Enjoy the Silence escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 37
Segundo livro. Capítulo VIII - Eu a amo também.


Notas iniciais do capítulo

"And there's something I wanna say (E tem algo que eu quero dizer)
I love her too (Eu a amo também)
And all of this has got nothing to do with you (E tudo isso não tem nada a ver com você)" Quem mais aí gosta de The Killers? Eu a m o. E essa música (Daddy's eyes) inspirou o nome desse capítulo e o doc seguinte que é um dos meus preferidos!
Enfim, gente, eu quero dedicar esse capítulo a ValB que RECOMENDOU ES e comentou lindamente. Amei todos os comentários e amei a recomendação. Mas, claro, ainda tem mais uma pessoa que eu quero agradecer e dedicar o cap: AylaKC, o review dela foi, tipo, um presente de Natal.
E, ah, quem aí imagina como o William é? A Ayla me mandou um ator l i n d o que parece bastante com o nosso Príncipe Britânico: http://testosteloka.blogspot.com.br/2011/10/aaron-johnson.html. Apreciem com moderação, hein?
Enfim, não respondi os reviews e sinto muito por isso... ultimamente está tudo corrido e mal está dando tempo para respirar! Vou responder mais tarde, sim? Amei todos que ganhei! *corações*



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— Eu iria te avisar. — Renée sussurrou, pedindo-me desculpas com os olhos aflitos. — Sei que deve ser desconfortável estar no mesmo lugar que ele, mas… foi de última hora. Eu sinto muito, Bella.

— Não tem problema. — Eu disse, olhando para a rua calma. — Mas, sim, é desconfortável.

Voltei meu rosto para onde Alice o importunava com perguntas. Na cozinha, Carlisle e Tanya conversavam sobre algo que não parecia ser muito empolgante pela expressão no rosto dos participantes. Eu estava deitada na rede que tinha na varanda e me perguntando como eu deveria agir com Edward quando Renée chegou pedindo desculpas sobre o desconforto.

Bom, é… eu estava mesmo desconfortável e mesmo que ele não falasse nada, sabia que se William também estivesse aqui ele também estaria desconfortável. Eu poderia perceber pelas suas costas tensas e os olhares quase constantes que ele me mandaria. Eu conheceria quando William estava com ciúmes e aquele não seria o caso… Ele estaria especulando, tentando achar alguma coisa que provasse que eu ainda não tinha superado Edward. Mas não tinha nada.

Céus, eu sentia tanta falta dele! Eu praticamente ansiava para que ele aparecesse ao meu lado em um passe de mágica.

— Eu sinto muito, filha. — Renée encostou-se a varanda de vidro e cobriu os olhos com as mãos, parecendo envergonhada. — Ele passou por aqui e como era hora do almoço, Carlisle o chamou. Nem eu nem ele tínhamos a intenção de causar algum tipo de constrangimento a você.

Balancei meu rosto e forcei um sorriso complacente a sair de meu rosto. Para tentar relaxar, sentei-me na rede e Renée me acompanhou, mudando o assunto para um que fosse mais agradável de falar. Não sei por que, no entanto minha mente se voltou para Charlie quando minha mãe começou a falar sobre o quanto estava feliz com Carlisle e sobre o divórcio que havia saído no domingo passado.

Ela se casaria com Carlisle no civil daqui a uma semana porque queria que eu estivesse na sua cerimônia. Tentei manter um sorriso leve em meu rosto quando ela procurou algum traço de animação em meu rosto, achando somente a expressão complacente que eu apresentava. Eu não conseguia ser animada quando ainda pensava constantemente em Charlie e o quanto ele parecia arrependido.

Repreendi-me por aquilo, eu não podia pensar daquele modo. Era mesquinho. Renée estava feliz com Carlisle e ponto final.

William me ligou quando eu ainda estava com Renée e eu sentia tantas saudades de sua voz que praticamente corri até onde minha bolsa estava. Recebi olhares incrédulos de Tanya e Edward — o casal de amargos — quando mergulhei no sofá, procurando desesperadamente o meu celular que tinha sumido dentro da bolsa. Ferrem-se eles e o que eles poderiam estar pensando, eu queria mais é falar com William.

— Nossa, Bella, que desespero. — Alice comentou.

Eu sorri em sua direção.

— Quem é? — Ela perguntou.

— É o William. — Eu sorri quando peguei meu celular e constatei que, sim, era ele mesmo.

Caminhei para o jardim florido de Renée para conseguir ter algum tipo de privacidade de certos ouvidos atentos a minha conversa.

