Bad Kids escrita por NJBC Club


Capítulo 24
Planos


Notas iniciais do capítulo

Hola, chicas! Para as que estavam à beira de um ataque de nervos nos comentários: NÃO MORRAM! Aqui está mais um capítulo de BK pra vocês gritarem e etc. hahahaha Beijocas!



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24. Planos

Eleanor Waldorf estava brava, desolada e sem chão. Principalmente sem chão.

Ela queria muito que tudo o que tinha ouvido segundos antes de desmaiar fosse mentira, e que Charles Bass não estivesse em sua casa no quarto de sua filha. Ela esperava que, assim que abrisse os olhos, tudo estaria de volta ao normal e que aquilo que tinha escutado tivesse sido um terrível mal entendido, que Blair estivesse na verdade falando de Serena. Mas quando recuperou a consciência e a primeira coisa que viu foi Blair tentando acordá-la e Charles atrás dela, segurando um copo d'água, seu sangue subiu à cabeça. Eleanor começou a gritar, Blair começou a chorar, Charles interferiu na briga das duas e Dorota entrou no quarto, desesperada, tentando acalmar os ânimos mas ao mesmo tempo proferindo palavras em polonês. No calor do momento, Eleanor chegou a desferir um tapa em Chuck, e antes que as coisas piorassem Blair o puxou para fora do quarto pela mão, pedindo para que fosse embora.

Agora, Blair estava sentada na beirada de sua cama, encarando o chão, e Eleanor tomava talvez o quinto copo d'água para que não desmaiasse novamente. Dorota havia saído e fechado a porta para que as duas conversassem em paz.

– Eu sabia.

Blair ergueu os olhos do chão de seu quarto e encarou a mãe, sem falar nada. Eleanor continuou:

– É claro que toda aquela aproximação não era por nada. Aparições nos jantares no MET, padrinho no casamento de Serena com você como madrinha, suas escapadas durante a noite... - E ao ver o olhar surpreso da filha, ela rolou os olhos em desdém - Não pense que eu não sei de nada, porque eu não sou boba. Ao melhor, tão boba.

Blair respirou fundo e engoliu o nó em sua garganta. Eleanor seguiu em frente:

– Eu me pergunto onde foi que errei. Você frequentou as melhores escolas, teve uma educação de primeira qualidade, é um exemplo de inspiração para outras meninas, mas mesmo assim acabou deste jeito. Eu nunca vou entender, Blair! Porque fez isso? Porque desviou do futuro brilhante que tinha pela frente para causar este mal à si mesma?!

– Porque eu não aguentava mais, mãe! - Ela respondeu, batendo as mãos na fronha com raiva - Nenhum homem olhou para mim como se me amasse de verdade, ninguém nunca me quis por eu ser quem eu sou!

– Como pode falar isso, olhe quantas propostas de casamento você já recebeu durante estes anos todos! Se dependesse de mim e de seu pai, você já estaria casada desde os dezessete anos quando Lorde Marcus lhe pediu em casamento na primavera de 1918, mas não! Nós optamos por deixar a escolha em suas mãos, e você o rejeitou!

– Ele dormia com a própria madrasta. - Blair falou entre dentes, com uma expressão enojada. - Eu nunca poderia casar com um homem como aquele.

– Pois não importa, as maiores alegrias de uma mulher são um casamento e os filhos! Você conseguindo um marido já é bom o suficiente, mas isso você não consegue mais porque está grávida antes mesmo de casar e pelo que vi, o pai de seu filho não está nada contente com a novidade!

– Eu consigo fazer isso sozinha! - Blair revidou, e levantou-se para ficar em pé em frente à Eleanor - Papai colocou uma casa em meu nome quando completei dezoito anos, eu tenho fundos de garantia, eu... eu... - Ela soluçou, sentindo as lágrimas invadirem seus olhos - Eu consigo, mãe.

Eleanor também chorou. As duas permaneceram em silêncio por um período de tempo, remoendo o péssimo momento que estava acontecendo. Depois disso, a Waldorf mais velha respirou fundo e colocou as duas mãos no rosto de Blair. As duas olharam-se nos olhos.

– O que vai ser de você, minha filha? - Duas lágrimas correram de seus olhos - O que vão falar quando verem você com um bebê?

Blair também sentiu lágrimas em seu rosto, e respondeu com a voz tremida.

– Eu não sei. Mas... eu quero este filho.

– Como vai ter um filho se não tem um marido, Blair? Pense nisso!

Ela secou as lágrimas do rosto com as costas da mão.

