Cuore Immortale escrita por Cherryuki


Capítulo 10
Capitolo 9 - Memoria - Perdonami


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 9 - Memória - Perdoe-me



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As missões do trio foram todas bem sucedidas com direito a elogios vindos do próprio comandante. Era óbvio o ciúme e a inveja dos demais grupos, pois ao decorrer do ano, muitas garotas desistiram e muitos companheiros não tiveram a mesma sorte que eles. As baixas foram grandes, mas todos sabiam que era para o bem do continente e de todas as pessoas que lá habitavam.

Um novo ano começou e novatos atraídos pelas histórias dos três jovens guerreiros se alistaram para o exército e Klaus era o mais querido.

                —Eu não consigo imaginar o que você faz pra ser tão popular Klaus. – fala Louise para o garoto enquanto os três caminhavam próximos da área de recepção, local em que a dama estava no ano anterior – Eu estava aqui nesse meio ano passado e me lembro claramente desta mesma gritaria pelo nome de Klaus.

O garoto riu sem graça por um instante, acenou para aquelas que o chamavam e depois se voltou para a garota novamente.

                —Como pode ver, não faço nada de mais, apenas ajo educadamente. – respondeu ele sorrindo sinceramente.

Sem ligar muito para a resposta, Louise apenas andava calmamente e observava as coisas ao seu redor sem dar muita importância.

                —Você também é bem popular, Lis. – declarou Sieghart achando que ninguém se importaria com seu comentário.

                —Eu?! – a garota cai em gargalhadas – Nunca! Nem em sonho tive o gosto da popularidade! Pare de brincar Sieg! –disse enquanto limpava pequenas lágrimas que se formavam no canto de seus olhos de tanto rir.

                — Desculpa Lis, mas eu tenho que concordar com o Sieg, você realmente tem vários admiradores. Eles só não vêm atrás de você porque está comigo e Sieghart. – concordou Klaus com o amigo.

Quase que instantaneamente o sorriso da garota sumiu e seu olhar estava fixo sob os dois que também a olhavam da mesma forma.

                —Parem de brincar. – falou ela levemente séria e saiu andando rapidamente a frente dos dois.

Klaus e Sieghart apenas observaram a morena fugir deles até ela sumir completamente de suas vistas.

                —Ela mudou bastante. – afirmou Klaus, ainda com o olhar fixo no lugar em que a dama sumira anteriormente.

Sieghart observou o amigo após sua declaração, achando incomum tal comentário vindo de Klaus, logo que ele sabia a história que o outro escondia.

                —Também acho, mas acredito que todos mudamos, Klaus. – completou Sieghart, que seguiu caminhando a frente do amigo.

Após Sieghart sair da visão do amigo,  foi atrás de Louise, que se encontrava encostada em uma árvore, pensativa.

                —Lis? – chamou o moreno ao se aproximar.

A dama olhou levemente assustada ao notar a presença do amigo.

                —Desculpe por sair daquele jeito. – falou ela com um sorriso triste

                —Pode falar. – disse Sieg se sentando no chão e soltando um suspiro em seguida – Estou ouvindo, vou lhe fazer o favor de ouvir seus problemas hoje.

                —Sempre delicado, não é, Sieg? – sorriu ela ironicamente – Acredito que você não precise ouvir meus problemas dessa vez, sinto muito.

Sieghart ao ouvir tais palavras saírem da boca de Louise o fez calar-se, afinal ela nunca agira de tal maneira. Pensou que talvez ela detestasse o fato de ser popular e havia ficado irritada com a brincadeira, mas ao olhar para o rosto da jovem por alguns instantes –um olhar perdido estampado em sua face  – o fez perceber que o problema certamente não era uma simples brincadeira.

Por minutos, os dois ficaram em silêncio, ouvindo apenas o barulho do vento passando pela copa das árvores e os gritos no campo de treinamento.

                —Eu vou me casar – declarou a garota sem esperar resposta.

O moreno olhou para a dama, incrédulo, e logo após, começou a rir. Assim que parou, notou que lágrimas inundavam os olhos da garota.

