Broken - Season 1 escrita por Stéfane Franco


Capítulo 20
Capítulo 19 - Temptation


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal!! Aqui estou com o próximo capítulo, fresquinho!!
Espero que gostem ^^



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- Regina-

- Neal, para de embolação e fala logo! – eu já estava impaciente.

Desde que Neal voltou para a casa do pai, passa mais tempo aqui do que na própria casa. Quando estou presente, ele se transforma numa sombra, me persegue por todo canto, fazendo piadas e palhaçadas... Não posso dizer que não gosto, afinal, a atenção que me dá me faz sentir bem, porém, às vezes acaba me irritando.

- Nossa, calma... – disse ele, levantando as mãos em sinal de rendição.

- Olha, não quero ser chata nem ofender, mas hoje estou com um péssimo humor. Assim que levantei tudo está dando errado, e a prefeitura está um terror! Falando m prefeitura... estou atrasada. Fique à vontade, afinal a casa é praticamente sua. Antes de sair, fecha a porta! – disse eu, saindo correndo pela porta.

Sai com tanta pressa, que antes de chegar no carro, percebi que não estava com meus sapatos, nem o casaco.

- Neal –

Nossa... Ela realmente não está num bom dia... É melhor falar mais tarde...

Estava quase saindo, mas escutei Regina, entrando novamente na casa e batendo a porta. Assim que a vi, fui ao seu encontro, mas ela não me viu e acabou esbarrando em mim.

- Mas que droga Neal! – gritou ela.

- Hey! Eu sei que está estressada e de mau humor, mas não precisa descontar em mim!

- Neal, sai da minha frente. – quando viu que não me mexi, elevou o tom da voz – Neal, SAI da minha frente! Não está vendo que estou atrasada?! – esbravejou, tentando me empurrar para o lado.

Imediatamente, agarrei seus pulsos e a empurrei para a parede, segurando seus braços ao lado da cabeça.

- Regina -

- Que droga Neal, me solta! – gritei, tentando me soltar.

- Não vou te soltar. E não adianta tentar porque sabe que sou mais forte. – falou ele, com a voz firme.

- Neal! – ameacei.

- Não. Regina, eu não te fiz nada, então para de gritar comigo.

Droga, ele está certo... Respirei fundo e continuei.

- Neal... Estou atrasada...

- Regina para! Olhe para você mesma! Está com tanta raiva que descontou no primeiro que apareceu! Ainda bem que fui eu e não o Henry! Ou a Belle! – disse ele, se alterando.

- Eu... Neal, você tem que entender, desde que eu acordei está dando tudo errado!

- Mas isso não é motivo para descontar em mim. Agora me fala: o que exatamente deu errado?

Ainda pressionando-me sobre a parede, tentei não pensar na proximidade em que estávamos.

- Tive pesadelos a noite toda. Assim que me levantei, consegui tropeçar no tapete, queimar as torradas e quebrar a torradeira! Fiz suco e coloquei sal no lugar do açúcar e acabei pondo pra fora por isso. Escorreguei no banheiro e ainda me atrasei para o trabalho. Chegando lá, minha secretária me deu uma pilha de relatórios para assinar e outra de problemas para resolver. A escola me ligou avisado que Henry tinha discutido com um dos colegas, e a diretora disse que era a minha culpa. Deixei ele com a Emma, que também disse ser minha culpa. E essa foi a gota d’água! Nós discutimos e só paramos porque a Snow e o Charming chegaram. Agora estou atrasada novamente e tenho DUAS pilhas de documentos pra revisar e problemas pra resolver!! Pra ajudar, estou presa entre a parede e você!! Isso responde sua pergunta?! – disse eu, finalmente parando para respirar. Senti seu aperto se afrouxar.

