Broken - Season 1 escrita por Stéfane Franco


Capítulo 17
Capítulo 16 - Shattered


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde pessoal!! Aqui estou novamente... ^^

Alguém se perguntou o que a Regina sentiu vendo a mãe morta?? Ou o que aconteceu com a Belle e o Rumple depois do "acidente"?? Pois esse capítulo responde a essas perguntas... ^^

Boa leitura!!



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– Regina –

Tudo estava bem. Minha recuperação era rápida e, em dois dias, finalmente poderia vê-la, assim como ter meu filho comigo novamente. Neal estava cuidando muito bem de mim. Pela manhã conversávamos, no almoço revezávamos as tarefas e geralmente nos divertíamos muito. Não posso negar que sua compania me faz bem, é como se a felicidade estivesse entrando em minha vida novamente.

– Regina, tenho uma surpresa pra você. – falando nele...

– Uma surpresa?

– Meu pai trará a Belle aqui hoje... Você já está quase perfeitamente bem... E eles têm uma novidade pra nós...

– Novidade?

– Sim, ele não quis me dizer.

– Hm... Então só nos resta esperar...

Com isso, passamos o restante da manhã na biblioteca. Henry estava no jardim colhendo maçãs, mas, obviamente, passaria um tempo em sua casinha na árvore...

– O Henry ainda não voltou?

– Não...

– Isso é muito estranho... ele costuma brincar bastante na casinha, mas nunca demora mais de 1 hora sem me avisar... Já estou preocupada...

– Pelo jeito você é daquelas mães supreprotetoras... não é?

– Um pouco... – rimos. Como era natural nossas conversas agora...agíamos como grandes amigos...

– Bom, eu... espera... – seu olhar se direcionou à janela - O que é aquilo? – perguntou ele, enquanto me aproximava – O tempo estava tão lindo... e agora parece que vai chover...

Oh Meu Deus... De novo não...

– Não é sinal de chuva...

– Então é o que?

– Belle.

Saímos correndo da biblioteca, chegando na porta dos fundos, nos dirigimos ao jardim, que ficava escondido de qualquer um que passasse na rua.

– Belle?! – gritei, assim que a vi.

Minha mãe estava encostada à macieira, com um olhar de medo e alívio por nos ver. Belle estava de joelhos no chão, com o rosto nas mãos, chorando e gritando... Imediatamente, me ajoelhei ao seu lado, tentando acalmá-la

– Belle? O que houve? Belle olha pra mim...

Mas ela não olhou, não sabia o que fazer. Quando repousou suas mãos sobre a barriga, soltou um grito tão alto que mostrava dor , era como se ela fosse um vidro estilhaçado... De repente, começou uma garoa fina...

– Belle? Belle!! Reaja, por favor! Não me deixe! Olha pra mim! – eu continuava a gritar, mas ela não estava ouvindo nada... - Neal, ligue pra ele.

Por favor, volte... – sua voz quase não saia, estava fraca. Eu já não a reconhecia...

– Quem deve voltar Belle? – perguntei, confusa com a situação.

– No final das contas, foi você quem perdeu, não é? – disse Cora.

Ouvir a voz da minha mãe pareceu despertar a atenção de Belle, que levantou os olhos e a encarou.

– É sua culpa...

– Minha?! Você que a perdeu, não eu. Eu avisei que não deveria se voltar contra mim...

– É SUA CULPA!! MALDITA!! – gritou Belle, levantando-se rapidamente, prostrando-se em frente minha mãe.

– Belle, o que está acontecendo? O que ela te fez?? - eu já não sabia o que fazer, e Neal tinha um grande ponto de interrogação na face.

– VOCÊ A TIROU DE MIM... VOCÊ TIROU MINHA VIDA NO MOMENTO EM QUE PISOU NESSE JARDIM... VOCÊ QUERIA ME VER DESPEDAÇADA? POIS CONSEGUIU! É ASSIM QUE ESTOU ME SENTINDO: DESTROÇADA!

– Fico feliz que meus objetivos tenham sido atingidos... – o sorriso em seu rosto inalava vitória... O que será que aconteceu nesse jardim? Estava tão confusa, que nem percebi Henry ao lado do Neal.

– Regina, sai daqui.

– O que?! Não vou deixá-la do jeito que está!!

