Livin' On A Prayer escrita por Teruo


Capítulo 7
Yours to Hold


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas e queridos leitores, me desculpem a ausência, mas estou sem tempo algum para escrever; no entanto, não abandonei a fic, aliás, já tenho mais um capítulo pronto, um muito especial.

Música que dá nome ao capítulo:http://youtu.be/T6uiijYqXnI

Boa leitura!



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17/06/2012

Passos, gavetas sendo abertas, folhas sendo reviradas e murmúrios frustrados foram os sons que o sonolento Sasuke escutou ao acordar. Sem mudar a posição em que estava deitado, o Uchiha abriu vagarosamente um dos olhos para averiguar o que estava tumultuando seu quarto. Na escuridão, havia um vulto remexendo os pertences do moreno.

– Porra! Sai daqui veado, me deixe dormir. – ralhou ao perceber que Naruto estava bisbilhotando em seus pertences.

– Que bom que você acordou, Bela Adormecida. Agora partiu almoçar, o pessoal já tá te esperando lá em casa. – respondeu Naruto com seu usual tom despreocupado.

– Cai fora, me deixe dormir! Depois de ontem, não quero mais falar com você! – esbravejou enquanto arremessava seu travesseiro. – Aliás, como caralhos você entrou na minha casa?!

– Errou cuzão. – ironizou enquanto lhe fazia uma careta – Não sei, pergunte para a Karin. – respondeu enquanto balançava um molho de chaves.

Após escutar essa declaração, as feições alvas de Sasuke adquiriram um tom ainda mais claro enquanto ele imaginava o que a instável prima de Naruto poderia fazer contra ele. Ao perceber o estado semicatatônico do amigo, Naruto riu e então disse:

– Brincadeirinha, essas são as chaves reservas que seu irmão deixou lá em casa, já que você sempre esquece de levar as suas quando vai sair. Agora vamos. O dia de hoje será longo: depois do almoço ainda temos que ir na delegacia, passar no bar para conversar com aquele cara esquisito, procurar algum bico o mais rápido possível, consertar aquele lixo do seu amplificador e, por último, eu tenho que te mostrar uma coisa ultra-power-megazorde-foda! – terminou esbaforido após listar as tarefas do dia.

–Não brinca com isso. Bate na madeira depois de pronunciar o nome desse exu sem luz que você chama de prima. – repreendeu um tanto atônito.

– Tá bem, já estou indo, só me deixe trocar de roupa. Você já pode ir descendo. – respondeu enquanto levantava e ia em direção ao seu guarda roupas.

– Beleza, tô te esperando lá em casa então. – disse ao se retirar do ambiente. – Já ia me esquecendo!, – exclamou voltando para a porta – você ainda tem aquela pasta com poemas?

– Não sei. Se eu não a joguei fora, ela deve estar na garagem empacotada junto com nossas antigas apostilas do colégio. – respondeu sem muito ânimo enquanto mexia em seu guarda roupa.

– Tá bem, vou dar uma olhada lá depois. – falou descendo as escadas.

Ao ouvir Naruto descer, Sasuke calmamente foi em direção a porta, a encostou e trancou com a chave.

– Bom apetite, otário. – balbuciou recolhendo seu travesseiro logo em seguida retornando para a cama.

Enquanto se preparava para voltar a dormir, o Uchiha fitava um envelope velho e amassado que estava ao lado de sua cama, em uma repartição de seu criado-mudo. Ao contrário do que havia dito para Naruto, ele havia guardado com zelo os poemas que escrevera ao longo dos anos. Nos momentos de maior angústia, em épocas em que a vida parecia ser vazia e a tristeza tomava conta de sua existência, Sasuke tinha o costume de se sentar no píer da praia, mergulhar nas profundezas de seu pensamento enquanto admirava o pôr do Sol e escrever. Durante esses períodos ele transpunha tudo o que ansiava, pensava ou sentia, de maneira desordenada, em folhas; paulatinamente, à medida em que sua tristeza se esvaía, suas folhas eram preenchidas com versos, que formavam estrofes amarguradas. Era uma arte melancólica, mas bela. É algo curioso como a tristeza fomenta a arte e faz com que ela aflore nas mãos dos homens em momentos de infortúnio. Os males metafísicos, as dores que não existem na carne, mas na alma, tocam periodicamente a todos, no entanto, são apenas os netos de Mnemosine que conseguem extrair algo bom desses momentos.