- Regina, eu entendo que seu dia foi péssimo, mas você precisa se acalmar. Os pesadelos sempre acontecem, tanto que tive um na semana passada. Tropeçar queimar ou salgar o suco é perfeitamente normal, e vindo de você, mais ainda. – tentou brincar, conseguindo um sorriso meu – Quanto ao trabalho, problemas são dados apenas para aqueles que são capazes de resolver. Você é capaz de resolver qualquer problema que apareça, e revisar relatórios não deve ser tão difícil, afinal, você é inteligente e já trabalha com isso há anos! Quanto ao Henry, não é culpa sua. Tenho certeza que você é uma das melhores mães conheço, sei também que se esforça para dá-lo educação e carinho, sei que o ama e faria qualquer coisa por ele, então, nunca mais pense que é culpa sua ele se meter em encrenca. É um talento natura... – disse ele. Com certeza era, o pai era exatamente igual, e estava na minha frente para comprovar.

- Eu...

- Ainda não terminei. – disse ele, com a voz firme. – Você precisa relaxar Regina! Eu venho aqui para vê-lo todos os dias e sempre que pergunto, ele responde: “Ela está trabalhando... E o humor não é dos melhores”. Eu sei que você precisa se ocupar com alguma coisa, senão fica louca, mas também precisa descansar um pouco. Vai acabar se matando de tanto trabalhar! Uma vez você me disse que sua secretária era bem eficiente. Então, deixe-a no comando por...Não sei, uma semana, e tire esses dias para ficar em casa. Se for necessário, vá para a prefeitura de manhã, mas só se for mesmo necessário. E eu já tenho a solução para o final dessa semana, pelo menos à noite.

Não sei porque, mas quando disse a última frase, senti um tom malicioso e acabei corando. Minha raiva tinha ido por completo, ele realmente me fez bem. Quando percebi que estávamos nos encarando, próximos demais, resolvi falar.

- E qual seria essa solução? – me assustei com minha própria voz, estava baixa e... ofegante??

- Um jantar, lá em casa. Já falei com a Belle e o meu pai, e o Henry também está convidado. E então, o que me diz?

Por outro longo minuto, ficamos nos encarando.

Talvez isso dê certo...

- Tudo bem... – desisti.

- Hm... Só falta uma coisa

- Você me soltar? – disse eu, voltando a brincar.

- Depois. Primeiro: onde está seu sorriso?

Não pude evitar e sorri, ele conseguiu me acalmar.

- Muito bem, assim que tem que ser. Nunca perca esse sorriso hein!

- Será que agora você poderia me soltar? – disse eu, olhando-o como uma criança.

- C-claro! - e então ele me soltou, porém, não nos movemos.

- Obrigada.

- Por te jogar na parede? – assim que ele falou, senti um calor subindo pelo meu rosto, com certeza corei. Por que ele tem que falar frases com duplo sentido? Droga!

- Por me acalmar. E me desculpe, eu realmente não podia descontar minha raiva em você...

- Tudo bem. Da próxima vez, fale com alguém, é bom desabafar. E, como a Belle está ocupada, o Henry é muito novo e o meu pai também está “ocupado”, sou sua primeira opção.

- Poxa, que pena... Justo você!

- Hm... O bom humor voltou! Seja bem vindo!

- Bom, agora que já me acalmei, será que posso voltar para o trabalho?

- Claro! Alguém aqui tem que trabalhar não é?Te pego no sábado, às 19horas. Certo?

- Certo. Até depois... – disse eu, pegando minhas coisas e saindo, com um humor muito melhor do que antes.

----------- sábado ------------

- Henry, vamos logo! Seu pai já deve estar chegando!

- Estou indo mãe! Calma...

Henry ficou no quarto se arrumando por duas horas, não sei o que tanto faz... Ia a seu quarto novamente, mas o som da campainha ecoou pela casa e fui atender.

- Neal. Entra. – disse eu.

- Hm obrigado. E então, tudo pronto?

- Quase, seu filho parece uma menina adolescente, está há duas horas trancado no quarto se arrumando!

- Ele deve estar apenas mantendo a beleza natural dele...

- Beleza natural?

- É claro! O garoto é a minha cara!

- Convencido! – disse eu, dando um tapa em seu braço.

- Pronto, cheguei! – gritou o Henry, descendo correndo pela escada.