– SAI!!!!!

Usando magia, expulsou-me do lugar, assim como Neal e Henry, criando um feitiço de proteção. Agora era impossível ver qualquer coisa dentro da grande “bolha” de fogo que formou-se, impedindo-me de entrar.

– Regina! O que aconteceu? – perguntou Gold, entrando no jardim.

– Não sei! Eu estava na biblioteca com Neal conversando, não ouvimos nada! Saímos quando vimos o céu totalmente escuro... Com certeza ela se descontrolou novamente, só não sei o motivo. Assim que chegamos aqui, vimos a Belle no chão, chorando e gritando, e minha mãe de frente pra ela... algo muito sério aconteceu entre elas... E agora Belle lançou esse feitiço, é impossível entrar!

– Não... não é impossível... Só vou precisar da sua ajuda. Dois feiticeiros são mais fortes que apenas um.

Dito isso, Rumple e eu nos unimos, lançando um tipo de contra-feitiço na “bolha” de fogo, dando visão para uma cena ainda embaçada. Belle estava em pé, minha mãe amarrada à macieira. Com as mãos, assim como fiz com Daniel, Belle transformou Cora em cinzas...

– Isso é o que você é... pó – disse ela

A barreira que construiu finalmente se dissolveu por completo, mostrando apenas Belle frente à um monte de cinzas... minha mãe não estava lá.

– Não.. – disse eu, minha voz vacilou. – Ela... ela está... – minha última palavra ficou presa à minha boca... Minha mãe está morta??

Instantaneamente, toda a paz que senti há segundos atras se fora, dando lugar para a dor. Queria correr em direção às cinzas, mas braços me impediram. Desabei no chão, lágrimas corriam livremente sobre meu rosto, gritos rompiam a barreira da minha garganta. A mesma pessoa que me segurou, agora estava se ajoelhando ao meu lado, me abraçando. Não sabia quem era, mas me agarrei à sua camisa, chorando como nunca antes chorei. Ouvi alguém mais chorando, mas não conseguia raciocinar direito, chorando mais ainda.

– Não... não....não!!! – minha voz estava fraca, minha garganta doía, e minhas roupas estavam encharcadas da chuva que agora se formava. Senti braços protetores ao me redor, me apertando ainda mais.

Gold gritava por Belle, Neal e Henry por mim, mas não conseguia definir qualquer palavra, tudo que sentia era um vazio. Minha mãe está morta. Belle matou minha mãe... eu nunca teria uma família... Sempre que chegava perto disso, algo acontecia.

http://www.youtube.com/watch?v=dVqcsHrLNKc

Novamente, perdia alguém que amava...

– Neal –

Meu coração estava partido ao vê-la nesse estado.

– Regina, temos que sair dessa chuva, você vai ficar pior, vamos...

Enquanto falava com ela, tentei convencê-la a sair da chuva, mas parecia não me ouvir. Numa segunda tentativa, tentei ajudá-la a se levantar, mas, novamente, sem sucesso. Seus dedos estavam grudados na minha camisa, e instantaneamente, a abracei mais forte, tentando passar segurança.

– Henry, entre e pegue toalhas limpas e algum cobertor, me espere no quarto dela que já vou levá-la. E se enxuga também – com um aceno de cabeça, Henry entrou correndo em casa para preparar tudo.

– Regina, temos que sair daqui, a chuva está mais forte... – em vão tentei novamente.

Ela chorava cada vez mais, e, sentindo seus dedos se aforuxarem em minha camisa, aproveitei para uma última tentativa. Um dos braços continuaram em suas costas, enquanto o outro passei por baixo de suas pernas, pegando-a no colo e me levantando. Instintivamente, Regina passou seus braços ao redor do meu pescoço, fechando as mãos em punhos na gola da camisa. Com seu rosto colado na lateral do meu, andei o mais rápido que pude para a casa.

– Henry! – gritei, subindo a escada.

– Já preparei tudo, está no quarto dela.

– Tudo bem, pode deixar que eu cuido dela. Vá tomar um banho que você está todo molhado.