                —Lis... – chamou ele

                —Você podia parar com isso, sabia? – disse entre lágrimas – Eu não quero me casar... Eu sei que isso pode não significar nada para você, mas para mim, significa minha vida!

                —Lis – chamou ele novamente

                —Eu quero decidir por mim! Quero estar com quem amo! Quero lutar ao lado de quem eu amo - quase instantaneamente Louise cobriu a boca com as duas mãos.

                —Lis, você gosta do Klaus? – perguntou o moreno ansioso segurando os ombros da garota de forma abrupta.

                Louise ficou em silêncio. Os instantes que se passavam após a pergunta de Sieg se pareciam horas, até que o moreno abraçou a dama.

Escondido, Klaus acompanhava tudo em silêncio absoluto, ele não sabia o que pensar. O silêncio de Louise por um momento o fez sentir que seu coração parou de bater e depois, uma pequena alegria inundou-o. Tal sentimento o fez ficar confuso, logo que ele havia jurado que não amaria ninguém, nunca mais. Levemente atordoado, Klaus deixou silenciosamente seu esconderijo e seguiu sem rumo imenso em seus pensamentos.

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Sieghart após abraçá-la, saiu guiando Louise pela mão e levou-a até uma campina tranquila, em que se sentaram e apreciaram o tempo um com o outro. Ele fazendo piadas sarcásticas com os comentários da moça e ela como sempre, ignorando ou se fazendo de chateada.

Agora, com os dois em silêncio, fez com que a moça relembrasse do abraço do moreno momentos atrás, fato que certamente fez seu coração ficar levemente mais acelerado. Louise sentiu o rosto queimar, indicando que estava corando, o que a fez levar umas das mãos em direção à face.

Sieghart que agora a observava discretamente, pode perceber o rosto da jovem ficando levemente mais rubro, fazendo-o fechar os olhos e sorrir. Ele sabia que Lis estava nesse exato momento pensando sobre sua ação anterior e chegando à conclusão de que ela estava “vendo coisas”, mas a verdade era clara: em algum momento ele começara a prestar mais atenção na jovem.

Descobrir que ela nem sempre era forte e que também precisava ser consolada certamente fez com que despertasse nele um sentimento de proteção. Agora mais do que tudo ele estava ciente do que sentia por ela. O problema era: E ela? Lis sentia alguma coisa por ele?

A falta de resposta em que ela o deixara anteriormente também ecoava em sua mente “Você gosta do Klaus? ”. Sieg olhou para o céu. Imaginar a jovem respondendo “Sim” o fez sentir uma espécie de choque nada agradável percorrendo todo o seu corpo. Ele não estava disposto a entregá-la assim facilmente à Klaus. No entanto, se isso fosse o que ela queria e se Klaus a amasse, ele não poderia fazer nada para impedi-los. O problema era que Sieghart sabia da história de Klaus e estava ciente que o amigo não seria capaz de abrir o coração tão facilmente a alguém.

Sieghart soltou um suspiro e se levantou.

                — Acho que é hora de irmos – disse olhando para Louise e ajudando-a a se levantar.

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Após deixar Louise em sua casa, Sieghart seguiu para a cidade e entrou no bar. Sendo o único da cidade, o bar reunia todos os tipos de pessoas e estava sempre cheio. Sieg se aproximou do balcão e sentou-se em um dos bancos.

                — O de sempre chefe! – pediu o moreno.

                — É pra já! – respondeu o dono com um sorriso.

Sieg bebia tranquilamente apesar de toda a bagunça que ocorria no local e mal sabia ele que estava sendo obsevado ao longe por certa donzela que entretinha outro cliente.

                — Com licença senhores, mas essa donzela aqui precisa se retirar neste momento – falou a jovem enquanto caminhava em direção a certo moreno que bebia tranquilamente no balcão.

