O Impossível, Difícil De Definir... escrita por Louvre


Capítulo 51
Lembranças do primeiro encontro


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Capítulo 51: Lembranças do primeiro encontro

- Ainda ta aí se arrumando Marcelina? Mulher é difícil demais! Já faz horas que você ta aí e não se arrumou ainda... – dizeres de Paulo, ele foi ao quarto de sua irmã após chegar da casa de Alicia apenas para perturbá-la.

- Me deixa em paz Paulo! – Marcelina falou com a voz carregada, não faz muito tempo que estava chorando.

- Ta... Ta certo, procura não demorar muito... Você sabe que o pai é impaciente. – o garoto falou educadamente após perceber o estado de espírito de sua irmã.

A garota esteve chorando por pensar em seu ex namorado, se lembrava do primeiro encontro que tiveram, chorava por uma felicidade que acreditava que não encontraria novamente, chorava toda a vez que olhava um grande urso de pelúcia em seu quarto.

Flash back on:

- Deve ser ele! – Marcelina fala animada ao escutar a campainha, ela corre pra atender, não se contem de felicidade ao ver Rafael.

- Oi meu anjo! Pra você! – ele a presenteia com uma flor.

- Que linda!

- Queria trazer um buquê, mas descobri que eu não tenho dinheiro pra comprá-los... Desculpa...

- Não tem que se desculpar. – ela fala lhe dando um selinho nos lábios.

- Então... Vamos? – ele falou estendendo sua mão pra moça.

- Vamos sim! Mãe, já to saindo! – ela falou quase gritando dando sua mão ao garoto.

- Animada pro primeiro encontro nosso como, oficialmente, namorados? – ele pergunta caminhando com ela.

- Claro que sim! Ainda não acredito que o pai nos deixou namorar!

- Se ele não deixasse a gente dava um jeito, eu ia namorar com você nem que fosse escondido! Nem que fosse contra a vontade do mundo inteiro! – ele falou de uma forma que parecia apaixoná-la ainda mais.

- Que bonito! – respondeu olhando fixo os olhos dele, em seguida o beijou nos lábios, um beijo apaixonado e intenso.

- Você me faz tão feliz! – ele falou sorrindo após se beijarem. – Olha nosso ônibus! – falou surpreso, deu o sinal e o veículo parou, quase o perderam. O garoto queria pagar as duas passagens, a moça não aceitou, ela pagou a dela, se sentaram juntos no fundo. Ela apoiou seu rosto no ombro dele e ele a abraçou carinhosamente, sentiam-se bem perto um do outro, parecia que poderiam ficar ali pro resto da eternidade.

Não demorou muito pra que chegassem ao parque, destino deles, entretanto sua distração quase os fez perder o local correto de descer.

- Mais um pouco e a gente ia parar lá no centro! – o garoto comentou rindo bastante.

- Né? Muito perigoso essas coisas! – ela falou rindo igualmente.

Naquele início de noite o parque parecia muito mais bonito do que realmente era, as luzes e a paixão faziam o lugar transmitir uma beleza única, a roda gigante, as barraquinhas, até o carrinho de bate-bate pareciam emitir um encanto improvável mas verdadeiro.

- É tudo tão lindo Rafael! – ela falou com olhos brilhando.

- Por isso que eu falei pra gente vir nesse horário...

- Foi uma ideia excelente! – falou o abraçando e beijando.

- Então, o que quer fazer primeiro? Algodão doce talvez? – ele sugere.

- Sim! – ela aprovou a ideia e ambos foram comprar o tal algodão doce, ela se assustou pela velocidade que seu namorado comeu três daqueles enquanto ela não havia terminado o primeiro. Depois desse lanche Rafael decidiu que ia ganhar um urso de pelúcia numa barraca de tiros.

- Eu vou ganhar aquele grande ali meu anjo! – ele falou segurando uma espingarda de chumbinhos.

- Será que você consegue? Tipo que eu acho que você ta segurando meio torto a arma... – ela comentou.

- É mesmo? Eu nunca atirei com uma coisa dessas, na verdade nunca atirei com nada... Mas nada me impede de tentar né? – ele falou com um sorriso inocente e hipnotizante pra moça.

Rafael tentou uma, duas, três, sete vezes sem êxito, acertou lugares aleatórios longe de onde mirava, chegou a quase acertar o dono da barraquinha no último tiro.

- Desculpa senhor! – falou envergonhado. – Acho que não levo jeito pra isso... Pior que eu queria tanto ganhar aquele urso! – ele falou pra sua namorada, tinha uma leve tristeza em suas palavras.

- Não fica assim, deixa comigo! – a garota falou pegando a espingarda.

- Cuidado pra não se machucar Marcelina! – ele falou.

- Pode deixar... – ela respondeu sorrindo, bastou um tiro apenas pra acertar o alvo, mas pra ganhar o tal urso ela teve que acertar o mesmo lugar mais cinco vezes, e ela o fez sem dificuldades, diga-se de passagem.

- Parabéns senhorita! Aqui está seu prêmio! – o dono da barraca falou entregando o tal urso pra moça.

- Toma aqui seu urso Rafael. – ela falou entregando o prêmio ao garoto.

- Obrigado, impressionante você com essa arma! – falou surpreso.

- Não queria me gabar, mas sempre fui boa nessas coisas!

