shaoran: Eu... bem... faz tempo não é?
Sakura: Sim.
Shaoran: Você realmente guardou o ursinho que eu te dei.

Sakura nota que Shaoran estava olhando para o urso de pelúcia na cabeceira da cama.

Sakura: Foi o primeiro presente que você me deu. Vou guardá-lo para sempre.

Shaoran cora um pouco. Ele aperta a alça da sacola.

Sakura: O que têm ai?
Shaoran (olhando da bolsa para Sakura): Eu.. hã... isso... eu trouxe...

Shaoran estica a sacola para Sakura.

Shaoran: Para você!

Sakura tira um pacote da sacola. Dentro havia uma pulseira rosa com três estrelas prateadas, sendo que dentro de cada uma delas havia uma rosa entalhada. Sakura fica maravilhada com o presente e imediatamente coloca a pulseira em seu pulso.

Shaoran: Eu sei que não é o melhor presente do mundo, mas eu não pude vir no dia de seu aniversário e queria compensar com este presente...
Sakura (os olhos brilhando): Eu adorei!

Sakura abraça Shaoran e dá muitos beijos em seu rosto. Depois ela fica admirando a pulseira enquanto Shaoran fica tentando não parecer encabulado.

Sakura: Essa pulseira é muito bonita. Muito obrigada!

Sakura sorri para Shaoran, que retribui o sorriso. Por um momento Sakura pensa em como sempre foi difícil tirar um sorriso de Shaoran e fica feliz consigo mesma por tê-lo conseguido.

Shaoran: Sabe, Sakura... eu fiquei muito tempo pensando na... melhor forma de dizer... de dizer uma coisa importante... eu... eu gostaria de saber...

Os dois olham repentinamente pela janela.

Sakura: Você sentiu?
Shaoran: Sim. Uma presença mágica.
Sakura: LIBERTE-SE!

Sakura transforma sua chave mágica em seu báculo estrela. Ela pega as cartas Sakura em uma de suas gavetas e ergue uma delas no ar.

Sakura: ALADA!

Duas asas gigantes surgem na ponta do báculo. Sakura senta no báculo.

Sakura: Vamos verificar.
Shaoran: Certo!

Shaoran sobe no báculo e os dois saem voando pela janela. Eles seguem voando entre as estrelas da noite até que encontram duas crianças chorando numa praça.

Sakura: A presença vêm dali.
Shaoran: A praça está cercada por chamas! O fogo está se espalhando pelas árvores...
Sakura: Aquelas crianças vão se machucar.

Shaoran salta do báculo e pousa sobre um poste de luz. Sakura pousa na praça e reúne as crianças. Ela separa a carta escudo, mas prefere aguardar. Shaoran pega um amuleto e o converte numa espada mágica. Ele ergue a espada em seguida.

Shaoran: Dragão da água, obedeça o meu comando!

Da espada surge um jato d’água que circunda toda a praça até apagar todo o fogo. O garoto chinês desce correndo da árvore e vai até Sakura.

Shaoran: Eles estão bem?
Sakura: Estão sim. Apenas assustados.
Shaoran: Vocês sabem como o fogo começou?
Menino: Estávamos brincando escondidos na praça quando um menino passou correndo levando algumas garrafas e uma tocha com fogo. De repente tudo estava pegando fogo ao redor de nós.
Sakura (abraçando o menino): Tudo já está bem. Não se preocupe.
Shaoran: É melhor vocês voltarem para suas casas antes que seus pais fiquem preocupados.
Sakura (piscando): E não comentem nada sobre o que houve aqui, ok?

As crianças acenam com a cabeça e saem correndo para suas casas.

Shaoran: A presença já sumiu. Não sei se foi embora ou se está disfarçando sua presença. Pelo visto temos alguém usando magia para criar confusão pela cidade.
Sakura: É verdade. Eu soube que causaram problemas mais cedo no centro da cidade.
Shaoran: Teremos que cuidar disso antes que as coisas fujam de controle.

Sakura nota que a espada de Shaoran estava diferente. Ela estava maior, seu cabo agora era dourado com um dragão vermelho desenhado e havia vários símbolos chineses entalhados em sua lâmina.

Sakura: Você não usa mais seus ofugas para ativar sua magia?
Shaoran: Hã? Não. Minha magia mudou um pouco com o treinamento pelo qual passei...

Sakura nota alguns símbolos chineses tatuados no dorso das mãos do garoto chinês.

