Enjoy the Silence escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 11
X. Obrigações.


Notas iniciais do capítulo

~imensa vergonha desse capítulo~ comentem, sim? Nos encontramos nas notas finais.



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— Olha o que eu trouxe para o jantar. — Edward me fez desviar os olhos de seu rosto para sua mão que segurava uma garrafa de vinho tinto.

— Dando bebida alcoólica para uma menor… — Eu ergui uma sobrancelha com um sorriso malicioso cintilando em meu rosto. Sua expressão entediada mostrava o quanto ele estava preocupado com aquilo. — Você pode ser preso. — Concluí por fim.

— Na verdade, está mais para fiança. — Ele disse, prendendo minha cintura com os braços quando eu tentei ir para a cozinha.

Naquela hora eu estava me perguntando se sua presença — ou a falta dela — se a sua… Tanya. Se Tanya não estava sentindo falta dele em casa já que ele vinha para minha casa direto do trabalho — eu tinha que parar de usar tanta possessividade quando se tratava dele, mas era um tarefa impossível quando eu sentia que estava sempre concorrendo a algo. Em um deslize ele poderia escapar de minhas mãos…

Parei de pensar essas coisas quando seus lábios tocaram minha bochecha suavemente, a pressão que seus braços faziam em minha cintura se apertando cada vez mais. Eu gostava daquilo, gostava que ele me apertasse e me beijasse ao mesmo tempo… não pude evitar um suspiro escapar e minhas bochechas rapidamente coraram quando ele me olhou, um  sorriso cintilando em seu rosto pálido demais para o clima quente de L.A.

— Eu adoro como você se derrete. — Segredou-me.

— Não tinha um vinho pronto para… — Tentei me desvencilhar dele, olhando para o chão.

— E como você é envergonhada também. — Edward sussurrou perto de meu ouvido e soltou uma leve gargalhada quando eu tremi.

Acabamos nos beijando de novo e de novo quando recuperamos o ar que tínhamos perdido com o beijo anterior. Paramos somente por causa de minha barriga que rugia grosseiramente de fome e ele sentiu já que sua mão fazia uma pressão perfeita em minhas costas para que eu estivesse colada a ele. Edward até soltou uma risadinha enquanto observava minhas bochechas ganharem cor.

— Tem alguém faminta aqui. — Ele comentou, jocoso.

— É… — Concordei quando tudo que eu queria dizer era que a minha fome não era bem de comida.

E, claro, como minha mente não deixava nada passar, corei mais uma vez, olhando para o outro lado assim que terminei de falar. Não queria que ele visse minhas bochechas e deduzisse que eu estava com vergonha e se perguntasse o porquê daquilo. Por que eu estava com vergonha? Ah, porque eu tinha pensamentos inapropriados com o meu… com Edward e minha mente me castigava enviando sangue para enrubescer minhas bochechas.

Ele me puxou pela mão que estava entrelaçada com a sua para a cozinha onde em cima da mesa estava pousada  a pizza que pedimos alguns minutos antes. Uma pizza suculenta de atum e frango a qual agora eu poderia provar sem sentir dor toda vez que fechava minha mão, agora era no máximo uma leve ardência por causa da queimadura que demorava a sarar, mas que no entanto estava quase lá…

Fizemos mais conversar do que comer e Edward era tão engraçado que eu me perguntava como ele conseguia ficar naquela postura envolta em seriedade quando estava na casa de meus pais, fazendo a guarda. Ele me contou coisas sobre sua adolescência, sobre sua infância onde ele soltara várias pérolas que agora serviam para motivos de riso. Eu nunca tinha rido tanto e eu percebi que, sim, eu sentira falta daquilo. De rir por nada e continuar rindo por bastante tempo até que precisava parar um pouco para respirar.

E Edward também me acompanhava nas risadas, não desviando seu olhar nenhuma vez sequer para o relógio que ficava no alto da parede. Eu percebi aquilo e gostei que ele não estivesse preocupado com o tempo ou talvez estivesse simplesmente se esquecendo de que ainda existia aquele fator. Mais uma vez eu oscilei na direção de Tanya, perguntando-me onde ela estava, mas logo parei de pensar naquilo.

Não valia a pena.

Amanhã era domingo e Edward não tinha de ir trabalhar porque Charlie estava de bom-humor e o deixara ter sua merecida folga. Não pude evitar pensar que ele só estava de bom-humor porque eu não estava e nem mesmo quando Edward me disse que queria assistir um filme e me puxou para o sofá, parei de pensar. Os pensamentos foram tirados de minha mente quando o filme começou e os dedos de Edward começaram a acariciar meu braço, leve e tão carinhoso quanto ninguém havia me tratado.

