Eu havia acabado de dizer que amava Patch a sala inteira ficou em silencio, todos me encaravam com olhares surpresos, Hank estava me fuzilando como se estivesse cometido um pecado imperdoável. Patch parecia feliz e ao mesmo tempo preocupado e abatido. Eu... Estava com o rosto molhado em lagrimas e meus olhos com certeza estavam vermelhos e inchados.

Hank se aproximou de mim bem de vagar como se eu fosse um objeto e estivesse sendo estudado por ele. Ele parou a centímetros de mim, me olhando com cautela.

-Então você o ama? –ele disse ainda me estudando.

-Amo. –disse com firmeza olhando diretamente em seus olhos.

Ouvi Patch soltar um suspiro e olhei para ele tentando descobrir suas emoções do momento, mas estava impossível, ele parecia abatido, triste, na verdade ele estava precisando de cuidados, meus cuidados. Hank sorriu para mim e se virou para Patch e deu uma risada agonizante:

-Ai Patch, sempre iludindo as jovens, não é!?

-Eu mudei. –Patch disse com firmeza. Hank deu outra risada e disse:

-Mudou? Demônios não mudam.

-Eu não sou como vocês. –Patch disse se levantando com dificuldade, quis ir ajudá-lo mais me impediram como sempre. –Eu Amo a Bella mais do que tudo nesse mundo. –meus olhos se encheram de lagrimas com suas palavras. Eu também o amava mesmo ele tendo me feito sofrer e tudo mais, meu amor por ele continua crescendo a cada dia eu o amo mais e mais, ele é meu Anjo, meu Patch.

Hank o encarou por longos minutos ate que se virou para o neflim que estava ao meu lado:

-Bom... Acho que Felix precisa de um pouco de diversão - ele disse com um sorriso no rosto, foi então que eu entendi o que ele quis dizer com ‘diversão’ e comecei a dar passos involuntários para trás tentando em vão me afastar do neflim. Patch na hora percebeu o que estava prestes a acontecer e se levantou do chão abrindo suas asas negras irresistíveis:

-NÃO! –ele disse desesperado podia sentir isso na sua voz. –Hank você não pode matar sua...

-Felix. –disse Hank interrompendo Patch que ainda tentava se soltar das correntes que feria ainda mais seus pulsos.

-Tirem-no daqui. –disse Hank aparentemente irritado.

-Até quando você vai esconder isso de todos da câmera? Um dia eles iram descobrir e não iriam gostar. –Patch disse, lutando contra o neflim que tentava, em vão, tirá-lo dali. 

-Do que ele esta falando Hank? –disse o loiro que estava sentado à direita de Patch. Hank nada respondeu, apenas ficou me fitando:

-Hank? –perguntou ele novamente se endireitando em seu ‘trono’

-Bella é minha... Filha. –Não... Impossível.

-O que? –não pude evitar o tom de surpresa na minha voz, isso é totalmente impossível. Meu pai é o Charlie, e ele morreu há muito tempo. –Ele não é meu pai. – Sinto muito anjo. Patch disse em meus pensamentos.

Ele não podia ser meu pai, não.

-O que?  -disse o outro que estava à esquerda. –Hank se é verdade você cometeu um grande erro.

-É verdade. –Patch questionou.

-Fique quieto. –disse Hank.

-O Anjo esta certo? –perguntou o loiro. Então caiu um silencio mortal na sala, ninguém disse nada, o único som que era capaz de ouvir era minha respiração acelerada. Um deles murmurou algo como se concordasse, os olhos negros de Patch antes tranqüilos agora estavam desesperados, e eu não fazia a mínima idéia do que eles estavam falando:

-Nesse caso. –disse o loiro por fim –Matem-na.

Entrei em desespero. Como assim ‘matem-na’ eles vão me matar? Por quê? Por que eu só filha daquele desgraçado do Hank?

-Não! Vocês não podem matar ela. –Patch disse desesperado. Eu estava chorando, de novo, se eu morresse perderia meu anjo, e se eu morrer... Eu não vou o encontrar novamente.

-Tirem o anjo daqui. – disse Hank num tom de deboche. Precisou dois neflins para segurar Patch, mas mesmo assim não conseguiram tirar-lo. Um dos neflins machucou uma das asas de Patch que gritou de dor. Eu senti aquela dor, era insuportável, era como se estivessem enfiando uma faca em meu peito.  Dei um grito de dor, todos olharam para mim sem entender nada. Os neflins continuaram a tentar arrastar Patch para longe dali, batendo em suas asas que sangravam e fazendo as correntes acertarem com força seu peito que começou a sangrar, eu apenas sentia uma dor insuportável no meu peito que depois de um tempo começou a sangrar também. Caiu no chão ainda sentindo essa dor que subia para minha cabeça.

-Espere! –disse alguém que não consegui identificar quem era. – Ela sente o que ele sente. – disse a voz indignada. A dor que antes sentia começou a passar, não totalmente, mas estava mais suave.

Anjo? Você esta bem? – perguntou Patch em minha mente, eu apenas olhei para ele e pisquei afirmando estar bem.

-Eles estão muito ligados. Não tem como cortar essa ligação. Mesmo matando-a, ela voltaria. Não tem como cortar essa ligação deles. – uma voz feminina disse com suavidade.

A garota que havia visto antes apareceu na minha frente, fechou os olhos e murmurou alguma coisa para mim e disse por pensamento: Faça o pacto. Depois disso eu apaguei.