Novamente, me dirigi ao quarto principal com Regina nos braços. Imaginava a dor que estava sentindo em perder a mãe, pois eu mesmo já vivenciei esse sentimento, quando meu pai me abandonou. Portanto, não me importei quando ela não soltou meu pescoço. Apenas sentei na cama, com ela apoiada no meu peito. Abracei-a mais forte, transmitindo toda a segurança que podia.

– Eu estou aqui Regina, estou aqui...

Não sei quanto tempo ficamos assim, mas a sensação de tê-la nos meus braços era muito boa... Pouco a pouco, Regina se acalmou, os dedos afrouxaram em minha camisa e sua voz cessou.

– E então? – entrou Henry correndo

– Shhhh... Ela já dormiu

– Desculpa – sussurrou – Ela não tem que tomar banho também? Está toda mollhada... e você também...

– Acho melhor deixá-la dormindo... Ela perdeu a mãe hoje. Faz um favor pra mim? Pega um cobertor no armário.

– Ok... – disse ele, pegando a coberta e depositando-a sobre nós dois.

– Obrigado garoto. Acho melhor você voltar pra casa da Emma...

– Você cuida dela?

– Sim senhor... – rimos.

Ela deve mesmo estar cansada, dormiu e nem nos ouviu conversar...

Assim, passamos o final da tarde e a noite toda: eu sentado na cama, ela apoiada no meu peito e meus braços ao seu redor. Por um tempo fiquei observando o movimento de sua respiração, o nariz estava levemente avermelhado por conta do choro, e o cabelo totalmente molhado já estava quase seco. Com essa visão, adormeci.

–------- na manhã seguinte --------

– Rumple –

Belle ainda dormia. Após desmaiar no jardim, a peguei os braços e, com auxílio da magia, a trouxe para minha casa novamente. Não posso mentir: saber que Cora está morta me deixa muito feliz. Porém, não queria que fosse Belle a tirar sua vida. Após matá-la, desabou ao chão, gritava e chorava. Partiu meu coração saber que eu não poderia fazer nada.

– Belle –

– Hm... que dor de cabeça... Onde... – disse eu, olhando ao redor – Ah, agora me lembro...

Você está aí?

*Sim, estou. Obrigada... Eu estava prestes a “ir embora”, quando senti que você voltou ao controle de si mesma... E quando disse aquelas coisas, me deu forças para lutar... Não sei ao certo o que aconteceu, mas, o quer que seja, salvou minha vida...*

E a minha. Acho que não sobreviveria sem você... Me desculpe por tudo que a fiz passar. Prometo que vou me esforçar...

*Eu confio em você.*

– Falando sozinha?


– Rumple –

– Mr Gold! – disse ela, surpresa.

– Bom dia. Está melhor?

– Sim, você não faz ideia. – Belle abriu um sorriso triunfante, de pura felicidade. Suas mãos estavam pousadas no ventre.

– Que bom, pois acho que devemos conversar.

– Acredito que sim... – disse, envergonhada.

– O que aconteceu ontem Belle?

Ela recuou por um momento, sentou-se e começou a falar. Seus olhos já não passavam a tranquilidade de antes.

– Quando cheguei na mansão, decidi me despedir do jardim antes de entrar. Encontrei com o Henry embaixo da macieira. Conversamos um pouco e ele subiu para sua casinha na árvore, enquanto eu me sentei e me distraí com um livro. Cora chegou e começamos a conversar, ela até me deu um bracelete dourado. Mas não demorou e iniciamos uma calorosa discussão. Ela não aceitava de modo algum minhas decisões, me ofendeu de todas as formas possíveis. Usando magia, me prendeu em alguns galhos, e, quando me recusei a obedecê-la, começaram as descargas elétricas. Doía muito. Minha cabeça estava confusa, ela me dizia coisas horríveis, e ao mesmo tempo, tive um... “incentivo” na minha cabeça. Quando percebi que os choques estavam machucando meu bebê, uma raiva incontrolável me atingiu. Senti minhas veias queimarem, minhas mãos tremiam, mas a dor dos choques já não existia. Uma estranha força surgia, e minha consciência desapareceu. A Phenix tomou conta de mim. O gosto do poder era tão bom... tão...

– Viciante – completei.

