Família. escrita por Misty_love


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Coloquei Universo Alternativo... porque o pai do Kariya é o Hiroto. rs'
Espero que gostem, porque no final das contas, não há nada melhor que a nossa própria família. Sendo ela adotiva ou não...
Enjoy! :D



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Família.

Não sei bem como explicar isso. Não sei realmente com aconteceu. Apenas foi.

Por todos esses anos, pensei viveria naquele orfanato para sempre, que nunca teria uma vida, amigos e nunca veria meus pais. E não voltei a vê-los novamente.

Mas então isso mudou.

Tsc. Justo eu que nunca fui de fazer amigos, e nem falar com ninguém.

Mas Hitomiko sabia, sempre soube o tempo todo. Sabia que apesar de tudo, eu ainda amava uma coisa. Sabia que eu amava o futebol.

Então me colocou na Raimon. Não gostei da ideia inicialmente, não sabia nem o que fazer direito naquele lugar.

Mas eles foram gentis. Eles. Aoi, Tenma, Shinsuke. Nunca entendi isso. Essas pessoas serem gentis umas com as outras sem ao menos conhecê-las. Então, aprendi que o termo usado para isso se chamava amizade.

Foi interessante ver como Tenma lidava com o vento da revolução. Eu também demorei um pouco para fazer amigos. Mas no final, Hikaru Kageyama foi o melhor. Fala sério! Ele acreditou totalmente no que eu disse e bateu a cabeça na trave! Como pode isso? De qualquer forma, nunca vou esquecer aquela cena. Então, Hikaru virou meu melhor amigo.

Uma coisa que eu não gostava na Raimon?

Ranmaru Kirino.

Eu definitivamente não gosto daquele garoto, se é que ele é mesmo um garoto. Por que com aquele cabelo rosa, ainda tenho minhas duvidas... Não gosto dele! E o que ajuda na Raimon? Como se aquela névoa fosse alguma coisa útil! Kirino é o tipo de pessoa que mais odeio. Mas que pouco isso importa?

Eu ainda estava ali. Naquele maldito orfanato. Sinceramente, tinha perdido minhas esperanças de sair do Sun Garden.

Realmente. Mas então aquele cara de cabelo vermelho. Hiroto. Veio querendo me adotar. Assim do nada!

Não era o que eu queria! Queria que o meu pai voltasse, e não que eu fosse para uma nova família. Mas se eu visse as perspectivas, meu pai nunca voltaria e eu ficaria ali para sempre. E para sempre não era o meu ideal.

Percebi que aos poucos, Hiroto era legal. E na altura que eu estava com amigos e um time. Porque não tentar mais uma coisa nova?

Aquela casa era modesta e bonita. Melhor que o Sun Garden pelo menos. Eu fui logo esclarecendo umas coisas ao meu novo “pai”, ou seja lá o que ele era meu agora.

-Escuta Kiyama, vou logo te falando umas coisas. Eu não seu empregado. Eu não fazer nada do porcaria de trabalho domestico nenhum que você me pedir, entendeu?

Hiroto me olhou cético, parecia que não tinha me entendido. Ia repetir o que tinha dito, mas ele simplesmente deu risada e me deixou sozinho na sala. Fiz meu olhar malvado. Não gostava de ser ignorado. E agora eu estava começando a sentir falta do Sun Garden.

Outra noite, perguntei por que ele era tão solitário, porque não tinha uma namorada, enquanto ele fazia o jantar.

-E porque é que você também tão solitário e não tem uma namorada? – retrucou ele.

Olhei com desprezo para o ruivo.

-Perguntei primeiro.

Hiroto riu.

-Não sou solitário. E para sua informação, eu tenho uma namorada. A Ulvida está viajando pelo mundo. Sempre foi o sonho dela. – terminou ele com um sorriso.

-E onde ela está agora?

-Cogito que ela esteja na America do Sul.

-Tsc. Que nome ridículo. Ulvida. – revirei os olhos. Foi à vez de Hiroto me olhar com uma cara má.

Bateram na porta.

-Pode atender para mim? Só dessa vez?

-Vou porque eu quero, e não porque está pedindo, ok? – esclareci enquanto ia para porta da sala.

-Obrigado Kariya.

Revirei os olhos e abri a porta.

-SURPRESA!!

-Woah!! Que isso??

Vi o homem de cabelo verde que vire e mexe estava com Hiroto, como é nome mesmo? Ah, sim. Assistente.

