Never Gonna Work Out escrita por Beatriz


Capítulo 2
Um passeio pela cidade


Notas iniciais do capítulo

Fiquei feliz que já tenha alguns acompanhando :) Obrigada!



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–Então, você quer começar por onde? -O Pedro perguntou enquanto ligava o carro.

–Na verdade, eu não queria nem começar, mas de tanto que você insistiu que eu viesse, escolha você um lugar pra começarmos o "tour". -Fiz uma careta.

–Nossa, desculpa. Só perguntei por curiosidade. -Ele falou num tom calmo e olhou pra baixo.

Será que eu tinha sido ignorante demais? Fomos o resto do caminho sem trocar uma palavra e eu fui refletindo sobre o jeito que eu tinha falado com ele. Eu tinha ficado chateada comigo mesma por isso.

Chegamos à um rio, onde pude ver aluguel de pedalinhos e barracas que não sabia do que eram exatamente.

–Vamos começar por aqui. A represa mais conhecida de Londres, pode ser? -O Pedro perguntou.

–Pode sim. -Sorri tentando aliviar o clima tenso que estava entre nós, o que não funcionou muito bem.

Descemos e fomos andando quando avistei a represa, várias pessoas andando de bicicleta, pedalinho e algumas sentadas em mesas das barraquinhas. Andamos mais um pouco e chegamos a uma ponte, e o final dela dava de cara para a represa. O Pedro sentou e logo em seguida eu sentei também.

–Vamos ficar sentados aqui sem fazer nada? -Perguntei.

–Será que você pode esperar cerca de cinco minutos? Quero ver o pôr-do-sol. Aqui é um lugar ótimo pra fazer isso.

–Ah... Tudo bem. Então, suas fãs não costumam te perseguir? E paparazzis?

–Sim, quase sempre, mas fizemos tipo de um acordo. São as minhas férias, e eu quero aproveitá-las. Amo minhas fãs, o carinho delas, mas quando elas me seguem em todos os lugares eu não tenho privacidade ou tempo pra fazer as coisas que gosto. Então combinamos que nessas férias elas só iriam ter notícias minhas por outras fontes, e não me perseguindo. Já os paparazzis, bom... Não sei se você notou, mas um carro estava nos seguindo desde que saímos de casa, e o paparazzi está logo ali. -Ele apontou um pouco para trás, e eu virei o rosto tentando avistar o paparazzi até que o vi.

–Eu vi. Isso não te incomoda? -Perguntei.

–Sim, muito. Mas eu não posso fazer nada se eles manterem distância, e nesse caso ele está bem longe.

Continuamos a conversar por mais um tempo quando o céu foi mudando de cor, as andorinhas voando... Era o pôr-do-sol, e era lindo. O sol ainda brilhava, mas não tanto quanto os olhos do Pedro ao ver aquela cena. Fiquei paralisada olhando para ele e quando me dei conta voltei a apreciar o sol indo embora. Não falamos e nem fizemos nada, ficamos ali, sentados na beira da ponte vendo o sol se pôr. E por um bom tempo.

Já havia escurecido e as estrelas já estavam brilhando, quando decidi pedir desculpas pela minha arrogância.

–Pedro... -Esperei ele olhar para continuar. Ele olhou. -Me desculpa por hoje a tarde quando você perguntou por onde iríamos começar e eu fui arrogante.

–Você é sempre arrogante. -Ele respondeu e me deixou sem graça.

–É, mas eu passei dos limites.

–Tudo bem, acho que já estou me acostumando. Mas sabe de uma coisa? Eu até gosto desse seu jeitinho. Arrogante, fechada, mas eu já imagino o porque disso. A vida não deve ter sido fácil pra você.

U-A-U! Pedro, o sensível. Eu não podia esperar uma coisa assim dele, mas ele tinha razão. Talvez fosse esse o motivo de eu não ter muitos amigos, um namorado, e ser tão fechada assim. A vida não tinha sido fácil pra mim.

–Talvez seja isso mesmo, mas ninguém se importa. -Abaixei a cabeça.

–Eu estou aqui, e eu me importo sim. -Ele levantou meu queixo fazendo com que ficássemos cara a cara. Eu podia sentir a respiração dele.

Não fiz nada, ficamos ali nos olhando por uns dois minutos. Ele não tomou iniciativa, e nem eu, é claro.

–Então...- Interrompi quebrando o clima.

–Ah, sim! -Ele se afastou e nós rimos. -São sete da noite, o parque de diversões fica bem mais legal a noite. Vamos lá. -Ele levantou e estendeu a mão para me ajudar a levantar também.

Dentro do carro fomos conversando e rindo como se fossemos amigos de longo tempo. Conheci um pouco mais sobre ele, e ele sobre mim. Chegamos no parque e eu fiquei toda animada. Adorava parque de diversões e ele estava todo iluminado, bastante gente...

