Unidos Pelo Destino 3 escrita por Camila Dornelles


Capítulo 11
Capítulo 11




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      Hermione acordou na manhã de Natal extremamente feliz. Havia uma pilha de presentes em frente a sua cama, mas não estava com vontade de abri-los àquela hora. Vestiu uma calça jeans, suas botas pretas de neve, e um casaco de moletom lilás, dado pela Sra. Weasley, dois anos atrás. Seus cabelos ainda estavam meio ondulados pela noite anterior, então, prendeu dos lados com as presilhas vermelhas que Sirius lhe dera e saiu de seu quarto. Draco estava sentado no sofá observando o resto das chamas na lareira.

- Bom dia. – disse ela.

- Boa tarde – corrigiu se levantando e enlaçando seus braços na cintura dela – A hora do almoço já teria passado se fosse um dia letivo normal. Falei com McGonagall, ela o atrasou duas horas. Os outros seis já saíram.

- Eu percebi que Maddie não estava no quarto.

      Draco lhe deu um selinho.

- Como foi sua noite? – perguntou quando se separaram.

- Mais tranquila do que eu imaginava que seria. – admitiu Hermione – Nenhum sonho. E você?

- Eu também. Acho que estávamos tão cansados e bêbados, que não nos lembramos do sonho.

- Bêbados? – indagou erguendo uma sobrancelha – Eu não estava bêbada!

      Ele sorriu maroto.

- Mas bebeu mais champanhe do que o necessário.

      Hermione corou.

- Tem razão. Vamos comer? Estou morrendo de fome!

      Ele assentiu e eles atravessaram o salão comunal. Quando estavam no meio, Hermione parou e olhou para o chão.

- O que foi? – perguntou Draco.

- Esse símbolo... – ela apontou para os seis círculos ornamentados aleatoriamente no chão.

      Draco olhou para ele.

- O que é que tem?

- Eu já o vi antes... Em algum lugar. Mas... Não consigo me lembrar!

- Vamos comer. – ele a puxou pela mão – Quem sabe depois de encher essa barriguinha você se lembre.

      Hermione assentiu, e eles saíram pelo buraco do retrato.

•••

      Ao chegarem ao Salão Principal. As mesas usadas na noite anterior haviam sido removidas. E agora, o que ocupava o centro do salão, era uma mesa redonda. Onde estavam McGonagall, Hagrid, Marina, , Gina, Harry, Ron, Luna, Blaise e Madison. Os dois sentaram lado a lado, e começaram a comer, enquanto os outros conversavam.

      Harry observava discretamente o novo casal de Hogwarts, suas entranhas em chamas. O que estava acontecendo com ele? Porque estava com ciúmes de Hermione com Draco? Sempre quis que ela fosse feliz. A amava. Como irmã. Não haviam motivos para ter ciúmes? Ou havia?

♦♦♦

      Depois do almoço, os oito estudantes restantes em Hogwarts, foram para o Salão Comunal dos Escolhidos, e pela sala se espalharam. Blaise e Rony começaram a jogar uma partida de xadrez de bruxo, enquanto Madison e Luna conversavam e assistiam. Gina e Harry se sentaram no tapete em frente a lareira. E Draco sentou-se no sofá, Hermione deitou sua cabeça sobre as pernas dele, que acariciou os cabelos de sua namorada. A morena tinha o olhar distante.

- O que foi? – perguntou ele.

- Nada. Por quê?

- Você esta distante. E pensativa. – falou.

- Como sabe? – indagou ela.

- Eu te conheço.

      Ela se sentou e o encarou.

- É aquele símbolo. – apontou para o centro da sala – Eu já o vi em algum lugar! Tenho certeza absoluta! Mas não me lembro da onde. Isso esta me matando...

- Calma... – ele enlaçou suas mãos – Você vai lembrar.

- Não sei... Estou com uma sensação estranha.

- Em relação a que? – perguntou ele.

- A tudo. Aos sonhos, aos medalhões, a esse símbolo.

- Acha que está tudo ligado?

- Não sei. – disse ela virando seu medalhão nos dedos – Algo pesado. Algo ruim, e perigoso.

      Draco estremeceu.

- Também tenho essa sensação – sussurrou – E eu pensei que depois da guerra nós fôssemos ter um pouco de paz.

- Não seria Hogwarts se tivéssemos paz. – disse Hermione sorrindo fraca.

- Isso é verdade. – ele sorriu e aplicou um selinho nos lábios de Hermione – Quer dar uma volta?

- Para onde?    

- Achei uma coisa no jardim... E acho que você vai gostar... – ele se levantou.

- Esta bem.