- Finalmente! Até parece uma noiva antes do casamento! – disse eu, provocado-o.

- Mas eu não tenho nenhum pretendente... A pessoa que mais se aproxima de noiva aqui é você... Até pretendente já tem! – disse ele, apontando para o Neal.

- Henry! – disse eu, corando.

- OK, vamos então? – falou Neal.

Henry continuou fazendo piadas, e Neal fugindo do assunto. Assim que chegamos na casa do Rumple, ficamos na sala conversando, mas logo Belle me chamou para o quarto, e assim deixamos os “garotos” na sala.

- Regina, estou confusa... – começou ela.

- Quanto...?

- Quanto ao Rumple.

- Rumple? Já se tratam por apelidos? – disse eu, tentando brincar.

- Regina! É sério! E você, como irmã mais velha, tem que me ajudar...

- Hey, não sou tão velha assim... Uso cremes diariamente... Tenho a pele de um bebê!

- Engraçadinha – disse ela, rindo também.

- Pronto, agora que descontraímos, me diga, o que está acontecendo?

- Bom... Eu... não sei como começar... – corou ela.

- Comece pelo começo. Você me disse que está confusa com o Rumple, por quê?

- Ele não é quem eu pensava... Todos diziam que, ele sendo o Dark One, era a pior pessoa do mundo, manipulador, poderoso e sem sentimentos... Mas... Eu ainda não vi essas... características, pelo contrário, esse tempo todo ele vem se mostrando paciente, carinhoso, preocupado... Sempre conversa com o filho, na maioria das vezes sobre você, mas essa é outra história. Ele sempre me ajuda com a magia, com a gravidez... Ele realmente se esforça para que eu fique confortável.

- Belle, seus olhos estão brilhando!

- O que?! Não, você que está vendo coisas... – falou, corando novamente.

Ela está se apaixonando por ele de novo...

- Belle, seja sincera: você está gostando dele?

- Regina! Eu não estou apaixonada!

- Eu não falei apaixonada... Eu perguntei se você gosta dele...

- Eu... Eu não sei...

- Certo, vamos por outro caminho. O que você sente quando está ao lado dele?

- Eu...

- E não minta!

- Tá, tá bom. Eu... Bom, quando estamos por perto, conversamos bastante... Ele é muito agradável, atencioso, gentil... Ele confia em mim, me trata como... como uma rainha. Eu me sinto segura perto dele, e quando ficamos em silêncio... É um castigo, pois é realmente muito bom conversar com ele...

- Hm... Responda-me outra coisa, vocês... Vocês já se aproximaram tanto, fisicamente falando, que acabou ficando sem ar?

- Regina!

- Tá, vamos para algo menos íntimo... – disse eu, rindo – Quando você acorda pela manhã... Qual seu primeiro pensamento?

- Minha filha.

- Tá, o segundo.

- Hm...

- Pela sua cara posso apostar que é ele... Você por acaso fica ansiosa em vê-lo quando estão longe?

- Um pouco...

- Você pensa nele com que frequência?

- Bom... Eu... Eu... – ela agora estava vermelha de vergonha, e seus olhos brilharam ainda mais...

- Belle, você pode não acreditar, mas... Você está começando a se apaixonar – de novo – por ele... E não adianta protestar, seus olhos brilham quando falamos nele, você pensa nele o tempo todo, o enche de elogios, gosta de estar perto dele e confessou estar confusa.

- Quando conversamos, é como se eu já o conhecesse, mas não me lembro. Ele mesmo já me disse que nos conhecemos no passado, mas eu não me recordo de nada a respeito dele. E tem outra coisa...

- O que?

- Minha filha. Ela é filha do maior inimigo dele, o Hook, e quando nascer, com certeza o pai vai procurá-la, e isso não vai dar certo. Eu sinto que ele se preocupa muito comigo, mas quase nunca fala sobre ela... E minha prioridade nesse momento, é minha filha.

Seus olhos estavam úmidos, e ela realmente estava muito confusa. Infelizmente, eles ainda pensam que essa criança é do Hook... O que aconteceria se eu contasse? Não, não posso fazer isso, pelo menos não agora. Ela escolheu isso, e prometi não contraria-la...

