My Reason To Live? You... escrita por Bruna B


Capítulo 8
Quase morri por você


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo!!!!
Eu resolvi postar hoje mesmo, já que vocês pediram...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/327936/chapter/8

POV’ Clara

Uma correria passou pela frente da lanchonete. Depois de um tempo, eu resolvi sair, afinal, tinha que voltar para casa. Minhas esperanças já estavam se esgotando. Passei por um beco escuro e continuei andando.

- Clarinhaaaa... – a voz saiu como um gemido.

Eu voltei correndo até o beco e vi um corpo. O corpo de Lipe, jogado no chão. Tinha uma poça de sangue ao redor dele e um furo ensanguentado no peito. Me abaixei e tirei o cabelo do seu rosto.

- Lipe! Ai meu Deus! O que aconteceu com você?!

Ele segurou minhas mãos. As mãos dele estavam geladas e ele estava muito pálido.

- Olha, se eu morrer, saiba que você foi a melhor coisa da minha vida.

- Lipe não diz isso! Eu já tô ligando pra ambulância, o.k? Você não vai morrer!

- Emergência. Qual é o seu problema?

- Por favor, o meu namorado, ele levou um tiro. Eu preciso de uma ambulância agora! – eu já chorava e soluçava.

- Se acalme. Onde vocês estão?

- Na Rua Mariana.

- Tudo bem. Já mandei uma ambulância. Agora você tem que se acalmar e não deixar ele perder a consciência.

- Obrigada.

Desliguei o celular e me abaixei. Afaguei seu rosto.

- Ei! Não chora não! A morte não pode ser evitada. Seu eu morrer, foi porque o grandão ali – ele apontou para o céu – quis que acontecesse.

- Você não vai morrer. Eu não vou deixar.

A ambulância chegou poucos minutos depois. Me deram um calmante e me colocaram junto com ele na traseira da ambulância. Nem pude olhar o que eles faziam. Quando chegamos no hospital, o levaram em uma maca para dentro de um corredor.

- Garota você não pode entrar ali – uma enfermeira não me deixava entrar na sala de cirurgias.

- Mas é o meu namorado! Eu tenho que estar com ele!

- Ele vai fazer uma cirurgia simples. Vai dar tudo certo. Agora você preenche a ficha e espera, o.k?

Eu bufei e peguei a caneta. Foi muito difícil preencher a ficha, já que minhas mãos tremiam. Sentei na sala de espera e liguei para os pais dele e minha mãe. Logo eles estariam vindo.

Eles chegaram e me perguntaram cada detalhe. Contei tudo: da mentira de eu estudar até a ligação para a emergência.

Uma hora depois, o médico saiu das portas vai-e-vem com uma prancheta. Eu fui a primeira a perguntar.

- Ocorreu tudo bem?

- Sim. A cirurgia foi um sucesso. Ele terá que praticar exercícios por um tempo para melhorar a respiração, já que o tiro foi no pulmão, mas fora isso, tudo bem.

- Quando ele terá alta?

- No máximo em uma semana.

- Podemos visitá-lo? – a mãe dele perguntou.

- Ele disse, e essas são as palavras dele: “eu só quero ver a única pessoa que salvou a minha vida. Pode mandar todo mundo embora. Quero ver a minha baixinha”.

Eu me emocionei. Depois de me despedir de todo mundo eu entrei naquele imenso corredor branco, cheio de portas. Ele me deixou entrar na porta 122 sozinha. Sorri com a pessoa que estava lá. Lipe estava na cama, a cor já tinha voltado para seu rosto, com o aparelho de batimentos cardíacos e um tubo acoplado no nariz para ele poder respirar.

- Oi baixinha – ele sorriu. Aquele sorriso que eu tinha me apaixonado desde o início.

- Lipe, eu tenho tantas coisas para perguntar, para falar.

- Que tal um beijo, só pra começar?

- Claro.

Nos beijamos lentamente. Era um milagre ter aqueles lábios de traços finos nos meus novamente.

- Por onde começamos? – ele disse.

- Que tal a razão pra você ter fugido?

- Bem, eu precisava de crack.

Eu fiquei chocada. Lipe, aquele garoto maravilhoso e saudável que eu conhecia, usava drogas?

- Lipe, não brinca comigo.

- Eu não tô brincando. É sério Clara. Eu usava drogas.

- Como? – eu comecei a me lembrar daqueles documentários da TV, que mostrava aqueles adolescentes na crackolândia, garotos presos, traficantes. Parecia um negócio totalmente diferente do Lipe.

- Quando eu morava na rua, um pessoal que me ajudava me apresentou o baseado, e eu tinha dez anos. Eu achei que não iria ficar viciado, que podia controlar. Depois eu conheci a cocaína. Usei até os meus onze anos. Com doze, eles me apresentaram o crack. Quando eu estava fumando um pouco, a polícia me pegou e me internou. Como eu era menor e não tinha registros da minha família, eu fui pra um orfanato. Lá que meus “pais” me adotaram.

- E você... você levou um tiro por que?

- Eu fugi pela droga. Mesmo depois do tratamento, eu usava escondido. Aí terça-feira me deu uma secura, tristeza, aí eu fui comprar mais. O pessoal me deu a mais, mas eu teria que pagar. Eu não tinha dinheiro, aí eles falaram que iam me matar. E quase que eles conseguiram, se você não tivesse chegado. Uma coisa que eu aprendi é: não é a gente que controla as drogas, são elas que controlam a gente.

- É muita informação pra minha cabeça...

- Se você quiser esquecer tudo que aconteceu entre a gente e ir embora, tudo bem, eu entendo.

- Lipe, nunca mais repita uma besteira dessas. Todos cometem erros. Só por isso eu não vou te deixar – eu segurei suas mãos.

- Você promete me ajudar? Tipo, me manter longe das drogas e tals?

- Prometo – eu dei outro beijo nele.

Uma enfermeira chegou dizendo que a hora de visitas tinha acabado e que eu podia voltar amanhã. Dei outro longo beijo antes de sair e chamar um táxi.

Voltei para casa sorrindo, iria visitá-lo todos os dias antes dele voltar para casa. E ajudaria muito com relação às drogas também.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Entramos em uma realidade que a maioria não conhecia... E aí???
Gostaram, odiaram, vomitaram só de ler???
Mereço reviews para aumentar a minha auto-estima???
Beijos
:]



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "My Reason To Live? You..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.