POV Amy
O lugar onde estou é quente, úmido, escuro e tem algum cheiro que não consegui identificar misturado com mofo, perfume barato de baunilha, cheiro de monstro (acredite, eles tem cheiro, é terrível) e alguma coisa que minhas narinas não conseguiram identificar.
Não vejo praticamente nada e meus sinais vitais estão meio afetados devido às voltas que eu dei no céu há pouco tempo e as pancadas que levei na cabeça das empousas mutantes.
Tento montar uma espécie de esquema rápido em minha mente, probabilidades... Quantidade de saídas e se serei pega ou não. Forço a vista embaçada: uma pequena janela se encontra no fundo da sala escura e claustrofóbica, nada mais que isso, talvez se eu tatear o escuro um pouco consiga achar uma porta. Pouco provável que tenha tempo para tal, então calculo se meu pequeno corpo passaria pelas aberturas da janela . As empousas me deixaram tão incapacitada que nem tiveram a preocupação de me prender. Erro terrível.
A empousa maior que toma conta de mim se distraí por alguns segundos, tempo suficiente para eu sacar uma estaca de madeira no chão e atira - lá debilmente em direção a empousa com os cabelos negros. Não olho para trás, corro o tanto que meus pés permitem e quando me vejo em um beco sem saída(N/A: modo de dizer, okay? Kkk), sinto que preciso pular pelas frestas ou morrerei.
Talvez eu morra do mesmo jeito se pular. Morrer ou morrer tentando viver, qual você escolheria?
Me jogo sem hesitar do prédio caindo aos pedaços. Sinto o vento batendo contra o meu rosto desprotegido e tento ficar em uma posição decente para a hora que eu alcançar o chão – ou o chão me alcançar, sei lá – e quando estou a alguns centímetros de encostar no chão novamente e dizer olá a minha boa e velha gravidade que era cruelmente desafiada pelas empousas nojentas, sinto algo atingir minhas costas. Algo gelado que em pouco tempo, gela meu corpo inteiro, de jeito que eu não posso me mover. E é então que o chão escolhe o pior momento para me alcançar.
Então eu a ouço, me pedindo para resistir, para não fechar os olhos(N/A: NÃO É A TAYLOR SWIFT FALANDO COM ELA,PORRA).
Luisa?, pergunto mentalmente.
Isso mesmo, a voz surpreendentemente responde:

Por favor resista, você só tem que manter seus olhos abertos!, a urgência está presente em seu tom de voz.
Gostaria mesmo de poder fazer o que Luisa pede, mas a dor em meu peito é tão grande e meus olhos estão tão pesados que não faço mais nada a não ser fechar os olhos
Ouço os suspiros de Luisa e em seguida o choro baixo que permanece em minha mente.
Adeus irmã... Descanse em paz...

***

POV Sam

Há dias não falo com Nico,não do jeito que eu gostaria que fosse.Nós só nos falamos caso haja algum tombo no corredor,ou para perguntar algo sobre a missão.

Travis está péssimo,mas sinto que ele é capaz de ter esperança.

Sendo franca,eu não tenho nem um pouquinho.Negociar com Hades?Qual é!

Mas eu continuo mantendo isso em branco,pessoas já se machucaram demais,não preciso que mais um corte seja feito em cada uma delas.E pior,não quero que o corte seja feito por mim.

Tenho apenas quinze anos e já me machuquei demais.E algumas dessas feridas demoram a cicatrizar,ou nunca cicatrizam.Seria hipócrita de minha parte dizer que não há mais esperança,e que a Amy não vai voltar.

Passo alguns minutos ponderando sobre o assunto em minha cama,até que finalmente,consigo pregar os olhos e dormir....Pelo menos,um pouco.

**********

Acordo assustada e ofegante,olhando em volta no quarto escuro.

Limpo minha testa com a palma da mão esquerda,encharcada de suor.

Acabei de ter um dos piores sonhos da minha vida,-se não o pior.

