Diga que me quer. escrita por Nathalia Alves


Capítulo 62
(..) e sofrendo eu vou, sem aceitar o fim ♪




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Foi como se o mundo estivesse acabando e eu visse isso pela janela. Senti como se houvesse um mar cobrindo toda a paisagem bonita que havia pela janela do meu quarto. Me perguntei então porque as coisas tem que ser assim. Porque a gente é teimoso. Porque não aceitamos o que Deus escreve pra gente, porque nunca estamos satisfeitos?

Por as pessoas nos magoam? Porque nos deixam assim a ponto de não nos querermos? O problema será mesmo das pessoas, ou nosso que permitimos que elas façam isso?

Eu não conseguia parar de chorar. Coloquei a mão na minha barriga e olhei pro céu. Ele estava tão bonito. Tão azul, sem nuvem nenhuma. Comecei então a conversar com o meu príncipe.

"Porque você não quis ficar aqui com a mamãe? Eu te faria a pessoa mais feliz desse mundo e se eu pudesse fazer por ti o que ninguém jamais fez por mim, eu faria. Porque você não volta pra dentro de mim? Eu ficaria tão feliz em ter você aqui comigo. Volta, por favor. Quero ver seu rosto. Quero saber se você se parece comigo, se seus olhos são da cor dos meus. Sei que pedir não vai te trazer de volta, mas eu juro que vou continuar a minha vida como se você tivesse dentro de mim. É por você que vou continuar lutando, tá? E saiba também que eu vou ficar aqui, esperando. Na esperança de que um dia você volte pra mim. Eu te amo."

Eu estava tão desligada do mundo. Só queria ficar ali, conversando com ele, na esperança de que ele também falasse comigo. Cada palavra que eu dizia, minha barriga fazia cócegas, assim como fazia antes, quando ele estava dentro de mim. Mas porque esse dor tinha que ser tão insuportável assim? Eu quero dormir e acordar daqui há uns 30 anos depois.

O dia foi passando e eu fui ficando ali, no meu quarto. Quando percebi já eram 19:00 e o céu já havia ficado escuro. E eu senti medo. Medo por não saber se meu filho estava bem. Será que ele estava com medo do escuro? Será que estava frio demais? Será que ele estava sozinho?

A mamãe, o Vitor, a Lia e a Ju já haviam vindo aqui no quarto tentar me tirar daqui, mas eu não queria sair. Pedi pra que me deixassem sozinha e eles obedeceram. Até que alguém bateu na porta. Permaneci em pé enfrente à janela do meu quarto.

- Pode entrar. - eu disse sem nem olhar pra trás pra ver quem era.

Depois de alguns segundos, a pessoa se aproximou de mim. Eu fechei meus olhos quando senti uma respiração quente no meu ouvido. Meu deus, só uma pessoa seria capaz de me arrepiar por inteira assim. 

- Não fala nada. - ele disse e eu me contorci inteira.

Ele deu um beijo molhado no meu pescoço e depois voltou a beijar minha orelha. Eu não conseguia me mexer, estava parada naquele lugar. 

- Saí daqui por favor. - eu disse fechando os olhos com força.

- Nem se você implorar muito eu saio daqui. Eu quase morri de tanta angústia esse tempo que você ficou longe e agora quero ficar do teu lado e te dar carinho. Deixa por favor. - ele disse segurando meu braço e me virando de frente pra ele.

- Eu não quero ficar com você, nunca mais. - eu disse com os olhos cheios de lágrimas.

- Porque? - ele perguntou se afastando de mim.

- Porque você é a parte ruim da minha vida. - eu disse e me virei pra janela novamente.

- De tudo que aconteceu com a gente, tudo foi ruim mesmo? - ele perguntou e eu fechei os olhos e me sentei na cama. 

- A única coisa boa que você me deu, você mesmo tirou de mim. - eu disse e olhei pra ele.

Ele se sentou do meu lado, pegou minha mão e levantou meu queixo, de uma forma que ficássemos nos olhando. Eu pude sentir que ele me desejava naquele momentos, e por mais que eu estivesse o odiando, eu também o desejava. Ele acariciou meu rosto e eu fechei meus olhos. Ele foi chegando mais perto e mais perto e então encostou seus lábios nos meus.

