POV Nico
O dia foi cheio, vou para o meu chalé um pouco antes do jantar.
Como não conseguia dormir, decidi ir até o pinheiro de Thalia pensar um pouco.
Calço meus tênis, e visto meu casaco dos Ramones e saio.
Jensen do chalé de Hermes está encostado do lado de fora do chalé:
– Ei Di Angelo, quer uma coca?
Ele joga o refrigerante em mim antes de eu falar qualquer coisa.
Rio enquanto abro a lata. Um pouco do liquido marrom espirra no meu rosto e eu o limpo com a manga do casaco.
Dou um longo gole e respiro o leve aroma dos campos de morango.
Chegando lá, ouço a voz doce e calma de uma menina vindo do pinheiro.
Chego mais perto para tentar reconhecer, e logo vi o cabelo cacheado e castanho.
–Sammy... -Murmurei.
Andei para frente para pode ouvi-la melhor, sem querer assustá-la, coloquei uma das mãos delicadamente em seu ombro.
O que não adiantou muito, pois ela deu um sobressalto.
–Calma!-Exclamei.
–Tudo bem... -Ela respondeu, ajeitando as mangas do casaco.
Não pude me conter, e perguntei:
–Era você cantando aqui?-Perguntei.
–Sim, era... -Ela respondeu um pouco envergonhada.
– Pode cantar pra mim?
Ela encolheu os ombros e deu um sorriso tímido:
–Claro!-Ela suspirou, e começa:

“I find shelter, in this way
Under cover, hide away
Can you hear, when I say?
I have never felt this way

Maybe I had said, something that was wrong
Can I make it better, with the lights turned on
Maybe I had said, something that was wrong
Can I make it better, with the lights turned on

Could I be, was I there?
It felt so crystal in the air
I still want to drown, whenever you leave
Please teach me gently, how to breathe

And I'll cross oceans, like never before
So you can feel the way I feel it too
And I'll send images back at you
So you can see the way I feel it too

Maybe I had said, something that was wrong
Can I make it better, with the lights turned on
Maybe I had said, something that was wrong
Can I make it better, with the lights turned on

Maybe I had said, something that was wrong
Can I make it better, with the lights turned on”

–Você canta muito bem, sabia?
Ela cora e olha dentro de meus olhos:
– Posso... Posso te perguntar uma coisa?
– Pergunte – digo tentando parecer sedutor, mas minha voz afina um pouco e eu fico parecendo uma morsa gritando. A garota já está aqui há cinco semanas. Não seja um idiota, di Ângelo, penso.
“Puberdade, eu te odeio!” Penso comigo mesmo.
Olho para Sam que parece um pouco envergonhada. Ela fecha seus olhos tempestuosos por apenas um segundo e eu me dou conta que não consigo mais viver sem eles. Ela os abre lentamente como se seu momento de reflexão tivesse passado e  olha para o chão:
– Sabe, andei conversando com a Amy outro dia...
Não consigo nem ouvir o nome dela direito. Eu a odeio.
Amy Gilbert é a maior vadia da história!
– Fale – digo secamente.
Ela se assusta com a minha mudança de humor e ao ver sua expressão de espanto com uma pontinha de medo, me arrependo na hora de ter sido grosso com ela:
– Me desculpe, é que eu e Amy não nos damos muito bem...
– Ela me contou. E é sobre isso que eu gostaria de falar se não se importa.
MAS É CLARO QUE ME IMPORTO!
– Não, tudo bem, pode falar.
Bebo um gole de coca, tentando reprimir palavrões.
– Bem... – ela engole em seco – ela me disse que vocês já namoraram.
Cuspo tudo o que tinha na boca:
– O que?!?
Ela limpa as gotas que eu cuspi sem querer em seu rosto e ri. Sinto minhas bochechas corando.
Estou prestes a sair correndo quando ela segura meu braço:
– Espera! Você ainda sente algo por ela?
– A Amy quebrou meu coração. A parte de mim que gostava dela morreu – tento não ser grosseiro e falar o que eu penso daquela imbecil.
– Mesmo? – ela me olha meio tímida.
– Mesmo.
Repentinamente, ela agarra a gola da minha camiseta preta e me beija intensamente. Seus lábios têm gosto de morango.
Não sei onde coloco minhas mãos então fico uns bons segundos com as mãos para cima, tentando não encostar onde não devo, quando a Sammy puxa meus braços para sua cintura e continua me beijando.
Acaricio seus cabelos ondulados enquanto eu a beijo intensamente.
Ela solta suas mãos quentes de meu pescoço e me olha. Ainda estou com as mãos em sua cintura quando ela me olha culpada e retira meus braços protetores de cima dela:
– Me desculpe...
E dessa vez é ela que sai correndo. Eu apenas rio e sinto meu coração pegando fogo.