Já havia passado alguns minutos desde que Naruto saíra, mas Sasuke ainda não conseguira tirar os olhos daquele envelope cor pastel e voltar a dormir. Ele fitava fixamente aquele objeto, porém sua mente estava distante, relembrando o que e em que momento escrevera, quais eram seus pensamentos naquele tempo. Em meio a suas divagações, uma memória o fisgou e prendeu sua atenção por mais um tempo, porém, seus olhos pesavam e a vontade de dormir aumentava.

Dezembro de 2006

Era fim de ano, Los Angeles já não apresentava mais seu clima quente e aconchegante, o calor fora substituído pelo frio e a brisa suave, vindo do mar, cedera lugar para os ventos gélidos e cortantes do inverno.

Naruto e seu tio haviam saído dos EUA. O escritor ganhara uma viagem para Europa com todas as despesas pagas de sua editora, para que tratasse da venda dos direitos autorais de seu último livro em vários países do velho continente. A empresa gostaria de ampliar seu mercado consumidor, porém havia um grande preconceito com aquela obra, pois sua temática era, para um leitor superficial, apenas escatológica, erótica e boçal. O objetivo de Jiraya, ao viajar, era convencer os agentes literários que seu livro era muito mais denso do que imaginavam, mostrar que, por meio de mínimas, ele conseguira obter máximas e ficar preso à primeira camada de entendimento era de uma imbecilidade astronômica. Por conta da viagem de negócios, os dois passaram o resto do ano longe de casa, apesar do trabalho, conseguiram aproveitar um tempo em família. Entre uma reunião e outra, aproveitavam para conhecer as peculiaridades de cada região.

Enquanto isso, na América, Sasuke estava entediado. Seus dias passaram a ser monótonos desde que seu melhor amigo fora viajar. As aulas haviam sido interrompidas devido às festas de fim de ano, por isso havia mais tempo livre para se aborrecer, o ócio estava o matando. Para piorar sua situação, seu querido irmão, que poderia alegrar suas tardes, estava sobrecarregado de trabalho. Itachi estava gravando faixas de guitarra e violão para uma dupla de cantoras pop, além de lecionar na escola onde se graduara alguns anos atrás. As incansáveis horas de trabalho faziam com que o Uchiha mais velho saísse muito cedo de casa e voltasse apenas tarde da noite.

O recesso escolar, que deveria ser um período de alegria para Sasuke, estava lhe sendo um purgatório sem fim. Mesmo assim, o pequeno preferia passar os dias sozinho imerso nas profundezas da sua mente amargurada ao invés de ir ao encontro de seus colegas de classe, que diariamente lhe convidavam para sair. O jovem Uchiha nunca se sentira confortável o suficiente para se relacionar com outras pessoas a não ser seu irmão, Jiraya e Naruto, que possuía uma história similar a sua. Sempre fora bem quisto por todos em sua escola; os professores o elogiavam pelas notas, os meninos o respeitavam por ser um bom atleta e as meninas o admiravam pela beleza. Todavia, ele era indiferente a essas pessoas. Respondia educadamente quando alguém lhe dirigia a palavra, porém não nutria por elas nada além do respeito natural que se deve ter para uma boa convivência em sociedade.

Sua apatia às pessoas começou quando seus pais morreram. O pobre órfão se sentia injustiçado pelo mundo ter lhe tirado muito cedo sua família, sua luz-guia para os dias mais sombrios. Sentia inveja e raiva por ver todos os dias, quando estava chegando a escola, os pais dos outros alunos levando os filhos para lá. Sentia um desconforto tremendo em reuniões escolares, pois apenas os seus pais estavam ausentes. Era embaraçoso ser o único diferente. Não era algo consciente, era simplesmente um instinto, por isso se afastava daqueles que se aproximavam, sem saber o porquê.

Em meio ao mar de solidão, o jovem Uchiha começou a buscar conforto no passado; revirando caixas antigas em sua garagem ele encontrou vários álbuns de fotografias repletas de doces memórias, dentre as quais encontrou uma foto tirada no verão anterior à morte de seus pais, em que ele e toda sua família estavam na praia durante um final de tarde. Aquilo lhe despertou um sentimento nostálgico e reconfortante que o fez querer rever aquele mesmo pôr do Sol.

Naquele dia nublado, Sasuke caminhou pelas areias da praia na tentativa de esvaziar sua mente. Gradativamente enquanto andava sua paz interior foi sendo restabelecida. Ele caminhou até alcançar o tablado do píer, chegando lá já não estava tão deprimido, apenas cansado pela longa caminhada. Depois de recobrar as energias, voltou para a casa com a certeza de que retornaria nos próximos dias, pois aquilo lhe servira de terapia; a areia fora seu divã, enquanto o som do quebrar das ondas fora o psicanalista que ordenou seu turbilhão de pensamentos e, por último, o tempo fora o remédio tarja preta que entorpeceu seus sentidos.