Sakura: O que são esses símbolos?
Shaoran (parecendo incomodado com as perguntas): Acho melhor voltarmos antes que sintam nossa falta.
Sakura: Tem razão! Meu pai está em casa e isso pode acabar dando uma grande confusão.

Sakura e Shaoran sobem no báculo e voam de volta para casa. Assim que os dois entram no quarto, Tomoyo e Meiling abrem a porta.

Meiling: Voltamos. Espero que tenham aproveitado o momento juntos.
Tomoyo: Hã? Por que você está com seu báculo, Sakura?
Sakura: Sabe o que é... nós sentimos uma presença mágica e fomos verificar.

Kero sai voando de dentro dos longos cabelos de Tomoyo.

Kero: Uma presença mágica? E o que era?
Shaoran: Nós encontramos duas crianças em perigo numa praça em chamas.
Sakura: Salvamos as crianças, mas não conseguimos ver quem iniciou o fogo.
Kero: Nós teremos que investigar isso... não é uma carta, talvez seja...
Meiling: Deixa isso para depois! Agora nós vamos assistir um bom filme e comer torta.
Kero (voando para a bandeja com torta): Oba! Torta!
Shaoran: A capacidade de concentração dele é horrivel...
Sakura: É...

Shaoran fica pensativo. Sakura fica com a impressão de que ele passaria o resto da noite pensando num jeito de lidar com o encrenqueiro. Sakura então pega uma fita de vídeo e todos se sentam para assistir a um filme.

DIA SEGUINTE

Touya estava deitado no sofá lendo um livro escolar. Sakura desce as escadas correndo.

Sakura: Vou sair.
Touya: Aonde você vai?
Sakura: Vou no shopping com uns amigos.
Touya (olhando mau-humorado para a irmã): Sei... já terminou suas tarefas?
Sakura: Sim. Já vou indo.
Touya: Tome cuidado, monstrenga. E fique longe daquele moleque.
Sakura: Ele não é moleque!

Sakura sai correndo de casa. Para variar estava atrasada. Havia marcado para encontrar com os amigos na ponte perto do parque do pinguim. Após alguns minutos de corrida, ela encontra Meiling e Tomoyo a esperando.

Meiling: É por isso que você é tão boa em atletismo. Você está sempre correndo por aí atrasada.
Sakura (coçando a cabeça, sem graça): Desculpa.
Tomoyo: Não tem problema.
Sakura: Onde está o Shaoran?
Tomoyo: Ele também está atrasado. Disse que ia visitar um amigo antes de vir para cá.
Meiling: Provavelmente foi ver o Yamazaki.
Shaoran: Olá.

As meninas notam que Shaoran havia chegado. Sakura fica olhando para ele, desconfiada. Sentia que havia algo diferente no garoto chinês.

Tomoyo: Algum problema, Sakura?
Sakura: Não é nada. Deve ser impressão minha.
Meiling: Vamos logo.

Sakura estende a mão para Shaoran. Antes que o menino a pegue, é atingido por uma rajada de vento que o joga para fora da ponte, caindo na água.

Sakura: Shaoran!

As meninas olham para o outro lado da ponte e notam que a pessoa que havia atacado era Shaoran.

Sakura (coçando a cabeça): Hã? Têm dois Shaoran?
Meiling: Mas eu só tenho um primo.
Tomoyo: Que coisa estranha.
Shaoran II: Fiquem longe dele! É o encrenqueiro que vêm causando problemas.

O outro Shaoran volta para a ponte, já sacando sua espada mágica.

Shaoran I: Não acreditem nele. Eu sou o verdadeiro.
Shaoran II: Você não vai enganá-las!
Sakura: Ai, ai, que confusão!
Shaoran I (furioso): Fique atrás de mim, Sakura.
Shaoran II (furioso): Fique longe dela!

Shaoran II ergue sua espada e uma rajada de vento empurra novamente o outro Shaoran. Os dois garotos chineses correm pela ponte e começam a duelar com suas espadas. Eles mostram muita agilidade nos movimentos, que são idênticos.

Meiling: Nós temos que ajudar!
Tomoyo: Mas como vamos saber qual é o verdadeiro? Eles são idênticos e se movem tão rápido que eu não sei mais qual é qual...
Sakura: Se eu atacar, posso acabar atingido o verdadeiro Shaoran. O que eu faço?
Shaoran I: Dragão de fogo, obedeça o meu comando!

Uma rajada de fogo é disparada e passa de raspão em Shaoran II.

Shaoran II: Dragão do trovão, obedeça o meu comando!

