Never Gonna Work Out escrita por Beatriz


Capítulo 1
Finalmente em Sunset London


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :)



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Acordei com a Manuella, minha irmã de apenas cinco anos, berrando alto dentro do avião.

–Chegamos em Londres! Vamos, acorda Eliza!! -Ela me sacudia e gritava fazendo com que os olhares alheios se desviassem todos para nós.

–Xiiiiu! -Tapei a boca dela. -Para de gritar que tá todo mundo olhando.

–Tá, eu paro mas acorda. O papai já desceu do avião e a mamãe está lá tras pegando algumas malas, anda logo!

–Ok pirralha, já vou! -Levantei da poltrona ainda sonolenta.

–Filha, vá descendo do avião com a sua irmã que o seu pai já está lá embaixo com as bagagens esperando vocês. Avise ele que eu já vou também, só estou terminando de pegar umas coisas aqui atrás.

Peguei na mão da pirralha da minha irmã e descemos do avião.

Ah O SOL! Estampado na minha cara de sono. Eu vi que minha irmã estava animadíssima com a nossa mudança e enquanto eu só pensava em chegar logo na casa nova, achar uma cama, me jogar nela e ficar ali o resto do dia. O que seria impossível porque minha mãe e Lúcia, a empregada iam querer arrumar tudo ainda hoje. Foi preciso três táxis pra levar a família inteira, já que éramos em cinco: Eu, Elizabeth. Manuella, minha irmã. Cláudia, minha mãe. Roberto, meu pai e Lúcia, nossa empregada. E mais as malas, que não eram poucas. Entramos em uma rua bem bonita, chique e de classe.

–É aqui a nossa vizinhança, aqui que vamos morar. -Minha mãe apontava pelo vidro do táxi.

–Uau! Tem até parquinho, já gostei daqui, mamãe. -Minha irmã respondeu animada.

Paramos em frente a uma casa enorme, linda e bem decorada, pelo menos por fora. Aquela era a nossa nova casa. Bem melhor que a antiga :D Entrei e tive a impressão de que dava pra me perder lá dentro de tão grande que era. Subi, olhei os quartos e logo tomei posse de um deles. Com direito a suíte e tudo hehe! Depois que conhecemos a casa, nos estabilizamos e a mamãe e a Lúcia já tinham arrumado tudo, a campainha começou a tocar. Quem seria? Tínhamos acabado de nos mudar... Eu desci pra atender.

–Olá! Sejam bem-vindos à Sunset London, somos seus novos vizinhos! -Disse uma mulher bem vestida, com um sorriso branco, acompanhada de uma garotinha que aparentava ter de cinco à seis anos, que provavelmente era sua filha e de um homem que provavelmente seria seu marido.

–Ah! Olá e obrigada. Sou Elizabeth. -Sorri e estendi a mão para ela.

–Muito prazer Eliza. Sou Carmen. -Ela estendeu a mão também. -Essa daqui é minha filha, Ella e esse meu marido Paul. -Paul estendeu a mão para mim e a garota deu um sorrisinho.

–Esperem um minuto que eu vou chamar minha mãe. Aliás, entrem. -MÃÃÃÃE!!! Os vizinhos vieram dar as boas-vindas. -Gritei.

–Oi! -Minha mãe apareceu atrás de mim. -Sou Cláudia... -Minha mãe logo apresentou a família aos vizinhos e eles ficaram conversando na sala enquanto eu fui dar uma volta no jardim da frente, que por sinal era enorme.

Estava sentada lendo meu livro, em uma cadeira lá fora quando avistei um garoto no quintal da casa dele, do outro lado da rua olhando pra mim. Ele parecia bonito, mas não conseguia ver muito bem o rosto dele porque ele estava de boné e estávamos um pouco longe um do outro. Ele acenou pra mim e eu acenei pra ele também, para não parecer mal-educada logo no primeiro dia na nova vizinhança.

