Never Gonna Work Out escrita por Beatriz


Capítulo 4
Ataque dos paparazzis


Notas iniciais do capítulo

Espero que esse compense o anterior :D



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Peguei meu fone e fiquei escutando música até pegar no sono, o que não demorou pra acontecer. No outro dia acordei com uns berros vindos lá debaixo. Era a Manuella, aquela peste.

–Manuella, fica quieta que eu quero dormir! -Gritei tampando o meu rosto com o travesseiro.

–Dormir? Querida, já passou da hora de acordar. -Ela respondeu me provocando.

–Mããããe, fala pra ela ficar quieta.

–Eliza, sua irmã tem razão. Levanta, vai!

–Até você contra mim, mãe? -Perguntei indignada.

–Não estou contra, só quero que você levante. São dez e meia da manhã, vamos, levanta!

Enrolei cerca de dez minutos na cama, depois fiz minha higiene, me troquei e desci pra tomar café.

–Bom dia. -Eu disse desanimada enquanto sentava.

–Bom dia! -Meus pais disseram em conjunto e animados.

–Então filha... chamamos a família da Anne pra vir jantar aqui, pra retribuir o jantar que eles fizeram pra nós. Tudo bem? -Minha mãe perguntou.

–Sim, mãe. Sem problemas. Posso ver com a Gemma se ela quer dormir aqui?

–Claro!

–Eba! Vou ligar pra ela e se ela topar vou dizer para ela trazer as roupas. -Disse empolgada.

Liguei pra Gemma e ela adorou a ideia e disse que viria para dormir. Terminei meu café e fiquei jogando xbox com a minha irmã, e por um milagre nós não estávamos discutindo. Estava concentrada no jogo, digamos que eu era um pouco competitiva e precisava ganhar dela, queria esfregar minha vitória na cara daquela pirralha, quando meu celular começou a tocar, e o número constava que era Pedro. Pausei o jogo e peguei os controles para que a Manu não tirasse vantagem de mim, e atendi.

–Alô?

–Oi Liz, tudo bem?

–Ah, Pedro. Oi, tudo e você?

–Sim. Então, tá desocupada?

–Depende. -Fui seca.

–Nossa!

–Diz logo, babaca.

–Vamos sair? Passo aí ás 14hrs.

–Nossa digo eu. Nem sabe se eu vou querer sair e já vem dizendo o horário em que vem aqui?

–Pô... não vai recusar, né? -Pedro perguntou inseguro.

–Espera, tenho que ver com a minha mãe se ela tem algo pra fazer hoje.

Gritei minha mãe e ela disse que iria passar a tarde inteira fora. Tinha coisas para resolver sobre o novo emprego dela e do papai, depois ia à manicure, não ia parar em casa. Expliquei que eu estava afim de sair com o Pedro e que ele tinha me ligado, minha mãe disse que não haveria problemas de eu sair com ele, porém nós teríamos que nos comportar. Voltei para a ligação.

–Que horas você vai vir, mesmo?

–Isso foi um "sim"? -Ele perguntou empolgado.

–É, foi.

–Ok. Passo aí ás 14hrs, pode ser?

–Ahn... -olhei para o relógio e ainda era meio-dia. -Pode, tchau.

Desliguei e fui almoçar, logo em seguida meu pai saiu e levou a Manuella com ele e minha mãe saiu um tempo depois. Eu estava sozinha, pois a Lúcia, nossa empregada, estava de folga. Não conseguia parar de olhar para o relógio, e quanto mais eu olhava o tempo parecia passar mais devagar. Mas espera... por que eu estava tão "assim"? Eu estaria ansiosa? Fiquei um tempo no skype com a Dani e dez para as duas da tarde a campainha tocou. Eu me desconectei e desci para atender, é claro que era Pedro.

–Oi. -Eu sorri.

–Oi. -Ele veio para perto de mim me beijar, mas eu desviei e ele entrou. -Então, estamos sozinhos?

–Sim, mas isso não interfere em nada. -Dei ênfase na palavra "nada".

–Foi só uma pergunta, relaxa.

–Sei. -Disse desconfiada. -Vamos logo?

–Pra onde?

–Ué, eu não sei. Foi você que me ligou querendo sair.

–É, mas não sei para onde vamos.

–Decida-se. -Eu respondi séria.

–Tá, vamos para sorveteria e depois, hmmm, sei lá. Vemos isso depois.

–Tudo bem, espera eu me trocar. -Avisei.

–Mas você não vai assim?

–Não, né. Toda bagunçada assim, é claro que não. Eu não vou demorar. -Eu disse já indo em direção à escada.