— William. — Sussurrei. O conforto mental que senti foi acolhedor.

— Sabe, eu estava pensando em umas coisas aqui. — Ele começou a falar e eu sorri para o chão, escutaria qualquer coisa que ele me dissesse, independente do assunto. — Você e Edward são filhos de Carlisle.

Minha expressão leve foi substituída por uma carranca.

— E vocês ficaram juntos… — Eu já podia imaginar bem para onde a sua mente estava indo.

Se fosse qualquer outra pessoa fazer essa pergunta, eu teria ficado irritada ao extremo. William fazia tudo parecer engraçado com a sua confusão.

— Ele é adotado.

— Ah sim.

— Não sou incestuosa ou algo do tipo. — Bufei de incredulidade. — Que tipo de pessoa você pensa que eu sou?

William estava bem, ele me disse, sua mãe e Lucy também estavam superando o ocorrido com o máximo de rapidez possível. Sua mãe, no entanto, sentia-se culpada por estar acabando com suas férias o mandando para a Suíça só para cuidar de uma pessoa que já era adulta o bastante para superar seus problemas conjugais. Ela sugeriu que ele passasse as férias comigo aqui nos Estados Unidos, mas eu sabia que William não viria — ele estimava muito a sua mãe para deixá-la depois daquela situação.

— Sinto sua falta. — Eu disse a ele, sentando-me na beira de uma fonte a qual jorrava água.

Às vezes eu esticava a mão a fim de tocar o cabelo ondulado de William já que antigamente ele costumava estar ao alcance de meus dedos… E acabava só pegando o ar. Eu já tinha me acostumado tanto com ele e sua presença quase constante e nada sufocadora que alguns vícios permaneciam mesmo quando ele não estava.

— Ah Bella… — Ele suspirou e eu quase podia sentir o seu hálito em minha orelha, quando ele me beijava e depois, tentando respirar, encostava o seu rosto do lado do meu. — Eu também sinto a sua falta. Não vejo a hora de te ver de novo.

Eu pisquei, afastando a água de meus olhos.

— Você deve estar na hora do almoço, não é? Depois eu te ligo…

— Não, não tem problema. — Eu me apressei a dizer.

— Bella — Sua voz sorria quando ele murmurou o meu nome. — Eu te ligo depois, sim? Eu amo você.

— Amo você. — Disse de volta desoladamente.

Respirei fundo e com as duas mãos na frente do rosto. Levantei-me depois de alguns segundos de hesitação, me sentindo desconfortável por ter de sentar na mesma mesa em que Tanya e Edward estariam esbanjando amargura para todos os lugares. Sentia-me quase raivosa com a situação… Eu tinha certeza de que, se William estivesse aqui, esse desconforto não existiria. Ele sempre fazia tudo ser fácil…

— Estou tão feliz que vá passar o ano novo por aqui, Bella! — Carlisle disse quando eu entrei calmamente na cozinha.

Meu sorriso foi breve e tímido.

— É… Com licença. — Pedi ao afastar uma cadeira e me sentar à mesa.

Percebendo de perto Tanya estava… bom, ela estava loira. E, sabe, tudo bem pintar o cabelo de loiro e essas coisas. Inovar era sempre bom. Mas o loiro que ela havia pintado era bem parecido com o que eu tinha naturalmente alguns meses atrás e… não que eu estivesse sendo paranoica ou algo do tipo. Não era uma simples percepção, de forma alguma. Ela havia copiado o meu tom de loiro. E ainda tinha feito umas mechas mais claras como eu tinha por causa do sol e cloro da piscina.

Eu nem sabia que grávidas podiam pintar o cabelo…

Reprimi a onda de fúria que nasceu dentro de mim. Não eram ciúmes de Edward, claro que não, era apenas aquele sentimento de ódio que você sente ao perceber que foi imitada. Era daquele jeito que ela se garantia com Edward? Pintando o cabelo igual ao meu? Que situação patética.

De qualquer jeito, Tanya erabonita. Parecia uma versão grávida da Candice Swanepoel.

— Você já conhece a minha filha, Tanya? — Carlisle perguntou, sorrindo orgulhosamente em minha direção.

Renée e Alice, que estavam fazendo alguma coisa no fogão, viraram o rosto para observar a cena. Eu corei fortemente, desviando os olhos do olhar cortante que a mais nova loira do mundo me mandou.