Descemos do carro e fomos andando em direção ao parque quando ele quebrou o silêncio.

–Você tá com fome?

–Um pouco, bem pouco. E você?

–Um pouco, também. Mas vamos ir nos brinquedos primeiro, não quero ninguém vomitando depois, ok? -Nós rimos.

–O primeiro que quero ir é a montanha-russa! -Avisei animada e com um sorriso de orelha a orelha.

–Sério? Não curto muito...

–Ah, Pê! Para de ser cagão, vamos logo! -Eu puxei ele enquanto íamos para a fila.

A fila crescia cada vez mais, e com ela, crescia também a minha ansiedade. Eu parecia uma criança de tão boba e encantada que eu estava hahaha.

–Vamos no primeiro carrinho, ok? -Perguntei já afirmando.

–Ixi, tem que ser no primeiro? Eu já não gosto muito de montanha-russa, ainda mais o primeiro carrinho! -Ele retrucou.

–Tá decidido, você não tem escolhas! Vamos no primeiro, se conseguirmos...

–Já que eu não tenho escolhas, fazer o que né... -Ele resmungou.

A turma antes de nós tinha acabado de entrar, nós seríamos os próximos. Continuamos a conversar, quando parou um menino na minha frente, do lado de fora da fila.

–Oi, você tem horas? -Ele perguntou.

–Sim, são... -Olhei pro meu celular- São quinze para as oito. -Sorri.

–Obrigado. -Ele sorriu de volta e ficou me olhando.

COF COF! -O Pedro tossiu e senti ele colocar as mãos na minha cintura. -A fila tá grande hein, se quiser ir na montanha-russa acho melhor você já ir ficando lá no final. -O Pedro disse pro menino, que ficou sem graça e logo depois saiu.

–Você tá maluco? O que foi isso? Você praticamente expulsou o garoto. -Perguntei olhando pra ele.

–Não foi nada, ué. -Eu olhei pras mãos dele na minha cintura e ele tirou-as de lá. -Eu só avisei que a fila estava grande.

–Aham, vou fingir que acredito e também vou fingir que não sei que isso foi um ataque de ciúmes. -Nós rimos.

O brinquedo parou e finalmente tinha chegado nossa vez. EBAAAAAA!!!!! Eu estava quase explodindo de felicidade e adrenalina. Conseguimos pegar os primeiros carrinhos, e isso me fez ficar mais ansiosa ainda.

Andamos nas montanha-russas várias vezes e nos outros brinquedos também quando o celular do Pedro tocou.

–Alô? -Ele atendeu.

É óbvio que eu não conseguia ouvir o que diziam do outro lado da linha.

–Ah tá, daqui vinte minutos estamos aí. -Ele desligou.

–Liz, posso te chamar assim, né?

–Pode. -Resmunguei.

–A Gemma acabou de me ligar e disse que meus pais convidaram a sua família para ir jantar lá, e que é pra nós irmos embora agora porque querem as duas famílias reunidas.

–Ah, que saco! Odeio esse negócio de jantar em família, união e sorrisos, bleh!

–Nossa! -Ele respondeu assustado. -Não gosta de ver a sua família reunida?

–Gosto, mas isso de ficar jantando em casa de vizinho, sei lá, nós acabamos de chegar. Eu sei que é pra causar boa impressão e ter uma vida amigável como vizinhos, mas sei lá. Me sinto desconfortável na casa de gente que eu mal conheço.

–Mas você me conhece, se não quiser ficar lá embaixo, sem problemas! A gente sobe pro meu quarto rs. -Ele deu uma risadinha maliciosa.

–Babaca! Vamos embora logo antes que liguem outra vez.

Depois de meia hora lá estávamos. Todos reunidos, tanto a minha família quanto a família do Pedro em uma mesa enorme de jantar, com uma grande variedade de comidas e bebidas. Minha mãe e Anne conversavam, meu pai e Des conversavam, Pedro fazia gracinha com a minha irmã e eu estava conversando com a Gemma.

Já eram dez horas e estávamos todos na sala de estar conversando, vendo TV etc, quando Anne colocou a televisão no mudo e pediu a atenção de todos.

–Que tal se hoje nós fossemos andar pelo calçadão e depois na feirinha da madrugada?

–Uau, seria ótimo! -Minha mãe logo se empolgou.

–É uma boa. -Des completou.

–Aaaaah não! -Eu e a Manu reclamamos em conjunto.

–Por que, meninas? -A Anne perguntou.

–Feirinha da madrugada? Só pra ter que ficar andando de um lado pro outro, eu me recuso. Tragam presentes para mim enquanto eu fico em casa dormindo. -A Manuella respondeu.

