Sessão Macabra escrita por Filho de Morfeu


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

Esse conto é meio antigo, por isso acho que alguns não vão gostar da narrativa, mas está ai.



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Sentado em um banco de cinema, comendo minha pipoca, avistei um senhor que estava na primeira fila vendo o mesmo filme pela sexta vez no mesmo dia, com os olhos arregalados e um saquinho de pipoca em mão.




O filme acabou e o senhor continuava no mesmo lugar, até que a moça que trabalhava na limpeza do cinema o chamou e disse “Senhor, senhor, o filme já acabou!”. O velhinho continuava imóvel, olhando a grande tela escura. “Vamos senhor, precisamos fechar o cinema” e nada do velhinho responder. Até que ele apontou para a tela e gaguejou: “E-la está está che-gan-gan-do”. A moça logo se virou para ver o que era e não havia nada, a não ser uma tela. Eu também olhei e só vi escuridão. Ele continuava a apontar. “Pare com isso senhor, está começando a me assustar!”.




O senhor então olhou em volta e falou “Ela chegou”, a grande tela do cinema começou a piscar, as luzes dos corredores começaram a dar curtos. “AI MEU DEUS” gritou a moça correndo em minha direção, “Me ajude, por favor”, o olhar dela era de desespero. “Por aqui”. Olhamos para trás e só vimos uma grande fumaça branca em volta do velhinho parecia ter algo do lado dele. Uma mulher totalmente pálida, com um sorriso monstruoso, sua boca era costurada e seus cabelos eram negros com um tom avermelhado, a pele era toda mutilada. Ela surgiu do nada e enforcou o senhor. O mesmo olhou para nós e, eles sumiram com aquela fumaça, pareceu que entraram dentro da grande tela.


Eu e a jovem vimos tudo e saímos correndo.

Quando fomos abrir a porta do cinema, que estava trancada. As luzes se apagaram e o escuro tomou conta do lugar. A jovem me abraçou procurando um refúgio, podia sentir seu corpo tremer.

Não sabia o que fazer.

Aquela fumaça que engoliu o senhor surgiu novamente, pelos corredores avistei seres no meio da fumaça. Criaturas estranhas, com a aparência nada agradável, similares a mulher pálida.

Eles vieram em nossa direção.

“MEU DEUS, O QUE É ISSO?”, gritou a moça já em lágrimas.

As criaturas se aproximaram. Nós recuamos. Não tinha mais saída, a não ser a porta dos fundos, que ficava do outro lado da sala do cinema. Corremos em direção ao material de limpeza que ela trouxe para dentro da sala. Os monstros a pegaram.

A moça entrou em desespero. Peguei uma vassoura que estava no carrinho, comecei a lutar contra um dos monstros. Consegui arrancar a cabeça dele do lugar com um só golpe. Mas nada foi útil. O monstro continuava em pé mesmo sem a cabeça.

A jovem desapareceu entre os monstros. Observei que fizeram um montinho em cima dela. Empurrei o carrinho na direção deles e sai correndo. Olhei para trás e vi a garota já caída no chão com lágrimas de sangue e vários monstros em cima dela comendo suas entranhas.

Fui para porta dos fundos. Um dos monstros tentou me pegar pelo braço, arranhou-me - até hoje tenho a marca do arranhão; atingi um murro em sua cara. Corri muito rápido. Coloquei a mão na maçaneta da porta, e fechei os olhos desejando que tivesse aberta.

Estava! Sai daquele lugar.

Peguei o extintor de incêndio que estava no corredor e usei para quebrar a porta de vidro. Sai de dentro do cinema.

Liguei para a polícia. Quando eu já estava em casa tentando me recuperar, eles me comunicaram que o cinema não possuía nada de anormal, pensaram até que era trote.

A moça que trabalhava na faxina nunca existiu. Muito menos o senhor. As luzes que tinham dado curtos estavam intactas. Não tinha nenhum vestígio de monstros, ou até mesmo de fumaça.

Achei que estava louco.

Nunca mais vi filme no cinema. Passaram-se vários meses e sempre tive uma sensação estranha quando passava em frente aquele lugar.

Ouvi outras histórias parecidas com a minha, que aconteceram naquele cinema e em todas elas, havia uma mulher de pele pálida em meio a fumaça.

Nunca saberei o nome daquela moça da limpeza. Nunca saberei se aquilo foi realmente verdade.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? ~vacuo



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