Eu sabia que as intenções de Carlisle haviam sido as melhores, sabia que ele queria tirar o clima desconfortável que estava na mesa e tudo o mais. Entretanto, o clima desconfortável aumentou quando Tanya não respondeu nada, apenas fixou os olhos em meu rosto por um tempo que pareceu longo demais.

— Ah, claro que conheço. — Ela disse, abrindo um sorriso. — Como não poderia? A tão falada Isabella…

— Chega, Tanya. — Edward sussurrou, constrangido.

— Precisamos ir para o shopping, Bella. — Alice disse assim que sentou ao meu lado, de frente para Tanya.

— Não. — Renée interrompeu, sorrindo enquanto colocava algumas panelas em cima da mesa. — Precisamos ir para a praia, olha só como a Bella está pálida. Sabe o que é isso? — Ela continuou a tagarelar. — Falta de vitamina D.

— Eu nem estou tão pálida assim — Olhei para minha mão que segurava o garfo. Eu parecia só um pouco mais clara do que quando eu morava em Los Angeles e era atingida por impetuosos raios solares, mas mesmo assim… nada que se pudesse perceber.

— Ah, e tem o sotaque também. — Alice exclamou sorrindo. — Você não fala o “t” como antes, Bella.

Por Edward estar a minha frente, o vi revirar os olhos. Toda a animação que eu estava começando a sentir sumiu no momento que ele fez aquilo, não por ser ele, mas por Edward ser tão desagradável que nem me escutar falar ele suportava. Uma criança no corpo de um homem de 24 anos, isso que ele era. Eu não acreditava que um dia ele tivesse ousado me chamar de infantil.

Meus pensamentos raivosos foram interceptados por Carlisle que pigarreou. Ele também tinha notado.

Desviei os olhos para o fim da mesa que estava vazia e suspirei. Eu agradecia que ainda estivesse paciente, agradecia por não ser explosiva como eu era antes porque senão eu já teria virado a mesa na cara idiota de Edward e sua noiva loira que também não era um poço de gentileza e discrição — eu podia vê-la revirando os olhos sempre que eu falava algo. Por que eles precisavam ser tão desagradáveis?

Eu suspirei. Queria tanto sair daquela mesa…

— Como é a faculdade lá, Bella? — Carlisle perguntou, lançando um olhar repreensor a filha.

— Ah, é boa. — Falei vagamente e dei de ombros assim que terminei de mastigar.

Desviei os olhos para o meu prato, acanhada.

Eu sabia desde o começo que não deveria ter aceitado ao pedido de Renée.

— E William? — Alice me indagou, sussurrando e me cutucando com o ombro.

Quando eu a olhei, ela sorria com cumplicidade para mim. Eu também sorri, abaixando meus olhos.

— Ele teve que ir para Suíça para ajudar a mãe com um problema… mas volta quando as aulas voltarem. — Disse a ela.

— E faz quanto tempo que vocês estão namorando?

— Acho que mais ou menos dois meses.

Depois de mais algumas perguntas, todo mundo se retirou da mesa e se dispersou pela casa. Carlisle foi conversar algo com Edward em algum lugar da casa que eu não tive a curiosidade de ir ver e Alice estava com Tanya, restando apenas Renée que falava algo sobre a Inglaterra quando eu saí para ir ao banheiro ajeitar o meu cabelo bagunçado.

Ela é minha filha também, Edward, você está sendo um infantil. Aliás, o que foi aquilo na mesa?A voz de Carlisle foi clara quando eu passei pelo último quarto do corredor. Curiosa, abriguei-me no banheiro menor para poder escutar sem precisar me esgueirar pela porta ou algo que me entregasse facilmente.

— Aquele idiota britânico… a roubou de mim.

Carlisle soltou uma gargalhada amarga.

— Roubou de você? Sério? Você não está sendo coerente. Você a perdeu naquela vez que me disse para mentir para ela dizendo que ligaria depois. Uma merda que você ligou depois! Pessoas se cansam, sabia? Eu dou total razão a ela por ter seguido em frente ao invés de ficar se lamentando pelos cantos.

Obrigada, Carlisle.

— Fiz por Tanya!

— Esse motivo não é o suficiente. — A voz de Carlisle parecia cansada e pude escutar o sonoro suspiro que ele soltou quando suspirou. — Edward, eu não quero que Isabella se machuque mais uma vez e é isso que você vai fazer se decidir se intrometer mais uma vez na vida dela. William a ama, é um bom garoto pelo o que eu sei… e é correspondido…

Eu a amo também! — Exclamou, exasperado.