Estávamos esticados no sofá maior, um dos braços dele ao meu redor enquanto eu encostava meu corpo na lateral do seu. Aquela era o jeito mais confortável de se ficar deitada no sofá que eu lembrava e ficou melhor ainda com os afagos de Edward que deslizavam por meu braço, cotovelo e antebraço. Eu me sentia sonolenta por causa da garrafa de vinho que tinha dividido com Edward, mas me forcei a ficar atenta ao filme de ação — ele quem havia escolhido — que começava. E piorou quando seus dedos deslizaram para dentro de meu cabelo.

Resisti até um pouco antes do final do filme quando todo mundo queria saber o que tinha acontecido, menos eu que estava com os olhos pesados demais para pensar em diacho de filme algum. E as carícias de Edward não pararam por algum segundo qualquer, eram involuntárias contra a minha pele, eu sabia disso porque às vezes ele comentava sobre como uma pessoa era retardada e essas coisas. Eu somente concordava com o rosto, bocejando logo em seguida.

Eu estava com sono demais para tentar ser interessante e puxar assunto como pessoas faziam no começo de um namoro — embora o que eu e Edward estivéssemos tendo não fosse exatamente um namoro tradicional — ele compreendeu aquilo com facilidade, percebendo minhas palavras enroladas.

Aquela foi minha melhor noite de sono, aquela foi a primeira vez que eu acordei com os braços de Edward ao meu redor, abraçando-me. Queria nunca mais acordar, mas logo me repreendi por aquele pensamento. Nunca acordar significava morrer e morrer não era uma opção acessível para mim naquele momento. Eu queria mais era viver pelos beijos de Edward dos quais nunca me cansaria.

Aquela foi a primeira noite em que dormimos juntos. Dormimos somente. E eu acordei com a cabeça no travesseiro confortável da minha cama, o rosto enterrado no peitoral — e que peitoral, meu Deus! —  cheiroso e maravilhosamente pelado de Edward. Queria sempre me acordar daquele mesmo jeito, tão confortável que não havia nada o que reclamar a não ser a raridade daquilo.

Esperei que ele se acordasse sem me mexer, não queria atrapalhá-lo quando ele estava dormindo tão lindamente com o rosto a centímetros do meu. Perto dele era aconchegante o suficiente para que o tédio não se encontrasse com a minha mente e fizesse a bagunça que sempre fazia quando eu não estava fazendo nada.

Meia-hora depois ele começou a se mexer na cama, primeiro soltando o braço de minha cintura e depois se esticando para se espreguiçar. Era uma das várias coisas em Edward que me encantava: o modo como ele se acordava lenta e preguiçosamente, como se estar de olhos fechados fosse melhor. E depois ele abriu os olhos de supetão quando esbarrou em mim e sua expressão de surpresa se transformou em um sorriso que, assim como ele se referia, me derretia.

— Não sei se… eu te desejo bom dia ou peço desculpas. — Ele disse.

— Pedir desculpas por quê? — Eu perguntei, franzindo meu cenho que seus dedos fizeram a questão de desfazer.

— Estou sendo extremamente desrespeitoso com você agora. — Ele observou e eu hesitei uma risada com medo que ele estivesse mesmo falando sério. E Edward estava. — Deitado na mesma cama sem nem mesmo ter pedido…

— Céus! — Exclamei, bufando um riso. Fui para mais perto dele e passei o braço ao seu redor, encostando meu queixo em seu peito. — Minha resposta é e seria que você poderia ficar na minha cama o tempo que você quisesse. — A última parte veio em uma voz sussurrada e envergonhada.

O sorriso dele me desconcentrou e quando eu vi, ele já estava aproximando seu rosto do meu para que nossos lábios se encontrassem. Afastei-me rapidamente dele e saltei da cama, andando quase correndo para o banheiro, quase que com medo do meu hálito matinal o qual eu não tinha certeza se era tão ruim assim. Preferi não arriscar e fui direto escovar meus dentes.

E depois quando ele se encostou à porta do banheiro, perguntando-me se eu tinha uma escova reserva, eu sorri e assenti. Claro que eu tinha, eu sempre era precavida… uma completa mentira, eu só havia comprado três por preço de duas — uma coisa que me fazia ter escova por mais nove meses. Uma maravilha para pessoas desatentas como eu.

Seus lábios me pegaram de surpresa — eu estava observando as suas costas nuas e retesadas e os vários sinais em um tom não muito escuro que ele tinha, estava quase os tocando quando ele me interrompeu. Foi um beijo leve e que fez um sorriso feliz escapar sem querer. Não durou muito, logo estávamos nos beijando de novo com fervor e intensidade, nos entrelaçamos como se tivéssemos passado vários anos separados.

Foi um grande e perfeito beijo, eu concluí por fim, sentindo seus lábios pousarem em minha testa, meu rosto ainda preso em uma de suas mãos.

— Não acredito que já tenho de ir embora. — Sua voz foi um resmungo indisposto. 

— Não vá. 

— Queria que fosse tão fácil quanto lhe parece.