Um tempo depois vi Carmen, Paul e Ella indo embora de casa. Desviei meus olhos para o meu livro e ás vezes dava uma espiada por cima dele. O garoto ainda estava lá fora, mas não olhando pra mim. Ele estava brincando com um cachorro. Depois de um tempo olhei de novo e ele já não estava mais lá. Fiquei observando por um tempo e vi que o garoto, uma mulher que talvez fosse a mãe dele, uma garota que talvez fosse a namorada e um homem que talvez fosse seu pai, saindo de casa e atravessando a rua. Pra ser mais exata, eles estavam vindo na minha direção. WHAT? o.O

Eles estavam chegando mais perto até que pararam na minha frente, todos sorrindo.

–Olá, viemos dar as boas-vindas! -A mulher disse sorrindo.

–Ah, sim. -Levantei desajeitada. -Olá, sou Elizabeth. -Estendi a mão para todos eles e sorri simpaticamente.

–Prazer Elizabeth. Sou Anne. -Ela sorriu. -Esse é meu marido, Des. -Ele estendeu a mão para mim.

–Prazer Anne, prazer Des. E... aqueles ali são? -Apontei para o menino e a menina que estavam parados atrás deles.

–Ah sim! Meu nome é Gemma, seja bem-vinda. -Ela me cumprimentou e sorriu alegremente. Parecia ser legal e simpática.

–Oi Gemma, sou Elizabeth. -Sorri. -Obrigada.

–E esse é meu irmão... -Ela puxou o garoto mas ele a interrompeu.

–Deixa que EU me apresento. -Ele se soltou do braço da Gemma. -Sou Pedro, seu novo vizinho. Prazer em conhecê-la, Elizabeth. -Ele me cumprimentou com um beijo na bochecha e sorriu maliciosamente sem que ninguém percebesse.

–Oi Pedro. -Fui seca porque não estava acostumada com isso. O garoto nem me conhece e já vem "de gracinha"? -É... então, entrem que eu vou chamar minha mãe. Ela deve estar lá no porão terminando de arrumar as coisas. Fiquem á vontade. -Abri a porta e eles entraram.

Chamei minha mãe, não demorou muito e ela desceu. Lúcia serviu café ou chá para minha mãe, meu pai, Anne e Des, e eles ficaram conversando por um bom tempo. Pude escutar algo do tipo "bela casa" e "vocês pretendem ficar por aqui ou só estão de passagem?", mas saí da sala e fui pro meu quarto.

Estava subindo as escadas quando vi a pirralha da minha irmã discutindo com a Gemma. Elas mal se conheciam e já estavam brigando?

–Manuella, o que tá acontecendo aí? -Gritei lá de cima.

–Essa Gemma, ridícula. Nem conhece a nossa família e já quer ir explorar a nossa casa! -Ela deu ênfase na palavra "nossa".

–Eu só estava procurando o banheiro, só isso. -A Gemma retrucou se defendendo.

–Para de pagar de louca, Manuella. -Mostrei o dedo pra ela. -E Gemma, sobe aqui. Você usa o banheiro do meu quarto.

–Af! -A Manu reclamou e fez uma careta pra mim e pra Gemma.

Um tempo depois eu e a Gemma estávamos conversando no meu quarto quando minha mãe entrou.

–Gemma, a sua mãe disse que vai embora e é pra você descer. Filha, acompanhe ela até a porta, tudo bem?

–Tá mãe, já vamos descer.

Nos despedimos e ela foi embora. A casa estava vazia novamente. "VAZIA". Porque cinco pessoas em uma casa não significa que ela estava vazia, apenas sem convidados ou vizinhos.

Tomei um banho e entrei no computador. Fiquei um pouco no skype com uns amigos meus que estavam no Brasil e depois desci pra jantar. Depois do jantar fiquei assistindo tv com o meu pai e ouvindo ele comentar sobre o noticiário de Londres, de como era diferente do Brasil. Estava até que meio interessada no que ele falava quando meu celular apitou. Um novo sms e era da Gemma. Ele dizia:

"Você nem olhou pra mim hoje, nem me deu atenção. Mas tudo bem, amanhã vou te levar pra conhecer a cidade, você NÃO vai escapar de mim. Xx Pedro"

Ele tinha pego o celular da Gemma porque eu passei meu número pra ela o.O Respondi e ficamos trocando mais alguns sms.

