Eu estava deitada na cama, quando a mamãe acordou e veio me dar um beijo. Ficamos abraçadas e comentando sobre o jantar de mais tarde e meu celular tocou.

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De: Juuh

Amiga, quando puder vem aqui em casa. Preciso te contar sobre a escola. Te amo.

Obs: Ganhamos de novo.

Bj, Juju ♥

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– Filha, quer que eu prepare o jantar?

– Poderia fazer isso? Vou ali chamar a Lia e a Ju.

– Lógico. Vai sim.

– Me liga se precisar de alguma coisa. Te amo. - dei um beijo na testa dela e saí.

Eu ainda não estava acreditando que a mamãe estava lá em casa. Cuidando de mim e ficando comigo. Me sinto muito mais segura com ela por perto.

Me aproximei da porta do apartamento da Ju e senti meu coração bater mais forte. Talvez pela ansiedade de ver o Bruno. Medo do que pudesse acontecer, angústia por não querer vê-lo talvez.

Depois de apertar a campainha umas 5 vezes..

–Oi Fatinha, entra. - Bruno abriu a porta e deu espaço para que eu pudesse passar.

Ual. Quase desmaiei naquele segundo. O Bruno estava sem camiseta. Ele se assustou quando me viu e eu muito mais quando o vi daquele jeito.

Bateu uma vontade de agarrar no pescoço dele e fazer carinho, mas eu sabia que tinha que me controlar.

– Então.. a Ju está aqui? - perguntei passando pela porta e indo pro meio da sala.

– Ela está no banho. - ele disse fechando a porta.

– Posso esperar por ela aqui na sala, ou te incomoda?

– Não Fatinha, tudo bem. Pode ficar à vontade. - deu um sorrido torto e se sentou na mesa e voltou a mexer no notebook.

A Juliana não saia do banheiro e cada vez mais eu ficava angustiada. Sabe quando você olha pra pessoa e no mesmo segundo ela tá olhando pra você? Então, isso aconteceu quase que toda vez que eu olhava pro Bruno.

Quando a porta do banheiro se abriu eu fiquei aliviada. Juliana correu pra me abraçar.

– Amiga!!!

– Me conta, como foi lá na escola? - eu disse tentando disfarçar o nervosismo e não olhar pro Bruno.

– Foi muito bom amiga. Pena que você não foi. Sentimos sua falta, sabia!? - ela olhou para o Bruno que fez cara de espantado.

– Ganhamos de novo?

– Sim. Ai, foi muito bom. Você tinha que ter ido. - ela disse empolgada

– Sábado que vem eu vou estar lá. - eu disse em voz alta e olhei pro Bruno, no mesmo instante que ele parecia engolir seco minhas palavras e fechar os olhos rapidamente.

– Amiga, sábado que vem tem COMPETIÇÃO DE DANÇA. - disse empolgada gritando as ultimas palavras.

– Sério? Não acredito!!!

– Sério amiga. Depois te conto os detalhes.

– Tudo bem. Como foi o seu dia? - nos sentamos no sofá.

– Foi ótimo e o seu?

– Muito bom. E ah, eu vim aqui pra te chamar pra jantar lá em casa. A mamãe tá fazendo um jantar pra gente. Ela quer conhecer você e a Lia.

– Sério? Que fofo, amiga. Vamos chamar a Lia?

– Vamos lá.

– Bruno, quer ir com a gente na casa da Fatinha? - ele tirou os fones do ouvido rapidamente e me olhou surpreso. Eu sabia que ele estava ouvindo a conversa.

– JULIANA? - eu olhei pra cara dela e fechei a minha na hora.

– Foi só uma brincadeira. - ela disse olhando pro Bruno. - Vamos?

– Vai aonde Juliana? - Bruno perguntou.

– Vou jantar na casa da Fatinha.

– Ata. Bom jantar pra vocês. - ele disse, já mal humorado.

Enquanto a Ju se trocava no quarto eu fiquei na sala. Não me aguentei e quando eu vi, já estava ao lado do Bruno na mesa. Fiquei olhando pro que ele estava fazendo e coloquei a mão nos seus ombros.

Eu só queria tocá-lo, apenas isso. Senti um frio na espinha e pude perceber o nervosismo dele. Ele não levantou e nem se moveu da cadeira. Abaixei para que minha boca ficasse perto de seu ouvido. Mordi os lábios me contorcendo de desejo, minha vontade era de beijá-lo ali, daquele jeito, naquele mesmo segundo.

Minha pernas tremiam, meu coração batia muito forte e eu já estava com a respiração ofegante. Encostei meus lábios em sua orelha e dei um beijo de leve. Ele segurou a minha mão que ainda estava em seu ombro e apertou com força. Olhou pra mim fixadamente.

– Por quê você me provoca desse jeito?

– Desculpa, eu..

– Vamos amiga? - disse Ju ao sair do quarto.

Meu coração quase saiu pela boca. Me afastei dele de depressa como se nada tivesse acontecido e ele voltou a fitar o notebook.