Jogos Vorazes - Glimmer escrita por Triz


Capítulo 9
Capítulo 9 - Conquistador


Notas iniciais do capítulo

UM NOVO LEITOR? *--------*
Sempre fico muito feliz ao ver que há mais uma pessoa lendo minha fic! Como estou feliz, tentei caprichar ao máximo esse capítulo. Espero que gostem, e que também aprovem a nova capa!



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Embarco no aerodeslizador, dando um último "boa sorte" à Marvel. Na noite passada, dormimos agarrados e demos muitos beijos, o que me deixou feliz.

Aquela velha da enfermaria me senta em uma cadeira e enfia uma grande agulha em meu braço.

— Sentiu falta de mim? — pergunta ela, limpando o local onde a agulha foi injetada com um algodão molhado.

— Sinceramente, não. O que é isso que você colocou em mim? — respondo.

— Um rastreador. Assim saberemos onde você se meterá nessa Arena.

Ficamos em silêncio o resto do percurso de trinta minutos. Quando estamos nos aproximando da Arena, as janelas do aerodeslizador se fecham.

Desembarco do aerodeslizador ao chegarmos e caminho em direção à Sala de Lançamento, mais conhecida como Curral. Lá, Magnus me preparará para a entrada na Arena.

Antes de mais nada, passarei por uma vistoria. A única coisa que tenho para ser examinada é o anel de Gary, símbolo de meu Distrito. Na maioria das vezes, os tributos usam algum acessório como lembrança de onde vieram, e o meu anel é a minha lembrança.

Magnus se junta a mim para a minha vistoria, e caso eu tenha algo que seja perigoso para se usar, terei o item confiscado.

Um homem que trabalha na vistoria aproxima-se de mim e examina o meu corpo inteiro, detalhe por detalhe.

— Não há nada perigoso em seu corpo, mas preciso revistar o anel. — diz ele. Entrego a peça e ele examina como se eu pudesse matar alguém com esse anel.

Ele gira o topázio rosa de meu acessório e repentinamente vejo alguma coisa voar em direção à um vaso de flores. Uma pecinha pontuda e prateada fura a pétala de uma flor azul, que ao ser espetada pelo mini-dardo, murcha alguns instantes depois. Meu anel acabou de liberar um esporão. E venenoso. O que Gary queria ao me dar aquele anel?

A boca de Magnus faz um perfeito "O" ao ver a planta murcha no vaso e o homem da segurança me olha zangado.

— Isso será tomado, mocinha. Bela tentativa. — diz ele, colocando o anel em um pequeno saco de plástico que contém um zíper. Ele fecha o saco e coloca-o no bolso da calça.

— Mas eu não sabia disso! — digo, zangada por perder minha única lembrança. — Não sabia que o anel se transformava dessa maneira!

— Infelizmente, seu anel será levado de qualquer jeito. Agora vá logo, precisa se aprontar.

Magnus me guia para o Curral e me oferece um café da manhã. Como essa pode ser minha última refeição na Capital, como tudo que consigo. Depois de quase devorar toda a comida dali, Magnus me veste com a roupa que será usada na Arena: uma calça marrom, uma simples blusa verde, um cinto marrom, uma jaqueta preta e botas de couro.

— Você vai vencer, eu sei disso. Mesmo com Thresh, Cato e outros tributos enormes, você tem boas chances de sair vitoriosa. — diz Magnus, prendendo meu cabelo em duas maria-chiquinhas.

— Eu vou conseguir, isso é óbvio. — digo com uma pontinha de dúvida.

Uma voz avisa que devemos entrar nos cilindros, para que possamos ser jogados na Arena.

— Boa sorte, Glimmer. — despede-se Magnus, dando-me um abraço.

— Obrigada. — respondo.

Entro no cilindro de metal e começo a subir. Por um momento, tudo escurece e não posso estar mais ansiosa para matar alguns tributos. E é então que vejo a Arena: uma floresta cheia de árvores verdinhas. Quanta criatividade da parte dos Idealizadores...

Espero ansiosa os sessenta segundos passarem. Procuro por um machado, mas um arco está mais muito mais acessível e se eu não tiver uma arma para batalhar no banho de sangue da Cornucópia, certamente serei morta.

Quando faltam trinta segundos, procuro por Marvel. Não o acho, então presumo que ele está do outro lado do chifre dourado. A uns dois tributos à minha direita, visualizo Cato procurando por uma arma mortífera e ao meu lado direito, Silvia encara um facão com um sorriso no rosto.

Dez, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três, dois, um.

Saio em disparada para pegar o arco, que alcanço facilmente. Coloco a aljava de flechas nas minhas costas e seguro o arco na mão direita. Noto um machado escondido bem ao lado de onde estava o arco e decido pegá-lo. 

Largo o arco ali mesmo, e com a aljava ainda em minhas costas, parto para cima da garota do 6 com o machado em mãos. Ela resiste por um tempo, até que a jogo no chão e enterro o machado em sua cabeça. A garota do 6 foi a minha primeira vítima.

Com o canto do olho, vejo que alguns tributos estão caídos no chão. Muitos deles já devem estar mortos. Vejo Clove de longe, quase acertando a Garota em Chamas com sua faca, mas infelizmente ela escapa.