Depois desse dia, Sasuke adotou a caminhada pela praia como um hábito e todo final de tarde realizava aquele mesmo trajeto. Ademais, seguiu um conselho que Itachi o dera quando seus pais faleceram: passar para o papel tudo o que estiver sentindo, mesmo que somente rabiscos fortes, extravasar as emoções por intermédio da caneta o faria se sentir melhor. Era difícil compreender o porquê aquilo estava lhe sendo um alívio, uma vez que sempre odiara o contato com a areia, a presença da luz solar e a umidade salobre proporcionada pelo mar. Mesmo assim, o Uchiha precisava se desligar do mundo e entrar em transe com seus pensamentos mais profundos. Seus arrependimentos, medos, angústias, tristezas e toda sorte de sentimentos depressivos sumiam durante o tempo em que caminhava pela areia molhada e gelada.
Com o passar dos dias, Sasuke começou a levar consigo seu violão e ao invés de apenas observar o pôr do sol, ele ficava cantarolando enquanto tocava algumas músicas. Além disso, o Uchiha percebeu que não era apenas ele que possuía uma rotina pela região. Pontualmente às quatro e quarenta e quatro da tarde um senhor de meia idade sentava-se para tomar chá em um restaurante beira-mar; a partir das cinco, um homem se dirigia ao mar com uma vara de bambu e ficava pescando, jamais pegara algo, mas retornava todos os dias; havia ainda uma mulher de blazer, aparentemente uma executiva excêntrica, que às cinco e dez chegava com seus saltos em mãos, ajeitava uma toalha na areia, ajoelhava-se e começava a exclamar perdões ao mar. Além dessas pessoas, o jovem Uchiha avistara uma garota, cuja a idade parecia ser próxima a sua, sentada em uma mesa ao lado do local onde ele costumava descansar antes de voltar para casa. A menina possuía uma pele alva, cabelos longos e loiros, sempre estava cabisbaixa e com um livro em mãos.

A priori, Sasuke não deu mais atenção à garota do que dera aos outros estranhos que avistara. No entanto, um dia percebeu que havia um par de olhos esmeraldinos o assistindo cantar e a cada momento que ele parava para olhar a sua volta, aquelas lindas joias se esquivavam de volta para o livro. Vez ou outra, aquela garota sorria para ele, que por sua vez, retribuía com um tímido aceno de cabeça. O Uchiha se afeiçoara por aquela garota, pois via em seus olhos uma melancolia silenciosa, tal qual ele via no reflexo do espelho todas as manhãs, porém ao contrário dele aquele olhar não transmitia ódio ou raiva, eram tristonhos mas serenos; transmitiam paz para o jovem.

Gradativamente, com o passar dos dias, Sasuke começou a nutrir um sentimento diferente por aquela garota; uma sensação nova que nunca sentira por ninguém. Não sabia como agir, ficava encabulado, pois sentia algo que lhe obrigava a olhar por um longo tempo as feições daquela garota enquanto ela lia, mas ficava sem-graça quando ela parava e lhe dirigia o olhar. Por causa disso, Sasuke decidiu que precisava de conselhos.

– Itachi, você... Você já olhou pra alguém e ... É que tem uma garota que eu... – Sasuke parou, suspirou fundo e antes que pudesse continuar foi interrompido pelo seu irmão.

– Alguém que faz o seu coração bater mais rápido, faz suas mãos transpirarem frio e lhe faz sentir um arrepio na barriga? – perguntou secando a louça.

– Sim! – exclamou enquanto se aproximava. – Eu não sei porque, mas tenho a vontade incessante de olhar o rosto de uma menina que conheci e tenho ansiedade em reencontrá-la.

– Você está apaixonado, é natural que sinta vontade de ficar perto de quem você gosta. – respondeu estendendo o pano que usara para secar os pratos.

– Tá, mas o que eu faço? Eu nunca senti isso por nenhuma outra garota. Ela parece ser ...

– Diferente? – interrompeu Itachi ao se servir um copo de água.

– Sim. Eu tenho vontade de conhecê-la melhor, mas não consigo me aproximar. Não sei o que dizer ou o que fazer para que ela queira conversar comigo. O que eu faço?