- Belle –

Nunca me senti tão confusa assim...

O Rumple é uma excelente companhia, mas será que vai além disso? Tenho medo de confiar em alguém novamente e acabar machucada. Eu me lembro que acreditei na lábia do Hook, e no fim fui apenas mais uma de suas conquistas. Mas então eu engravidei. Ele se mostrava bem... interessado na criança.

Tenho medo de confiar no Rumple e me machucar novamente, de ser apenas um “caso”. Devido à gravidez, estou muito sensível ultimamente, e qualquer decisão pela emoção pode me render muito sofrimento... Algo me diz que posso e devo confiar nele, mas não consigo... Não consigo! Nesse assunto me sinto bloqueada.

- Mãe? Tia? Vocês vão demorar? Acho que meu pai não é muito bom na cozinha! – gritou Henry, após bater na porta.

- Estamos indo filho e não deixe ele se aproximar da cozinha! – disse Regina, rindo.

- Hm... Falando em... “gostar”...

- O que quer dizer com esse “hm”? – perguntou ela, desconfiada.

- O que está acontecendo entre você e o Neal?

Sua expressão era hilária. Além da surpresa por ser “pega no pulo”, ainda estava com a boca aberta e corada... Está realmente acontecendo alguma coisa...

- O quê?! Ficou louca Belle? – tentou se defender – Não tem nada entre nós, somos apenas amigos!

- Sabe, quando falamos nele, seus olhinhos brilham e... você está corada.

- Eu o quê? Você deve estar vendo coisas... Vamos logo, o Henry está nos esperando.

- Hm... Tudo bem, mas você não vai fugir desse assunto por muito tempo.

- Hey, eu sou a irmã mais velha por aqui. Vamos logo.

- Claro... Se você diz...

Tem realmente algo acontecendo entre eles! Eu sabia! Agora é só observar como eles agem e pronto! Terei minhas provas...

Descemos as escadas calmamente, Regina era ainda pior que o Rumple no quesito cuidados. Assim que chegamos, os três estavam em pé, esperando. Neal foi o primeiro a nos ver, mas, algo me diz que ele nem me enxergou...

- Henry, que tal me ajudar na cozinha? – disse eu, numa tentativa de deixar Regina e Neal sozinhos.

- Hm... Na verdade... Eu tinha outra ideia... – disse ele, com uma carinha inocente.

- Ideia? – disseram Regina e Neal, ao mesmo tempo.

É, eles tem um timing perfeito...

- Bom, eu trouxe um joguinho super legal, e queria brincar com vocês dois... Já que a Belle e o Sr. Gold claramente não podem...

- Hey! Estou grávida mas não estou doente! – brinquei

- E qual seria esse “joguinho super legal”? – perguntou Neal, desconfiado.

- Twister.

- O quê? – disse Regina, preocupada com algo.

- Isso mesmo, twister.

- Mas... Eu estou de saia, não posso brincar... Que pena... – disse ela, fazendo um biquinho de dar dó...

- Você poderia colocar uma calça. – disse eu, aprovando a ideia e piscando para o Henry.

Hm... Isso será bem divertido... Neal e Regina, jogando Twister... Eles terão que ficar bem próximos...

- Hey! Isso é complô! – justificou ela

- Você por acaso está com medo? – perguntou Neal, inocentemente.

Ele está provocando-a... Realmente sabe o ponto fraco.

- Eu? Medo de que?

- De perder para dois garotões!

- Garotões? Estranho... Só vejo um! – disse ela, fugindo do assunto.

- Hey! Tenho quase a sua idade, fisicamente – Regina corando? -, e não mude de assunto!

- Henry, tem certeza? Você não prefere um bom jogo de tabuleiro?

- Não, eu prefiro o Twister. Vamos mãe, vai ser legal!

- É, vamos mãe... – repetiu Neal, com uma carinha de cachorro abandonado, abraçando Henry que fazia a mesma cara.

- Ah, qual é, isso é jogo sujo!

