O Impossível, Difícil De Definir... escrita por Louvre


Capítulo 36
Ajudar como amigo


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Capítulo 36: Ajudar como amigo

- Aqui meninos, fiz pra vocês! – uma moça fala levando um copo de chá gelado pra Rafael e Tereza, os dois estão sentados em uma mesa fazendo a parte escrita do trabalho que a professora Helena passou.

- Muito obrigado Ju. – o garoto agradece a sua irmã. Ju é uma jovem muito parecida com ele e com Lia, mesmos olhos, cabelo da mesma cor, não era alta e, assim como Lia, também alisava os cabelos.

- Obrigada pela gentileza. – Tereza também agradece. – Sua irmã é tão gentil com você! – ela faz tal observação assim que Ju sai do recinto.

- Elas tentam me estragar sabe? Todo mundo fica me mimando só porque sou... Baixinho... – falou olhando pra baixo fazendo a moça rir.

- Você é divertido, às vezes me lembra o... Nicholas... – falou de forma distante. – Va bene, vamos voltar ao trabalho. – Rafael havia percebido a tristeza na voz da moça, não sabia o que devia fazer naquela situação, meio que de forma instintiva perguntou:

- O Nicholas... Ele te fez alguma coisa? Tipo que vocês pareciam tão próximos daí agora você fala nele e fica triste... – ela o olha surpresa. – Desculpa, não quis parecer intrometido, eu só...

- Não tem problema, ta tudo bem... É que eu e ele não demos tão certo capisce?

- Talvez... Quer dizer que vocês namoraram e terminaram?

- Na verdade nem começamos a namorar... Ele disse que era melhor a gente nem começar porque ele gostava de outra pessoa.

- Sei... Tipo que não acho que ele tenha agido errado, na verdade muitos outros garotos haveriam se aproveitado da situação, vai por mim eu sou menino, sei do que to falando.

- Também não acho que ele tenha agido errado, ele foi honesto, sincero, ele abriu o jogo sem me enganar de forma alguma...

- Mas isso não muda o que você sente por ele né? – observação contundente do garoto. – Posso te fazer uma pergunta?

- Pode sim, o que é?

- O que você viu nele? Ele é engraçado e tals, mas ele é muito feio! Não que eu seja bonito, mas ele é judiado pra caramba! – o garoto fala sério, entretanto aquelas palavras soaram muito engraçado nos ouvidos dela, Tereza riu bastante.

- Você é muito engraçado sabia? – ela fala.

- Não faço por querer... Sabe Tereza, você é muito bonita, não tem garota naquele turno tão bonita igual a você, logo você vai encontrar alguém que goste de você de verdade...

- A Irene vive falando isso, será que vou conseguir ser tão feliz quanto você e a Marcelina? Pelo menos pra mim vocês parecem muito felizes.

- A Marcelina é outra, na sinceridade eu não sei o que ela viu em mim, ela é bonita, muito bonita e eu sou um baixinho gordo! Talvez ela tenha algum fetiche... – falou sem pensar, novamente causou risos na moça ao seu lado.

- Você é fofo Rafael! – a moça opina tentando elogiar o garoto.

- Não, não fala isso, chame seus amigos magrinhos de fofos, eles gostam de ser chamados assim, os barrigudos iguais a mim não aceitam bem esse elogio! – novamente falou sério e novamente a moça riu.

- A conversa ta boa, mas precisamos voltar ao trabalho...

- Sim, a gente não pode deixar o Nicholas e a Marcelina ocuparem nossa cabeça agora... Temos um trabalho pra fazer! – dessa vez os dizeres dele entristeceram a moça, “Parabéns Rafael! Você tinha que citar o Nicholas?” pensou ironicamente.

- Só não queria me sentir mal toda vez que o vejo ou penso nele.

- Então chega disso, chega de trabalho por hoje, vem vamos sair pra esfriar a cabeça! – o garoto sugere se levantando.

- Oi?! Mas o trabalho...

- Ainda temos muito tempo pra entregá-lo, e depois com a cabeça fria o nosso trabalho vai render muito mais! – falou indo até seu quarto e procurando uma blusa pra vestir, tinha essa mania de procurar uma blusa sempre antes de sair.

- Aonde você vai Rafael? – Ju adentra o quarto do garoto e pergunta.

- Eu vou dar uma volta com a Tereza, ela ta muito deprimida...

- É só isso mesmo garoto? Eu não sou cega, eu sei que ela é uma garota muito bonita... A Marcelina gosta muito de você! – a irmã quer esclarecer algo.

- E eu amo a Marcelina, eu não tenho interesse na Tereza, to muito feliz com meu anjo! – meu anjo era a forma como se referia a Marcelina.

- Então entramos na situação dois, você tentando salvar o mundo... Garoto você sabe que não tem como ajudar todo mundo né?

- A Tereza é uma colega da minha sala, ela ta sofrendo, não acho que custe eu fazer algo pra ajudar ela. – ele falou.

- Só não quero te ver sofrendo garoto... – ela fala se abaixando e o abraçando. – Desde quando você cresceu hein? Desde quando você deixou de ser aquele menino chorão pra se dedicar a ajudar as pessoas ao seu redor?

- Eu sei que deve ser difícil pra você, mas eu cresci, talvez nem tanto admito, mas eu cresci... Eu não sou mais uma criança e sei arcar com as consequências dos meus atos. Não se preocupa, não vou fazer nada demais. – falou sorrindo, se soltou de sua irmã e foi até Tereza, saiu com a jovem pra caminhar, sua clara intenção era de amizade, não queria ver Tereza triste, ele a levou a um shopping.