– Comece pelo básico: diga "olá", se apresente, pergunte qual é o seu nome; depois comece a conversar sobre seus hobbies, do que vocês gostam, do que vocês não gostam; e por fim, se ela aparentar estar interessada em você, convide a para sair. Converse com ela igual você conversa com o Naruto... só não fale tantos palavrões. – terminou com um descontraído sorriso.

– Mas e se ela não quiser? – perguntou receoso. – Seria vergonhoso.

– Sasuke, vou te ensinar algo que nosso pai costumava me dizer quando eu ficava nervoso e tinha medo de falhar: o "não" você já possui e ele é a sua resposta final caso não tente; você pode transformar o "não" em um "sim" basta ter a coragem. E eu te garanto uma coisa, você irá se arrepender muito menos de ter tentado e falhado, do que simplesmente desistir.

– Obrigado pelos conselhos, Itachi... Mas eu nunca te vi com uma mulher antes. Como posso saber que o que você me disse irá funcionar? – questionou hesitante.

– Veja, Sasuke, eu nunca te apresentei a ninguém porque tenho receio que você não aceite sua presença em minha vida. Digo isso, porque tenho quase certeza de que a aparência dessa pessoa não lhe agradaria, na verdade acredito até que lhe causaria estranhamento. Portanto, para evitar transtornos e desentendimentos entre nós, decidi por enquanto não lhe apresentar a pessoa com quem me relaciono. – falou um pouco desconfortável e com ar sério.

– Itachi, você é meu irmão. Nunca, em hipótese alguma, deixaria uma mulher atrapalhar nossa relação. É claro que se ela for muito mais velha eu vou estranhar... Acho que se for muito mais nova eu vou achar bizarro, mas eu ainda vou te respeitar muito. Você é sangue de meu sangue, não importa o que aconteça, eu sempre serei grato a você. Por isso, pode trazê-la aqui, eu ficarei feliz em conhecê-la.

– Obrigado pelo apoio. Um dia eu prometo que lhe apresentarei.
No dia seguinte, Sasuke decidira que iria colocar o que ouvira de seu irmão em prática. Mesmo envergonhado, o jovem Uchiha estava determinado em transformar o "não" que jazia em seus braços em um caloroso "sim". Por essa razão, praticara em frente ao espelho durante um bom tempo o discurso que faria para aquela garota misteriosa. O dia estava excepcionalmente mais frio do que os dias anteriores. O clima anômalo fez com que as pessoas que Sasuke avistava diariamente negligenciassem suas rotinas vespertinas; contudo, o garoto manteve seu ritual diário de forma sacra, tal qual um monge tibetano realiza suas orações.
Ao chegar ao local onde todos os dias observava o pôr do sol, o Uchiha não viu a garota sentada no banco usual, isso lhe decepcionou em certo ponto, uma vez que ele se esforçara para criar coragem. No entanto, ele decidiu dedilhar alguns acordes enquanto assobiava melodias aleatórias para acompanhar já que estava ali mais uma vez e não havia mais nada para se fazer.

Despreocupadamente, ele continuou a tocar seu instrumento até que percebeu o som de lamúrias mixadas com pingos d'água caindo no tablado de madeira. Ele então olhou para trás e viu uma garota toda desajeitada correndo em direção à mesa que a jovem loira costumava sentar todos os dias. A garota estava toda ensopada, suas roupas estavam pesadas e gotejando. Suas madeixas eram curtas, repicadas de um jeito irregular e manchadas com um tom que era muito claro para ser vermelho e muito escuro para ser rosa. Ela estava chorando e desesperadamente procurava por algo que havia sido deixado em cima daquela mesa; um livro antigo revestido com couro preto. Após encontrar o artefato, a jovem de visual post-punk começou a folhear com avidez página por página. Logo depois de assegurar a integridade de seu tesouro, ela suspirou aliviada enquanto seus dentes tilintavam conforme o vento gélido a castigava.

Enquanto essa ação ocorria a sua frente, Sasuke fitava aquela jovem com um olhar intrigado, pois aquelas feições lhe pareciam familiar, apesar de nunca ter conhecido nenhuma pessoa com aquele visual. Lentamente, sua memória foi descolorindo aqueles cabelos repicados e alongando-os. Aquela pobre criatura tremendo de frio era na verdade aquela misteriosa garota loira que ele tanto esperava. O Uchiha estava apreensivo, pois já não poderia abrir o canal fático com o diálogo ensaiado em frente do espelho; a tensão aumentava a medida que o silêncio era mantido. O garoto sabia que precisava iniciar a conversa imediatamente, pois já estava encarando o revés alheio por tempo demais.