–Bom que você não demore. -Ele disse subindo atrás de mim.

–EEEEEEI! -Gritei. -Onde você pensa que vai?

–Vou esperar você se trocar. -Pedro fez uma cara tipo "é óbvio, né".

–Você tá maluco? Vai esperar, sim, mas aqui embaixo.

Ele resmungou e eu subi observando se ele não viria atrás de mim, e ele não veio. Melhor assim. Coloquei outra roupa, um pouco mais apresentável para sair em público e desci. Enquanto eu descia vi que o Pedro estava sentado no sofá com a cabeça baixa.

P.O.V PEDRO

Enquanto eu esperava a Liz fiquei sentado no sofá e não conseguia tirar aquele beijo da cabeça. Estava pensando em como nós tínhamos uma química, uma ligação incrível. Liz causava um efeito que escondia que seu corpo perfeito era só um convite pro que ela guardava no coração. Ela era maravilhosa. Tanto por fora, quanto por dentro. Pude sentir seu perfume doce chegando e então me levantei.

P.O.V ELIZABETH

–Vamos? -Perguntei animada.

–Sim. Você está linda. -O Pedro disse e em seguida eu corei.

–Obrigada. -Eu sorri discretamente e abri a porta para que saíssemos.

Fomos à sorveteria e depois à praça. Ficamos andando e conversando sobre vários assuntos até que sem querer eu toquei no assunto "Pablo". Pablo foi o primeiro garoto por quem eu me apaixonei e com quem eu dei meu primeiro beijo. JURO que foi sem querer que toquei nesse assunto, e vi Pedro ficar sem graça.

–Pedro, tá tudo bem? -Perguntei calma.

–Tá. -Ele continuou com a cabeça baixa. -Só dor de cabeça mesmo.

–Desculpa, eu sei que não deveria ter falado nisso, ter falado dele.

–Tudo bem, todos nós temos nossos primeiros amores. -Ele olhou pra mim e sorriu. Senti que foi um sorriso sincero, como se ele quisesse dizer "vai ficar tudo bem, relaxa".

–Que bom! -Disse retribuindo o sorriso. -O que vamos fazer agora?

–Ih, não sei. Quer mais um sorvete?

–Tá doido? Acho que você quer me deixar gorda...

–Eu não! -Nós rimos. -Você curte violão?

–Sim, acho lindo. Até tenho um, mas não sei tocar nadinha.

–Espera aí então.

Pedro se levantou do banco onde estávamos sentados e entrou em uma loja de instrumentos que se localizava na esquina seguinte da praça. Não demorou nem cinco minutos e ele voltou com um violão e um sorriso estampado no rosto. Aquele sorriso... tão lindo, tão sincero, tão... "Pedro".

–Voltei! -Ele disse empolgado enquanto sentava.

–De onde tirou esse violão? -Perguntei curiosa.

–Eu fui até a loja de instrumentos e pedi emprestado. É claro que eles não recusaram, eu disse que seria só por algum tempo, e aliás, sem querer me gabar, mas eu sou Pedro Styles, né. -Nós rimos baixo.

–Ui, Pedro Styles! -Fiz um gesto engraçado com as mãos. -O que você pretende fazer com esse violão?

–Tocar, ué. O que mais? -Ele respondeu num tom irônico.

–Sério? Não estava passando isso pela minha cabeça, não mesmo. -Gargalhamos e em seguida ele posicionou o violão e começou a fazer um rápido aquecimento de voz.

Depois ele começou a tocar algumas notas e olhar fixamente dentro dos meus olhos. Eu não pude desviar, aqueles olhos dele eram tão hipnotizantes... Então ele começou a cantar bem baixinho. "You are my dream, there's not a thing I won't do, I'll give my life up for you cause you are my dream. And baby, everything that I have is yours, you will never go cold or hungry, I'll be there when you're insecure. Let you know that you're always lovely, girl cause you are the only thing that I got right now" (Você é meu sonho, não há nada que eu não faria, darei até a minha vida por você pois você é o meu sonho. E baby, tudo que eu tenho é seu, você nunca sentirá frio ou fome, eu estarei lá quando você se sentir insegura. Vou te dizer que você é sempre linda, menina, pois você é tudo que eu tenho agora) Eu conhecia aquela música... É Justin Bieber, claro! Minha irmã é Belieber e vive escutando e cantando as músicas dele. Mas, espera... Por que Pedro da Quinta conexão cantara uma música do Justin Bieber? Enfim, isso não importava agora. Tinha sido lindo de qualquer jeito.