"Quem disse que eu quero ir conhecer a cidade? Ainda mais com você, tô fora! Tô cheia de coisas pra fazer amanhã."

"Não inventa não porque sei que nem vai sair de casa amanhã. O que eu te fiz? Nada. Não sei porque tá me tratando assim"

"E o que EU te fiz? Você tá me perseguindo? Pedro, o nome disso é carência, eu hein!"

"Sem mais nem menos, amanhã passo aí na sua casa as 16hrs pra irmos conhecer uma parte de Londres. Nada demais, é só um "passeio"."

"Não entendi as aspas no passeio."

"Foda-se, esteja pronta, tchau."

"Babacaaaa! Não sei se você merece sair comigo, mas vou pensar. Amanhã na hora em que você chegar aqui vai ficar sabendo se eu vou ou não à esse "passeio".

"Não se atreva a negar isso, eu vou chegar e nós vamos sim."

Não respondi mais, estava ficando irritada. Que garoto insistente! Enfim, subi para o meu quarto, fiquei mais um tempo no computador e dormi, já que estava exausta da mudança.

No outro dia acordei com um barulho estranho e vinha lá debaixo. Olhei no despertador e eram oito e meia da manhã. Levantei ainda meio "bêbada" de sono, fiz minha higiene e desci pra ver o que estava acontecendo. Cheguei na sala e dou de cara com a cena mais bizarra do mundo: Minha irmã toda descabelada, só de calcinha dançando "ragatanga" e "macarena". QUAL ERA O PROBLEMA DESSA IDIOTA?

–Ô Manuella, você tá ficando maluca? São oito e meia da manhã e você fazendo seu showzinho? Eu quero dormir! -Gritei.

–Cala a boca que eu to terminando de ensaiar. O show ainda nem começou, fofa. -Ela me provocou.

–Cadê a mamãe? E o papai? Eles sabem que você está a ponto de acordar a vizinhança toda?

–Eles saíram BEM mais cedo. Disseram que iam ver uns móveis novos pra cá e que iam almoçar fora.

–Eu não acredito! Você devia ter ido junto, mas já que ficou faz um favorzinho pra mim. Cala essa boca e desliga esse DVD que eu to com dor de cabeça.

–Você ACHA que manda em mim? Que dó! Eu vou dançar e te deixar doida hoje.

–Pirralhaaaaaa! -Sai atrás dela e nós ficamos correndo pela casa como cão e gato. Típica cena de irmãs.

Fizemos um acordo que ela pararia de fazer o tal show ás dez horas e foi isso que aconteceu. Ela voltou a dormir e me deixou em paz. Assisti um pouco de tv e comecei a preparar o almoço enquanto trocava sms com a Dani, minha melhor amiga, e que agora estava distante de mim.

Deu três horas e eu me lembrei que o Pedro ia vir aqui em casa pra irmos conhecer a cidade, blá blá blá. Eu ia, mas não estava muito afim. Me arrumei, mas não muito pra ele não achar que estava com moral comigo, porque não estava. Ele não passava de um bobo tentando impressionar uma garota. E não conseguiu, o que o tornava mais bobo ainda.

Três e meia da tarde e a campainha tocou. Será que ele tinha chegado meia hora antes? Porra, isso que é carência! Atendi e era a Gemma.

–Oi! -Ela me cumprimentou e foi entrando. -Vim cuidar da Manu enquanto você e o meu irmão vão dar uma volta.

–Tem certeza que você quer isso? Essa menina é o demônio!

–Sem problemas, acho que vou sair com ela também. Um parque de diversões seria ótimo porque ela se diverte e não enche meu saco.

–Boa estratégia. -Sorri.

Ficamos conversando até as quatro quando finalmente o Pedro chegou. Ele estava arrumado, mas nada de anormal.

–Você vai, né? Eu sei que vai. -Ele perguntou ainda na porta.

–Oi pra você também, Pedro. E sim, eu vou, bleh!

Dei tchau pras meninas e entrei no carro.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo, xx.



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