A ONÇA escrita por Frida


Capítulo 8
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Bom, gostaria de agradecer a vocês, leitores e amigos, por participarem da história com entusiasmo, dando sugestões e me incentivando a escrever mais. Espero que gostem do final ;)
Até a próxima história!
Frida ;*



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Voltando ao presente, vou contar um pouco o que aconteceu na minha vida.

Depois da morte da onça, senti que não daria conta de ficar mais lá na floresta e fui para o mundo dos humanos, pelo caminho que ela mesma havia me mostrado no dia anterior.

Fiz faculdade. Me formei em engenharia florestal. Fundei uma ONG de proteção à fauna e flora da Floresta Amazônia, que já é reconhecida mundialmente.

Viajei per vários países, conscientizando as populações da importância da sustentabilidade. Envelheci.

Agora, pouco tempo me resta de vida. Daqui a alguns minutos, vou para o hospital fazer os exames. Fui diagnosticado com câncer de pulmão, não acho que vou viver por muito mais tempo.

Morte? Não. Transformação.

Desde aquele dia, não consigo parar de pensar em coisas como: o que significa a vida, no caso dos seres humanos, senão um monte de problemas com que eles têm de lidar todos os dias? Qual o sentido de tudo isso?

Aliás, algo que me intriga até hoje é o fato de eu não ter me transformado em uma onça. Minha teoria é de que, no meu caso, a onça morreu de causas naturais. Já o outro animal, foi morto por mãos humanas.

Isso realmente não é de grande importância nesse momento. Eu fiz minha parte. Eu fui um protetor da floresta, no mundo dos homens. Acho que qualquer um, humano ou não, pode fazer a diferença com pequenas, mas importantes, atitudes.

Vou agora enviar por e-mail esta história para a Elena. Ela foi uma boa amiga para mim nesses anos. Realmente não sei o que ela fará com esse monte de palavras. Talvez guarde para si. Ou talvez resolva mesmo transformar em um livro, quem sabe...

O alarme acabou de disparar. Tenho que ir para o hospital. Chegou minha hora. Não sei se voltarei a este quarto outra vez. O futuro é imprevisível.

Às vezes, tenho sonhos com ela, a onça. Estamos na clareira das plantinhas amarelas, do jeito que vi da última vez, as coisas emanando luz. É uma paisagem muito bonita. Essa é a imagem que quero ter na cabeça nos meus últimos momentos.

Não posso dizer que são sonhos com certeza, pois parecem ser tão reais! E a onça sabe de tudo o que aconteceu depois de sua morte. Ela não parece estar decepcionada por eu sair da floresta. Não. Tenho certeza de que está orgulhosa, por eu ter mudado a vida de tantas pessoas.

E, no final do sonho, ela me fala algo que nunca irei esquecer. A frase que gosto de dizer que resume minha vida:

“Seja a mudança que você quer para o mundo.”

Gandhi


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