Jogos Vorazes - Glimmer escrita por Triz


Capítulo 11
Capítulo 11 - Os Idealizadores ficam entediados


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me por não ter postado ontem. Deu uma baita ventania na região onde moro e o bairro inteiro ficou sem luz. Enfim, aqui está um capítulo curto e nem tão bom em minha opinião.
Lembrando a todos que posto em todos os dias da semana, com exceção do fim de semana.
Ah, estou muito, muito feliz! Não tenho um e nem dois, mas QUATRO novos leitores!
Dedico esse capítulo à todos os leitores da fanfic.



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O resto do dia é entediante, não fazemos quase nada até o entardecer. Andar. Comer. Andar até cansarmos. Comer o que nos resta em questão de minutos. Não apareceu um tributo sequer para matarmos além da garota do 8, o que está nos deixando irritados. A sede por sangue é maior que a sede por água.

Quando o céu escurece, resolvemos montar acampamento perto de um lago que achamos pelo caminho durante a manhã. 

— Glimmer, vá procurar lenha para fazermos uma fogueira. — ordena Cato, arrumando seu saco de dormir no chão. — Marvel, acompanhe-a e vá caçar alguma coisa, pois só hoje acabamos com toda a comida.

Sem dizer nada, pego o meu machado caso precise usá-lo e Marvel prepara duas de suas lanças. Peeta nos entrega os óculos de visão noturna e uma lanterna.

— Tentem ficar juntos. — aconselha ele. — Terão mais chances se cooperarem.

— Nós ficaremos. — diz Marvel. — Vamos, loirinha.

Entramos na floresta fechada, iluminados apenas pela lanterna que Marvel segura. Como precaução, agarro a mão de Marvel, para que não nos separemos. Ele parece não se importar, obviamente.

— Sinto falta dos dias que antecederam a Arena. — digo baixinho, tomando o máximo de cuidado possível para que outros tributos não nos percebam.

— Sim, o treinamento foi ótimo. — ele diz, mas tenho certeza de que Marvel sabe de que estava falando do que passamos juntos nesse tempo. — E que fim deu o anel?

— Perdi. — minto. Não quero que ele saiba que na verdade era uma arma venenosa. — Mas as minhas principais lembranças do Distrito estão no coração, certo?

Continuamos a andar em silêncio, marcando o caminho por onde passamos com cortes discretos em lugares estratégicos nos troncos. Marvel achou dois perus selvagens que certamente nos alimentarão bem essa noite. Pego o máximo de galhos possível para que possamos fazer uma bela fogueira.

— Acho que já temos o necessário, podemos voltar agora. — diz ele, prendendo nossa refeição em um cinto.

Seguimos o caminho de volta olhando os troncos marcados com facilidade. Marvel ainda segura a minha mão enquanto voltamos, mas temos que lembrar de soltá-las quando chegarmos. Amar alguém na Arena é perigoso.

Peeta, por exemplo, disse que amava Katniss na frente de toda Panem. Agora ele está ajudando os Carreiristas a caçá-la. Como ele provavelmente não a ama, não será um perigo, mas no fundo sinto que Peeta estava sendo realmente sincero na entrevista. Se ele estiver mentindo para nós, poderemos matá-lo com facilidade, já que ele só tem uma faquinha para se defender.

Agora eu e Marvel... se um perder o outro, provavelmente não teremos nem vontade de lutar mais. Se não tivermos vontade de lutar, seremos presas fáceis e com isso, nossas probabilidades de morrer aumentam consideravelmente. E ninguém quer isso.

Por outro lado, quando damos um bom show à Capital, conseguiremos Patrocinadores. Mas de qualquer jeito, se quem amamos morrer nos sentiremos tristes demais mesmo recebendo presentes dos Patrocinadores.

Podiam deixar dois tributos vencerem, mas isso é impossível.

Nos aproximamos lentamente do acampamento, aproveitando nosso tempo juntos ao máximo até que algo prende o meu pé e me iça de cabeça para baixo no ar.

Pisei em uma armadilha! Uma corda amarrada a uma árvore se prende ao meu pé, o que me causa dor pelo aperto mesmo com a bota de couro e me faz derrubar toda a lenha no chão. Consigo segurar apenas o machado. Como não percebemos a armadilha mesmo estando com nossos óculos de visão noturna e com a lanterna?