- Então... Parabéns pelo seu talento! Toma um presente pra você! – falou entregando o urso de volta pra garota.

- Mas...

- Você não achou que eu queria esse urso pra mim né? Eu queria ganhá-lo pra você meu anjo!

- Mas... Essa é a coisa mais bonita que já fizeram por mim! – ela falou pegando o presente com os olhos brilhando, obviamente a paixão influía em seu julgamento.

- Eu queria ter ganhado sozinho, mas enfim... – falou meio sem jeito, ela o surpreendeu com um beijo nos lábios.

- Você deve ser o melhor namorado do mundo!

- Mesmo sendo... Baixinho...? – os últimos dizeres pronunciados olhando pro chão.

- Mas é o meu baixinho, o baixinho que eu amo! – falou o animando. – Vem comigo! – ela falou o puxando sentido à roda gigante.

- Você tem certeza que quer andar nessa coisa?! – o garoto pergunta de olhos arregalados.

- Claro que sim, eu amo rodas gigantes! São lindas e eu sempre quis andar com meu namorado em uma! Desde que era pequena eu sonho com isso!

- Então ta... Se é tão importante pra você... – havia um tom de preocupação na voz dele.

- Você não quer ir? – ela perguntou.

- Quero... Quero sim! To até ansioso! – ele falou forçadamente, ela se aproximou e o beijou.

- Então vamos... – falou segurando a mão dele e o puxando. Sentaram vagarosamente em seus lugares, Marcelina transbordava alegria enquanto Rafael parecia tenso, segurava forte as proteções do assento e apertava mais a mão de sua namorada quanto mais ele o brinquedo subia.

- Ta tudo bem Rafael? – Ela pergunta assustada com o garoto.

- Lógico que sim, por que não estaria?! – ele responde nervoso, de repente o brinquedo pára com o casal no ponto mais alto.

- É tão bonita a vista daqui, as luzes da cidade, as coisas tão longe... – ela falava impressionada.

- Jesus! Receba minha alma! – ele falou baixo, suava bastante.

- Muito obrigado por estar aqui Rafael... Eu to vendo o quanto você ta com medo, mas mesmo assim você veio aqui por mim!

- Eu me-medo... Nunca! E-e-e-e-eu não tenho medo... – falou com dificuldade, entretanto decidiu confessar. – Desculpa eu ser tão pateta! Eu tenho um medo assombroso de altura... Você deve me achar tão ridículo e tão...

- Corajoso. – ela o interrompe. – Porque corajoso não é aquele que não tem medo, é aquele que tem força pra enfrentar o que o faz sentir medo! – ela falou olhando fixamente nos olhos dele.

- Você que me dá forças meu anjo, o que sinto por você é maior que qualquer medo! – ele fala aproximando seu rosto do dela, se beijam apaixonadamente. No momento que seus lábios se tocaram não existiu mais medo, não existiu mais nada, só houve aquele momento, só existiu os dois mundos daqueles jovens sendo compartilhados, o gosto da alma de cada um, o sabor do breve na essência do eterno.

Flash back off

Em sua casa Rafael se arrumava, lembrava-se também de seu primeiro encontro com sua ex, algumas lágrimas insistiam em descer.

- Já ta pronto Rafael? – Ju pergunta entrando no quarto de seu irmão.

- Será que você não aprende que tem que bater antes? – ele fala com a voz carregada limpando suas lágrimas rapidamente.

- O que foi? – a irmã pergunta preocupada.

- Nada demais...

- É a Marcelina não é? – Lia pergunta também entrando no quarto do garoto.

- Será que ninguém mais bate na porta? – ele fala indignado.

- Desculpa, é que eu não aprendi a aceitar te ver triste... – Lia fala.

- Nem eu mano, quando é com você nosso senso de normalidade muda! – Ju comenta.

- Não precisam se preocupar comigo ta bom... Eu ainda não a esqueci, mas vou! Não quero e não vou estar ao lado de alguém que duvida da minha palavra! – ele falou terminando o nó de sua gravata. – To bonito? – ele pergunta forçando um sorriso.

- Ta lindo! – Ju fala.

- O nó de sua gravata ta perfeito! – a outra irmã comenta.

- Aprendi com a melhor! – ele falou, Lia então se aproximou dele e o beijou a testa.

- Você fala isso só pra me destruir não é? – ela comenta sorrindo.

- E vocês dois fazem isso pra me deixar com ciúmes to certa? – a outra irmã fala.

- Mas eu to com uma dificuldade de escolher um relógio pra usar... – ele fala chamando a atenção de Ju. – Será que uso esse? – fala pegando um relógio digital.

- Nunca! Não se usa relógio digital com roupa social! Tem que usar esse! – Ju falou pegando um rolex e colocando no braço dele.

- O que eu faria sem você? – ele fala de jeito amigável.

- Você é o irmão mais gracinha que existe! – ela fala o abraçando e o beijando no rosto.

- Gente vamos, senão a gente vai se atrasar... – a mais velha comenta e ambos saem, a verdade é que Rafael nunca foi o mesmo desde que ele e Marcelina terminaram, entretanto não queria parecer triste perto de suas irmãs.


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Notas finais do capítulo

Casal pelúcia se lembrando do primeiro encontro que tiveram...Ah as complicações...
Até o próximo!