- Olha só, essa máquina é bem legal, é só pisar nas setas... – falava com ela num grande fliperama, comentava sobre uma máquina de dance dance revolurtion.

- Já joguei isso, Madona mia, eu era muito boa! – ela falou colocando crédito na máquina. – Vem dançar Rafael. – falou o puxando, ela realmente dançava bem, o garoto não, longe disso, ele era uma negação total, até chegou a cair umas vezes despertando risos nele mesmo e na moça.

- Escuta, você viu uma moça bonita bem alta e um garoto baxinho e gordinho? Eles têm olhos claros e tals... – Mário pergunta a uma atendente na entrada do fliperama.

- A sim, eu os vi, estão ali olha... – Fala apontando pra máquina de dance dance revolution.

- Muito obrigado. – agradeceu e se dirigiu a seus colegas. – E aí gente? – cumprimentou.

- E aí Mário? Que bom que você chegou... Aqui segura minha blusa... – Rafael falou entregando sua vestimenta a seu colega.

- Oi Mário, quer dançar também? – Tereza pergunta.

- Não ganhei uma dela acredita? – Rafael comenta.

- Então ela deve ser muito boa mesmo, ou você uma negação... – falou em tom de piada. Mário estava em sua casa quando recebeu a mensagem, via celular, de Rafael, Tereza havia sugerido ao gordinho que ele chamasse mais alguém pra sair com eles pra que ninguém pensasse mal dos dois, tentaram várias pessoas, mas todas ocupadas, inclusive Irene e Marcelina que estavam fazendo seus respectivos trabalhos, somente Mário parecia estar disponível e não se negou a ir.

Durante aquela tarde os três se revezaram na máquina, a pior pontuação foi a de Rafael, a melhor a de Tereza, na verdade nenhum dos meninos a venceu, ela realmente era muito boa naquilo. Depois de muita transpiração resolveram sair do shopping, foram a um lugar mais tranquilo, a uma praça perto de suas casas, foram tomar um inocente sorvete pra se refrescar.

- Eu era muito bom nessa máquina, mas isso é quando eu era pequeno sabe? Lá em Santos! – Rafael comentou.

- Beleza, me explica agora quando exatamente você cresceu de menor? – Paulo fez claramente uma piada.

- Tem que lembrar que sou baixinho? – o garoto falou olhando pra baixo fazendo seus colegas rirem.

- Vocês são muito divertidos... Me diz Mário, como ta o seu trabalho com o Jaime e a Evellin?

- Como ta?! Não “ta” ainda, a gente não fez nada! Mas a gente marcou pra esses dias pra começar... O problema é que corre o risco de eu ficar segurando vela pro casalzinho! – havia certa inconformidade na voz do garoto ao falar aquelas palavras. – Olha só algodão doce! Vou ali comprar, vocês querem?

- Sim! Toma Mário, compra um pra mim e um pra Tereza! – Rafael falou animado dando dinheiro pra seu colega.

- Pra mim não! Não me sinto confortável com alguém pagando as coisas pra mim, toma aqui Mário. – ela falou entregando o dinheiro dela pro garoto.

- Beleza então... Daqui a pouco to de volta. – ele falou e se afastou. Subitamente a feição de felicidade de Tereza se tornou tristeza novamente, ela caminhou e se sentou num banco debaixo de uma árvore.

- Eu gosto muito de algodão doce e você?! – Rafael comenta, esperava uma resposta imediata que não houve, ele olha procurando a moça e a vê triste num banco de praça. Nesse instante ele observa com carinho o local, percebe que foi naquela praça e naquele banco onde Tereza se sentou que ele e Marcelina deram o primeiro beijo, na cabeça dele era tão antagônico ele estar feliz enquanto sua colega estava triste.

- O que foi? Você estava tão bem? – Rafael fala se sentando ao lado dela.

- Estava sim... Eu me detesto por ser desse jeito, foi só pensar no Nicholas que toda aquela felicidade sumiu! Mas não precisa se preocupar Rafael, a dor vem diminuindo e um dia ela vai passar capisce? – ela fala deixando uma lágrima correr sua face.

- É assim que se fala, você vai conhecer alguém que te faça tão feliz quanto meu anjo me faz! – falou sorrindo e limpando a lágrima dela com sua mão.

- Anjo, tão bonito você chamar a Marcelina de anjo! Você deve gostar muito dela!

- Mas do que eu mesmo sei explicar! – enquanto eles conversavam alguém observava, alguém conhecido dos dois.

“Interessante, muito interessante, vamos ver o que consigo com isso!” – Paulo pensou, seu caminhar sem sentido após sair da casa de Valéria o levou até aquela praça, o jovem filmava com seu celular toda aquela cena de Rafael e Tereza.

 - Isso é hora da bateria acabar? – ele falou ao perceber sua bateria nas últimas. – Desligou, não tem problema já filmei o suficiente! Quando eu mostrar isso pra Marcelina é adeus salva vidas de aquário! – falou se retirando e rindo bastante.

- Aqui pra vocês... – Mário fala chegando com os algodões doces.

- Valeu Mário! – Rafael agradeceu.

- Muito obrigada! – ela também agradeceu, os três conversaram mais um pouco, depois se despediram e voltaram pra suas casas, afinal são estudantes e estão cheios de dever para serem feitos.


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Notas finais do capítulo

Paulo tramando novamente... Tenso!
Até o próximo!