O moreno percebeu a chegada de uma mulher que se sentou ao seu lado principalmente pela mistura forte de perfume e álcool, mas nem ao menos se importou em desviar o olhar para encará-la, logo que naquele instante ele estava preocupado demais pensando em Louise e quem seria o bastardo a se casar com ela.

                — Problemas amorosos? – perguntou a dama, fazendo com que Sieghart desviasse o olhar para ela.

Era uma mulher muito bonita com cabelos rubros como o fogo, seios fartos, cintura fina e uma voz seduzente. Sieghart a conhecia bem, sabia que ela era a famosa cantora da cidade: Eloisa Perrone.

                — Não tenho problemas amorosos, adorável Eloisa. – falou ele num tom divertido.

                —Para estar acanhado em um canto, bebendo sozinho, olhando para o nada e nem mesmo perceber minha chegada, com certeza são problemas amorosos – retrucou a ruiva.

Sieghart soltou uma risada sarcástica. Ele odiava quando as pessoas tentavam invadir sua vida pessoal sem sua permissão.

                — Então a senhorita está precisando estudar um pouco mais os assuntos do coração, porque em relação a mim, você está completamente enganada – dito isso, Sieg deu a última golada na bebida que restava em seu copo e levantou-se direcionando-se à saída.

Antes que o moreno pudesse alcançar a porta, alguns bêbados cercaram Eloisa.

                —HAHA! Essa mulherzinha aqui não vale nada! Por que não vem com a gente, hein? – falou um dos bêbados cercando-a por trás.

                —A gente vai se divertir muito juntos, eu tenho certeza! – falou o outro que em seguida agarrou o punho da mulher.

Eloisa viu-se presa e lançou um olhar de súplica em direção ao moreno que a observava. Ele sem muita opção, voltou até a mulher.

                — Com licença senhores, mas ela dama necessita de respeito – falou Sieghart entrando na frente da dama e segurando o punho do homem que a havia segurado – E não a toque com essas mãos imundas – terminou ele torcendo  o braço do bêbado e colocando atrás das costas.

O homem que antes estava atrás da Eloisa fugiu cambaleante até a saída derrubando tudo que encontrou em sua frente, enquanto o outro foi guiado por Sieghart até a saída. Logo atrás, vinha Eloisa com um sorriso no rosto e uma grande salva de palmas com direito a assovios e batidas na mesa.

                — Não esperava que fosse me ajudar. Muito obrigada – disse ela alegremente – Por favor, deixe-me lhe pagar uma bebida como agradecimento.

Sem ter como recusar, ele guiado de volta ao balcão pela moça, no qual lhe entregou um copo e se direcionou ao palco para cantar.

                — Como agradecimento ao meu salvador, cantarei uma música especial a vocês! – falou alegremente a ruiva, deixando todo o salão em silêncio.

Sieghart se pôs a observá-la cantar enquanto bebia.

“Perdida em pensamentos solitários

Até quando ficarei pensando em você?”

E sua mente foi inundada por Louise.

“Segure forte a minha mão

E jamais nos separaremos”

Louise – o nome que sua mente gritava. Enquanto tudo começava a girar

“O que você esconde em seu coração?”

Lis, você realmente gosta do Klaus? – era o pensamento que perturbava sua mente

“Confie em mim”

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Sieghart levantou-se da cama com uma terrível dor de cabeça. Olhou para os lados e não reconheceu o quarto. Olhou para a janela e percebeu que já havia amanhecido, certamente estava atrasado para o treinamento matinal, mas antes de se levantar, deparou-se com Eloisa deitada ao seu lado, nua.

Rapidamente, Sieghart vestiu suas roupas e saiu silenciosamente.

Mal sabia ele que o silêncio fora em vão. Eloisa estava deperta muito antes de o moreno acordar e ao notar a pressa do jovem, resolveu apenas fingir estar adormecida. Assim que notou a saída de Sieghart, a ruiva – enrolada em um lençol – caminhou até a janela para observá-lo.

                —Sieghart, seu mentiroso. Ninguém sem problemas amorosos me chamaria por Louise. – murmurou a ruiva antes de voltar para a cama.


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