- May? 

Holy me chamou de uma maneira alarmante, ela pareia muito preocupada com minha reação. Eu estava olhando fixamente para os olhos de Logan, estava realmente muito surpresa pro vê-lo ali.

- Tudo bem Holy. É só um antigo amigo meu.

Meus olhos permaneceram fixos em Logan enquanto falava. Algo me dizia que se eu desviasse o olhar algo ruim poderia acontecer.

- Podemos conversar um pouco? - perguntou Logan tranquilamente.

- Acho que sim.

- Vamos nos sentar então...

- Acho melhor não.

- Você não está com medo de mim não é May? Eu nunca fiz nada ruim pra você...

Será que não mesmo? Acho que tem uma coisa que ele fez de ruim contra mim sim e...

- Além disso, desculpe, não foi minha intenção.

- Claro que foi! - disparei nervosa.

Senti meu rosto queimar, eu precisava me acalmar, não podia deixar meus instintos fluírem. Max iria se assustar e Holy também. Havia muito tempo que não deixava meus instintos aparecerem.

- May, nunca planejei...

- Amar Jean? Planejou sim Logan, planejou mesmo antes de me conhecer, afinal você a conheceu primeiro não foi? Eu fui apenas uma distração que... - respirei fundo de novo e tentei me acalmar, não posso descontrolar, não posso...

- Eu não... - ele parecia tranquilo.

- Você disse Logan. Você me disse com todas as letras que a escolheria se pudesse.

Naquele momento comecei a ficar com raiva de mim mesma, estava deixando os sentimentos me pegarem. Max me olhava, ele estava preocupado com a minha reação. Quando Logan ia começar a falar eu o interrompi.

- Você o matou! - ele me olhou surpreso. Lágrimas começaram a brotar de meus olhos. - A única pessoa que consegui amar além de você e você o tirou de mim. Não bastava você ficar sozinho, teve que me deixar também! - eu já estava gritando de raiva.

Aquela imagem veio a minha mente, Logan enterrando as garras em Pietro. Fechei os olhos e não queria mais abri-los, lágrimas e mais lágrimas brotaram de meus olhos. Era como se eu estivesse revivendo aquele momento, pude ver o rosto feroz de Logan e o rosto amedrontado de Pietro, ele caía de costas em câmera lenta. Mas uma vozinha me fez voltar a realidade.

- Mamãe? 

Droga, eu tinha que abrir os olhos agora. Respirei fundo.

- Mamãe! - Max parecia preocupado.

"Mamãe?", era a voz de Logan em minha mente, ele parecia confuso.

Abri os olhos e olhei para Logan.

- Desde quando tem um filho? - dessa vez a voz de Logan não estava tão calma. Ele ficou confuso.

- Sim Logan, eu tenho um filho e você matou o pai dele! 

Max olhou assustado pra ele. Por mais assustado que Max estivesse, ele não quis chorar, qualquer criança da idade dele já teria chorado, já estaria em pânico, mas ele prestava atenção em cada palavra que eu e Logan dizíamos.

- May, foi tudo um terrível engano, eu não queria fazer mal nenhuma você em nenhum aspecto.

- Mas você fez Logan, fez até demais, você foi a pior coisa que aconteceu na minha vida. Fique longe de mim e do meu filho.

- May eu andei muito pra te encontrar, foi muito difícil sabia?

- Então que tivesse ficado no Instituto e nunca viesse atrás de mim! Eu te odeio Logan.

Dessa vez tive certeza que meus olhos mudaram de cor. Então sem olhar para nada nem ninguém me virei e comecei a andar em direção ao bar.

- É vêdade mamãe? Aquele moço matou meu pai? - Max olhava pra trás.

- Sim querido, é verdade.

Max ficou em silêncio e aquilo, de acordo com meus instintos não foi uma boa resposta.

No bar, decidi não contar nada a ninguém e Max estava estranho, estava quieto. Aquilo me preocupou, Logan mais uma vez estragando minha vida. Então de repente vejo Max olhar com um olhar mortal para a porta do bar. Olho para o mesmo lado e vejo Logan entrando. O olhar de Max piorava a cada passo de Logan. Decidi andar até ele e o encarei.

- O que você quer aqui?

- Precisamos resolver umas coisas.

- Não temos nada pra resolver. Vai embora.

- May, você não entende. Eu vim aqui pra dizer que te amo, que quero ficar com você. Vim para saber como você está.

- Estou ótima sem você - minha voz e meu rosto eram ameaçador. 

- Percebe-se, cuidando de uma criança num bar. Quanto tempo acha que deixarão você continuar com isso?

- Escuta aqui Logan - puxei a gola da camisa dele para encará-lo melhor, meus dentes haviam crescido e sei que a maioria das pessoas perceberam que eu estava brigando com Logan. - Fique longe do meu filho entendeu? Se você fizer alguma coisa com ele eu juro Loga, juro que te mato.

- Gostaria de ver você tentar - ele dizia calmo. - Até onde sei, você sempre perdeu de mim.

- Nunca duvide de uma mulher quando ela se torna mãe Logan.

Minhas unhas cresceram também, perto da garganta de Logan e quando ele percebeu ele sorriu. Qual o problema dele? 

Então fui surpreendida com um grito de Logan. Ele olhou para  a mão e eu olhei em seguida. Havia uma faca atravessando-a.

- Não encoste na minha mãe- disse Max na voz mais furiosa que uma criança de três anos pode ter.

- Escuta aqui garoto - Logan tirou a faca da mão.

Chutei Logan e ele passou pela porta mais rápido do que ela poderia se abrir e a porta acabou se quebrando. Antes que ele pudesse se recuperar dei um soco em sua cara e arranhei um lado dela, dei um soco em seu estômago e uma cotovelada em sua orelha. Enfiei minhas unhas em suas costas e as deixei aumentar um pouco mais até envolver suas costelas. Peguei os cabelos dele e puxei seu pescoço pra trás. Os arranhões já não estavam mais ali.

- Não toque e nem fale com ele, você não tem esse direito. Você só vai tocar nele quando eu deixar de existir, fora isso, é melhor ficar bem longe de mim Logan. Por que não tenta trazer Jean de volta a vida? Ou quem sabe... usar outra garota para suprir a vontade que você tem de me ter? Deve funcionar, afinal, já funcionou uma vez, certo?

Empurrei a cabeça dele pra lá e peguei Max no colo. Eu estava com as unhas grandes, os dentes maiores e os olhos amarelos e ferozes. Todos saíram da minha frente enquanto passava. Decidi subir para meu quarto. Não tenho ideia do que aconteceu depois, só sei que Logan não tentou entrar no bar, ou teria ouvido a bagunça.

Entrei no quarto e coloquei Max no chão. Tentei me acalmar apertando a porta mas isso só piorou as coisas. Max chegou perto de mim. Eu estava com a respiração pesada como um animal que acaba de atacar sua presa.

- Mamãe, ele não vai mais voltar não é?

Olhei para Max atrás de mim, desci até ele, era a primeira vez que ele me via daquele jeito, ele não pareceu assustado.

- Na verdade querido, ele nunca mais irá nos encontrar.

Fiz carinho nos rosto de Max e ele fez no meu. Eu já decidi, vou embora, pra bem longe, só eu e Max. Não quero que ninguém se machuque ou que Remi seja prejudicado por minha causa. Em breve eu teria que ir mesmo graças ao meu não envelhecimento, eu estava apenas antecipando essa partida.