Cato parte para cima do garoto do 4 com um facão, o que acho estranho, já que os tributos dos Distritos Carreiristas normalmente sobrevivem ao primeiro dia. Ele corta a garganta do garotinho de treze anos, que cai no chão morto.

Decido correr em torno da Conucópia, quando a garota do 10 parte em minha direção. Ela tenta me atacar com uma pequena faca e acerta meu ombro de raspão. Agora fiquei furiosa com ela, de verdade. Chuto o peito da garota, que cai no chão com força.

— Não me mate, por favor! — implora ela, evitando olhar para mim.

— Isso é coisa que se peça a uma Carreirista? — rujo de raiva. — Quer que eu não te mate? Sinto muito, esse seu desejo idiota não será atendido. 

Agacho-me ao lado dela e enterro o machado em sua garganta. Antes de morrer, ela tosse uma boa quantidade de sangue em meu rosto.

— Boa noite, amiguinha! — digo a ela, acariciando seu cabelo castanho empapado de sangue.

Levanto-me e o olho sorridente para o corpo imóvel e ensanguentado da garota do 10.

Com a manga da jaqueta, limpo o sangue que a pobre menina tossiu em mim e decido continuar minha busca pelos outros, desviando os corpos sem vida no caminho. A primeira que acho é Silvia, que estava do outro lado do chifre dourado, com um grande facão ensanguentado nas mãos.

— Matou alguém? — pergunta ela, tirando seus cabelos negros do rosto. 

— A garota do 6 e a do 10. — digo, encarando o meu machado sujo de sangue. — E você, fez alguma vítima?

— O garoto do 5, somente. Uma pena. — diz ela, triste. — E aí, já encontrou os outros?

— Não vi Marvel uma única vez, porém vi Cato e Clove matando alguns tributos no banho de sangue. Vamos andar em volta da Cornucópia e procurá-los.

— Antes explique-me uma coisa... — diz ela, erguendo uma sobrancelha. — Se tem uma aljava nas suas costas, cadê o arco?

— Deixei-o para trás para pegar o machado. Quem é que vai usar um arco sem as flechas? — digo e ela revira os olhos. — Vamos achar o pessoal.

Silvia e eu andamos pouco, já que achamos Marvel, Cato e Clove juntando os suprimentos dentro do chifre dourado. Temos barracas, lanternas, fósforos, cordas e vários pacotes de comida, sem falar na incrível quantidade de armas. Até o meu arco sem as flechas está lá!

— O arco! — digo, feliz. 

— Glimmer, está bem? — pergunta Marvel, com uma lança cheia de sangue nas mãos. — O que é isso no seu ombro?

— A garota do 10 tentou me atacar, mas a matei logo em seguida. — digo. 

— Vamos sair daqui. — sugere Cato. — Eles tem que recolher os corpos agora, então podemos ir montar um acampamento em algum lugar da floresta.

— E os suprimentos? — pergunta Marvel. 

— Vamos levar tudo o que precisamos realmente em várias mochilas. — diz Clove. — Vamos fazer uma mochila apenas com comida, uma apenas com água, uma com armas e outra com coisas como fósforos, óculos de visão noturna e cordas para fazermos armadilhas. Alguém pode levar os sacos de dormir enrolados na mão mesmo.

— Boa ideia, baixinha. — diz Cato. — Aí se voltarmos e as coisas não estiverem aqui, ainda teremos suprimentos.

Ao saírmos da Cornucópia, percebemos que um dos corpos está sendo retirado pelo aerodeslizador. Vejo de longe o corpo da garota do 10 e fico observando o aerodeslizador levar a garota para longe.

— Boa noite, Distrito 10. — sussurro baixinho.

Os tiros de canhão dos mortos no banho de sangue começam a soar. Conto eles mentalmente: um, dois, três tiros... onze mortos no primeiro dia. Quase a metade dos tributos se foi hoje.

Como já está começando a escurecer, Marvel, que está com a mochila que contém os óculos, entrega um para cada, enquanto eu carrego uma lanterna para iluminarmos o caminho. No meio da noite, paramos de andar para comermos um pouco das frutas que achamos na Cornucópia.

— Ainda não achamos nenhum tributo. — diz Clove, triste. — Queria matar alguém.

Silvia, que está com os sacos de dormir na mão, prepara um mini-acampamento para nós perto de uma clareira com sacos de dormir e uma aconchegante fogueira. Ela será a primeira a montar guarda.

— Tudo bem pra você? — pergunto.

— Sim. Se aparecer alguém, eu mato sem problemas. — diz ela, sorrindo. — Eu acordo o próximo, que será Cato, no meio da noite para tomar meu lugar.

Encaixo-me no saco de dormir ao lado do de Marvel, para que eu possa olhar seu rosto enquanto a insígnia da Capital brilha no céu.

Os rostos dos tributos derrotados aparecem no céu. A garota do 3, o garotinho do 4, o garoto do 5, ambos do 6 e do 7, o garoto do 8, os dois do 9 e... ah! Olá, garota do 10, você está no céu!

Toda a luz desaparece e a única coisa que nos ilumina é a fogueira. 

Algumas árvores perto de nós se mexem e posso ouvir passos se aproximando. Cato ergue sua espada, esperando para que o pobre ser vivo apareça. A figura se aproxima e vejo com facilidade quem é.

É Peeta, o Conquistador.


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