–Uau, foi lindo. -Eu falei baixo e com vergonha.

–Foi pra você. -Ele respondeu no mesmo tom.

Nós ficamos nos olhando e eu não sabia o que dizer, estava morrendo de vergonha e também estava tão feliz. Era uma mistura de sentimentos, mas eram sentimentos bons. Os melhores possíveis. Ele chegou mais perto e nós íamos nos beijar quando ouvimos "FLASH" umas três vezes seguidas. Parecia barulho de câmera fotográfica... E era. Pedro olhou para trás, viu e apontou dois paparazzis fotografando nós dois.

–Temos que sair daqui. -Ele disse sério.

–Como assim? Pra onde vamos?

–Vamos pra sua casa, ficamos lá um pouco e depois saímos de novo. Se ficarmos aqui eles não vão nos dar paz, vão nos perseguir pra onde nós formos. Mas na sua casa eles não podem entrar.

–Não, sem problemas. Vamos logo então.

–É claro que eles vão tentar bloquear a nossa passagem e querer alguma palavra nossa, mas não diga nada. -Pedro disse enquanto levantava e me ajudava a levantar também.

Estávamos andando em direção ao carro quando eu notei que nós estávamos cercados de paparazzis. Devia ter uns sete ou dez em nossa volta, e todos bloqueando a passagem. Aqueles flashs e toda aquela bagunça me irritava demais. Entramos rápido no carro e o fomos para a minha casa.

Foi uma luta pra conseguirmos descer do carro, os paparazzis estavam atacados. Na verdade, acho que isso era o normal deles, mas eu não estava acostumada. Pedro desceu do carro e foi até o outro lado me ajudar a descer, e sem querer, eu acho, um dos paparazzi bateu a câmera na minha cabeça.

–Ai! -Eu gritei colocando a mão onde tinha sido a pancada.

O cara olhou assustado e pediu desculpas, alegando que tinha sido sem querer. Senti um aperto no meu braço direito, era Pedro. Ele estava segurando meu braço e começou a apertá-lo forte, ele tinha ficado nervoso com o paparazzi, eu conseguia ver isso nos olhos dele.

–Pedro, calma. -Eu disse olhando pra ele, mas ele me ignorou.

–CHEGA! -O Pedro gritou se dirigindo aos paparazzis. -Já machucaram ela, não vêem que estão só causando bagunça? Atrapalhando? Chega. Vão embora, vão. Agora! Antes que eu chame a polícia. Eu não quero que isso se repita jamais. Desculpas foram pedidas e aceitas, mas isso não é o bastante. Se você publicar essas fotos -Ele olhou para o paparazzi que tinha me acertado. -Eu vou denunciar você e seu jornal.

–Não foi minha intensão, mil desculpas. -O paparazzi disse assustado e se afastando de nós. -Nada da minha câmera vai ser publicado. -Ele jurou.

Logo em seguida TODOS os paparazzis que ali estavam foram saindo. Acho que ficaram assustados com a reação do Pedro e o que havia acontecido, então deram o fora dali.

Entramos em casa e eu fui até o banheiro ver como estava minha cabeça. Achei que tinha ficado um galo, roxo, ou até mesmo que ela estivesse sangrando, mas não tinha nada. Que bom!

Voltei pra sala e sentei ao lado do Pedro no sofá.

–Tá tudo bem por aí? -Ele perguntou e apontou para a minha cabeça.

–Tá sim, não foi nada demais.

–Desculpa. -Pedro disse chateado.

–Tudo bem, Pê. E também, a culpa nem foi sua.

–Ah, foi um pouco sim. Afinal, eu deveria ter consciência de que os paparazzis iam me cercar, principalmente se eu estivesse com uma garota. -Ele disse como se fosse uma coisa óbvia e que ele já previa que iria acontecer.

–Essa deve ser a parte ruim de ser famoso, mas não posso dizer que entendo...

–Mas enfim, estamos bem.

–É, e você ficou com o violão que disse que seria emprestado só por um tempinho.

–Putz, é mesmo! Ele olhou para as próprias costas, onde carregava o violão. -Nós rimos e logo depois começamos a nos olhar.

Sem trocar nenhuma palavra, estávamos cara a cara, um bem perto do outro.


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Notas finais do capítulo

Acho que vocês puderam perceber que agora sempre que eu citar algo do tipo "me troquei" ou "coloquei uma roupa" a palavra ficará em azul. É um LINK. Basta vocês clicarem para verem o meu visual. Não é vírus, nem nada demais. E preparem-se para o próximo capítulo!!!!



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