– Sim, viciante. Tanto que não consegui parar. Então, com minhas mãos, rompi os galhos, ficando presa apenas pelas pernas. Em seguida, um... não sei, fogo talvez, começou a irradiar de minha pele, queimando os galhos restantes e o bracelete. Assim que toquei o chão e vi os olhos de Cora, assustados, uma satisfação se apoderou me mim. Não sei como, mas minhas mãos voaram para o pescoço dela. Em seguida, lancei-a para o outro lado do jardim. Ela não revidou, estava tão surpresa e assustada, que permaneceu imóvel. Outro movimento meu e ela estava encostada à árvore novamente.

– Esse bracelete era um bloqueador de magia não? Como a Phenix se apoderou de você se estava sem magia?

– Não faço ideia, e Cora se perguntou a mesma coisa...

Com um aceno, pedi que continuasse.

– Eu estava na sua frente, minhas mãos se aproximavam de seu pescoço, e quando chegaram, começaram a apertar. Eu podia sentir os ossos, a carne... Mas então, eu parei.

– Parou? Por quê?

– Acho que a Regina te contou sobre... a.. comunicação de mãe e filho durante a gestação quando a mãe é a Phenix...?

– Sim, você e a criança podem se comunicar, mas somente após o sexto mês.

– Bem... isso facilita muito minha explicação, já não vai me achar uma louca. Bom, continuando, o “incentivo” que tive era minha filha. Desde o começo, ela me pedia para não desistir, disse que confiava em mim. Quando a Phenix se apoderou, essa criança me incentivou a tomar o controle, a me afastar da Cora, pois isso só faria mal pra mim. Porém, eu não me importava... até que ela me pediu desculpas. – completou Belle, com dificuldade, os olhos já úmidos.

– Desculpas?

– Sim... por não poder me conhecer, por não ter a oportunidade de me trazer felicidade. Eu insistia que ainda faltavam alguns meses até ela nascer, mas ela me explicou que cada vez que me descontrolava, toda a magia e força que existe dentro de mim, se canaliza para a Phenix, inclusive as da criança. Era como se fosse sugada, deixando-a vazia e sem peso, me disse que doía muito resistir, que estava cansada...

Lágrimas começaram a saltar dos seus olhos, uma de minhas mãos se levantou para limpá-las, mas logo desistiu.

– Sua voz doce estava baixa, quase um sussurro. Nesse momento, minha consciência começou a voltar, mas não completamente. Minhas mãos já não usavam tanta força no pescoço da Cora. Na minha cabeça, implorei para que ela não fosse, que não me deixasse... Sabe o que ela disse? “Não se preocupe, mamãe, eu ficarei bem. Vou para o céu”. Meu coração começou a se apertar. “Adeus mamãe... Eu te amo...”. Nesse momento, soltei de vez o pescoço da Cora, e cai ajoelhada na grama. A Phenix tinha ido embora também.

– Seu filho... morreu? – minha voz vacilou na última palavra, que não passou de um sussurro.

– Eu continuava a chamá-la, implorando que voltasse, mas não obtive resposta. Você não faz ideia da dor que senti quando tive a certeza que ela estava morta, e por minha culpa. Chorei como nunca tinha feito na vida, dentro de mim, tudo que tinha era o vazio, eu estava estilhaçada. Foi então que Regina apareceu. Não ouvi uma palavra sequer que ela disse, eu continuava a implorar que minha filha voltasse, chorava e gritava de dor.

Depois dessas palavras, eu já não estava me segurando. Lágrimas romperam por meu rosto, não sabia o que dizer, como fazer. Não tinha ideia de como confortá-la.

– Eu estava no chão, sem forças. Uma garoa fina começava a cair. Mas então, Cora começou com suas ironias. Disse-me “No final das contas, foi você quem perdeu, não é?”. Aquelas palavras me tomaram por completo, e a raiva que sentia me deu força para me levantar. Ela era a culpada. Se não tivesse aparecido, minha filha não estaria morta. Ela estava feliz com o rumo das coisas. Jogou na minha cara que “seus objetivos tinham sido cumpridos”. Não enxergava mais nada. Ela tirou a vida da minha filha, nada mais justo que eu tirasse a dela. Lancei um feitiço de proteção ao redor, expulsando Regina e quem estava com ela para fora da “bolha”. Minhas lágrimas tinham secado. Meu coração estava destroçado. Minha alma em pedaços. Meu peito com a pior dor que já senti na vida. Com um rápido movimento, lancei-a contra a macieira novamente, os galhos se prenderam ao seu corpo, apertando-a o mais forte possível. E então, com as mãos em chamas, esmaguei-a. Transformei-a em cinzas.