–Bom... pena que você ainda não manda no seu nariz. Você vai sim, mocinha. Você e a Liz. -Minha mãe avisou.

–Mãe! -Retruquei.

–Sem mais nem menos, vocês vão. Mas primeiro vá até em casa com a sua irmã, pegue uma blusa pra ela e coloquem tênis. Não quero ninguém reclamando que o pé está doendo de tanto andar. -Minha mãe disse enquanto me entregava a chave de casa.

–Eu vou lá com vocês. -A Gemma avisou.

–Eu também. -Completou Pedro.

Fomos até em casa e subimos pros quartos. Enquanto minha irmã arrumava as coisas dela e eu as minhas, comecei a conversar com a Gemma, e automaticamente com o Pedro também, que estava do nosso lado.

–Ai gente, eu não quero ir! Passei o dia inteiro fora hoje, tô cansada. -Resmunguei.

–Hmmm, esqueci que você e meu irmão tinham saído. Depois precisamos conversar, Liz. -A Gemma disse num tom brincalhão.

Continuamos a conversar enquanto minha irmã terminava de se arrumar, depois voltamos pra casa do Pedro e não demorou muito fomos para o calçadão.

Até que eu tinha curtido o calçadão porque me lembrava um pouco o Rio de Janeiro, tinha várias barraquinhas e todas abertas. Coisas pra comer, roupas, acessórios, lembrancinhas, até sapatos. Saudades da cidade maravilhosa ): Já eram meia-noite, quando eles quiseram ir pra tal da feirinha da madrugada. Eu achei que era uma coisa, mas quando chegamos lá era totalmente diferente do que pensei. Tinha muuuuita gente, várias lojinhas, tudo muito fofo, mas eu realmente não estava afim de ficar ali. Estávamos andando pela rua olhando as vitrines quando a Gemma me puxou de canto.

–Liz, vamos sair daqui?

–Como? Nossos pais nos obrigaram a vir, esqueceu?

–Eu vou dar um jeito.

Logo depois que o Pedro me puxou também.

–Você vai, né?

–Vou onde? Tá doido?

–A gente vai ficar bebendo na rua de uns amigos.

–Se eu conseguir sair daqui, eu vou.

Minutos depois a Gemma já tinha falado com os nossos pais e eles tinham deixado. É claro que não tinha citado que nós íamos beber, só que íamos pra casa de uns amigos. Minha irmã implicou um pouco, disse que se eu podia ir ela queria ir também zzzz, mas no fim minha mãe deixou.

–Pra onde nós vamos? -Perguntei enquanto entrava no carro.

–Pra casa do Zayn. -O Pedro respondeu.

–Zayn? Outro cantor da One Direction? -Perguntei assustada.

–Sim, ele mesmo. Tem algum problema?

–Não, é porque isso é novo pra mim. Eu não sou acostumada a andar com celebridades. -Nós rimos.

Chegamos na casa do Zayn e logo avistei que Louis, Liam, Niall, Eleanor, Danielle e Perrie também estavam ali. Tinha mais uma garota, mas eu não sabia quem era. Entramos e eu fui super bem recebida. A casa era linda e enorme. Piscina iluminada, o jardim também, era tudo tão lindo.

Depois de conversar um pouco com todos eles, descobri que o nome da garota que eu não conhecia era Ariane. Ela era namorada do Niall, mas não era famosa. Um tempo depois as garrafas de bebidas foram abertas e tinha de tudo. Da mais fraca, até a mais forte. Começamos a beber e sem piedade, misturando uma coisa com outra, rindo e fazendo a maior bagunça. A Gemma já estava muito louca dançando com um coqueiro do jardim, tadinho do coqueiro! Hahaha. Nós ríamos sem parar, fazíamos caretas, estava tudo ótimo. Havia tempo que eu não me divertia tanto assim. Começamos a gritar letras de músicas e dançar, depois caímos na piscina de roupas íntimas mesmo. Tínhamos acabado com todas as bebidas muito rápido. Eram três da manhã quando saímos da piscina, nos enrolamos em toalhas e ficamos todos sentados conversando. Depois de uma hora, mais ou menos, estávamos sóbrios. Os quatro meninos e suas namoradas entraram na casa para fazer algo para comer e a Gemma foi logo atrás. Eu e Pedro ficamos sozinhos na beira da piscina.

Eu mal conhecia ele, mas ele me atraia tanto... Só eu sei como eu queria falar do meu amor, abertamente sim, ir até o fim. Só eu conheço a dor de não acreditar que mereço ser feliz. Talvez eu estivesse apaixonada, mas eu não queria, eu não podia.


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Notas finais do capítulo

Hmmmm, Liz estaria apaixonada?



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