– Vou pensar em algo. A parte mais difícil serão os seis meses que tenho pela frente. Barriga, preparativos, fofocas. - Blair tremeu só de pensar em aparecer em público com uma enorme e redonda barriga.

– Talvez eu tenha a solução.

Blair piscou. Eleanor agora estava com o olhar distante, organizando o plano que salvaria a filha de seis meses de constrangimento perante a sociedade. Quando suas ideias ficaram em ordem, ela pegou as mãos de Blair e falou:

– Primeiro, devemos esconder esta gravidez. Principalmente do seu pai!

– Mas mãe...

– Espere. - Eleanor levantou um dedo para que Blair silenciasse, e continuou - Harold me contou dos planos com Charles, para fazer algum tipo de prevenção caso eu ouvisse alguma coisa ou algo assim. Ele também me contou que as coisas estão progredindo lentamente, mas que quanto mais se envolve com ele, mais tem certeza de que Charles não é um homem bom.

– Ele é sim. - Blair argumentou - Chuck é agressivo nos negócios, mas porque é necessário. Se você soubesse como ele me trata...

Os lábios de Eleanor afinaram-se em desgosto.

– Não me fale deste rapaz em um momento como este. - Ela a repreendeu. - Como eu falava antes, seu pai não tomou gosto por Charles, e acredito que se ele souber de sua condição, as coisas irão desandar.

Blair franziu o cenho.

– Mãe, não vou conseguir esconder a gravidez do papai.

– Sim, você vai.

– Mas como?

Eleanor respirou fundo, e falou:

– Você vai para o nosso chateau, na França, e ficará lá até que esta criança nasça. Eu vou me certificar de que você tenha tudo que precisar, e depois decidimos o que fazer.

Blair sentiu seu coração afundar dentro do peito.

– O que você quer dizer com "ir para a França"? Eu tenho toda uma vida aqui!

Eleanor bufou.

– Vida que você está arruinando!

– Eu não sei se esta é uma boa ideia.

– O que prefere: passar vergonha perante a sociedade ou ter esta criança em segredo e voltar como se nada tivesse acontecido?

Blair estava prestes a responder, mas uma onda de tonturas invadiu a sua cabeça e ela precisou se sentar para não cair. O rosto de Eleanor deixou a expressão irritada que tinha antes para assumir uma de preocupação, e ela sentou-se ao lado da filha para se certificar de que estava tudo bem.

– Blair, o que sente?

– Tonturas. - Ela fechou os olhos e respirou fundo. - Estou melhorando.

– Vê por quê quero que você fique longe daqui? - Eleanor acariciou o rosto da filha - Na França você terá tratamento médico à vontade, sem precisar se preocupar com fofoqueiros. Terá tudo que precisar lá, e será muito melhor tanto pra você quando para esta criança.

Blair fungou.

– Ainda está muito brava comigo, não está?

Eleanor ficou séria.

– Sim. Mas a besteira está feita. Eu sou sua mãe, e por mais que eu pareça rude e impertinente, eu... Eu me importo com você, e não quero que coisas ruins aconteçam.

Blair pegou a mão da mãe, mas olhou para baixo.

– Eu aceito ir para a França.

– É a melhor decisão à tomar, querida.

XOXOXOXO

Chuck afrouxou a gravata e desceu dois copos de whisky um atrás do outro, usando da ardência que a bebida lhe proporcionava para acalmar os nervos. Ele ainda não havia processado aquela notícia que Blair tinha lhe dado, ainda não entendia aquela nova etapa que estava prestes a acontecer em sua vida, e estava tentando fixar a ideia de que, dali a alguns meses, um pequenino ser humano nasceria e dependeria total e exclusivamente dele e de Blair.

Ela seria mãe, e ele seria pai.

– Meu Deus. - Ele murmurou para si mesmo, um tanto perplexo. O barulho das portas de ferro do elevador foi ouvido e Nate entrou em sua cobertura, assoviando alegremente. O louro parou quando viu seu amigo sentado no mini bar, com uma mão apoiada no queixo e a outra segurando um copo meio cheio de whisky.

– Hey, Chuck. - Ele cumprimentou - Está tudo bem?

– Vou ser pai.

Os olhos de Nate se arregalaram e a boca dele fez um pequeno "o", surpreso com a revelação repentina e crua. Ele tentou balbuciar algo como "parabéns" ou "estou feliz por você", mas o próprio Chuck tinha uma expressão incrédula no rosto. Nate correu a mão pelos cabelos e sentou-se no banco alto ao lado do mafioso, no mini bar.

– Então Blair está grávida.

– É o que parece.

Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos, até que Nate abriu um sorriso.

