POV Amy
Eu tentei sacar minha pequena adaga enquanto gritava, mas não o fiz a tempo. O minotauro me jogou contra uma árvore pensei que ele viria para cima de mim, mas ele se virou para outra direção, foi aí que ouvi passos na grama. Sammy e Tobias. Não sabia o que os dois tinham ido fazer lá, mas logo Samantha foi jogada contra o chão e desmaiou. Tobias sacou sua espada e ficou lutando contra o monstro, mas não estava conseguindo mata-lo. Gritei novamente e vi um garoto vindo na nossa direção. Ele usava um casaco cinza por cima da camiseta laranja, calça jeans e all star preto. O reconheci de imediato: Travis.

Ele sacou sua espada e investiu contra o monstro, matando-o em alguns minutos. Quando o monstro explodiu em pó dourado, Travis veio correndo na minha direção.

– Amy, Amy!!!!!! Você está bem? – perguntou ele, preocupado.

– Sim, estou. – ele me estendeu a mão e me ajudou a levantar. Vi Tobias pegando Sam no colo e levando-a em direção a enfermaria. Não sei o que os fez se aproximar dessa maneira, mas iria descobrir.

– Que ideia foi essa, menina? Sair do acampamento desse jeito? Não me assuste mais assim! - diz e eu arregalo os olhos.

Levanto uma sobrancelha. Travis cora, percebendo o que ele acabou de dizer. Ele gagueja:

– Que-quer dizer...bem, eu...

Ele olha para o lado e franze os lábios de forma sexy, como se estivesse tomando coragem:

– Ah, quer saber? - ele se aproxima de mim e tenta me beijar, mas eu recuo.

Eu pisco várias vezes, confusa:

– Eu... eu não sei, Travis.

Ainda estou magoada demais. Não sei bem o que quero. Será que ninguém entende?

Acho que ele se chateou um pouco com o que eu disse. Ele me encara com a tristeza estampada no rosto.

– Só... me dê um tempo está bem? - eu digo com pena.

Isso parece animá-lo um pouco.

– Okay – ele dá um sorriso torto – Olhe não se sinta pressionada. Eu sei que deve ser difícil, principalmente porque tenho a cara do imbecil que te traiu. Não ficaria com raiva se você dissesse o nome dele enquanto a gente transa.

Eu o encaro espantada:

– Calma, é só uma piada – ele ri.

Eu engulo em seco, um pouco constrangida, mas decido encarar isso como uma simples brincadeira:

– Relaxe, nunca faria isso. Tipo, dizer o nome dele enquanto transamos, Connor... quer dizer, Travis - eu rio.

– Tenho chances ou não, Gilbert? - ele sorri.

Penso por alguns segundos:

– Só se conseguir me pegar – eu rio e saio correndo desengonçadamente.

Ele corre atrás de mim imediatamente. Aperto o passo e corro em direção à enfermaria.

POV Luisa
Entro na enfermaria e a primeira pessoa que vejo é Connor. Seus olhos azuis brilharam assim que ele me vê.

Ele estava prestes a se levantar, mas eu fiz sinal para que não o fizesse.
Me sentei ao lado da sua cama e acariciei minha mão na sua.
–Você está melhor? - perguntei
–Agora que você está aqui sim...
Eu sorrio.
–Senti tanto a sua falta... - digo.
– Eu também senti a sua.
Toco o anel de prata que leva em meu anelar direito. O símbolo da promessa que ele havia feito.

Ele olhou para minha mão.
– Então você ainda o tem? - perguntou ele
– Nunca o tirei, na verdade. É o meu favorito.
Agora foi à vez de ele sorrir. Ele levou a mão ao bolso e pegou uma concha branca com listras pretas. Eu reconheci a concha na hora.

Ele colocou a concha entre nossas mãos. Eu fiquei surpresa por ele tê-la guardado. No dia que ele estava se mudando eu materializei-a e a entreguei a ele. Eu sorri.

Eu ia dar um beijo nele, mas nessa hora vi Tobias, filho de Belona, entrando com Sammy no colo. O ajudei a colocá-la na cama e questionei o que havia acontecido.

Ele está suando frio:

– Ajude-a! – ele grita desesperado.

Nesse momento, Amy e Travis entram na enfermaria correndo e rindo.

Amy está pronta para dizer algo quando olha para Sammy desmaiada na maca e empalidece:

– Ah deuses, Sam!Eu... eu me esqueci... eu achava que você estava bem e...

Travis a olha sério, ignorando completamente o irmão:

– Vamos chamar Quíron e Di Angelo – ele se vira para mim - Luisa, você tem poderes de cura, certo?

– Certo...- digo.

– Use-os.

Connor me olha boquiaberto e Amy e Travis saem.

– Connor, pegue néctar e ambrosia.

Ele se levanta, em meio as gemidos, mas faz o que eu peço.

Fecho os olhos e concentro todas as minhas forças em Sam.

Apolo me ajude...

Minha cabeça começa a latejar.

Ouço a leve tosse de Sam. Ela abre os olhos lentamente e eu pego o néctar da mão de Connor e o entrego a ela.

– Como está se sentindo?

Ela geme um pouco, mas já está começando a recuperar a cor.

– O que é isso? – ela diz com a voz um pouco alterada.

– Beba.

Ela bebe o néctar no copo laranja:

– Isso tem gosto dos biscoitos de chocolate que vovó fazia! – ela sorri – Uma das únicas coisas boas que ela fazia pra mim – murmura e eu posso sentir a raiva nela.

O que a avó dela fez de tão horrível? Sinto vontade de perguntar, mas sei que não é o momento apropriado.