My Reason To Live? You... escrita por Bruna B


Capítulo 6
Alguns desabafos


Notas iniciais do capítulo

Olá amendobobos!!!
Tudo bem com vocês????
Outro cap quentinho para vocês.
Espero que gostem...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/327936/chapter/6

POV’ Felipe


Como aquela garota conseguia me deixar no céu? Tipo, tudo estava perfeito e em harmonia quando estava com ela. Até me esquecia dos problemas da minha vida conturbada.

Depois do nosso encontro, eu não consegui parar de sorrir. Acho que se eu visse um louva-deus engolindo uma aranha eu acharia engraçado. Beijar ela foi incrivelmente incrível, e fiquei bem feliz daquele idiota do Gui não ter conseguido nada com ela.

Minha mãe chegou do trabalho e viu tudo organizado com velas e eu de smoking. Ela ficou bem confusa.

– O que aconteceu aqui? – ela disse colocando a bolsa na mesa.

– Eu consegui!

– Conseguiu o quê? E porque está sorrindo desse jeito?

– Mãe, eu estou namorando! – eu me levantei. - Eu estou namorando a Clarinha!

– Que bom, filho! Você preparou tudo isso pra ela?

– Foi. Tudo tinha que estar perfeito.

– Meu garotão. Vocês crescem tão rápido...

– Agora eu vou subir. Tenho que ficar bem descansado pra amanhã.

– Boa noite – ela beijou minha testa.

Coloquei meu pijama e fiquei na janela olhando o céu estrelado, quando vejo Clarinha cantando Today Was a Fairy Tal. Nunca imaginei ela cantando músicas que não fossem rock. Fiquei bem quietinho para ela não me perceber. Tinha certeza que aquela música era para mim.

Depois de fazer a minha rotina normal, eu fiquei esperando Clara na porta da casa dela. Como sempre, usava uma maquiagem leve e o cabelo preto solto nos ombros. Um sorriso escancarado se abriu quando ela me viu. Me deu um abraço e um longo beijo antes de segurar minha mão.

– Você sabe como explicar isso tudo pro pessoal? – ela disse com jeito de sonhadora.

– Sim, pode deixar comigo.

Andamos o caminho inteiro de mãos dadas, e segurar a mão dela é uma coisa que me acalmava.

No portão, ela respirou fundo antes de entrar. Eu sorri e dei um selinho nela.

– Aê galera! – eu segurava a mão dela bem alto. - Essa garota maravilhosa aqui é minha namorada! Só minha! – eu berrava enquanto ia até Lucas e Mel. Clara só abaixou a cabeça e riu.

– Que circo é esse? – disse Lucas.

– Você não tá falando sério!

– Estou sim. Estamos namorando.

Ela deu um gritinho bem agudo. - Eu sabia que isso iria acontecer! Clara, se você não percebesse as indiretas que ele mandava pra você, eu ia te bater!

– Esse é o garoto mais fofo do mundo, Mel. Ele arrumou a casa dele com velas, e vestiu um terno só pra mim – ela me deu um selinho.

– Por que você não fez isso comigo, Lucas? – Mel deu um beliscão nele.

– Cara, depois você me dá umas dicas?

– Tudo bem.

As aulas foram normais, a não ser Suzane ficar me olhando com cara de ódio. Aquilo foi a coisa mais assustadora, afinal, uma cobra te olhando com cara de má dá um medo tremendo.

No intervalo, eu e Clara ficamos sentados naquele banco enquanto Mel e Lucas compravam os lanches. Suzane e a gangue chegaram e ficaram nos encarando.

– Perderam alguma coisa na nossa cara ou querem um autógrafo? – perguntou Clara.

– Só quero saber o quê você está fazendo com o meu namorado – disse Suzane.

– Você já devia saber que aquilo não foi nada sério, Suzane. É de mim que ele gosta.

– Querida, ele me beijou.

– E ele arrumou a casa com velas pra mim. Quem você acha que ele quer um negócio sério?

– Chega garotas – eu disse. O negócio ia dar em porrada. - Suzane, entenda uma coisa: você me pegou desprevenido. Eu não gosto de você. Procure alguém que satisfaça os seus desejos, e eu não sou esse cara.

– Mas eu desejo você...

– Eu já tenho dona. Procura outro.

Eu me levantei e puxei Clara para a lanchonete. Os nossos amigos nos esperavam na mesa trocando selinhos.

– Cara – eu disse me sentando e pegando meu hambúrguer –, é tão bom não ficar mais segurando vela.

– Também acho – disse Clarinha.

– Que presepada é essa? – disse Gui chegando com cara de bravo.

– Eu e Lipe estamos namorando.

– Como?!

– Gui, eu não gosto de você.

– Você não conhece ele mesmo! Ele te contou dos rolos dele?!

– Eu conheço ele o bastante. Agora vai embora Guilherme.

– Conta tudo pra ela, viu?! – ele saiu e eu engoli seco.

– Lipe, que história de rolos é essa?

– Não tá vendo que ele só quer tentar separar a gente?

– Tudo bem. Chega de tensão!

Depois das aulas, a coordenadora começou a falar sobre uma excursão que iríamos fazer no próximo fim de semana. Precisaríamos levar o dinheiro, a autorização e nossa certidão de nascimento.

– Você vai né, Lipe? – Clara disse enquanto voltávamos para casa.

– Eu... não dá pra eu ir – eu abaixei minha cabeça.

– Por quê?

– Vou... eu vou ter um compromisso...

– Lipe, você tá mentindo pra mim.

– Não estou não.

– Felipe, nós somos um casal. Casais não podem ter segredos!

– Tudo bem, eu conto. Mas vamos sentar.

Sentamos em um banco da praça e eu respirei fundo antes de começar.

– Olha, acho que você já percebeu que meus pais são um pouco diferentes de mim, né? Então, eles não são os meus pais de verdade. Eu... eu fui adotado – a expressão preocupada dela mudou para assustada. - Eu sou órfão. Meus pais morreram em um incêndio em casa quando eu tinha sete anos. Eu até fui morar com meus avós, mas eles diziam que eu dava muito trabalho e eu fugi. Comecei a morar na rua. Nem sei se você se lembra, deve ser uma coisa bem insignificante para você, mas você me salvou.

– Eu?!

– É. Quando eu tinha nove anos, eu estava morrendo de fome. Eu pedia dinheiro em postos de ônibus e faróis fechados, mas naquele dia eu tinha conseguido pouco. Bem pouco. Eu comecei a chorar de fome, aí você passou. Você me viu e me deu um croissant de chocolate. Você, Clara, não me deixou morrer de fome.

– Mas eu nem imaginava...

– É por isso que eu não posso ir. Eu não tenho certidão de nascimento. Tudo foi queimado.

– Lipe, eu não sabia. Vamos... vamos pra casa. Assistimos um filme e comemos alguma coisa, o.k?

– Tudo bem – dei um beijo longo em seus lábios antes de levantarmos.

Pude respirar um pouco melhor, mas eu tinha omitido algumas coisas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí???
Que segredinhos mais será que Lipe esconde, hein???
Quero reviews...
Beijos
o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "My Reason To Live? You..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.