Dezenas de raios caem dos seus, mas Shaoran I vai se esquivando deles.

Tomoyo: Essa confusão vai atrair curiosos...
Meiling: Você vai precisar derrotar os dois sem machucá-los, Sakura!
Sakura (insegura): E-eu não posso. Não posso atacar o Shaoran. Não ele...

Os dois Shaoran se atingem mutuamente com as espadas e se afastam. Shaoran I fica com uma ferida no braço e Shaoran II fica com uma ferida no peito.

Shaoran II: Arghh! Sakura! Concentre-se em seu coração e você vai descobrir o verdadeiro!

Os dois garotos chineses se atacam com uma magia de água.

Sakura fecha os olhos por um momento. Ela ignora todos os sons a sua volta e se concentra como nunca se concentrou antes. Ela tinha que descobrir e não podia cometer erros.

“Por favor, magia da estrela... eu preciso salvar o meu Shaoran.. preciso proteger a pessoa que eu mais amo...”

Então, de repente, Sakura ouve o som das batidas aceleradas de seu coração e sente uma dor estranha no peito.

Sakura: Eu já sei!

Sakura pega a chave mágica no cordão em seu pescoço.

Sakura: Chave que guarda o poder da minha estrela...

Um reluzente círculo mágico se forma aos pés de Sakura.

Sakura: ... mostre seus verdadeiros poderes sobre nós e ofereça-os a valente Sakura que aceitou esta missão...

Sakura estende seus braços.

Sakura: LIBERTE-SE!

A chave mágica cede lugar ao poderoso báculo de estrela. Sakura gira o báculo no ar e saca uma carta.

Sakura: BOSQUE!

Shaoran II dá uma cambalhota no chão e evita um ataque apena para ver dezenas de galhos agarrarem e imobilizarem Shaoran I. O garoto chinês fica se debatendo tentando se libertar.

Shaoran II: Dragão do trovão, obedeça o meu comando e enfraqueça meu adversário!

Um grande trovão cai do céu e eletrocuta o Shaoran aprisionado. O corpo dele vibra e emana uma fumaça negra até que acaba revelando sua verdadeira forma.

Meiling: Mas que coisa estranha...

O ser aprisionado tinha a pele cinza com uma certa transparência que permitia ver um pouco através dele. Possuia longos cabelos encaracolados e orelhas pontudas negras. Suas mãos possuiam garras e seus pés eram maiores que o normal. Ele fica rindo constantemente, como se achasse graça de algo.

Sakura e as meninas correm até o verdadeiro Shaoran para ajudá-lo.

Sakura: O que é isso?
Shaoran: É um espírito de travessura.
Tomoyo: Espírito de travessura?
Shaoran: Sim. São feitos de uma magia perigosa e foram banidos desse plano de existência há muito tempo. Eles geralmente não atacam pessoas diretamente, mas gostam de fazer travessuras e causar problemas para os outros.
Sakura: E eles podem assumir a forma de outras pessoas como se fossem a carta Espelho?
Shaoran: Sim. É uma de suas habilidades.
Meiling: Como você sabe tanto sobre isso?
Shaoran: Estudei sobre eles com minha mãe... e já encontrei um deles antes.

O espirito de travessura começa a se libertar dos galhos que o prendiam.

Meiling: Ele vai fugir!
Shaoran: Não vai não!

Shaoran saca um de seus ofugas, mas esse era diferente, sendo de cor negra.

Shaoran: Deuses dos relâmpagos e das tempestades, mestres dos cinco elementos, concedam-me o poder necessário para banir este ser invasor... DESAPAREÇA!

O ofuga flutua no ar e emite uma luz que envolve o espirito de travessura, que se dissipa em fumaça até desaparecer por completo. Quando o processo termina, o ofuga pega fogo e vira cinzas. Shaoran cai de joelhos, exausto.

Sakura: SHAORAN!
Meiling: Você está bem?
Shaoran: Eu estou bem... só gastei muita magia...
Sakura (olhando para o peito do menino): Você está ferido!
Shaoran: Não é nada demais. Eu vou ficar bem.

Shaoran pega a mão de Sakura.

Shaoran: Obrigado por confiar em mim.
Sakura: De nada... mas como eu fiz aquilo? Eu me senti estranha... senti o coração acelerar e uma dor estranha... me senti como se tivesse...

Sakura olha para a ferida no peito do garoto chinês.

