Amor E Paixão escrita por claraslimaa


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Até lá embaixo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/326703/chapter/1

Um coração partido e uma guitarra na mão. Essa parecia uma combinação logica para Lia, que há pouco tempo vira seu coração ser partido em pedaços tão pequenos que faziam a roqueira questionar como continuava viva.

Uma melodia diferente invade o local. Era o alarme do celular avisando que havia recebido uma nova mensagem.

“Topa um passeio?”

Era Vitor, o novato. Passeios noturnos haviam se tornado a “coisa” deles nos últimos dias. Eles não precisavam falar o que era bom, pensava Lia, por que o silêncio traduzia mais do que ela poderia expressar.

“Apareça em dez minutos”, ela respondeu por mensagem.

“Estarei ai em cinco”, ele revidou.

Vitor havia desenvolvido essa coisa de não obedecer as coisa que ela falava, não de um jeito irritante, Lia constatou, era fofo, não que ela fosse admitir isso em voz alta. E ela até que gostava.

Após trocar a blusa do pijama, por uma camisa básica com uma de flanela por cima, Lia pegou o caderno e desceu, cuidadosamente. Pois é, eles agora compunham juntos, ou pelo menos Vitor entrava com a parte poética, e ela com os acordes da guitarra.

“Você está atrasada,” ela o ouviu dizer assim que saiu do prédio.

“Você que gosta de correr,” disse pegando o capacete extra que ele lhe oferecia, “E então, para onde vamos?”.

“Eu achei uma parte da praia esses dias que pensei em te mostrar,” ela acenou confirmando, “Segura firme”.

Lia se esforçava para não sentir, mas aqueles momentos em que estava abraçada a Vitor, o vento batendo contra os corpos, a cidade passando em um flash, e o cheiro dele grudando em suas próprias roupas, haviam se tornado seus momentos favoritos.

“Chegamos,” ele falou desligando a moto, mas a garota ainda continuava enlaçada a sua cintura, “Lia?”.

“Hãm?! Acho que me desliguei,” disse soltando os braços do garoto e olhando em volta, “UAU”.

“Sabia que você ia gostar”. E ela realmente gostou.

A água estava calma, e a areia praticamente intocada, mostrando que poucas, ou nenhuma pessoa, tinha pisado ali durante o dia, e ao longe uma espécie de cabana, daqueles tipos que aparecem nos filmes americanos, feito com madeira, e forrada com folhas de palmeira.

“Tem certeza que nos não viemos parar na Lagoa Azul não?”

“Vem, quero te mostrar a cabana.” No momento que Vitor puxou sua mão, ela se sentiu estranha, como se alguma coisa se mexesse na sua barriga.

A cabana era exatamente como Lia pensou que seria por dentro. As paredes haviam sido feitas com madeira de barco e o chão, também de madeira, estava sujo de areia, uma típica cabana de náufragos. Mas ainda assim calorosa.

“Nossa, eu poderia compor musicas incríveis aqui,” a roqueira falou ao encontrar uma tomada onde poderia ligar a caixa amplificadora da guitarra, “Tudo que precisa é uma boa limpeza e algumas almofadas...”.

“Bom, enquanto suas ideias não se realizam,” Vitor falou chamando a atenção da garota para onde ele estava, sentado no outro cômodo, que tinha vista para o mar, esticando uma esteira e acendendo um lampião antigo.

“Onde você achou essas coisas? ,” falou sentando ao lado dele.

“O lampião já estava aqui, só precisei trazer a esteira.”

“Agora nos definitivamente parecemos náufragos,” Lia constatou.

“E isso é ruim?”

“Acho que não,” ela pensou, “Ia ser bom sumir por uns tempos, sei lá, deixar todas as complicações de lado e ficar assim, só, apenas com o barulho no mar na cabeça”.

“Tudo bem Sra. Profunda, mas antes de você se entregar a solidão total, quero te mostrar um poema.” Disse ele abrindo um pequeno caderno onde ele escrevia seus poemas.

“Um dos seus?”

“Não, infelizmente, numa próxima vez quem sabe,” ele está nervoso, Lia constatou. E eu também, disse ao notar que aquela sensação estranha na barriga estava de volta.

“Amor e Paixão”
Paixão é fogo, duradouro ou passageiro,
Que aquece o peito, nos inflama e satisfaz…
Delírio d’alma, que arrebata corpo e mente,
Mas de ferir, de machucar, ela é capaz.

Amor é brisa, perfumada, matinal,
Um arco-íris em matizes de ternura…
Porto seguro, nosso lume essencial,
Âncora e fonte de felicidade pura.

Rola a paixão numa ação devastadora
E o amor, num perene encantamento…
Se o tornado da paixão nos deixa marcas,
A aragem do amor alivia o sofrimento…

Porém nem sempre a paixão leva ao amor…
Também nem sempre o amor contém paixão…
Mas tendem ambos a se unir, nos confundir,
Nos instigantes meandros da sedução…

De repente ele parou. Nos seus olhos Lia viu algo. Indecisão talvez...

Ela então pegou o caderno, os olhos azuis como o céu agora analisando suas reações, e terminou o poema em voz alta:


O que mais quero é para sempre equilibrar
Paixão e amor no mesmo rol das emoções…
Quero de amor à tua vida me enlaçar
E de paixão me entregar, sem restrições…

Ao fim do poema, ela percebeu uma coisa: Dinho, com quem ela havia passado tanto, e vivido por tanto tempo, era paixão, ela era paixão com ele. Mas Vitor, ali parado em sua frente, com as poucas semanas que passaram juntos, mas emoções tão igualmente intensas, e amizade insubstituível agora, ele era amor, com ele, ela era amor.

Foi então que, sem pensar duas vezes, ela beijou o moreno. E ele correspondeu.

“Lia?,” ele perguntou no pequeno espaço de tempo que tiveram para respirar.

“Quero de amor à tua vida me enlaçar, e de paixão me entregar, sem restrições,” ela repetiu as ultimas estrofes do poema. “Me beije Vitor”.

E, dessa vez, ele obedeceu.

Por que ela só era paixão.

E ele só já era amor.

Então juntos, amor e paixão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, minha primeira fic de Malhação 2013... Espero que gostem, e deixem comentários ( críticos, bobos, vazios, sem graça, cheio de erros, de duas páginas, não importa, vou amar ele de qualquer jeito.)
Beijos e Vai ver se eu 'tou online.