Meu estômago se revirou e eu reprimi a vontade de vomitar e gritar. Eu sabia o que era: nervosismo, raiva e tantos outros sentimentos todos misturados. Quando eu me olhei no espelho do banheiro, meu rosto estava vermelho e meus olhos marejados. Não por causa da confissão falsa de Edward, pela raiva que eu sentia. Como ele conseguia ser tão cínico àquele ponto? Me ama merda nenhuma! Ele nunca entendeu mesmo o significado da palavra amor, afinal onde estava a perseverança e altruísmo? Não existia pra ele!

Sentei-me na tampa fechada da bacia e enfiei minhas mãos dentro do cabelo, fechando meus olhos para que as lágrimas não deslizassem pelas bordas de meus olhos.

— Edward — Carlisle murmurou, passivo.

— Eu a amo também. — Edward repetiu mais calmo dessa vez, entretanto parecia que ele estava tentando convencer forçadamente alguém. — Eu sei o que você vai falar, que eu não deveria ter sido um covarde quando liguei do seu celular e eu teria sido…

Quando eu liguei do seu celular. Tudo fez sentido a partir daquele momento. Foi Edward quem ligou para mim do celular de Carlisle quando já eram de madrugada e eu estava com William. Não houve nenhuma interferência ou alguma coisa que impossibilitasse a pessoa de escutar o que a outra falava, ele quem não falara e desligara quando escutara a voz de William me chamando de volta para o sofá.

Eu deveria estar caindo de amor por ele agora, mas tudo que eu pensava era no quanto o nível de covardia no sangue de Edward tinha aumentado em tão pouco tempo.

Eu não garantiria estar tudo bem entre nós, porém eu não teria esse ressentimento enorme dentro de mim como estava. Céus, eu me sentia tão… cansada mentalmente. Queria ir para casa e dormir pelo resto do dia para conseguir parar de pensar em como as coisas seriam diferentes se não fosse por uma mísera ligação.

Não que eu estivesse arrependida da minha situação, na verdade… eu me encontrava em um estado de êxtase por estar com William, eu apenas não teria tanta cólera.

— Você tem vinte e quatro anos, Edward. — Carlisle o interrompeu. — E age como se tivesse quinze e não soubesse como tudo funciona. E por que você não falou com ela, hum? Por que não teve coragem de falar um “Oi, estou ligando do celular do meu pai porque sou um covarde depois de mil anos sem dar sinal de vida!”?

— William a chamou, disse que ela estava lhe devendo beijos.

— Você poderia ter lutado por Isabella quando ainda era cedo. Uma garota como ela não permanece solteira por muito tempo e se você não sabe disso… creio que não a conheça tão bem quanto eu julguei que conhecesse.

— Eu a conheço bem o bastante. — Ele vociferou.

Não mais, eu pensei.

— Se conhecesse mesmo saberia que ela não esperaria para sempre por alguém que a ignora quando ela tenta falar. Na verdade, nenhum ser humano é tão paciente a esse ponto e se eu aprendi uma coisa de Isabella nesse pouco tempo que nos conhecemos é que ela não é nem um pouco paciente.

— Carlisle…

— Você estava se cegando de propósito, achando quando a quisesse de volta ela estaria lá sem mais nem menos. Bella tem sentimentos também, sabia? E eles não são sujeitos a você.

Carlisle e Edward ficaram em silêncio por alguns segundos. Eu estava quase me roendo de raiva, mas alguma coisa — a curiosidade — me impedia de sair de dentro do banheiro e ir de volta para a sala.

— Edward, eu estou falando sério com você. Não quero que se aproxime dela, você tem Tanya e Luna para cuidar agora e eu não quero que minha filha acabe machucada como da primeira vez. Toda vez que olhar para ela no telefone com William lembre-se de que foi sua escolha, lembre-se de que ela poderia estar com você.

A resposta de Carlisle foi a porta batendo com força quando Edward saiu do quarto. Permaneci no banheiro, apertando meu estômago para que a vontade de vomitar passasse. Só saí quando alguém, furioso, bateu na porta e tentou abri-la. Estava entorpecida demais para pensar se era Edward ou não, apenas olhei-me mais uma vez no espelho e escancarei a porta sem olhar para cima.

Foi esse o problema: não olhar para cima. Se eu tivesse olhado, eu não teria batido na pessoa com o meu ombro ou teria me encolhido de volta para dentro do banheiro com a porta trancada. Eu falava de Edward, mas também era covarde quando se tratava dele. Olhá-lo, depois de ter escutado todas aquelas coisas, me fazia ter vontade de estapeá-lo até que ele negasse o seu amor por mim.