Eu suspirei pesadamente, odiando de repente a situação em que eu e ele nos encontrávamos.  Tudo seria tão mais fácil se Edward não tivesse uma noiva, se eu o tivesse conhecido primeiro e nos tivéssemos apaixonado antes, antes de ele conhecer Tanya e inventar de pôr um maldito anel em seu dedo. Poderíamos ficar quanto tempo quiséssemos juntos, não teria ninguém para desconfiar de nada.

Ele deduziu sobre o que eu estava pensando ao notar meu sorriso diminuindo gradativamente e então como se melhorasse a situação — e melhorava —, me abraçou, pressionando-me contra seu peitoral. Não me movi, nem mesmo para envolver meus braços ao redor dele e o abraçar de volta. Eu queria, mas acima de tudo eu queria conversar sobre tudo isso. Não podia viver fingindo que eu era a única na vida de Edward.

— Nós nunca conversamos sobre isso, não foi? — Minha voz foi abafada contra a sua pele.

Suas mãos afastaram-me meus cabelos pelos ombros delicadamente, sua testa franzida em minha direção como se estivesse confuso. Como se ele estivesse confuso. Eu quem tinha o direito de estar porque eu não sabia mais em o que acreditar já que ele ruíra todos os muros que eram os meus princípios. Nunca ser tocada, beijada; nunca conspirar para a traição de alguém, nunca deixar ninguém bagunçar minha vida (...)

Eu poderia passar o dia todo citando tudo isso e explicando o porquê de Edward ter ruído com tudo aquilo, e eu me sentiria muito mais aliviada dizendo-lhe aquilo. Ele não deixou que eu falasse nada ao me olhar daquele jeito, confuso e com as sobrancelhas franzidas.

— Não vamos conversar sobre isso hoje, Bella, por favor… — Ele pediu.

— Não adianta ficar adiando, você sabe. — Meu tom não era duro, era doce e paciente.

Doce e paciente — adjetivos que antes de Edward eu não possuía para ninguém. Talvez eu estivesse mudando demais e talvez isso não fosse uma coisa boa em outras situações, eu estava sensível demais, um alvo perfeito para machucar.

— Por favor? — Ele impetrou, colocando uma mão morna em meu rosto e aproximando o rosto do meu. Bem daquele jeito que ele sabia me tirar o controle, fazendo-me assentir para tudo que ele estivesse pedindo.

Eu suspirei, desviando meus olhos dos dele.

— Só me responda uma coisa. — Pedi e Edward depois de muito hesitar, assentiu com impaciência. — Você a ama? — De alguma forma eu não queria saber a resposta para aquela pergunta. Tinha medo de ser positiva.

— Eu a amava. — Ele respondeu, com tanta sinceridade que minha mente sequer fez questão de analisar se aquilo era verdade ou não. — Mas as coisas começaram a ficar complicadas de um tempo para cá… era como se eu estivesse com ela por obrigação — Ele lutava para encontrar as palavras, suas sobrancelhas franzidas demonstrando o tumulto que sua mente estava. — E eu não duvido nada que ela se sinta do mesmo jeito.

— Obrigação? — O indaguei.

Pude ver pelos seus olhos que ele teria me explicado se a campainha de lá embaixo não tivesse tocado sem parar. Por estar distraída, meus ombros se sacudiram em seus braços, fazendo-o sorrir com escárnio. E depois do susto eu comecei a me preocupar com quem estava tocando a campainha dessa casa já que eu não conseguia pensar em quem sabia que eu morava aqui.

— Eu atendo. — Ele me disse.

Edward vestiu a camisa que ele tinha abandonado em cima da pequena e delicada poltrona que tinha no lado esquerdo do quarto médio. Apesar de ele ter dito que ia atender, eu o acompanhei porque eu não queria que alguém que eu conhecesse o visse aqui, nosso plano continuava esconder nosso relacionamento até quando pudesse. Edward agia como se não tivesse sido ele ao sugerir isso do tanto que agia impulsivamente ao abrir a minha porta.

Poderia ser qualquer vizinho. Qualquer vizinho mesmo, eu não ligaria, mas não era nenhum vizinho que estava com os lábios rosados prensados em uma linha reta quando Edward abriu a porta sem checar antes quem era. Alice parecia raivosa ao notar seu irmão abrindo a porta de minha casa.

— O que está acontecendo aqui, Bella? 


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Notas finais do capítulo

Gente, o nome desse capítulo era pra ser "Primeira noite" mas eu deduzi que algumas pessoas iriam pensar besteira, então eu mudei q1 HAUSHSAUHSAUHS então... eu espero que tenham gostado e que comentem (principalmente as 29 pessoas que estão lendo sem comentar :D), não se acanhem ao me mandar um review! Eu vou ficar muito feliz em ler e responder! ♥ desculpem a demora ao postar! ♥