Timidamente Sasuke se aproximou, removeu o agasalho e o estendeu em direção à garota; ela recuou, ainda ofegante com os olhos marejados, balançou a cabeça negativamente antes de abaixá-la e se sentar retraída abraçando o próprio corpo. Nesse momento o moreno congelou, não sabia se devia tentar ajudá-la novamente ou então entender aquele afastamento com um sinal de desaprovação. Ao pensar em ir embora, as palavras de seu irmão ecoaram em sua mente e o fizeram repensar. Ele então se dirigiu a jovem, pousou o casaco sobre suas costas, tomou seu violão e começou apresentar uma canção.

I see you standing here

(Eu te vejo parada aqui)

But you're so far away

(Mas você parece tão longe)

Starving for your attention

(Desesperado pela sua atenção)

You don't even know my name

(Mas você nem sequer sabe o meu nome)

À medida que os versos eram cantados, os soluços de choro diminuíam. Ao final da primeira estrofe, a garota levantou o rosto e ficou observando silenciosamente.

You're going through so much

(Você está passando por tantas coisas)

But I know that I could be the one to hold you

(Mas eu sei que eu poderia ser aquele para te apoiar)

Sasuke estava nervoso e por isso, vez ou outra, desafinava no final de alguns versos. A plateia nunca fora um problema para o Uchiha, no entanto, essa única garota conseguia lhe desconcertar. Essa ansiedade pela aprovação durou até o momento que ele percebeu que as lágrimas já não escorriam mais, isso foi um sinal de que a sua apresentação estava sendo agradável. Dali em diante, o rapaz prosseguiu mais calmamente.

Every single day

(A cada dia)

I find it hard to say

(Eu descubro como é difícil te falar)

I could be yours alone

(Que eu poderia ser somente seu)

You will see someday

(Você verá um dia)

That all along the way

(Que por todo o caminho)

I was yours to hold

(Eu era seu para abraçar)

I was yours to hold

(Eu era seu para abraçar)

A menina das curtas madeixas abaixou novamente seu rosto por um momento, dessa vez não pela tristeza em seu coração, mas porque sentia uma palpitação que lhe deixava encabulada. Ela, ainda envergonhada, reergueu a face e sorriu timidamente.

I see you walking by

(Eu te vejo caminhando)

Your hair always hiding your face

(Com o seu cabelo sempre escondendo seu rosto)

I wonder why you've been hurting

(Eu imagino por que você tem sofrido tanto)

I wish I had some way to say

(Eu queria poder ter algo para dizer)

You're going through so much

(Você está passando por tantas coisas)

Don't you know that I could be the one to hold you

(Você não sabe que eu poderia ser aquele para te apoiar?)

Every single day

(A cada dia)

I find it hard to say

(Eu descubro como é difícil te falar)

I could be yours alone

(Que eu poderia ser somente seu)

You will see someday

(Você verá um dia)

That all along the way

(Que por todo o caminho)

I was yours to hold

(Eu era seu para abraçar)

I was yours to hold

(Eu era seu para abraçar)

I'm stretching but you're just out of reach

(Estou me esticando, mas você está fora de alcance)

You should know

(Você deve saber)

I'm ready when you're ready for me

(Eu estou pronto quando estiver pronta pra mim)

And I waiting for the right time

(E eu esperando o momento certo)

For the day I catch your eye

(Para o dia que eu chamar sua atenção)

To let you know

(Para que você saiba)

That I yours to hold

(Que eu sou seu para abraçar)

I'm stretching but you're just out of reach

(Eu estou me esticando, mas você simplesmente está fora do alcance)

I'm ready when you're ready for me

(Eu estou pronto quando estiver pronta para mim)

Antes mesmo de Sasuke tocar o acorde final, a garota se levantou, o abraçou com força e então sibilou: "Obrigada".

[Nota] : ao contrário dos outros capítulos ,que foram possíveis datar precisamente, este não o foi, porque a única informação sobre esta época foi dada durante uma entrevista concedida na KBBL 102.5 FM, durante o lançamento do single Lolita, em que foi comentado, superficialmente, essa história. Portanto, foi necessário inferir quando tudo ocorreu, esse é o motivo de estar posto apenas Inverno de 2006 no meio do capítulo.


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Notas finais do capítulo

*Mnemosine é a deusa grega que representa a memória, segundo a mitologia ela é a mãe das musas, as quais estão relacionadas às artes como fontes de inspiração.

Por favor, críticas, sugestões, recomendações são sempre bem vindas. Forte abraço e até o próximo capítulo.



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