— Ajude-me! — peço a ele, mas não sendo barulhenta, pois provavelmente o dono dessa armadilha deve estar próximo, apontando alguma arma para mim.

Marvel aponta a lanterna para todos os cantos ao nosso redor. A única coisa que vimos é uma cabeça ruiva fugindo para longe até sumir de nosso campo de visão.

— A Raposa. — digo. — Aquela ruivinha do Distrito 5.

— Não é possível. — diz Marvel. — Ela não mata ninguém e nem tem armas ou suprimentos. Eu a vi fugindo da Cornucópia no primeiro dia.

— Ela pode ter roubado a corda de alguém. — sugiro. — E ao invés de tentar apanhar um tributo, ela podia estar tentando apanhar algum animal grande para comer.

— Não descarto essa possibilidade. — diz Marvel. — Deixe-me tirar-lhe daí.

— Vá logo. A corda está apertando o meu pé.

Marvel chega perto de mim e faz cócegas em minha barriga antes de me soltar. Espero cair de cabeça no chão, mas ele me segura nos braços mesmo deixando a lanterna e as lanças caírem no chão. Fico com tontura por ter ficado algum tempo de ponta cabeça.

— Tome mais cuidado da prox.... 

Calo a boca de Marvel beijando-o. Como está escuro e a lanterna está no chão, não devemos nos preocupar muito com isso. Se estivermos nas televisões de toda Panem, somente o povo estará sabendo. Os outros tributos nem desconfiarão disso.

Não quero perder Marvel. Quero passar todos os nossos últimos momentos ao seu lado.

— Ninguém saberá disso, certo? — digo, descendo de seus braços e apanhando a lanterna e toda a lenha do chão.

— Certo. — diz ele, pegando suas lanças. — Você ficou tonta com a queda? É que você se virou muito rápido quando caiu.

— Um pouco, mas isso passará rápido. — minto.

Chegamos em nosso acampamento com os dois perus selvagens e a lenha. Peeta prepara uma fogueira enquanto Silvia purifica um pouco da água do lago para bebermos. Como ela vem do Distrito 4, certamente sabe muitas coisas a respeito da água, já que ela a purifica bem mais rápido que qualquer um.

Com a fogueira montada, os suprimentos guardados e a água purificada, começamos nossa refeição ouvindo o hino da Capital. O rosto da garota do 8 é o único a aparecer no céu.

Como a primeira a montar guarda é Clove, posso dormir tranquilamente, e é o que faço.

Nada acontece no dia seguinte. Nem um rosto sequer aparece no céu.

Já estamos na Arena há aproximadamente quatro dias e nada acontece. Apenas andamos, procuramos tributos e descansamos, totalmente entediados. Decidimos ter aquele acampamento na beira do lago como o nosso definitivo até voltarmos à Cornucópia.

Em uma fogueira, Cato ajuda Peeta a preparar um esquilo para comermos.

— Não acontece nada por aqui! — diz Marvel, provavelmente cansado do tédio. 

— Nenhum tributo aparenta estar por perto. — diz Clove. — Não vimos armadilhas aqui por perto, então devem ter se distanciado. Tem aqueles tributos que só espionam também, mas nesse caso já teríamos descoberto-os.

— O pessoal da Capital deve estar irritado. — comenta Silvia. — Os Idealizadores provavelmente farão algo para nos juntar a outros tributos.

— Acho melhor irmos procurá-los. — sugiro.

— Boa ideia. — diz Clove. — Vamos recolher as coisas e nos mandar daqui o mais rápido possível. Que tal irmos para a Conucópia agora? Lá perto tem um lago.

— Gostei da ideia, baixinha. — Cato diz, já guardando alguns de nossos suprimentos em uma das mochilas. — Vamos.

Peeta apaga a fogueira com um pouco de água e recolhemos as coisas. Guardamos tudo nas mochilas e fazemos uma última refeição no local antes de seguirmos caminho. Silvia me oferece um pouco de água e coloca mais um pouco do conteúdo na garrafa quando acabo de saciar minha sede. É quando Cato aponta desesperadamente para algo.

Viro-me para trás e vejo uma enorme parede de fogo vindo em nossa direção. Ela vem para cá assustadoramente rápida, engolindo todas as árvores rapidamente e chegando até nós em questão de segundos.

Pois é, os Idealizadores estão entediados e farão de tudo para que possamos dar um bom show ao público.


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