Spirited Away 2 escrita por otempora


Capítulo 4
Realidade


Notas iniciais do capítulo

Obrigada mesmo ao pessoal que está lendo e fazendo comentários. Fiquei muito feliz!
:)



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  A água cercava-a, não conseguia respirar. Seu tênis, assim como ela, estava sendo arrastado pela correnteza. Conseguia, durante alguns instantes emergir, mas era puxada para baixo novamente. Era pequena para lutar contra aquela força da natureza. As vãs braçadas não resolviam nada. Estava exausta e começou a ser levada. Já não doía tanto. Parecia que estava flutuando; era uma leveza desconhecida. Manteve os olhos bem fechados e disse a si mesma para não ficar com medo. Estava indo para o céu.

  Aquela calmaria seria a morte? Decidiu abrir os olhos para espiar, somente um pouco...

  Se pudesse se mover teria caído. Estava voando em cima de um dragão! Sorriu internamente. A morte seria um conto de fadas? Só sabia que se encontrava bem, o pelo macio a aquecia e a garganta já não doía tanto. Dormiu.

  Um barulho insistente tocava em algum lugar da consciência. Sabia que deveria acordar para ir para a escola, mas queria ficar abraçada ali. A que? 

  Sua mão procurou o despertador ao lado da cama, vagando sem encontrar nada. Tentou mais para frente.

  - Droga! - praguejou, não queria se levantar ainda.

  Estava grogue de sono e a mente não clareara completamente. A cama não parecia a sua e haviam várias perguntas, por exemplo: Como chegou em casa?

  Ergueu o corpo num movimento rápido e desajeitado, o que a fez ficar tonta. Olhou entorno, não estava em casa... estava deitada em uma cama baixa e pela janela, podia ver o crepúsculo avermelhando o céu. Ouviu o ruído de passos e a porta de onde estava se abriu, permitindo alguém entrar e depois se fechou novamente. Chihiro ia se deitar novamente, mas ficou detida no meio do movimento.

  Encarava um rapaz alto e magro de uns 20 anos de cabelos curtos e escuros, os olhos levemente amendoados e escuros escondidos por óculos. Ele sorriu para a garota e ajoelhou-se a sua frente.

  - Está se sentindo bem? - perguntou, a voz macia.

  Chihiro encarava-o admirada, com suspeita e tentando lembrar alguma coisa. Sua mente pareceu esvaziar quando pensou em tudo isso. E ela se avermelhou a notar que ele a olhava com igual intensidade. Fez um movimento exagerado com a cabeça indicando um sim.

  - Fico feliz... - lançou mais um daqueles sorrisos que a desconcertaram. Ele suspirou.

  - O que foi? - ela perguntou. Parecia que já o vira antes...

  - Nada. - respondeu prontamente, os olhos se tornando duros. - Quer ligar para alguém? Devem estar preocupados com você.

  - Claro! - ele fez menção de se levantar. - Posso...

  - Sim.

  - Posso fazer uma pergunta?

  - Sim.

  Chihiro lançou um olhar ao redor.

  - Onde estou?

  - Num templo. O templo dos Espíritos Viajantes. - havia um tom solene em sua voz. A boca da garota abriu-se perceptivelmente. O garoto quebrou o silêncio. - É estranho, não é? Eu sei...

  - Um pouco... Escute, foi... foi você quem... ?

  - Sim, eu trouxe você para cá.

  Chihiro ficou decepcionada, não era Haku, mas não iria desmoronar novamente na frente daquele estranho. Portanto se esforçou para em seu rosto uma expressão decente.

  - Obrigada. A propósito, meu nome é Chihiro.

  - Bokutou, mas pode me chamar de Boh. Vou pegar o telefone para você.

  Ele saiu e Chihiro sentiu-se triste. Precisava parar de ver os espíritos em todo lugar como se fossem sinais...


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