– Sabe que isso é uma coisa boa, não?

Chuck suspirou, mas não pôde evitar abrir um pequeno sorriso também.

– Acho que sim. Mas acabei de voltar de um circo dos horrores nos Waldorf.

– Como assim?

– A mãe de Blair ouviu quando ela me falou que estava grávida.

– Awch! - Nate fez uma careta - A Sra. Waldorf deve estar arrasada. O que vai acontecer agora?

– Eu sinceramente não sei. Eleanor ficou tão brava que me deu um tapa, e fui mandado embora logo a seguir.

Nate pegou um copo para si e se serviu um pouco de whisky. Ele tomou um gole e deu um tapinha no ombro de Chuck.

– Uma grande tempestade está por vir.

– Muito obrigada pela filosofia, Nathaniel. - Chuck revirou os olhos. Nate riu.

– Pense pelo lado bom: uma mistura sua e de Blair vai nascer daqui há alguns meses. Isso deve ser divino, especialmente se a mãe do seu filho for a mulher que você ama.

Chuck girou a bebida dentro de seu copo. Ele realmente amava Blair mais do que qualquer coisa, e nunca se sentiu assim por mais ninguém. Um bebê agora não estava em seus planos - diabos, nem casamento estava! - mas agora o destino já estava sendo traçado, e ele estava se sentindo grato por ser Blair quem teria o seu filho e dividiria um laço inquebrável para sempre com ele. Chuck tomou um gole de sua bebida e cruzou os braços em cima do balcão.

– Acho que você está certo.

– Claro que estou. - Nate sorriu - Além do mais, Serena e eu estamos tentando... Sabe, queremos ter um bebê também. Talvez o filho de vocês tenha um companheiro para brincar daqui a algum tempo.

– Wow, é verdade?

Nate confirmou com a cabeça. Chuck lhe deu tapinhas de boa sorte no ombro e levantou seu copo em um brinde.

– Tenho certeza de que vocês terão lindas crianças, Nathaniel.

– Tomara. - Nate também levantou seu copo e brindou - Mas por enquanto, o pai aqui é você.

Os dois brindaram, e Nate estava prestes a fazer outro comentário quando o barulho do elevador foi ouvido mais uma vez. Blair apareceu na sala de estar, hesitante, e parou na entrada quando viu Chuck e Nate no mini bar.

– Eu desejo falar com você. - Blair falou diretamente à Chuck. Nate pigarreou e levantou-se de seu banco, se preparando para ir embora.

– Bom, eu... Eu vou para o escritório. - O louro falou, indo em direção à saída. Quando passou por Blair, ele tocou seu ombro e deu uma piscadela - Vai ficar tudo bem.

Blair abriu a boca para responder, mas optou por permanecer calada. Ela o esperou entrar no elevador e ir embora para ir até Chuck e sentar no banco alto onde Nate estava anteriormente sentado.

– Você quer uma água ou algo para comer? Hoje não foi um dia muito bom. - Ele deu um pequeno sorriso. Ela balançou a cabeça, recusando.

– Não quero nada, quero apenas que você me escute, tudo bem?

Ele contraiu os lábios e balançou positivamente a cabeça, sinalizando para que ela dissesse o que queria dizer. Respirando fundo, Blair começou a falar:

– Eu sei que não era por isso que você estava esperando, e para ser franca, eu também não estava. Nunca passou por minha cabeça ter um filho agora, e na minha atual situação, isso não seria nada adequado, mas eu quero que você saiba que eu vou seguir em frente. Eu vou manter o bebê, por mais que vá ser um desafio e tanto. Vai ser difícil sem a sua ajuda, é claro, mas eu sou forte. Eu consigo. E se essa criança puxar alguma coisa de mim, eu rezo para que seja a obstinação para crescer neste mundo cruel que é a nossa sociedade. - A voz dela tremeu, mas ela continuou - Você pode escolher se quer ou não receber notícias, fazer visitas, mas...

– Eu amo vocês.

–... eu espero que. - Blair se interrompeu, e encarou Chuck - Como disse?

– Eu disse - Chuck levantou do banco e pegou Blair pela mão, fazendo com que ela ficasse em pé também - Eu amo vocês.

Blair ofegou, e um sorriso começou a brincar em seus lábios.

– Então... Eu...

– Você é a mãe do meu filho, a mulher dos meus sonhos. - Ele pegou uma mecha de cabelo castanho dela e começou a girá-la em seu dedo - Confesso que fiquei um tanto assustado, ainda mais com a experiência nada fraternal que tive com o meu próprio pai, e admito que ainda não sei bem o que vamos fazer. Mas de uma coisa eu tenho certeza, Waldorf: não vou deixar você sozinha.