- Mommy! – disseram os dois juntos, fazendo todos rirem.

Rumple estava ao meu lado, e parece que percebeu o motivo de eu incentivar o jogo, me deu uma piscadela e entrou no “complô”.

- Regina, se você não aceitar terei que conviver com esse garoto me enchendo o resto da semana... E não estou falando do Henry.

- Mas... – ela ainda procurava uma saída - eu tenho que cozinhar! – inventou

- Eu faço isso. – disse eu.

- E eu a ajudo – disse Rumple, sorrindo.

- Mãe? – perguntou Henry, com uma voz melosa e infantil.

- Arrrrg Tá! Tudo bem! – rendeu-se – Mas esse complô é jogo sujo! Até você Rumple?!

Neal e Henry bateram as mãos em sinal de vitória, ambos sorriam e comemoravam.

- Sinto muito Regina, mas a maioria vence.

- Tá, tá bom. Bom, eu vou subir para trocar de roupa... Já que minha opinião não conta... – disse ela, fingindo estar magoada.

- Nós não caímos nesse truque do “minha opinião não conta”... É melhor contar outra... Ai! – disse Neal, que foi acertado pela bolsa da Regina no braço.

Regina subiu. Neal e Henry arrumavam o lugar para o jogo, e eu fui para a cozinha com o Rumple.

É hoje que eu descubro se tem alguma coisa entre eles!

- Narrador -

Em poucos segundos o tapete do jogo cobria um canto da sala, e logo Regina desceu as escadas e começaram o jogo. Em meia hora, estavam todos enroscados... literalmente.

- Pai: mão esquerda no amarelo. – disse Henry.

- Hm... Isso vai ser complicado...

- Já vai perder Neal? – brincou Regina

- Perder? Nunca! Aí vou eu.

Com um movimento, Neal se posicionou ao lado de Regina, os braços se tocavam.

- Henry: pé direito no amarelo. Ah, essa eu quero ver! – disse Neal.

Henry bem que tentou, mas acabou caindo e perdendo o jogo. Os outros já iam se mover quando o garoto disse:

- Não se mexam, eu quero saber qual de vocês é o melhor no jogo.

Henry sabia muito bem o que fazer, e, saindo do jogo, sob os protestos dos pais, sentou-se no sofá, de onde poderia vê-los sem atrapalhar. Logo que ambos se distraíram, Henry deixou a sala e foi para a cozinha, contar tudo à Belle.

- Neal –

- Minha vez de novo... Hm... Mão esquerda no azul...

Como o azul estava depois da Regina, não tive escolha, passei meu braço por cima dela e apoiei no azul.

- Se você cair em cima de mim vai apanhar hein! – gritou ela, corando.

- Só vou cair se você cair, afinal estou apoiado em você...

Meu braço esquerdo abraçava o corpo de Regina, literalmente, enquanto meu rosto, por conta da posição, se encaixava no pescoço dela, que estava arrepiada.

Seu perfume era de uma fragrância totalmente feminina, convidativa e sensual. Sem pensar, aproximei meu nariz do pescoço dela, inalando o maravilhoso cheiro, e, pra minha surpresa, ela levantou a cabeça...

Ela está... Me dando passagem?!

Novamente, mergulhei meu rosto no macio de seus cabelos, que exalavam um cheiro maravilhoso de flores, era tudo muito convidativo: o perfume, o cabelo, a pele, seu rosto se inclinando para o lado oposto, tudo.

- Hm... Neal... – disse ela, praticamente sussurrando, sua voz estava fraca e o som quase não era ouvido.

Sua voz baixa só me fez entrar em maior tentação. Sem ao menos pensar, me aproximei e beijei sua pele atrás da orelha, e a senti arrepiar. Um som saiu de sua boca, mas era tão baixo que não entendi.

- O jantar está pronto! – gritou meu pai

Regina se assustou com a interrupção, e eu, na mesma situação, tirei meu braço dela e me levantei, dando-a minha mão para ajudá-la. Quando olhei em seu rosto, percebi algo que me deixou muito contente: estava corada.