Sonhei com Amy caindo de um lugar escuro e claustrofóbico.E Nico me contou sobre sonhos de semideuses,sempre são recíprocos.

Alguns dias haviam se passado após sua morte,mas tudo estava na mesma.

Levanto-me da cama,calço meus chinelos do Bob Esponja (sim,eu tenho) e vou para a sacada.

Eu havia escutado a conversa que Luisa tivera com Connor e Travis há semanas atrás.Ela está morta.Mas existe algo que pode trazê-la de volta,o que me deixa mais tranqüila,claro.

Me pego olhando as estrelas,assim como fazia quando tinha oito anos e estava triste.

Ou muito triste.Embora isso não curasse o estrago.Mas era reconfortante...não tanto quanto os braços de Nico,ou o beijo de Nico,ou qualquer coisa que ele possa dizer para me reconfortar á noite.

Ele estava certo quanto a Amy.Ela está morta.E não há nada que eu possa fazer,a não ser esperar por Travis.

Está ficando frio e eu penso em entrar,mas tombo com alguém e acabo caindo.E a pessoa?É...Exatamente.Ele.

–Oi...- Diz Nico,enquanto pega a minha mão,me ajudando a levantar.Sinto minha pele formigar,me deixando com cara de menina apaixonada que é “tocada” pela primeira vez pelo garoto que gosta.O porquê eu não sei,já que ele é meu namorado.Quer dizer,eu acho que ele ainda é.-Se continuar aqui,vai pegar um resfriado.-Ele adverte,tirando o cobertor que está em suas costas e me cobrindo com ele.

–Obrigada,mas eu não me importo.Seria bom ficar doente e não precisar levantar...-Murmuro.-Como você ainda se importa comigo depois do que eu te fiz?

–Você estava nervosa,eu entendo.E eu devia ser um pouco menos direto.-Ele responde,Sorrindo.

Não consigo evitar,e sorrio de volta:

–Pensei que você fosse ficar com raiva pelo resto da vida,Eaton.

–Você sabe que eu posso!-Falo,dando um soquinho de leve em seu ombro.

–Mas eu sou mordível demais,você não conseguiria ficar com raiva de mim!-Eu rio.

–O.k,o.k.Talvez eu seja meio fraca em ficar brava com você!-Concordo,levantando as mãos e fingindo rendição.

Ele sorri.

–Pelo menos você sabe admitir,Sammy!

–Não abuse.

–Eu posso se eu quiser!-Ele então se aproxima,deixando nossos narizes praticamente colados.

E quando eu penso que ele vai me beijar,ele começa a fazer cócegas.

Eu dou gargalhas histéricas,e tombo levemente para traz.

Quando dou por mim,tropeço em alguma coisa no chão e acabo caindo na cama.Por sorte,eu segurava Nico.

Agora sim!

Eu estou com seu rosto colado ao meu,um olhando os olhos do outro,eu sentindo sua respiração quente.

Ele sorri,fazendo leve caricias em meu rosto com se polegar.

–Você é linda,sabia?-Ele sussurra,me fazendo corar como se ele estivesse dizendo isso pela primeira vez.

Eu sorrio.E em meio a isso,ele me beija.

E é como na primeira vez:intenso,mas delicado.

Coloco a mão direita em seu pescoço,acariciando-o levemente enquanto o beijo durante uns minutos.

Sinto seu beijo perfurando qualquer que fosse o muro de tristeza que venho mantendo durante os dias.

Quando finalmente paramos,é por pura falta de ar.

Pois,segundos depois,continuamos tudo novamente.Só que mais...quente.(N/A:Lah:Ui,Uiiiiiiiiiiiii)

Paramos ás quatro da manhã,pois sabemos que o dia amanhã será longo e duro.

Ele dá um selinho estalado e rápido em minha testa,e me deseja boa noite.

Me aninho em seu peito,enquanto ele massageia meus cabelos até eu dormir.