Seus olhos assumiram um brilho de satisfação, um pequeno sorriso começava a se formar.

– Meus olhos estavam focados no monte de cinzas na minha frente. As lembranças da voz suave de minha filha me invadiram, os pedidos para que eu parasse, os avisos do que aconteceria, os desejos que ela tinha... tudo.

– Quando a barreira se dissolveu, pude ver que você estava caída no chão, chorava e gritava tão alto, que não sabia como estava aguentando... Eu estava realmente preocupado com... medo, de algo te acontecer...

– Eu não aguentava mais. Totalmente sem forças, minhas pernas fraquejaram e me levaram ao chão. Quando minhas mãos encostaram no meu ventre, a emoção que me envolvia à segundos antes voltou. Eu seria mãe. Em alguns meses, teria um filho! Eu matei minha menina, minha garotinha se foi, sem ao menos conhecer o mundo aqui fora, sem ao menos saber o que eu sentia... Sem ao menos EU saber o que sentia... Estava tão preocupada com minha sede estúpida de poder que não percebi o quão especial ela era... Fui tão egoísta... só pensava em vingança e rancor...

– Eu entendo o que você sentiu...

– Foi então que descobri que a amava – um sorriso, em meio às lágrimas, se abriu - Sem conhecê-la, já a amava. E saber que nunca veria seu rostinho sorrir comigo, ou brincar com meus cabelos, me fez a pessoa mais infeliz do mundo. Era meu pior arrependimento: não poder amá-la. Depois de tanto chorar e gritar, minhas forças acabaram... minha garganta já não correspondia, meu corpo estava inerte, e meus olhos se fecharam, tirando totalmente minha consciência. A sensação era de estar flutuando. Uma luz branca me preenchia por completo. Senti minha alma ser reposta... Como se... Como se estivesse sob os efeitos de um tranquilizante. Foi então que ouvi palavras ecoando em minha mente: “Eu também te amo mamãe...” Ela estava viva, minha garotinha voltou para mim. Com sua voz doce novamente falando comigo, cai num sono tranquilo, como nunca tive antes...

Seu sorriso, apesar das lágrimas, se abriu mais ainda. Mesmo depois de tudo que aconteceu, saber que a criança estava viva alegrou seu astral. Ela estava sentindo amor novamente. Minhas esperanças de recuperar sua memória se acenderam como uma chama. Eu já não me importava que ela tivesse matado a Cora, nem se descontrolado.

– Um filho tem o poder de trazer amor até para os corações mais sólidos.

– Tem razão. Agora que senti o que é quase perdê-la, nunca mais correrei o risco. A partir de hoje, farei tudo que estiver ao meu alcance para protegê-la. Se depender de mim, ela nunca mais sofrerá. – completou Belle, com um contagiante sorriso.

– O tempo todo, você se dirigiu à essa criança como “filha”... tem tanta certeza que será uma menina?

Minha confusão era evidente, fazendo-a sorrir novamente. Como senti falta desse sorriso.

– É impossível ter dúvidas depois que se ouve a criança falar. Sua voz é de uma garotinha. Em pouco tempo terei uma menina!!

Sua alegria era tão grande, que, instintivamente, também sorri, feliz. Não pude evitar e, levantando-me também, a abracei. Para minha surpresa, ela não recuou, e sim correspondeu ao abraço.

– Essa notícia é ótima! Ela já tem nome?

– Hm... ainda não. Mas tenho tempo. Seu nome deve ser escolhido com cuidado, quero um perfeito!

– E você o terá. Confie em mim Belle, você será uma ótima mãe...

– Eu confio...


– Belle -

Por um momento, ficamos nos encarando. Seus olhos pareciam derreter de emoção, eram hipnotizantes, me atraíam como um íma. O que está acontecendo comigo?

*Algo maravilhoso...*

E o que seria?

*Isso você terá que descobrir sozinha...*


Sim, eu tinha que descobrir sozinha...



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Notas finais do capítulo

E então?? Aprovado??

Não deixem de comentar! Até a próxima :D