Era horrível escutar uma mentira quando se sabia a verdade previamente.

Assim que me deparei com Edward, reprimi a minha língua afiada e murmurei um pedido de desculpas antes de sair pelo lado esquerdo. Ele não teve nenhuma reação que eu tenha visto, eu fiz questão de andar sem olhar para trás. Com um suspiro de alívio, deixei-me cair ao lado de Renée no sofá, sentindo seu braço se colocar por cima do meu ombro.

Eu estava exausta e com dor de cabeça o bastante para me abstrair da conversa que ainda estava tendo com Renée. Não deveria ter escutado nada, não deveria ter sido curiosa a ponto de me trancar em um banheiro para escutar uma conversa de Edward com Carlisle porque, pelo amor de Deus, eu não queria saber. Era passado e nada poderia ser consertado nem mesmo por milagre divino.

— Você está com sono? — Renée me indagou.

— Dor de cabeça. — Resmunguei.

— Você quer ir agora? — Minha mãe perguntou.

Assenti com o rosto no mesmo momento em que Edward apareceu no corredor, olhando diretamente para onde eu estava. Desviei os olhos no mesmo instante, sentindo minhas bochechas corando de raiva ao relembrar tudo que eu havia escutado. Ou melhor, todas as mentiras que ele fez questão de falar com Carlisle. Eu o entendia por uma parte — Edward só queria ficar limpo com seu pai, não queria que ele o visse como um partidor de corações.

Minha mãe me acompanhou até a porta de sua casa, sorrindo e dizendo que em breve queria conhecer o seu genro, até soltou algumas gracinhas sobre ele ter medo de conhecer a sua sogra, por isso a viagem de última hora.

— Mãe? — A chamei, franzindo meu cenho. Ela se virou enquanto eu abria a porta do motorista e ergueu as sobrancelhas, esperando. — Obrigada por ter limpado a minha casa antes que eu chegasse.

— Limpado sua casa? — Suas sobrancelhas se juntaram. — Eu não limpo casas, Bella. Não fui eu.

E assim ela se enfiou dentro da casa e partiu sem mais explicações. Mas a única pessoa que tinha a chave da minha casa era… Droga!

Edward.

Assim que fechei a porta de minha própria casa, coloquei uma mão em minha testa em uma tentativa vã de tentar com que a dor insistente de cabeça parasse apenas por alguns segundos. Estava começando a ser incômoda ao extremo e se eu fosse uma pessoa desinformada, teria tomado outro remédio para dor. Renée, felizmente, me educara muito bem sobre o uso adequado de remédios dizendo que estes tinham que ter um intervalo de seis ou mais horas.

Eu estava voltando para o meu quarto quando meu olhar parou na piscina coberta e minha mente suspirou de prazer ao pensar na ideia de nadar mais uma vez. Fazia tanto tempo desde a última vez…

Corri, animada, escada acima e abri a porta do meu closet onde ficava minhas roupas de banho. Eu estava pegando um maiô quando a campainha gritou da sala e eu suspirei pela milésima vez no dia, frustrada. Deixei a roupa de lado e desci as escadas gritando um “Já vai!” apressado.

Eu estava com um sorriso tremulando em meu rosto — maldito humor oscilante! — quando me dei conta de que não era ninguém que eu quisesse ver à minha frente. De primeira, por ser baixa, olhei para o peito da pessoa só para então subir os olhos e me encontrar com o rosto levemente barbado que eu mais queria evitar por todo o resto da minha vida — não era pedir muito, era? Apostava que não.

Edward.

Para me controlar, respirei fundo e olhei para os meus dois lados, trocando o peso de uma perna para a outra.

— Bella. — Ele finalmente falou.

— O que você está fazendo aqui?

— Arrisquei a sorte. — Ele disse, sorrindo tortamente ao dar um passo para frente, subindo um degrau.

— Não ouse mentir para mim na minha porta, Edward. — Murmurei. — Você nem deveria estar aqui, Carlisle foi bem claro quando disse para você ficar longe de mim.

— É isso que você quer?

— Anseio desesperadamente para que o faça.

— Bom — Seus dentes voltaram a aparecer e eu me lembrei de como aquele sorriso me transmitia uma sensação boa. De paz. Agora não tinha nada a transmitir a não ser ressentimento. —, eu nunca fui muito obediente mesmo.


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Notas finais do capítulo

Comentem, sim? Fiquei super feliz em cada em ler cada um dos reviews! E responder também, é claro.
Quem aí já foi em She'd Fly?



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