- Obrigada – disse ela, praticamente rouca.

- Regina –

Isso é loucura!

Assim que estava em pé novamente, pedi licença e me dirigi para o banheiro.

- Droga, Regina, o que há com você?! – disse eu, olhando-me no espelho.

O calor que senti não era pra menos, meu rosto estava vermelho! Com as mãos ainda trêmulas, joguei água no rosto, com o intuito de me acalmar e esfriar. Apoiei no balcão e me lembrei da sensação que tinha acabado de vivenciar.

Ele estava praticamente em cima de mim, seu braço rondava minha cintura e seu rosto estava muito próximo ao meu pescoço. Imediatamente, senti um calafrio, e ele percebeu. Seu rosto foi se aproximando mais, roçando no meu cabelo. Instintivamente, fechei os olhos, e senti a fragrância de sua colônia invadir minhas narinas. Sem pensar, inclinei minha cabeça para o lado oposto, dando passagem para a “invasão” de seu rosto. Novamente, se aproximou mais de mim, e, sem que eu esperasse, beijou o espaço atrás de minha orelha. Os pelos do meu pescoço se eriçaram, e um gemido involuntário escapou de meus lábios. Naquele instante, não conseguia pensar em mais nada... Se o Rumple não tivesse interrompido...

Para de pensar nisso Regina!

Assim que enxuguei o rosto, sai do banheiro e fui até a sala de jantar, onde todos esperavam.

- Hm, o cheiro está bom! Quem fez? – perguntei animada, sentando-me no meu lugar, que por obra do destino, era ao lado do Neal.

- Eu fiz a maior parte.

- Mentira, ela nem consegue andar direito por causa dessa barriga! – disse Neal

- Hey! Dedo-duro! – brincou Belle.

Assim passamos o jantar todo, brincando e conversando.

- E a sobremesa? – perguntou Henry, os olhos brilhando, como sempre, por um doce.

- A sobremesa fui eu quem trouxe, então, espera um pouquinho que preciso dar um “último retoque”... – disse eu, saindo da mesa em direção à cozinha.

Em poucos segundos, o doce estava sobre o balcão, e eu colocava o chantilly, quando senti alguém colocar as mãos no meu ombro.

- ah! – gritei eu, assustando-me.

- Hey, não sou tão feio assim... – disse Neal, posicionando-me em sua frente.

- Palhaço! Como se atreve a me assustar desse jeito? – disse eu, com as mãos ainda no peito.

- Desculpa... Foi sem querer... É que o Henry está quase comendo a toalha...

- O Henry? Sei... Por acaso não seria outra pessoa? – disse eu, me aproximando.

- Q-que outra pessoa? – falou, se aproximando também.

- Neal -

- Não sei, talvez algum parente dele... – disse ela, sua voz extremamente sedutora e infantil.

Será que ela sabe o efeito que causa?

- Hm... Não conheço ninguém assim... – disse eu, me aproximando ainda mais.

Ela não se moveu, seu rosto a centímetros do meu.

Se ela não se afastar, não sei se posso me controlar...

- Não? – disse ela, contradizendo o que disse e respondendo minha observação mental.

Seus olhos encaravam os meus, o tom chocolate mais evidente e brilhante, os lábios abertos. Uma de minhas mãos seguiu para seu rosto, ela continuava a me encarar. Seu perfume era doce e extremamente convidativo. Lentamente, meu rosto se aproximou do dela, e seus olhos se fecharam, seguidos pelos meus.

Meus lábios estavam quase nos seus... Seu cheiro me invadia, a maciez da pele... Eu estava totalmente envolvido... Podia sentir sua respiração quente no meu rosto

- Mãe?! Vai demorar muito? – gritou Henry, da sala, assustando-nos.

Imediatamente, Regina se afastou, sem graça. Minhas mãos ficaram paradas no ar, e se fecharam em punho, em frustração. Ela continuava de costas, parecia tentar se recuperar.

- Já vou Henry! – gritou ela – Hm... Com licença Neal...