Também vi um de cabelo vermelho com formato de tulipa, outro com cabelo branco e o ultimo eu me lembrava quem era. O técnico da escola do amigo do capitão lá, Kishibe.

-Como vai Kariya? – perguntou Midorokawa enquanto entrava na casa e ia para cozinha. Os outros entraram também.

-E aí baixinho? – falou o cara de cabelo vermelho. Fuzilei-o com o olhar e o albino riu.

Aphrodi apenas acenou com a cabeça.

Logo, todos estavam na cozinha conversando e rindo com o Hiroto. E cada vez falavam e riam mais alto.

-Ei. – chamei uma vez, mas não ouviram.

E cada vez falavam mais alto. Subi na mesa.

-SILÊNCIO!!!! – todos me olharam. – Obrigado. Pode me dizer o que está acontecendo aqui, Kiyama?

-Não sou solitário. Por isso eu os chamo aqui. Meus amigos.

-E fazem uma festa? Só eu sou o único adulto nesta casa?! – falei apontando para o champanhe que Aphrodi tinha trago.

O cara de cabeça de tulipa riu.

-E quem é ele?

Hiroto, Midorokawa, Aphrodi e o albino riram.

-Este o Nagumo. Também conhecido como Burn. O outro é o Suzuno também conhecido como Gazel.

-Oi. – Gazel sorriu.

-Hm. Ótimo. Próxima vez avisa da festança aí, e eu chamo meus amigos, falou?

-Ei, isso seria legal. – Hiroto me disse. E eu revirei os olhos, descendo da mesa.

Ok. Então Hiroto era realmente um solitário que assistia jogos de futebol com os amigos. Isso podia ficar pior?

-Tem autoridade ele, não? – Nagumo comentou.

-Porque você tem uma tulipa na cabeça? – eu tinha que perguntar.

De repente algumas veias saltaram da cabeça de Nagumo.

-EU NÃO TENHO CABEÇA DE TULIPA!!

-Sim, você tem. – eu respondi.

-Kariya... – Hiroto me repreendeu. Mas era verdade, ué.

Depois tudo que eu fiz foi correr para não ser pego.

-Uma hora você vai ter que sair daí, pirralho! – Nagumo gritou do outro lado da porta.

Dei uma risada. Outra pessoa para eu poder irritar!

Adiante, me acostumei com as visitas que eles faziam. Ver por outro ângulo, eles eram legais. Menos o cabeça tulipa, claro.

E então aconteceu. Shindou. Shindou tinha se machucado em um jogo. Todo mundo queria morrer. Não era o fim do mundo. Mas o que nós faríamos sem um capitão? O pior de tudo, é que era o final do Holy Road. É, estamos perdidos. Eu havia pensado.

-Shindou pediu que Tenma virasse o cargo de capitão. – Kirino informou.

Só podia ser brincadeira.

-Estamos falando do mesmo Tenma? – perguntei.

-Conhece outro Tenma, Kariya? – ele revidou.

-Mmmm... – foi só o que Tsurugi disse.

-Mas ele é retardado!

-ELE foi quem fez lutarmos por essa revolução. Shindou acredita nele Masaki, e eu também. – Kirino respondeu.

-Ótimo. É simples então. Vamos perder o Holy Road, e nossa revolução, não serviu de nada. Lindo. – brinquei insanamente com os olhos.

-Não, não acabou ainda. - Tsurugi falou de novo.  – A revolução não para...

-Até o vento parar de soprar. – Tenma apareceu na nossa frente.

Sorriram reluzente um ao outro. Fui para trás do sofá. Eles estavam tão confiantes assim? Confiantes que íamos perder? Tsc.

No final do Holy Road, eu percebi que tinha mais apoio do jamais receberia em ano. Lá estavam eles. Hiroto, Midorokawa, Nagumo, Suzuno, Aphrodi. Todos eles ali.

-Inacreditável. – sussurrei.

-Sua família? – a voz de Kirino veio atrás de mim.

-Quase.

-VAI KARIYA!! – gritaram eles uma vez. Hiroto piscou para mim.

-Bem, eles parecem incríveis. Não está sozinho nessa. – Kirino se afastou.

E eu realmente não estava.

Mas ainda tínhamos problemas, precisávamos das ordens do capitão para ganhar. Mas Tenma se recusava a fazê-las, porque achava errado. Então, estávamos perdidos. Não realmente.

Tsurugi. Tsurugi e Shindou conseguiram abrir seus olhos. O futebol vai chorar. Tsc. O futebol não é uma pessoa. Mas mesmo assim...