      Os dois se agasalharam, pois o frio ainda era intenso e saíram do salão comunal. Andaram lado a lado por um tempo e suas mãos roçaram sem querer. Eles trocaram um olhar envergonhado e Draco pegou a mão de Hermione. Ela sorriu envergonhada ao sentir a mão fria de Draco em contato com a sua.

      Eles saíram do castelo e foram em direção ao jardim. Havia um grande muro recém construído ali, nele todo, varias placas prateadas. Os dois se aproximaram da primeira. Nela dizia:

                  “Elizabeth Jean Ross

                  “29/09/1949 á 14/10/1976”

      Hermione arregalou os olhos.

- Ela nasceu no mesmo dia que eu?

- Acho que sim... Eu não sabia disso – disse Draco.

- Eu também não.

      Hermione passou a mão na placa com pesar. A placa seguinte dizia:  

                  “Abraxas Malfoy

                  14/03/1949 á 17/05/1988”

- Hey. – chamou ela – O que aconteceu quando eu... Você sabe... Desmaiei?

- Quando? – perguntou Draco com os olhos presos na placa de seu avô.

- Depois do enterro... Quando estávamos todos de branco, depois da guerra.

- Quando dormimos pela segunda vez na sala dos Escolhidos? – indagou ele olhando-a.

- Sim e...

      Ela parou encarando o nada.

- Hermione? – chamou.

- Vamos! – exclamou ela e desatou a correr de volta para o castelo.

      Draco foi atrás.

- O que houve? – perguntou correndo ao lado dela.

- O símbolo! – ofegou – O do salão comunal! Eu lembrei onde eu o vi! Temos que voltar ao salão comunal, preciso pegar algo.

      E ela correu mais rápido. Draco a seguiu de perto.

•••

      Os dois chegaram suados e ofegantes no salão comunal, ao adentrarem, só encontraram Madison, Luna e Gina.

- Gina! – gritou Hermione fazendo-a pular de susto.

- O que foi sua maluca? – indagou a garota com a mão sobre o peito.

- Preciso da chave da Sala dos Escolhidos. Agora!

      Gina se levantou e caminhou para o seu quarto, voltou de lá segundos depois com uma chave em mãos. Hermione pegou a chave e saiu correndo.

- O que deu nela? – perguntou Madison a Draco.

- Não tenho ideia. – ele deu os ombros e correu atrás de Hermione.

- Efeito pós namoro – disse Madison.

- Preocupante. – admitiu Gina.

      Hermione correu o Maximo que conseguia. Suas pernas pareciam pesar toneladas de chumbo. Então, parou a alguns metros da sala, respirando ofegante. Essa parada, vez com que Draco a alcançasse.

- Que me dizer o que esta acontecendo? – indagou com a respiração falhando.

- O símbolo... – disse Hermione e correu até a entrada da Sala dos Escolhidos.

      Draco foi atrás. Eles adentraram o túnel velho, escuro e mofado e começaram a descer as escadas. Hermione sentiu uma leve vertigem e fechou os olhos com força. Ao abrir, o corredor velho e escuro, estava iluminado por tochas e as paredes eram douradas, como puro ouro. Piscou-os novamente e o corredor voltou a ser velho e empoeirado. A sua frente, Draco também parou.

- Tudo bem? – ela depositou a mão no ombro dele.

- Ahn, sim.

- Droga! – exclamou ela meio tonta – Como vamos entrar? Precisamos dos seis!

      Draco tocou a porta, e ela se abriu. Hermione só se lembra de ver o ambiente iluminado antes de tudo apagar. Ela se viu em um grande, ou melhor, enorme terreno vazio. Havia somente um grande lago e uma floresta. Dois homens e duas mulheres estavam sentados em uma toalha de piquenique bem no centro do terreno. Eles aparentavam ter dezessete, dezoito anos. Sobre a toalha, vários tipos de guloseimas e garrafinhas de cerveja amanteigada e suco.

      Um dos homens era loiro de olhos verdes, e trazia uma aparência arrogante. O outro era moreno e tinha olhos castanhos. Os dois eram lindos. Mas não comparados com as mulheres. Uma delas  era ruiva, baixinha, e um pouco mais corpulenta. A outra tinha longos e cacheados cabelos castanhos e olhos azuis.

      Era a menina Rowy.

      Hermione olhou para o lado e levou um susto. Dois garotos estavam postos, um de cada lado dela. Um era Draco, e o outro Harry.

- O que fazem no meu sonho? – indagou ela.

      Os dois pularam. Pareciam ter notado naquele momento que tinham companhia.

- Vocês que estão no meu sonho! – defendeu-se Harry.