E assim, pegou a travessa com o doce e saiu da cozinha.

Droga!

Peguei algumas taças e a segui. Assim que cheguei, ela estava em pé, cortando o doce, e Belle a olhava atentamente. Aproximei-me, coloquei as taças na mesa e me sentei, tomando um pouco de água para me acalmar.

- Nossa, vocês demoraram muito... Estavam juntos? – perguntou Henry, me fazendo engasgar com a água, mas antes que eu olhasse pra ele, o barulho de vidro se quebrando foi ouvido.

- Droga! Desculpem... – disse Regina, abaixando-se para pegar a taça que derrubou.

Imediatamente, me abaixei também para ajudá-la, mas fui impedido.

- Não preciso de ajuda. – disse ela, com a voz fria. Percebendo minha surpresa, completou – Desculpe, é que posso facilmente arrumar isso sozinha... – dessa vez sua voz voltou à doçura de sempre. Com um sorriso, usou magia nas mãos e pegou a taça, inteira novamente. – Quem quer sobremesa?

- Eu!!!! – gritou Henry

Regina serviu a todos, porém, tentava evitar a todo custo me olhar, e Belle percebeu.

No fim do jantar, me ofereci para levar Regina e Henry para casa, pois já estava tarde. Assim que chegamos, Henry nos fez um convite inusitado.

- Ah, qual é o problema? Minha mãe sempre me colocou pra dormir, meu pai também, mas nunca os dois fizeram... Todos os meus amigos da escola dizem como é bom dormir com os pais... – sua carinha era tão fofa e irresistível, que acabamos aceitando.

Subimos e, deitando Henry, ficamos um de cada lado. Em algum momento, acabamos adormecendo.

- Narrador –

Para qualquer um que entrasse no quarto naquele momento, a cena era no mínimo linda. Henry deitado na cama entre Regina e Neal. Durante a noite, Regina pousou sua mão sobre o filho, e Neal, sobre a dela.

Assim ficaram a noite toda. Belle logicamente ficou preocupada quando Neal não voltou para casa, mas logo se acalmou com a possibilidade de ele estar com Regina. Para ela, a relação dos dois era óbvia. Ambos tinham uma sincronia incrível, brincavam e se divertiam como crianças, provocando um ao outro o tempo todo.

- Belle -

Quando Regina saiu da cozinha como doce, sua face estava corada, e as mãos trêmulas. Logo em seguida, Neal também apareceu, e seu semblante era de frustração. Algo aconteceu naquela cozinha, e com certeza Henry os interrompeu chamando por ela. Quando ele perguntou se estavam juntos, Regina derrubou a taça no chão e Neal engasgou.

Se eu a conheço bem, quando Henry fez aquela pergunta ela derrubou a taça, pois estava nervosa, se entregando... Ambos ficaram estranhos durante o resto da noite, e ela evitava olhar pra ele, e quando inevitavelmente acontecia, suas bochechas ficavam rosadas.

Assim que Neal se ofereceu para levá-los pra casa, ela tentou de todas as maneiras escapar, em seu rosto estava clara a confusão e o... medo (?) de ficar a sós com ele...

- Belle? Está tarde, não acha melhor ir dormir? – perguntou Rumple, tirando-me de meus pensamentos.

- Claro, você está certo. Ah, olhe: a câmera que o Neal e o Henry usaram para “marcar o momento”... – disse eu, pegando uma câmera em cima do armário - Quais fotos será que eles tiraram? – perguntei, embora a resposta me fosse óbvia.

Neal praticamente perseguiu a Regina pela casa, tirou várias fotos à mesa, mas algo me diz que sua “modelo” era uma só...

- Não sei... Mas já imagino de quem são as fotos... – disse ele, com um sorriso no rosto.


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Notas finais do capítulo

E então?? O que acham??

Está chegando o momento do primeiro beijo Regina+Neal (sem interrupções kkkkk) Como vocês imaginam que seria?

Não deixem de comentar!! Reviews me deixam muuito feliz, e dão ânimo para continuar... Não escrevo para leitores fantasmas :)



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