Sakura: Me senti como se tivesse um ferimento no peito.
Tomoyo: Que estranho. O Shaoran tem um ferimento no peito.
Shaoran: Sakura... durante meu treinamento minha mãe descobriu algo importante... acho que já é hora de você saber...
Sakura: O que é?
Shaoran: Naquele dia no parque... a carta Esperança criou um elo mágico entre nós baseado em nossos sentimentos.
Sakura (perplexa): O que?
Shaoran: Nossos espiritos estão ligados... tudo que um sentir, o outro sentirá também.
Meiling: Então foi por isso que você pediu a Sakura para que ela se concentrasse em seu coração...
Tomoyo: Você sabia que ela sentiria a ligação entre vocês.

Shaoran acena positivamente com a cabeça. Os quatro jovens ouvem passos. O lugar estava um pouco destruído por causa da batalha.

Shaoran: Temos que sair daqui. Vão nos fazer perguntas se nos pegarem.
Tomoyo: Vamos para minha casa. Meu motorista particular não está longe.

Sem forças para discutir, Shaoran apenas acompanha as meninas para o carro, que ruma para a mansão dos Daidouji. Chegando na casa, as meninas levam Shaoran para um quarto de hóspedes. O garoto senta-se numa cadeira e Meiling lhe tira a camisa.

Meiling: Nossa. Está bem feio.
Tomoyo (parecendo preocupada): Não era melhor irmos para um hospital?
Shaoran: Não saberemos explicar a origem do ferimento. Meiling, prepare aquelas ervas medicinais que você aprendeu com minha mãe. Elas vão ajudar a cicatrizar o ferimento mais rápido.

Shaoran tira um pacote do bolso e o entrega para a prima.

Meiling: Certo. Tomoyo, vou precisar que você ajude a reunir alguns ingredientes para fazer as ervas funcionarem.
Tomoyo: Certo. Vou pegar um kit de primeiros socorros para limparmos a ferida.

As duas meninas saem do quarto às pressas. Sakura se senta diante de Shaoran.

Sakura: Sinto muito.
Shaoran (confuso): Por que?
Sakura (segurando as lágrimas e apertando com força os joelhos): Se eu tivesse percebido o espirito da travessura antes, você não teria se ferido lutando com ele. Eu acho que o Yue está certo. Está mais do que na hora de eu aprender a usar todos os poderes que tenho. Não quero ver mais ninguém se ferir porque eu não fui forte o bastante para...

Sakura nota que Shaoran havia se levantado e estava ajoelhado diante dela.

Sakura: S-shaoran?
Shaoran: Nós treinaremos juntos e ficaremos fortes juntos. E ninguém mais irá se machucar ou correr perigo.
Sakura: Shaoran...
Shaoran: E sabe por que eu tenho essa certeza? Por que enquanto você estiver ao meu lado, tenho certeza que tudo dará certo.

Sakura sorri emocionada.

Sakura: Você tem razão. Agora sente-se na cadeira. Eu vou ajudar a Tomoyo e a Meiling e já volto.

Shaoran segura Sakura pela mão.

Shaoran (olhando para os lados, tentando reunir forças): Espera... eu queria... queria te perguntar uma... coisa...
Sakura: Sim?
Shaoran: Eu queria... eu queria... eu queria saber se podemos ser namorados!

Sakura fica olhando para o garoto chinês por um momento. Então ela se aproxima de Shaoran, os rostos ficando bem próximos. Shaoran fica mais vermelho que tomate. Sakura, então, dá um beijo demorado na bochecha de Shaoran.

Sakura (sussurrando no ouvido): Nós já somos namorados.

Sakura, também corada de vergonha, sai correndo do quarto para encontrar as amigas. Shaoran se senta na cadeira. A dor do ferimento some perto das batidas aceleradas do coração. Estava sentindo uma felicidade que parecia que iria transbordar de seu peito. E então ele percebe que aquela sensação estava multiplicada por dois.

Shaoran: Sakura...

Shaoran fica olhando para a porta por onde Sakura havia saído. E então sorri.

FIM DO CAPITULO

No Próximo Capitulo: "Hoeee! A Tomoyo arranjou um encontro entre mim e Shaoran. Vai ser nosso primeiro encontro como namorados. Mas tudo está para dar errado quando um misterioso ladrão roubas as cartas Sakura. Ah. Espero que vocês estejam comigo no próximo capitulo de Card Master Sakura para dizermos juntos... LIBERTE-SE!"


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Notas finais do capítulo

O casal mais amado dos fãs está unido de novo. E Sakura precisará de todo o apoio possivel para o que está por vir. Em breve tem mais ^^



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