Blair colocou os braços ao redor do pescoço de Chuck e olhou fundo em seus olhos.

– Sabe que temos uma grande responsabilidade em nossas costas, não?

– Sei muito bem disso. - Ele colocou a mão na barriga ainda lisa dela - E esta vai ser uma das melhores responsabilidades que já tive em minha vida.

Blair sorriu, sentindo que pelo menos a maioria do peso havia sido retirado de seu peito. Os dois se abraçaram e permaneceram nos braços um do outro pelo que pareceu uma eternidade, até que Chuck deu um passo para trás e trouxe os lábios de Blair para os dele. Foi um beijo doce e obstinado, que estava ali para afirmar o compromisso que eles tinham pela frente assim que as bocas se encontraram. Ela finalizou o beijo com um ou dois selinhos e deu um passo para trás.

– Tenho outra coisa para lhe dizer.

Chuck franziu o cenho, e Blair respirou fundo.

– Minha mãe, bem, ela ainda está um tanto nervosa, mas nós tivemos uma boa conversa depois que você foi embora. - Ela pausou, e ele fez menção para que ela continuasse. - Eu vou ter ficar fora por um tempo.

Ficar fora? – Chuck sentiu seu estômago se revirar - Porque vai embora? Pra onde você vai?

Blair pegou as mãos dele para lhe acalmar e assegurar de que tudo iria ficar bem.

– Ela expôs as razões pelas quais eu não deveria ficar em Nova York enquanto estou grávida e, bem, eu concordo com ela.

Chuck revirou os olhos.

– Eleanor não quer sujar o nome e reputação dela, Blair, você já deveria saber disso.

– Não é por isso. - Ela respondeu, defensiva - Ela não quer que a minha reputação seja estragada. Como será uma dama filha de pais populares, grávida e solteira, aos olhos da sociedade? Todos vão me julgar, Chuck, e nosso filho vai acabar sofrendo as consequências também.

O mafioso ficou em silêncio, pensando no que ela havia dito. Por fim, disse:

– Case comigo.

Blair sentiu seu rosto empalidecer,e suas mãos tremeram.

– O quê?

Chuck pegou a mão esquerda de Blair e beijou o dedo anelar dela.

– Case comigo. Ninguém poderá julgá-la se você for uma moça de honra - Ele lhe deu um beijo na boca - Casada - Outro beijo - E mãe de um bebê lindo - Outro beijo.

Blair permaneceu rígida em sua posição. Ela abriu a boca para responder algo, mas Chuck lhe beijou novamente, a impedindo de falar. Ela o empurrou de leve e balançou a cabeça.

– Não posso aceitar.

A boca de Chuck formou um pequenino "o". Ele não compreendeu a recusa dela.

– Por que não quer aceitar? Vai resolver todos os nossos problemas, Blair.

– Porque não é assim que deve ser. - Ela suspirou alto, e olhou para o chão enquanto falava - Não quero me casar para "resolver problemas".

Chuck lhe abraçou e plantou um beijo em sua testa.

– O que quer dizer?

– Quero dizer que se eu aceitar, vamos estar nos casando apenas por causa deste filho. Vamos ter de fazer tudo às pressas antes que a minha barriga seja aparente, os planos do meu pai serão totalmente arruinados, e ambos sabemos que o amor estará por último nessa lista.

– Blair, eu amo você, independente desta gravidez.

Ela abriu um pequeno sorriso e pousou as mãos na bochecha dele.

– Eu também amo você, mas não devemos nos casar agora. Tudo bem?

Chuck balançou a cabeça, concordando um tanto relutante. Depois, ele perguntou:

– Para onde você vai?

– Para o chateau dos meus pais, na França.

– Vá para a Itália.

Blair ergueu uma sobrancelha, questionando.

– Itália? Por que?

– Porque eu tenho uma mansão lá, e também porque é onde a máfia parceira está. Você terá, além de conforto, proteção.

– Chuck, não sei se é uma boa...

– Se não quer casar comigo, pelo menos proteja-se. Eu falo com sua mãe se você quiser.

Blair revirou os olhos.

– Não vai ficar bravo porque recusei seu pedido, vai?

– Não, não vou. - Ele colocou uma mecha de cabelo castanho atrás da orelha de Blair, carinhosamente - Mas confie em mim, certo?

Ela pensou por um momento, e por fim disse:

– Eu confio em você. E pode ter certeza de quem vai estar comunicando isso à minha mãe é você mesmo.

XOXOXOX


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