- Posso ficar aqui com você? - ele sussurrou.

- Não, é melhor vo...

Ele me beijou e deitou em cima de mim. Eu não pude controlar o desejo que estava sentindo. Era mais forte que eu. Ele tinha esse efeito, só ele. Ficamos nos beijando e cada vez mais a gente se entregava um pro outro. Ele arrancou minha blusa e jogou em um canto do meu quarto. Tocava meu corpo e eu me contorcia de desejo. Já estava tomada pelo força desejo de tê-lo comigo e estava completamente arrepiada. 

Ao mesmo tempo que queria não vê-lo nunca mais, o queria perto, pra me dar carinho e ficar com ele. Aquele corpo, aquele beijo quente, aquela voz suave no meu ouvido. Ele me deixou completamente fora de mim. Me entreguei pra ele completamente, de novo.

Depois de todo amor que fizemos, ele se deitou do meu lado e fechou os olhos. Parecia estar viajando, então eu me deitei em cima dele e comecei a desabotoar sua blusa. Cada vez que desatava um botão, eu beijava seu corpo. Ele se contorcia de desejo na cama, eu podia sentir seu corpo pedindo mais e mais. Fui tirando a blusa devagar e deixando beijos molhados por todo seu corpo. Ele segurou a minha mão forte e puxou meu cabelo e juntou meu rosto no seu.

- O que aconteceu com você? Me conta, porque você foi parar no hospital.

- Eu estava grávida. 

Pude ver que os olhos do Bruno se arregalaram como eu nunca vi antes. Ele parecia assustado. Merda. Porque eu falei isso? Nem percebi. Eu não queria contar, não queria que ele soubesse. Eu não tinha a intenção de falar, nem sei como saiu assim, de repente. Ele me tirou de cima dele e se levantou.

- Como assim você estava grávida? De quem, Fatinha?

Como assim ele estava me perguntando isso? O Bruno idiota estava mais uma vez ali, parado na minha frente. E o pesadelo iria começar de novo.

- Fatinha, me responde. De quem era o filho que você estava esperando?

Eu engoli seco o que ele estava falando. Já não conseguia falar nada. Fiquei sem voz.

- FALA. - ele alterou a voz.

- Eu sabia que você era idiota, mas não sabia que era covarde também.

- Fatinha, você fica comigo e depois engravida de outro? Até porque você não venha me dizer que esse filho era meu porque A GENTE SEMPRE USOU PROTEÇÃO. - ele falou com tanta certeza as ultimas palavras.

Eu não iria me permitir ficar ouvindo tudo aquilo. Ele foi o único homem que eu tive. Só ele tocou meu corpo, só ele ficou comigo. Eu pensei no meu filho, e veio a imagem de um bebê na minha cabeça dizendo "Não deixa ninguém magoar você, mamãe. Não quero te ver chorando" e eu fui até a porta e abri.

- Vai embora por favor e nunca mais volta. - eu disse e ele foi colocando a roupa e vindo em direção a mim.

- Fala pra mim por favor, esse filho era de quem? Com quantos você ficou depois de mim?

Meu coração apertou demais naquele momento. Eu segurei as lágrimas e o ódio tomou conta do meu corpo.

- Não quer falar? Tudo bem. Só quero te pedir uma coisa, nunca mais vai atrás de mim. Eu não quero ter que olhar na sua cara, nunca mais, me ouviu? NUNCA MAIS. - disse e saiu.

Eu fechei a porta e caí no chão e desabei no choro. Como ele pode ter feito isso comigo depois de tudo que a gente passou? Como assim ele achava que eu tinha ficado com outros depois dele? Aquilo foi a fim pra mim. Não quero vê-lo nunca mais. E nesse momento, coloquei uma pedra nessa história. Vou em buscar de algo que me faça feliz. Vou lutar pra ser feliz e que um dia meu príncipe volte pra mim.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? :(
Comentem se puder s2



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