Ganhamos. Conseguimos ganhar. Mal podia acreditar no que estava acontecendo. Shinsuke e Hikaru pularam em mim.

-Nós... Ganhamos?

-Sim! Ganhamos! –Hikaru afirmou.

-Muitas vivas ao Tenma! – Shinsuke gritou.

-KARIYA!!- me virei e vi aqueles loucos comemorando. Dei risada.

Então, o vento soprou entre todos nós.

-A revolução não para...

-Enquanto o vento não parar de soprar. – Kirino completou. Sorri a ele.

No caminho de volta para casa, Nagumo e Suzuno não paravam de me elogiar. Bom, eu gosto de elogios, mas não é para tanto.

-Foi por pouco não acha Kariya? – Hiroto perguntou.

-Eu acho que Tenma tinha perdido a confiança nele mesmo. Mas ele esqueceu que nós não tínhamos a perdido.

-Você é suspeito para falar. – Midorokawa disse.

Eu ri, realmente era suspeito. Fui o primeiro a revidar que ideia daria certo.

Eles resolveram fazer uma festa.

-Eu sempre soube vocês fariam da revolução um sucesso! – Suzuno  comemorou.

Estávamos vendo a reprise na TV, quando o telefone de Hiroto tocou.

-Alô? Até que enfim! Pensei que tivesse morrido. – ele riu.

Olhei para Midorokawa em duvida de quem era, mas ele deu de ombros.  Nagumo e Suzuno começaram a gritar no telefone feito dois idiotas.

-RAIMON!!!! RAIMON!!!

-Parem! – Hiroto tentava manter o celular fora do alcance dos dois, mas estes gritavam mais alto.

-É AMOOOOR! QUEM MEXE COM A MINHA CABEÇA E ME DEIXA ASSIM!! – Nagumo cantou.

-AI, AI, AI, AI, AI ESSE AMOR É BOM DEMAIS!! AI, AI, AI, AI, AI ESSE AMO MARCOU DEMAIS!! – Suzuno.

-AI, AI, AI, AI, AI ESSE AMOR FICOU EM MIM!! – Nagumo.

-AI, AI, AI, AI, AI ESSE AMOR NÃO VAI TER FIM!!! – Nagumo e Suzuno finalizaram rindo. Hiroto os fuzilou com os olhos. Ele parecia irritado.

-Midorokawa, dá uma ajuda aqui vai? – Hiroto pediu.

O verdinho levantou e deu um peteleco nos três. Dei risada.

-AI!

-Oi Ulv. Como está o Brasil? – Midorokawa pegou o celular de Hiroto. – Pois é. Estamos numa comemoração aqui. De quê? Ah sim. O Hiroto te trocou por outra. É verdade. Sim, sim, sim, sim. Alô? Acho que a ligação caiu...

-EU VOU TE MATAR MIDOROKAWA!!! – Hiroto começou a correr pela casa atrás do assistente.

-UÉ! Você não disse que queria ajuda? Eu o fiz!

-CORRE SEU MANÉ!

Não podia achar a cena mais engraçada.

Nagumo e Suzuno começaram a correr também sem motivo. Comecei a dar risadas sem parar. Mas eles pararam.

-Que foi? – disse limpando uma lágrima.

-Todos contra o Kariya!! – declararam.

-Como? Não, peraí! Isso não é justo! Não podem me bater faço parte de um importante time de futebol. Hoje é a minha noite de gloria!

Mas meu depoimento não funcionou e começou a correria. Derrubei um vaso para ver se eles pararam, mas isso só deixou Hiroto mais furioso. Maldita hora em que eu não chamei o Hikaru, pensei.

Só o que eu me lembro é de ter caído no chão e começado a gargalhar com eles. A minha família adotiva.

Acho que estou feliz com isso. Porque em qualquer outra ocasião, se fossem com meus pais biológicos, eu nunca teria esses momentos. Nunca teria aproveitado isso, tanto como agora.

De quantas pessoas você pode dizer isso?

Quantas pessoas fazem você sentir raro, puro e especial?

Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?

Bom, eles faziam.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Fiz essa fic, porque estava triste com a tragédia em Santa Maria... Porque no final, não há nada melhor que isso, amigos, família, e a sua casa...
E estou orando para aqueles que se foram, e para aqueles que tiveram um segunda chance...
Enfim, era só isso.
Comentários me fariam feliz!
Até mais!