- Que coisa feia Potter! – disse Draco – Xeretando o sonho dos outros. Tsc, tsc.

      Harry deu um passo em direção a Draco.

- CHEGA! – gritou Hermione e puxou Harry de volta a sua posição antiga – Vocês parecem duas crianças! 

      Os dois ficaram quietos.

- Se estamos aqui... – começou ela – Juntos... Só podemos estar tendo o mesmo sonho. E isso parece importante... Venham! Vamos ouvir o que eles dizem.

      Ela caminhou decidida para perto dos quatro adolescentes que conversavam animadamente.

- Então esta decidido? – perguntou o loiro – Será aqui?

- Sem duvidas! – respondeu à ruiva – Aqui é perfeito para erguermos uma escola para bruxos.

      Hermione arregalou os olhos.

- Será a mais famosa do mundo! – exclamou a morena sonhando acordada.

- Vamos com calma Rowena. – disse o loiro – Precisamos criar a planta da base do lugar com calma... E decidir a forma. Será um prédio, uma enorme casa, maior ainda por dentro, uma fazenda...

- Um castelo! – exclamou Rowena interrompendo o loiro, que Hermione julgava ser Salazar Slytherin.

- Um castelo? – indagou o moreno.

- É... – ela se levantou – Com arquitetura antiga medieval... Armaduras douradas... Afrescos que se movem nas janelas... Quadros que falam... Vários andares...

- Ei! – exclamou Godric – Vamos com calma pequena sonhadora. – Rowena corou – Todos a favor do castelo?

      Os outros dois, assentiram. Rowena sorriu radiante, atraindo o olhar de Salazar.

      A cena de distorceu e os quatro fundadores estavam com suas varinhas apontadas para o centro do grande terreno, e lá surgia o “esqueleto” de um castelo.

      Hermione abriu os olhos assustada. Ela estava deitada ao lado de Draco, no chão da Sala dos Escolhidos. Um segundo depois, ele também acordou.

- Eu entendi. – disse ele.

- O que?

- Os sonhos... Estamos sonhando com os fundadores... Somos seus descendentes.

- Sim. Eu sou de Rowena, você de Salazar, e o Harry de Godric. Mas... Por quê? – indagou totalmente confusa.

- Não tenho a menor ideia.

      Hermione foi em direção a estante cheia de livros antigos e apontou sua varinha para eles, que levitaram junto com todas as outras coisas nas prateleiras, como pergaminhos, e caixas.

- O que vai fazer com isso? – indagou o loiro se aproximando.

- Quero levar tudo pro meu quarto... Vou lê-los e ver se descubro alguma coisa. Não é normal, termos sonhos, ou melhor, vermos memorias de pessoas que já morreram.

      Draco assentiu.

•••

      O feriado passou rápido e, logo, os alunos começaram a voltar de suas casas para o começo do novo semestre.

      Na manha de segunda feira. Quando todos já haviam voltado e estavam se reunindo no salão principal para tomar café. Hermione e Draco adentraram o lugar de mãos dadas. Todos os alunos, com a exceção de Harry, Gina, Luna, Ron, Blaise e Madison, param o que estavam fazendo para olha-los. Hermione corou, Draco se virou para ela, e depositou um selinho em seus lábios.

- Vejo você depois. – e foi para a mesa da sonserina, sentando-se com Maddie e Blaise.

      Enquanto Hermione ia se juntar a Gina e Luna.

- Não acredito! – exclamou Leah da ponta da mesa – Eles estão juntos?

- Acho que estão. – respondeu Reese encarando Pansy.

      Esta, olhava assustadoramente para Hermione. Ela virou seu copo de suco, e o depositou na mesa com agressividade.

- Hora do plano B. – disse simplesmente.

      Emily, que estava do lado delas, olhou para Hermione com pena.

•••

      Um tempo depois, Hermione, Draco e Harry se juntaram aos outros, e contaram sobre o sonho que tiveram juntos. E ficou bem claro, que eles estavam sonhando com os fundadores. Mas, ninguém sabia o por que.

- Ora! – exclamou Blase – Eles podem estar querendo dizer algo.

- Não seja bobo Blaise – disse Hermione – Eles não... Espera! Isso faz sentido.

- Como assim? – indagou Draco.

- Eles estão nos fazendo ter esses sonhos, e visões. – esclareceu a morena - Não pode ser à toa. Tem que ter algum motivo. Eles querem nos dizer algo... Mas, ainda não entendi o que é.

      Os outros trocaram um olhar preocupado. Se os fundadores tinham algo a dizer, seria algo importante. Algo muito importante, para vir de três pessoas mortas há mais de mil anos. 


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